Capítulo 4: O Ministério do Profeta Elias




Texto Bíblico Base Semanal: 1 Reis 19.8-14, 19-21

8. Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus.
9. E ali entrou numa caverna e passou ali a noite; e eis que a palavra do Senhor veio a ele, e lhe disse: Que fazes aqui Elias?
10. E ele disse: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei, e buscam a minha vida para ma tirarem.
11. E Deus lhe disse: Sai para fora, e põe-te neste monte perante o Senhor. E eis que passava o Senhor, como também um grande e forte vento que fendia os montes e quebrava as penhas diante do Senhor; porém o Senhor não estava no vento; e depois do vento um terremoto; também o Senhor não estava no terremoto;
12. E depois do terremoto um fogo; porém também o Senhor não estava no fogo; e depois do fogo uma voz mansa e delicada.
13. E sucedeu que, ouvindo-a Elias, envolveu o seu rosto na sua capa, e saiu para fora, e pôs-se à entrada da caverna; e eis que veio a ele uma voz, que dizia: Que fazes aqui, Elias?
14. E ele disse: Eu tenho sido em extremo zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei; e buscam a minha vida para ma tirarem.
19. Partiu, pois, Elias dali, e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele, e ele estava com a duodécima; e Elias passou por ele, e lançou a sua capa sobre ele.
20. Então deixou ele os bois, e correu após Elias; e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei. E ele lhe disse: Vai, e volta; pois, que te fiz eu?
21. Voltou, pois, de o seguir, e tomou a junta de bois, e os matou, e com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram; então se levantou e seguiu a Elias, e o servia.

Momento Interação

O Profeta Elias não era uma pessoa que havia se misturado com as estruturas religiosas desvirtuadas e contaminadas do reino de Israel. Nos dias de Elias, vivia Israel uma situação espiritual extremamente difícil. O rei era Acabe, filho de Onri, o fundador da terceira dinastia (família real) do reino de Israel, o reino do norte, o reino das dez tribos que haviam se separado de Roboão, neto de Davi (cf. 1 Rs 12.16-25). Esta terceira família reinante não se apartou do pecado de Jeroboão, o primeiro rei de Israel (reino do norte), que havia criado um culto próprio, fazendo sacerdotes dos mais baixos entre o povo, e levando o povo a adorar dois bezerros de ouro, um situado em Dã e outro em Betel (1 Rs 12.26-33), tendo, além disso, Acabe se casado com Jezabel, filha do rei de Sidom, que, ao se mudar para Israel, trouxe com ela o culto a Baal, o deus da fertilidade dos fenícios, criando, assim, um culto rival ao culto a Deus.

Servir a Deus nestas circunstâncias não era nada fácil, pois, ou se adotava o culto oficial do reino, criado no tempo de Jeroboão, idolátrico e totalmente desvirtuado das prescrições da lei de Moisés ou, então, se aderia ao culto a Baal, trazido por Jezabel e que alcançou grande popularidade. Isto explica o distanciamento físico não só de Elias mas também dos filhos dos profetas, que não tinham espaço para, com liberdade, servir a Deus em meio a estruturas sociais altamente desfavoráveis a quem buscasse a presença do Senhor.

Introdução

Em 1 Reis 19, vemos que a atitude de Elias deixou Jezabel bastante irritada, e ela jurou o profeta de morte, dizendo que faria com ele o que foi feito aos profetas de Baal. Na atitude de Jezabel vemos o nível de sua maldade. A nação havia acabado de testemunhar um grande feito de Deus, quando o fogo consumiu o holocausto e após a oração de Elias, as chuvas voltaram a regar Israel. Mesmo assim, a sua atitude se manteve contrária ao Servo de Deus e a sua justiça. De alguma forma, as palavras de Jezabel alcançaram o coração do profeta Elias, e ele com medo e desanimado, deixou Israel e foi se esconder em Judá. Contudo, o Senhor foi ao seu encontro. Seguiu os passos do profeta e lhe deu: comida, bebida, conforto, segurança e encorajamento (v.6-8).

I. Elias e as ameaças de Jezabel

Elias tinha acabado de fazer um grande feito em Israel e levado toda a nação a escolher entre Deus e Baal. Foi de fato um ato de coragem, ousadia, e muita fé em Deus. Algo mesmo cinematográfico, digno de ir para as telas de cinemas. Elias foi instrumento de Deus que pregou o evangelho, restaurou o altar, pregou a união das tribos, executou a justiça e foi instrumento de Deus no juízo daqueles profetas de Baal.

