Capítulo 5: O Cuidado de Deus com seu Povo no Deserto

 




Texto Bíblico Base Semanal: Deuteronômio 8.1-18

1. Todos os mandamentos que hoje vos ordeno guardareis para os cumprir; para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR jurou a vossos pais.
2. E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não.
3. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem.
4. Nunca se envelheceu a tua roupa sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos.
5. Sabes, pois, no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, assim te castiga o Senhor teu Deus.
6. E guarda os mandamentos do Senhor teu Deus, para andares nos seus caminhos e para o temeres.
7. Porque o Senhor teu Deus te põe numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes, e de mananciais, que saem dos vales e das montanhas;
8. Terra de trigo e cevada, e de vides e figueiras, e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel.
9. Terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela; terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes tu cavarás o cobre.
10. Quando, pois, tiveres comido, e fores farto, louvarás ao Senhor teu Deus pela boa terra que te deu.
11. Guarda-te que não te esqueças do Senhor teu Deus, deixando de guardar os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus estatutos que hoje te ordeno;
12. Para não suceder que, havendo tu comido e fores farto, e havendo edificado boas casas, e habitando-as,
13. E se tiverem aumentado os teus gados e os teus rebanhos, e se acrescentar a prata e o ouro, e se multiplicar tudo quanto tens,
14. Se eleve o teu coração e te esqueças do Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão;
15. Que te guiou por aquele grande e terrível deserto de serpentes ardentes, e de escorpiões, e de terra seca, em que não havia água; e tirou água para ti da rocha pederneira;
16. Que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheceram; para te humilhar, e para te provar, para no fim te fazer bem;
17. E digas no teu coração: A minha força, e a fortaleza da minha mão, me adquiriu este poder.
18. Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, que ele é o que te dá força para adquirires riqueza; para confirmar a sua aliança, que jurou a teus pais, como se vê neste dia.

Momento Interação

Em Deuteronômio 8 somos exortados a nos lembrar de tudo o que o Senhor já fez e como nos conduziu pelos diversos caminhos da vida. Tanto os bons, quanto os maus momentos devem ser encarados como treinamento, aperfeiçoamento, pois por meio dele o Senhor quer conhecer as nossas verdadeiras intenções. Muitos crentes dizem que são capazes de dar a vida pelo Senhor, mas na hora da provação o negam com suas atitudes, assim como fez Pedro. Um dos objetivos das provações é exatamente este, revelar quem realmente somos, para que tenhamos a consciência de que é preciso melhorar. Além disso, somos exortados a não nos esquecer do Senhor quando a provação finalmente tiver passado e formos introduzidos na terra da promessa. Não é incomum que o crente seja submisso e profundamente dedicado, enquanto as coisas vão mal, e se desviar dos mandamentos do Senhor quando está tudo indo mal. Neste capítulo, a grande lição é para que tenhamos em mente, sempre, os mandamentos do Senhor e Sua bondade, para que não nos desviemos deles e sejamos expulsos da terra da promessa.

Introdução

Em virtude dos acontecimentos com Israel na peregrinação no deserto pelo período de quarenta anos, reiteradas vezes o Senhor ajudou o povo hebreu por várias razões, entre as quais, foram a apostasia, a idolatria e a incredulidade. Deus como Senhor e Soberano das nações, sempre é fiel em suas palavras e promessas. Ainda que aquela geração perder-se-ia em suas próprias iniquidades, tombando nas areias do deserto sendo para aquela geração o cemitério, ali se encontrava uma nova geração forte, corajosa e dispostos a a entrarem na terra que o Senhor prometera à Abraão. Antes de entrarem na terra e conquistá-la, Moisés em suas últimas palavras aos hebreus, tem por objetivo relembra à nação, todo o cuidado do Senhor para com a primeira geração desde a partida do Egito, até o momento em que a segunda geração busca prosseguir na jornada. Aquele momento para Israel, é um precioso momento para trazerem em suas memórias, tudo aquilo que o Senhor fez por eles ao longo da jornada no deserto pelos quarenta anos.

