Capítulo 4: O Cristão na Pós-Modernidade




Texto Bíblico Base Semanal: 1 João 2.1-12

1. Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.
2. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.
3. E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos.
4. Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.
5. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele.
6. Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.
7. Irmãos, não vos escrevo mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. Este mandamento antigo é a palavra que desde o princípio ouvistes.
8. Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós; porque vão passando as trevas, e já a verdadeira luz ilumina.
9. Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas.
10. Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo.
11. Mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos.
12. Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos são perdoados os pecados.

Momento Interação

De maneira geral, é possível afirmar que a vida cristã possui características e objetivos comuns em todos os momentos da história. A ordem de “santificar a Cristo no coração” (1 Pe 3.15), por exemplo, se aplica a todos os cristãos em todos os momentos históricos. No entanto, é possível afirmar que cada momento histórico apresenta desafios próprios para o cristianismo. Nós somos chamados por Deus para viver a vida cristã num tempo específico. Por isso, no exercício de santificar a Cristo no coração, por exemplo, cristãos de diferentes épocas se deparam com diferentes dilemas e desafios. Neste capítulo procuraremos avaliar à luz da Bíblia, um desafio próprio para os cristãos contemporâneos, que vivem na chamada pós modernidade.

Introdução

A era pós-moderna com seus progresso científico, tecnológico e o "desenvolvimento" filosófico trouxe inúmeros desafios para o cristão, especialmente agora no século XXI. Com seus novos paradigmas e sua ideologia propõe-se um novo estilo de vida, mas muitas vezes oposto aos ideais bíblicos expostos no Evangelho. O desafio do cristão é permanecer inabalável na defesa dos inegociáveis princípios bíblicos.

A era pós-moderna propõe um novo estilo de adoração, uma adoração não racional, mas emocional, onde as pessoas querem sentir Deus e não conhecer a Deus. A influência do existencialismo no cristianismo trouxe uma série de superstições, crendices, misticismos, equívocos interpretativos e como cristãos temos que além de permanecer em defesa da verdade, desmistificar e esclarecer aquilo que é deturpado por falsas ideologias, filosofia existencialista e até mesmo combater a influência do materialismo e do secularismo na igreja.

Comparando a igreja atual com a igreja de duas décadas vemos muita diferença. Como cristãos reformadores em nosso legado protestante defenderemos arduamente a verdade e lutaremos pela reforma mantendo a igreja pura e preparada para estar sem mácula ao encontrar o Senhor.

I. O Perigo dos Falsos Mestres

Além da perseguição feroz a qual irrompeu sobre a igreja, esta também enfrentou as ameaças de falsos mestres. Esses falsos ensinadores podem parecer muito zelosos pela causa de Deus, mas como misturam verdade com mentira deve-lhes fazer oposição, não porque sejam maus em si, pois muitos deles são até sinceros, mas como colocam sobre suas falsas teorias como sendo resultado de revelação divina deixando de lado a Palavra de Deus ou a distorcendo, são uma ameaça para a pureza doutrinária da igreja e colocam em risco a espiritualidade dos recém conversos e mesmo a de irmãos mais experientes.

O inimigo tem procurado dividir e esfacelar a igreja de Cristo e tirar-lhe a força, uma vez que na união há força e na divisão há fraqueza. Hoje tem havido separação e divisão onde deveria haver união e unidade. As divisões desonram a religião de Cristo diante do mundo e dão ocasião para que os ímpios justifiquem sua reprovável conduta. Paulo advertiu inúmeras vezes contra os falsos mestres: "Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com seu próprio sangue; Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles" (At 20.28-30).

"Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras" (2 Co 11.13-15).

II. O Perigo dos Falsos Irmãos

Em 2 Coríntios 11.26, Paulo afirmou que entre muitos dos perigos pelos quais ele passou houve o perigo entre falsos irmãos. De fato, tal ameaça é muito perigosa tendo em conta que sabemos quem são nossos inimigos declarados, mas não sabemos quem são nossos falsos irmãos. Em Gálatas 2.16, Paulo novamente menciona falsos irmãos que tentavam espreitar deles a liberdade em Cristo e reduzí-los à escravidão.

