Capítulo 4: As Bênçãos de Deus




Texto Bíblico Base Semanal: Eclesiastes 9.1-8

1. Deveras todas estas coisas considerei no meu coração, para declarar tudo isto: que os justos, e os sábios, e as suas obras, estão nas mãos de Deus, e também o homem não conhece nem o amor nem o ódio; tudo passa perante ele.
2. Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.
3. Este é o mal que há entre tudo quanto se faz debaixo do sol; a todos sucede o mesmo; e que também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade, e que há desvarios no seu coração enquanto vivem, e depois se vão aos mortos.
4. Ora, para aquele que está entre os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto).
5. Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento.
6. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.
7. Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe com coração contente o teu vinho, pois já Deus se agrada das tuas obras.
8. Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.

Momento Interação

Tendo em vista as incertezas do que o futuro pode trazer, seja adversidade ou prosperidade (v. 1-3), e em vista da certeza da morte com a perda de todas as oportunidades de desfrute (vv. 4-6), Salomão novamente recomenda desfrutar a vida como boa dádiva de Deus (Ec 9.7–9). Aqui, ele detalha melhor do que em outros lugares alguns dos aspectos da vida que deveriam ser apreciados: comida (lit., “pão”) e vinho que sustentam a vida e a tornam alegre (Sl 104.15), roupas finas e loções agradáveis ​​(cf. 2 Sm. 12.20, onde são os opostos da tristeza lamentável), gozo da vida com a esposa (cf. Pv 18.22). Em suma, estas incluem tanto as necessidades básicas da vida quanto alguns “luxos” que Deus concede como bençãos (Ec 5.19). Salomão sublinhou a necessidade de desfrutar desses dons, enfatizando a brevidade da vida.

Introdução

Em Eclesiastes 9 Salomão chega a conclusão de que coisas boas e coisas más sucedem, tanto na vida do justo como na vida do ímpio. Por si só, essa constatação poderia levar o justo a questionar qual o proveito de servir a Deus? Salomão tem razão, o mesmo sucede aos dois, mas sua visão está carregada pelo pessimismo das aflições. Mesmo sofrendo as mesmas coisas, a atitude do justo diante das calamidades lhe dá muita vantagem. Seja para reagir, recomeçar e reconstruir, o justo acredita que seu segundo estágio pode ser melhor que o primeiro, tal como aconteceu a Jó. Já o ímpio, não. Sua esperança se desfaz junto com o que foi levado. Porém a alma do justo está firmada em Deus, que não pode ser abalado. Não permita que o desânimo da alma sem Deus contagie sua fé. Permaneça crendo, mesmo que tudo ao seu redor esteja desmoronando, mesmo que não tenha todas as respostas, mesmo que haja silêncio no céu enquanto você ora. Aguarde crendo, é certo que o Senhor lhe responderá.

I. O Sustento que o Senhor nos Concede

Neste capítulo, a síntese dele é que o homem deve desfrutar de sua vida apesar da maldição da morte comum a todos os homens indistintamente, quer ele seja bom ou não; quer tenha fé ou não; quer seja de Deus, quer o rejeite. Com a queda de Adão, a morte passou para todos os homens e bem assim a sua natureza pecadora que nos faz escravos do pecado até que Cristo nos liberte dele pela sua salvação monergística.

O sábio declarou no primeiro verso que tanto os justos, como os sábios e as suas obras estão nas mãos de Deus e que ainda não conhece o homem nem o amor nem o ódio, mas tudo passa perante ele. Isto é, seu conhecimento atual é muito vago e superficial não compreendendo os desígnios nem a sabedoria de Deus no controle de todas as coisas. É por isso que também Jesus nos declarou que tanto a chuva quanto o sol vêm sobre todos os homens quer sejam ou não seus seguidores fieis. Não há como nos escondermos das consequências de nossos atos feitos na carne, não há como fugirmos dos problemas diários.

