Capítulo 5: A Vida Eterna e o Castigo Eterno




Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 25.31-40

31. E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória;
32. E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas;
33. E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.
34. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;
35. Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
36. Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver.
37. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?
38. E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?
39. E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?
40. E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.

Momento Interação

Quão horrível e triste a condenação e o tormento eterno. Rejeitar à Cristo e à Sua palavra é de modo condenatório já na terra. E quão regozijante e alegre aqueles que estão e os que estarão na glória com o Senhor. Estas duas grandes reflexões o Senhor nos passa acerca da conclusão do Seu Sermão Profético. Todo o ensinamento que Jesus nos legou neste Sermão, serve-nos de aviso de preparação e adequação acerca de nossa vida daqui para a eternidade. Bons Estudos e até o próximo Comentário Bíblico Mensal se o Senhor assim o permitir. 

Introdução

Uma das passagens escatológicas mais discutidas é a que foi registrada por Mateus no final da detalhada exposição profética feita pelo Senhor Jesus no Monte das Oliveiras, dias antes de Sua crucificação e gloriosa ressurreição. Essa passagem está contida em Mateus 25.31-46. Se nas passagens bíblicas teoricamente mais fáceis de interpretar devemos ter o máximo de cautela para não adotar a posição de infalibilidade interpretativa, muito mais devemos fazer isso com o texto em questão. No entanto, não podemos fugir da tentativa de compreendê-lo em sua plenitude, pois é Palavra de Deus para nós. Que o Espírito do Criador possa nos guiar nessa incessante caminhada. As palavras do Mestre em Mateus 25.31-46 têm gerado diversas interpretações. São usadas até mesmo por aqueles que pregam a justificação perante o Criador através das boas obras, ideia que não refutaremos neste artigo, pois encontra-se tão afastada da verdade redentora revelada no evangelho e ministério de Cristo que não merece ser incluída num artigo que visa, principalmente, trazer alguma luz sobre a passagem, tendo como base inegociável o amor e a justiça do Eterno Pai. As dúvidas e diferentes interpretações relacionadas a essa passagem geralmente se relacionam com o tempo e a forma como será concretizada essa profecia dita pelo Salvador.

Os fatos narrados pelo Mestre em Mateus 25.31-46 se darão imediatamente após a Sua gloriosa volta ou após o Milênio? Essa passagem é um forte argumento amilenista? É o Juízo Final? Todos os acontecimentos narrados na passagem ocorrerão no mesmo momento, numa sequência temporal imediata? Todos os elementos simbólicos usados pelo Senhor englobam a totalidade das pessoas que existirão naquele momento? É um julgamento de nações ou de pessoas? Essas e outras questões serão abordadas neste capítulo.

I. A Vinda de Jesus em Glória

Jesus revela que todas as nações serão reunidas diante Dele e que haverá uma separação (Mt 25.32). Esse é o tema principal do texto sobre o qual estamos meditando. Dois grupos de pessoas sendo separados e destinados a realidades distintas. Cremos que, quando falamos em separação, não devemos dissociar este texto de outros semelhantes, os quais trazem também revelações do Senhor a respeito da separação que ocorrerá no fim dos tempos. As revelações das Escrituras devem ser compreendida como um conjunto harmonioso (Sl 119.160). Jesus, ao mencionar essa separação, em todo momento fala de dois grupos. Convém lembrar que antes de falar sobre a separação usando a figura das ovelhas e dos bodes (Mt 25.33), Ele já a tinha mencionado utilizando outras figuras, todas elas, assim como a separação de bodes e ovelhas, bem familiares e de fácil compreensão para os seus ouvintes.

II. Jesus fala sobre a Vida Eterna

Da mesma forma que a Bíblia mostra a reunião dos ímpios diante da vinda do Senhor e a separação dos mesmos para o juízo, revela que os justos, os escolhidos ou Igreja, como se queira denominar, serão reunidos também. Se a Igreja era um mistério para os profetas do Antigo Testamento, imaginem a reunião da Igreja no momento da gloriosa volta de Cristo...; no entanto, esse mistério começou a ser revelado por nosso Salvador. Ele detalha claramente quando e como se dará essa reunião sublime: "E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus" (Mt 24.29-31).

O Messias revela cronologicamente os detalhes. Imediatamente após a grande tribulação, os sinais que antecedem o Dia do Senhor se manifestarão e o próprio sinal Dele aparecerá nos céus. As "tribos da terra"  se lamentarão diante dessa gloriosa aparição divina. O Senhor aparecerá no céu juntamente com os Seus anjos. Os justos, justificados por Cristo e pertencentes ao Seu Corpo, serão reunidos nos ares no momento em que a última trombeta tocar. Nesse momento, os mortos em Cristo ressuscitarão e os que estiverem vivos serão transformados, todos recebendo corpos glorificados para, logo depois desse encontro nos ares, descer à Terra com o Senhor (cf. 1 Co 15.51-52, 1 Ts 4.15-18, Zc 14.1-4). 

III. Jesus fala sobre o Castigo Eterno 

Os que estão à sua direita são chamados “Benditos de meu Pai!”, isto é, recebem a bênção que Deus prometeu a Abraão e à sua descendência (Gn 12.3). Eles são convidados a tomar posse do Reino, preparado para eles desde a fundação do mundo. O motivo da sentença é este: “Tive fome e sede, era estrangeiro, nu, doente e preso, e vocês me ajudaram!”

A parábola tem um suspense. Até agora não se disse quem são as ovelhas que ficam à direita do Juiz. Sabemos apenas que elas acolheram o Juiz quando este estava faminto, sedento, estrangeiro, nu, doente e preso. E, pelo jeito de falar, “meu Pai” e “Filho do Homem”, sabemos também que o Juiz é Jesus.

E quanto aos bodes que são colocados do lado esquerdo? Jesus diz: "Então [o Rei] dirá aos à sua esquerda: Afastem-se de mim, amaldiçoados; vão para o fogo eterno preparado para o Diabo e seus anjos. Pois fiquei com fome, mas vocês não me deram nada para comer; e fiquei com sede, mas vocês não me deram nada para beber. Eu era um estranho, mas vocês não me receberam hospitaleiramente; estava nu, mas vocês não me vestiram; doente e na prisão, mas vocês não cuidaram de mim" (Mt 25.41-43) Os cabritos merecem esse julgamento, pois não trataram com bondade os irmãos de Cristo aqui na Terra, como deveriam ter feito. Os apóstolos aprendem que o futuro tempo de julgamento terá consequências permanentes, eternas. Jesus lhes diz: "Então [o Rei] lhes [dirá]: Eu lhes digo a verdade: O que vocês não fizeram a um destes menores, a mim não o fizeram. Estes partirão para o decepamento eterno; mas os justos, para a vida eterna" (Mt 25.45,46).

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