Satanás tenta apartar os cristãos da fé se utilizando de servos externos e internos, ou seja, Satanás tem súditos fora e dentro da igreja e se utiliza de falsas doutrinas, perseguição de inimigos e mesmo a bajulação de falsos irmãos, falsos amigos, o que é uma forma de perseguição mais sutil e perigosa. Muitos cristãos não se apartaram da fé, mas cederam ante o desânimo causado por desprezo e abuso espiritual por parte de falsos irmãos. Saíram da igreja feridos e magoados, ferida esta que nunca cicatrizou.

Como membros da igreja nossa função é animar e ajudar uns aos outros e nunca invejar, derrubar, "puxar o tapete", torcer para o outro fracassar, derrubar o outro através de calúnias, difamações e mentiras. Ao vermos um irmão prosperando em todos os sentidos nossa exclamação deve ser: Convém que ele cresça e eu diminua! (Jo 3.30). O princípio que governa os habitantes do céu é, primeiro Deus, depois meu próximo e por último eu.

III. Sendo Sal da Terra e Luz do Mundo

Nos tempos bíblicos o sol não era usado somente para dar sabor aos alimentos, mas também para conservá-los. Ao propagar o Evangelho do reino de Deus os cristãos exercem uma influência conservadora em defesa dos princípios bíblicos. Assim como o sal se se tornasse insípido não teria serventia, o mesmo ocorre com o cristão que perde suas características distintivas e é reformado e remodelado pelo mundo. Só seremos autênticos cristãos se defendermos o Evangelho de Cristo.

A luz sempre representou a presença divina (Gn 1.3; 3.24; Sl 27.1; Is 60.1; Dn 2.22; 2 Co 4.6; 1 Jo 1.5, etc...) e quando os cristãos aceitam a Jesus, a luz do mundo (Jo 8:12) também são chamados a resplandecer essa luz (Is 60.1-3). Como seguidores de Jesus devemos comunicar luz a um mundo que perece em trevas (Is 42.6; 49.6; At 13.47). Para sermos luz do mundo devemos guardar também nossos olhos. "São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o seu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos foram maus, todo o teu corpo estará em trevas, caso a luz que há em ti sejam trevas, que grandes trevas serão!" (Mt 6.22,23). Nas Escrituras a luz e as trevas representam os dois poderes antagônicos do bem e do mal. A luz representa Deus e o bem, as trevas representam os inimigos de Deus, o mal.

Porque Jesus menciona os olhos nessa pregação? Os olhos são uma parte do cérebro e representam o contato do cérebro com o mundo exterior. "O olho humano é uma estrutura complexa, formada por diversas estruturas, como a pupila, a íris, a córnea e a retina, que trabalham juntas, para que o olho possa captar as imagens que vemos. Na retina (aonde a imagem é projetada), acontece um fenômeno bem interessante: a transformação da luz/imagem em sinais nervosos. É como se a imagem fosse traduzida para uma língua que o cérebro entende. E isso acontece graças a células chamadas de cones e baçonetes.

Conclusão

Jesus espera que Seus discípulos representem Seu caráter e sigam e defendam Seus princípios expostos no Evangelho. Para sermos o sal da terra e a luz do mundo devemos manter constante comunhão com Jesus, para que assim como a lua reflete a luz do sol, também os cristãos reflitam a luz de Cristo Ao visitar uma igreja, um incrédulo deve ficar convencido do poder e da existência de Deus vendo o amor e a unidade entre os irmãos. Nas escolas, nos empregos, no dia a dia cada cristão é observado, sabendo ele ou não e cada um de nós temos a grande honra e também a responsabilidade de refletir ao mundo a luz do Evangelho de Jesus Cristo.

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