II. Desfrutando da Vida

O que nos garante no momento não é o nosso livramento, mas é a segurança certa de que o Senhor está conosco apesar de nós. Assim, temos problemas e o teremos para sempre, mas também temos um diferencial no problema, o Senhor está conosco, por isso que ele é Emanuel, o Deus conosco. No momento até me parece bem que seja assim com relação as coisas que nos sucedem, senão nosso coração logo se desviaria e teríamos menos amor ao nosso irmão frágil que cai e que precisa de uma mão amiga que o ajude a vencer e a superar.

Ele, o sábio, se queixa tanto de tantas coisas, mas ele tem razão, é verdade. Suas queixas têm fundamento e ele ainda não entende porque é assim e não de outro modo, por isso diz que não é do ligeiro, nem dos fortes, nem dos sábios, nem dos preparados para a batalha, mas do tempo e da oportunidade que pode alcançar a qualquer um. Como Deus está no controle total e absoluto de tudo e de todos, para mim depende sim de Deus querer ou não querer dar/tirar isso a esse, e não a este ou àquele. Quem sou eu para dizer a Deus que o que faz não é certo ou poderia ser melhor? Em todas as minhas batalhas com o Senhor, eu já entro como vencido dele, esta é minha regra, para o meu próprio bem e saúde.

III. O Valor do Casamento

Neste capítulo, Salomão nos apresenta de maneira muito expressiva que o melhor da vida é viver intensamente para Deus, aplicando a ela a verdadeira sabedoria divina. Mas, infelizmente, os corações das pessoas estão cheios de maldade e há loucura em seus corações enquanto vivem.  Elas não vêem que o destino de todos é um só: depois da vida, juntar-se aos mortos (v. 3 NVI). O fato de que a morte chegará a todos nós não significa de todo uma coisa ruim para os filhos e filhas de Deus, porque a morte será derrotada (1 Co 15.26), assim como o inimigo que a trouxe a nós: “Quem está entre os vivos tem esperança” (v. 4a NVI). Portanto, que a cada dia, vivamos intencionalmente para Deus.

O ideal da vida não é a simples busca do prazer, mas sim a espera alegre e em paz da vinda de Deus. Um exemplo disso é a comunhão no casamento: “Desfrute a vida com a mulher a quem você ama, todos os dias desta vida sem sentido que Deus dá a você debaixo do sol” (v. 9a NVI). Sua casa, seu trabalho, seus estudos e as demais atividades diárias tornam-se pequenos pedaços de céu quando você tem o amor de Deus. A sabedoria é necessária para atingir compreensão e reflexão (v. 17). Mas a sabedoria não significa apenas o conhecimento intelectual, significa a grandeza moral. “aquele que é verdadeiro líder orará por um coração entendido, a fim de discernir entre o bem e o mal”.

Conclusão

Como Salomão não colocou a sabedoria que recebeu de Deus para avançar no conhecimento da Sua pessoa e das coisas espirituais, celestiais e divinas, o Senhor não lhe deu a revelação de muitas destas coisas, especialmente o conhecimento do motivo porque os justos sofrem, porque isto só pode ser conhecido sofrendo com paciência debaixo da potente mão do Senhor, tal como Jó viera a conhecer, por exemplo. Porque quando se está no profundo poço da aflição, tal como Jeremias, é a hora de se clamar a Deus, não para entender porque os justos sofrem, mas para receber conforto, poder e revelações da Sua parte, mas revelações que forem do Seu propósito nos conceder, especialmente para a realização da Sua obra. 
    
Então vemos também neste capitulo a perplexidade de Salomão diante do sofrimento dos justos. Ele chega a chamar isto de “um mal que ele viu debaixo do sol”, ou seja, algo, que no seu pensamento, fugia ao controle de um Deus justo, porque não podia admitir que o justo sofresse o mesmo que o ímpio neste mundo, e muito menos que ímpios fossem poupados de sofrimentos. Ele chegou a admitir que tudo está nas mãos de Deus (v. 1) na administração de todas as obras que se fazem na terra, mas não com o devido conhecimento de causa como funciona tal soberania divina. Salomão não podia entender a excelência da vida que o justo provará quando sair deste mundo, porque isto se experimenta na terra, em forma de amostragem, antes de se ir para o céu. Os que caminham com Deus virão por fim a experimentá-lo por concessão da Sua graça e revelação divinas.

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