Comentarista: Leonardo Pereira
Texto Bíblico Base Semanal: Sofonias 3.1-7
1. Ai da rebelde e contaminada, da cidade opressora!
2. Não obedeceu à sua voz, não aceitou o castigo; não confiou no Senhor; nem se aproximou do seu Deus.
3. Os seus príncipes são leões rugidores no meio dela; os seus juízes são lobos da tarde, que não deixam os ossos para a manhã.
4. Os seus profetas são levianos, homens aleivosos; os seus sacerdotes profanaram o santuário, e fizeram violência à lei.
5. O Senhor é justo no meio dela; ele não comete iniquidade; cada manhã traz o seu juízo à luz; nunca falta; mas o perverso não conhece a vergonha.
6. Exterminei as nações, as suas torres estão assoladas; fiz desertas as suas praças, a ponto de não ficar quem passe por elas; as suas cidades foram destruídas, até não ficar ninguém, até não haver quem as habite.
7. Eu dizia: Certamente me temerás, e aceitarás a correção, e assim a sua morada não seria destruída, conforme tudo aquilo porque a castiguei; mas eles se levantaram de madrugada, corromperam todas as suas obras.
Momento Interação
Em Sofonias 3, o Senhor Deus apresenta um paralelo entre o comportamento humano e o Seu. Um comportamento injusto e opressor de nossa parte e o comportamento justo e benigno do nosso Deus. Todos os dias cometemos muitos erros. Todos eles ferem o coração de Deus. Mas o que lhe causa mais dor é o fato de estarmos atentos à sua correção. Todos os dias Ele está entre nós por meio de seu Espírito Santo, e poucos de nós prestam atenção às suas palavras. Por isso precisamos estar atentos à sua Palavra e à direção do seu Espírito, para que possamos desfrutar da paz da sua justiça.
No capítulo três, o profeta muda abruptamente de assunto da ira de Deus contra as nações vizinhas para a situação de Jerusalém. Deus vai direto ao ponto ao descrever o núcleo do problema do antigo Israel, assim como em nossas vidas: a falta de vontade de ouvir a Deus, de aceitar a correção, a nossa falta de vontade de colocar nossa confiança no Senhor, e de buscarmos a Deus como deveríamos. Todo o resto que dá errado são consequências, sintomas, da nossa falta de vontade de ter um relacionamento íntimo com Deus. A nossa condição contrasta totalmente com a descrição de Deus no versículo cinco.
Introdução
Neste capítulo estudaremos sobre a primeira parte do capítulo 3 do Livro de Sofonias no que se refere sobre o juízo divino em Jerusalém. O profeta menciona que a situação da capital de Judá era trágica e decadente. A população encontra-se descrente no Senhor, a iniquidade continua ganhando o seu poderio entre os judeus e a ira divina continua crescendo de maneira contra o povo da nação do norte, de modo a promulgar um julgamento imediato perante a capital da nação santa e escolhida do Criador dos Céus e da Terra. Também neste estudo aprenderemos também sobre o que um verdadeiro servo do Senhor deve agir em conformidade com a sua Palavra e sua vontade, não estando momento algum, enveredado por caminhos escuros e tortuosos, mas sim, atentando-se sempre a mensagem divina por intermédio dos autores inspirados pelo Santo Espírito inclusos nas Escrituras Sagradas..
I. Deus Enviará Disciplina à Jerusalém
Deus atua de maneira soberana nas nações de diversas formas e com variadas situações. Judá estava em uma situação moral e espiritual extremamente crítica. O povo na imoralidade e na incredulidade. Os sacerdotes inertes diante da situação e a monarquia seguindo rumo à sua destruição eminente. Diante desta grande calamidade, o Senhor ergue Sofonias como o
seu arauto nestes tempos difíceis para exortar o seu povo, e repreendê-los pelas suas más obras e sua falta de fé. Em momentos de grande turbulência na nação, Deus haverá sempre de corrigir o seu povo, disciplinando-os para os mesmos não serem destruídos e condenados à ruína presente e eterna.
1. O Juízo em Jerusalém. Os cidadãos de Jerusalém se comportavam de maneira rebelde e incrédula. Não mais buscava à Deus e nem mesmo a sua Palavra. Mais do que buscarem seguir os seus próprios desígnios, tinham eles por alvo de suas vidas não buscarem mais ao Criador. Por isso, a grande indiferença como povo de Judá, a falta de zelo com as questões espirituais e morais da nação e as questões no que concerne a exortação que provém do profeta Sofonias para os seus patrícios, tinham como objetivo o iníico de um justo julgamento para Jerusalém. Da capital para a nação provinha intenções que Deus não se agradara. Antes, Ele mesmo os condena e através do seu profeta, diz-lhes que haverá à eles um juízo, por não darem ouvidos à sua voz, e por serem rebeldes e indiferentes quanto as questões espirituais de suas vidas e da própria população (Sf 3.1,2).