I. Uma Recordação Maravilhosa

É deveras comum, sempre quando eventos ou acontecimentos, sobretudo na história bíblica, os autores sagrados relembram momentos de tamanha importância com o foco em exortar ou repreender o povo. Seja a batalha de Gideão e os seus 300 valentes contra os midianitas, seja a prática do adultério e o homicídio cometidos por Davi, encontra-se na Palavra de Deus, tudo o que necessitamos para uma vida de integridade e fidelidade ao Senhor. Aos hebreus, lembra o grande legislador Moisés, dos mandamentos, e ordenanças do Senhor para assim, ele devessem prosseguir em uma jornada de fé com o Criador.

1. Preparando-se para entrar na Terra Prometida. A mensagem de Moisés antes de os hebreu entrarem na Terra Prometida, foi separada em três partes:  lembranças do deserto, lembranças dos mandamentos e lembranças das promessas aos patriarcas. Cada uma delas tem por foco o encorajamento dos hebreus na conquista da Terra Prometida, o cuidado de suas vidas para com o Senhor, o zelo pelos mandamentos e o dever de se guardarem do pecado, da idolatria e da iniquidade, sendo este último a razão principal de o legislador hebreus relembrá-los aquela população que possuiria a terra que lhes era por herança aos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó.

2. Lembranças do Deserto. A primeira exortação de Moisés foi em relação ao povo no deserto sustentado pelo Senhor. Não fosse o Deus de Abraão pronto à socorrer os hebreus, nem do Egito sairiam, quanto mais do seu povoamento no deserto que resultaria em consequente ruína. Deus em seu eterno amor e misericórdia, preservou e conservou o seu povo com milagres, sinais, leis, ordenanças e com a própria manifestação divina em diversos momentos durante a peregrinação do Povo de Israel.

3. Lembranças dos Mandamentos. Os mandamentos foram dados à Israel por diversas razões sendo a principal delas a segurança e proteção dos próprios hebreus entre sí, já que ficaram um longo período no Egito (430 anos), o que resultou na perda da sua identidade como uma nação, ainda que formalmente não existisse ainda. Estas leis serviriam como forma de se estabelecerem em paz e obediência ao Senhor na nova morada dos hebreus.

4. Lembranças das Promessas dos Patriarcas. A promessa que o Senhor fizera a Abraão, e foi ratificada em seus sucessores Isaque e Jacó, estava prestes à se cumprir. Moisés transmite ao povo tudo aquilo que o Senhor prometeu à eles, era por conta juramente a qual realizou ao gentio Abraão, quando este se encontrava entre seus patrícios em Ur dos Caldeus. Israel deveria recordar que, em cada momento, Deus velou a sua Palavra para a cumprir de maneira plena (cf. Jr 1.12).

II. O Cuidado de Deus

Deuteronômio 8.1-16 trata-se acerca da atuação divina no meio do povo e a exortação do grande legislador hebreu Moisés em guardar todos os mandamentos do Senhor quando estes estarem à entrar na Terra Prometida. No texto bíblico, encontramos fundamentos e preceitos para uma poderosa vida cristã, sobre o cuidado de Deus, a Palavra de Deus e a vontade de Deus. A exortação de Moisés foi necessária aos hebreus ontem e nos é necessária hoje à todos que amam e escutam a poderosa voz de Deus atentamente.

1. O Zelo de Deus. Não se encontra maior zelo, carinho e amor do que no cuidado do Senhor. É neste zelo em que os famintos são alimentos, corações são consolado, almas são purificadas e a Palavra do Senhor transforma e restaura vidas. Ainda que Israel tivesse desrespeitado todas as ordenanças e os mandamentos, Deus preservou a segunda geração, exceto Josué e Calebe da geração que veio das terras do Egito para o deserto. Deus preserva e conserva os seus diante das aflições e das provações. Sua fidelidade não tem fim e a sua misericórdia é a razão de não sermos consumidos. Ainda que sejamos infiéis como o foi o povo hebreu, Ele permanece fiel.

2. A Palavra de Deus. O Zelo de Deus vem acompanhado da sua gloriosa Palavra. Quando Moisés encontrou-se com o Senhor por intermédio da Sarça Ardente, Deus revelou à Ele como sendo o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Durante a peregrinação de quarenta anos, o Deus Altíssimo falou ao povo em diversas ocasiões para exortá-los, corrigi-los e repreendê-los. Israel foi infiel e incrédulo para com Deus e as consequências foram as mortes de quase toda a primeira geração hebreia no deserto por sua infidelidade e completa insensibilidade para com a Palavra de Deus e o Deus da Palavra. Entretanto, a sua Palavra não retorna; antes, faz o que lhe apraz. A segunda geração por intermédio de Moisés durante as proximidades das planícies do Jordão, escuta atentamente para as recomendações da mensagem divina (cf. Dt 8.11-13).