No entanto, Elias cria que estava só! Que somente ele era a figura de expressão e importância, mas Deus tinha reservado, de todo o povo, 7000 homens que nem tinham se curvado a Baal, nem o tinham beijado. Triste e se sentindo ameaçado, temeu por sua vida, por causa da ameaça de Jezabel e fugiu. Quando percebeu o que fizera, ficou deprimido e pediu a Deus a sua morte. Comparou-se com seus pais e outros heróis da fé e se sentiu pequeno, humilhado, fraco e desprezível.

Estar a serviço de Deus e fazer a sua vontade no meio de nossa geração é um desafio muito grande porque tudo parece conspirar contra a gente. Sofremos humilhações, perseguições e zombarias porque insistimos em acreditar em Deus que nos falou. Então nos pedem provas acerca de Deus. Dizem-nos na cara que estamos simplesmente sendo tolos, religiosos, carolas, doidos, transtornados na mente e de parafuso solto. 

Elias estava assim triste e se foi em seu caminho. Deus lhe envia um anjo que o acorda. Somente isso já deveria ser o suficiente, mas Elias parece que estava mesmo muito pesado. À sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas, e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se.  Parecia cansado também, mas muito mais triste que cansado. Elias estava mesmo deprimido no meio do deserto, nem sequer a visão de um anjo o servindo conseguiu despertá-lo.

II. A Procura de Elias por Refúgio

Novamente o anjo, depois de um tempo em que ele descansara ali no deserto que já deve ter sido outro milagre e feito extraordinário, o anjo lhe aparece segunda vez e o acorda e manda comer. Comida celestial, preparada por anjos. Comida forte que o sustentou por 40 dias e 40 noites, sem se quer comer novamente. Ele estava para ter um encontro com Deus, o maior encontro de sua vida! Era Deus que estava preparando aquele momento especial na vida dele e ele simplesmente estava seguindo seus instintos e intuição.

Não é o homem que marca um encontro com Deus, mas é Deus que isca o homem para um encontro com ele. Assim estava acontecendo com Elias e ele estava sendo conduzido pelo deserto até Horebe, o monte de Deus. Ao chegar no lugar de encontro, 40 dias depois, ele entra numa caverna e passa a noite ali. Deus se lhe manifesta a ele e pergunta a ele o que ele estava fazendo ali. Sentindo-se revigorado e obediente a Palavra do Senhor, Elias seguiu viagem, mas o desânimo logo o cercou novamente e ele entrou em uma caverna em Horebe e parou. Vendo-o, o Senhor lhe perguntou por quê havia parado. Elias respondeu que mesmo sendo zeloso ao Senhor, estava sozinho em sua obediência a Ele. Porém, Deus lhe dá instruções para continuar seu ministério, pois ainda havia muito pelo que lutar. Sete mil servos fieis a Deus ainda não havia se prostrado diante da apostasia de Acabe e Jezabel. Pessoas que amavam ao Senhor.

Todos nós passamos por momentos assim, vejo que o próprio Deus se encarrega de cuidar de nós. Na vida de Elias, eu percebo que Deus, e não nós é quem merece todo o mérito por tudo o que fazemos e realizamos em Seu Nome, pois a força que temos, vem dEle.

III. Elias encontra Eliseu

Revigorado e restaurado, Elias obedece a voz do Senhor e encontra Eliseu, aquele que assumirá o posto de profeta, em seu lugar. A atitude de Eliseu é uma das mais belas que vejo em um vocacionado. Quando é chamado por Elias, para segui-lo. Ele deixou a junta de bois com a qual trabalhava e o pediu para beijar seu pai e sua mãe, algo que Elias consentiu. Em seguida, Eliseu matou a junta de bois, fez um grande banquete, e seguiu o profeta. 

Muitos de nós quando chamados complicamos muito as coisas, colocamos tantos empecilhos, fazemos tantas provas, enfim. Queremos ter certeza que de fato, é Deus que nos chama. Mas Eliseu não. Ele rapidamente se desprendeu de tudo o que podia segurá-lo e seu sua vocação. Além disso, ele mata os animais, com os quais trabalhava, o que é uma garantia de que nunca mais voltaria para a “velha vida”. O que vemos nesse homem de Deus, é uma convicção maravilhosa em Deus e no chamado. Foi prontamente que Eliseu seguiu a Elias, como fora prontamente que muitos dos discípulos de Jesus seguiram a Jesus. Quando Deus nos chama, significa que ele há tempos vinha trabalhando nesse nosso chamado. Assim, 

Conclusão

Quando pregamos em obediência ao Senhor, cremos que ele já preparou os corações em que ele irá ministrar a fé e gerar neles a salvação. Basta tão somente que preguemos com fé de que a obra da salvação pertence ao Senhor que salvará o ouvinte para sua própria glória. Amém!

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