2. A Condição de Jerusalém. O Profeta Sofonias diz que as pessoas da cidade de Jerusalém estavam em uma situação de decadência moral e cegueira espiritual: "Ai da rebelde e contaminada, da cidade opressora! Não obedeceu à sua voz, não aceitou o castigo; não confiou no Senhor; nem se aproximou do seu Deus" (Sf 3.1,2). A cidade vivia uma completa apostasia. Um distanciamento completo de Deus levava-os a dizerem que não precisaram mais do Senhor, nem mesmo desejar buscá-lo. Se consideravam autosuficientes e por isto, receberam do Altíssimo um severa advertência, por sua iniquidade e desde a monarquia até mesmo os sacerdotes com o culto ao Senhor (Sf 3.3,4). Mais do que uma corrupção de cidade, era o perigo de ser um reflexo eminente do que ameaçava acontecer em toda a Israel. Sofonias como um profeta do Altíssimo, no Espírito do Senhor, expõe o triste estado da capital da cidade santa, que desde as lideranças da nação até os responsáveis pelos cultos e a exposição da Palavra de Deus, mostra-se uma condição debilitada pela indiferença para com o Criador.
3. A Exortação e a Disciplina Profética. No capítulo 3 do Livro do Profeta Sofonias, é-nos mostrado pela exortação e disciplina profética, com grande seriedade e responsabilidade dos povos têm para com o Senhor, especialmente no caso de Israel. A introdução do terceiro capítulo do livro profético informa-nos como se alastrou à semelhança do fogo em florestas, a incredulidade, a iniquidade e a apostasia generalizada dos judeus para com Jeová. Jerusalém deixara de cultuar a Deus e andar corretamente em seus caminhos. Antes, resolveu abandonar à Jeová e obterem um viver iníquo (cf. Sf 3.4). Tal apostasia da capital da Cidade Santa é um alerta para nós. Tomemos cuidado com a apostasia, pois ela é uma rota que leva-nos à um caminho da condenação (1 Pe 2.1-3; 5.7,8).
II. O Exemplo das outras nações à Jerusalém
No contexto do Antigo Testamento, o juízo divino era configurado de diversas maneiras, entre elas, um castigo como disciplina do Senhor para com o seu povo em meio à diversas condutas incorretas diante dos homens e do próprio Criador. Deus por intermédio de Sofonias, relembra os cidadãos de Jerusalém o que aconteceram com as nações que se rebelaram contra Ele e o seu fim eminente. Devemos sempre relembrar que o Senhor é plenamente um Deus de Amor, mas também é um Deus de Justiça e que jamais permitirá que o pecado fique impune ou que passe desapercebido aos seus olhos. Maior que o seu amor é a sua santidade e que todos nós devemos sempre recordar-nos deste atributo divino. Assim teremos temor e tremor diante da sua presença, majestade, glória e poder. O Deus de Israel é um Deus santo e exige do seu povo, plena santidade em meio à condição moral, social, ética e espiritual da nação (cf. Lv 11.44,45; 1 Pe 1.15,16).
1. A Excelência do Criador. A fim de compreendermos a mensagem profética, teremos de regressar à época em que o Profeta Sofonias exortou o povo judeu. A nação dividida no caso da profecia de Sofonias em Judá, estava corrompida completamente á ponto de se apostatarem completamente dos caminhos do Criador. Antes, foram eles indo mais além ainda, seguindo as suas próprias intenções, e se tornando um povo de dura cerviz, desde o sacerdócio até a monarquia. Por isso, Deus por intermédio do profeta palaciano prenuncia um julgamento severo, para que os judeus, sobretudo o povo de Jerusalém. Deus é soberano nos seus desígnios, mas sempre exortando e disciplinando o seu povo para que entendam que Ele sempre está no controle de todas as coisas, ainda que Jerusalém pensasse ser autossuficiente e autoconfiante em suas ações. A justiça de Deus sempre será cumprida, pois os seus planos não podem ser frustrados (Jó 42.1,2; Sf 3.5).
2. O Exemplo das Nações Estrangeiras. Sofonias em sua mensagem profética, transmite á cidade santa que o julgamento do Senhor às nações estrangeiras é um exemplo do que poderia acontecer com os seus patrícios caso continuassem com as mesmas atitudes dos povos de outras nações: "Exterminei as nações, as suas torres estão assoladas; fiz desertas as suas praças, a ponto de não ficar quem passe por elas; as suas cidades foram destruídas, até não ficar ninguém, até não haver quem as habite" (Sf 3.6). Jerusalém caminhava à passos largos rumo à sua condenção, à semelhança das nações estrangeiras que não ouviam à Deus, desobedeciam à Deus e constantemente entrava em conflitos com o Altíssimo. Sofonias pela sua mensagem exorta-os à um tempo necessário para que regressem aos caminhos do Senhor. A mensagem do profeta palaciano é um alerta para todos nós. Vigiemos para que não entremos em condenação e perecermos em nossos próprios pecados. Se não nos arrependermos e confessarmos as nossas falhas, de igual modo, receberemos o juízo divino pela nossa soberba e iniquidade aos olhos de Deus (Sl 14.1-3; Sf 3.8; Mt 19.23-28; Lc 13.1-5).