3. A Vontade de Deus. Tudo diante dos hebreus só ocorreu em virtude da perfeita vontade de Deus. Devemos claramente compreender que, em todos os acontecimentos até aquele momento, tudo aquilo que só foi possível graças à vontade do Deus de Abraão. Não encontramos dúvida alguma de que todos os eventos do povo hebreu, estão sob o controle do Criador e Mantenedor de Todas as Coisas. Esta foi a mensagem inicial de Moisés aos seus patrícios quando iniciou o seu discurso diante de Israel (cf. Dt 8.1-3), que é a completa dependência de Israel, do poder e da autoridade do Senhor, agindo em todos os momentos dos descendentes de Abraão, fortalecendo-os e abençoando as suas vidas.

III. Deus é quem dirige os passos do seu Povo no Deserto

Uma pergunta deverá ser feita à nós: diante de toda a peregrinação do povo de Israel com a instituição da Lei, seus rituais e a sua forma litúrgica de se adaptar e prestar serviço e adoração ao Criador, o que esta jornada representa à nós neste dias? Como toda a Escritura é inspirada (cf. 2 Tm 3.16,17), as lições bíblicas mostra-nos a excelência do poder de Deus no curso da história humana e como Ele lida de modo sublime e soberano com o seu povo em toda a terra, que se encontra sob o seu controle.

1. Fé nos Caminhos do Altíssimo. A jornada do cristão é uma jornada rumo ao encontro com Deus e não para satisfazer ao corpo e ao coração. Os caminhos de Deus são entradas pelas quais os fiéis devem transitar. A jornada celestial é semelhante a peregrinação hebreia em seus aspectos. A caminhada é longa, a jornada é desafiadora, as provações são inúmeras mas quem nos sustenta é o Senhor da Jornada. Afim de prosseguir com perseverança rumo às mansões celestes, o cristão tem de seguir na escaldante estrada da vida, não como os hebreus, mas sim como verdadeiros discípulos de Cristo Jesus, os quais verdadeiramente são o Sal da Terra e a Luz do Mundo (cf. Mt 5.13,16).

2. Seguidora dos Preceitos de Deus. Israel no deserto falhou em observar os mandamentos do Senhor. À cada exortação de Deus em obedecer as ordenanças do levíticas, o povo hebreu, buscando fazer o que acreditava se melhor aos seus próprios olhos. Jesus Cristo disse aos seus discípulos que aquele que o ama guarda os seus mandamentos (Jo 14.21,23) e o apóstolo João diz-nos que os seus mandamentos não são pesados (1 Jo 5.3). A Igreja de Cristo Jesus, redimida e lavada pelo Sangue do Cordeiro é a Agência Missionária de Excelência, a genuína seguidora dos preceitos de Deus, dos mandamentos e da autêntica doutrina de Cristo.

3. Esperando a Redenção do Altíssimo. Na estrada da vida, surgem grandes tempestades das quais devemos enfrentar; não é diferente com o povo de Deus. Em constante contraste com a nação israelita, o povo escolhido do Senhor aguarda algo maior e especial de Deus. Israel aguardava a Terra Prometida, terra esta que mana leite e mel (Nm 14.8; Dt 26.9). A Igreja de Deus aguarda uma terra eterna, santa, fiel, celestial, aonde os prosseguiram fielmente em sua trajetória terrena e repousam em glória na presença do Senhor e Salvador Jesus Cristo. A jornada do cristão é mantida na redenção do Altíssimo, à saber, Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Conclusão

Ao longo deste estudo sobre a jornada de Israel no deserto, aprendemos o quanto Deus é amoroso e o quanto Ele cuida de nós no decorrer da caminhada. Aprendemos também que uma jornada com o Senhor, vem acompanhada de lutas e provações e em todos elas o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó vem ao nosso auxílio, conduzindo-nos rumo à Terra Prometida dos Salvos, a Jerusalém Celestial, a Casa do Pai.


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