III. O Julgamento do Senhor à Jerusalém
O papel do julgamento do Altíssimo à Cidade de Jerusalém possuem vários ensinamentos para nós, sobretudo no que diz respeito ao temor do Senhor ao seu nome e o seu eterno poder e soberania sobre tudo e todos. Deus é santo e jamais permite que o pecado impune, nem mesmo entre os que pertencem a cidade santa e amada por Ele. Por isso, Sofonias exorta-os trazendo sobre eles uma mensagem clara e objetiva, que o Senhor haveria de agir repreendendo-os por suas atitudes errôneas e contrárias à vontade do Senhor, não dizendo d´Ele, o que é correto e justo, mas sim, tratando o próprio Deus como um ser indiferente e abstrato, e inerte às questões humanas. Deus por intermédio do profeta palaciano ensina-os que mais do que encontrar-se presente, o Senhor está sempre consciente e totalmente no controle de todas as situações que vemos e as que não vemos.
1. Jerusalém e a sua Reflexão sobre Vida e sobre Deus. A nação de Judá (Reino do Sul) bem como a sua capital e principal cidade Jerusalém, possuíam uma ideia completamente errônea de suas vidas, de conduta, e de entendimento sobre o Senhor. O próprio Altíssimo por intermédio do profeta define plenamente como os judeus refletiam a respeito de suas próprias vidas e d´Ele mesmo: "E há de ser que, naquele tempo, esquadrinharei a Jerusalém com lanternas, e castigarei os homens que se espessam como a borra do vinho, que dizem no seu coração: O Senhor não faz o bem nem faz o mal" (Sf 1.12). O caminho de uma vida tranquila e agradável para os judeus era viver como bêbados, atônitos a toda e qualquer situação que sobrevier as suas vidas, sabendo que, no pensamento deles, Deus é indiferente com esta situação, não fazendo bem nem mal. Os judeus possuíam uma ideia errada do Senhor e por isso, suas iniquidades cresciam em demasia. Por isso, o Senhor haveria de vir com um justo juízo para que Jerusalém conhecesse verdadeiramente quem é o Deus Vivo e Todo-Poderoso.
2. Devemos buscar conhecer verdadeiramente á Deus. O principal erro dos judeus no que tange á suas vidas e no relacionamento com o Altíssimo encontra-se no principal objetivo de suas vidas terem um foco totalmente errado. Ao invés de voltarem-se para o Senhor com quebrantamento de coração contrito, arrependendo dos seus pecados, o Reino do Sul (Judá), intentava-se contra o Criador, sendo impiedosos chegando-se à ser comparados por Sofonias com as nações estrangeiras, em suas práticas e na desobediência contra o Altíssimo. Um pensamento errado e um entendimento do Senhor contrário à sua Palavra, pode levar-nos à uma vida totalmente incorreta e incompatível com o que o Senhor anseia de nós, se não o buscarmos conhecê-lo verdadeiramente. O pensamento de Judá em crer que Deus não se importa com a nossa condição é incorreta e nas palavras do salmista, não há um ser maior que se importa e se preocupa conosco do que o Altíssimo, o Criador dos Céus e da Terra: "SENHOR Deus da minha salvação, diante de ti tenho clamado de dia e de noite. Chegue a minha oração perante a tua face, inclina os teus ouvidos ao meu clamor" (Sl 88.1,2).
3. Sejamos Sóbrios e Vigilantes. Vivemos tempos difíceis à semelhança do profeta Sofonias. Encontramos em um estado de crise na nação nunca antes vista. No entanto, em tempos trabalhosos (2 Tm 3.1-5), devemos manter-nos sóbrios e vigilantes, pois o Diabo ainda busca aqueles que se mantém firmes no Senhor para devorá-los (1 Pe 5.8). Busquemos sempre á Palavra do Senhor e estarmos atentos à sua voz, pois cremos que Ele tem cuidado de nós (1 Pe 5.7). Evitemos a idéia errônea da inércia do Senhor diante do mundo e da humanidade, pois ela jamais se susterá perante às Escrituras Sagradas. Deus é um ser participativo em nossas vidas, que nos exorta, repreende e corrige aqueles que amam, assim como um pai que corrige os seus filhos para que não suceda em nós coisa pior em nossas vidas. Temos em Deus um porto-seguro para nossas almas e o nosso viver presente com Ele.
Conclusão
O Reino do Sul presenciava um crise interna extremamente conflitante para com o Senhor e os valores divinos à ponto de chegar à serem semelhantes no agir e no pensar com as demais nações estrangeiras. Deus novamente retorna ao justo julgamento que será realizado em Jerusalém como indiferença às advertências que o Senhor havia dito por intermédio de Sofonias. O perigo de dar às costas à exortação divina, está no fato de que corremos o risco de não mais obtermos à direção que nos é necessária para vivermos em retidão de coração e e alma perante o Senhor. Vigiemos quanto ao nosso andar e falar perante os homens e perante Deus. Somente na sua presença é que jamais perderemos o foco de nossas vidas no presente e no porvir.
Recomendação de Leitura da Semana: GOMES, Eliezér. Batalha Espiritual. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.
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