Comentarista: Leonardo Pereira
Texto Bíblico Base Semanal Sofonias 2.1-15
1. Congregai-vos, sim, congregai-vos, ó nação não desejável;
2. Antes que o decreto produza o seu efeito, e o dia passe como a pragana; antes que venha sobre vós o furor da ira do Senhor, antes que venha sobre vós o dia da ira do Senhor.
3. Buscai ao Senhor, vós todos os mansos da terra, que tendes posto por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; pode ser que sejais escondidos no dia da ira do Senhor.
4. Porque Gaza será desamparada, e Ascalom assolada; Asdode ao meio-dia será expelida, e Ecrom será desarraigada.
5. Ai dos habitantes da costa do mar, a nação dos quereteus! A palavra do Senhor será contra vós, ó Canaã, terra dos filisteus; e eu vos destruirei, até que não haja morador.
6. E a costa do mar será de pastos e cabanas para os pastores, e currais para os rebanhos.
7. E será a costa para o restante da casa de Judá; ali apascentarão os seus rebanhos; de tarde se deitarão nas casas de Ascalom; porque o Senhor seu Deus os visitará, e os fará tornar do seu cativeiro.
8. Eu ouvi o escárnio de Moabe, e as injuriosas palavras dos filhos de Amom, com que escarneceram do meu povo, e se engrandeceram contra o seu termo.
9. Portanto, tão certo como eu vivo, diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, Moabe será como Sodoma, e os filhos de Amom como Gomorra, campo de urtigas e poços de sal, e desolação perpétua; o restante do meu povo os saqueará, e o restante do meu povo os possuirá.
10. Isso terão em recompensa da sua soberba, porque escarneceram, e se engrandeceram contra o povo do Senhor dos Exércitos.
11. O Senhor será terrível para eles, porque emagrecerá todos os deuses da terra; e todos virão adorá-lo, cada um desde o seu lugar, de todas as ilhas dos gentios.
12. Também vós, ó etíopes, sereis mortos com a minha espada.
13. Estenderá também a sua mão contra o norte, e destruirá a Assíria; e fará de Nínive uma desolação, terra seca como o deserto.
14. E no meio dela repousarão os rebanhos, todos os animais das nações; e alojar-se-ão nos seus capitéis assim o pelicano como o ouriço; o canto das aves se ouvirá nas janelas; e haverá desolação nos limiares, quando tiver descoberto a sua obra de cedro.
15. Esta é a cidade alegre, que habita despreocupadamente, que diz no seu coração: Eu sou, e não há outra além de mim; como se tornou em desolação, em pousada de animais! Todo o que passar por ela assobiará, e meneará a sua mão.
Momento Interação
No início do capítulo dois o profeta Sofonias enfaticamente pede ao seu povo para que se unam. Ele usa a expressão antes que três vezes no versículo 2, referindo-se à urgência do assunto. Ele enfatiza que o dia do Senhor está bem próximo, e portanto ele exorta as pessoas a se voltar para o Senhor, porque senão elas terão que sofrer as consequências da ira divina. A humildade é uma característica dos grandes personagens da Bíblia. Podemos pensar em Moisés, a quem a Bíblia denomina o homem mais humilde que já viveu na terra (cf. Nm 12.3). A humildade, segundo a Bíblia Sagrada, é uma das principais qualificações para uma liderança de excelência.
Deus sabe que haverá uma chance para o seu povo e que a salvação do povo irá acontecer se eles estiverem dispostos a humilhar-se diante de Deus e entre sí. Ao ligar humildade com justiça, Sofonias deixa claro que a verdadeira humildade está sempre ligada à justiça social. A cura de igrejas, sociedades e comunidades só é possível através da humildade perante Deus (cf. 2 Cr 7.14) e de uns para com os outros. Portanto, busquemos ao Senhor com humildade e retidão, para que possamos estar protegidos quando Ele vier.
Introdução
No estudo desta semana trataremos sobre o julgamento divino do Senhor por intermédio de Sofonias perante as nações estrangeiras. O capítulo 2 do livro profético informa-nos que o Senhor, à semelhança da nação de Judá, exorta aos povos de outras nações que se convertam e humilhem-se perante a poderosa mão de Deus, deixando as suas práticas pecaminosas, idólatras e pagãs. Neste capítulo, conheceremos um pouco mais também da onisciência do Altíssimo, quando Deus através do seu profeta, lida com as nações conhecendo-as profundamente concedendo a elas um diagnóstico da situação na qual, elas se encontravam.
I. O Juízo Divino sobre os Filisteus
Os Filisteus era uma nação adversária de Israel desde épocas remotas. No entanto, como um Deus de amor, de graça e de misericórdia, o Senhor exorta ao povo adversário da nação eleita que abandone as iniquidades ou então viria sobre eles o juízo divino. Filístia retrata a condição de um povo que não cria em Deus, muito menos em sua palavra profética. Sofonias então corajosamente no poder de Deus, entrrega-lhes uma mensagem proveitosa ao seu tempo, de modo que os antigos inimigos de Israel, reconheçam a autoridade divina sobre tudo e todos.
1. O Convite ao Arrependimento. O Profeta Sofonias diz para os filisteus que o Senhor estava convocando-os para um período de grande arrependimento, confissão de pecados e adoração ao Deus Vivo e Verdadeiro. Deus está dando ao povo estrangeiro um tempo para que possam examinar-se a si mesmos e assim, abandonarem as práticas errôneas que possuíam, se atentarem a poderosa voz do Senhor e caminharem na sua presença em sinceridade e integridade de coração. Deus exortando-os a obterem uma vida santa e fiel mostra perante as nações a sua graça, misericórdia, dando-lhes o perdão se convertem dos maus caminhos.
2. O Juízo Divino sobre Filístia. No entanto, devido as suas práticas pecaminosas, idólatras e impiedosas, Sofonias também transmite-lhes um juízo severo perante eles. Suas cidades seriam completamente arrasadas, sua moral abalada e soberba colocada por terra. As suas iniquidades seriam lidadas diretamente com o Senhor que não permite que o pecado continue impune. Deus é misericordioso e gracioso, no entanto, Jeová também é justo e executa corretamente a sua reta justiça. Sofonias proclama com ousada a mensagem divina do fim de suas atitudes perversas, contrárias a vontade do Senhor.
3. A Graça de Deus sobre Filístia. Infelizmente muitas pessoas erroneamente lidam de maneira diversificada com a forma de como o Senhor executa a sua justiça perante as nações, ao tempo em que Ele também transmite o seu amor, misericórdia e graça às nações. É importante nos lembrarmos que o amor de Deus não anula a sua justiça. O Senhor não permite que o pecado continue impune e por isso, exerce com detalhes a sua reta justiça para as nações. Por isso, Deus é santo e plenamente justo, e ainda que não mereçamos a sua graça e misericórdia, Ele derrama a sua infinita bondade, e como um pai exortando aos seus filhos, assim Ele o faz para com as nações, e também para conosco.
II. O Juízo Divino sobre Moabe e Amom
Pela palavra profética, entendemos que as nações de Moabe e de Amom também fizeram o que não lhes era devido na presença do Senhor. Por isso, mediante ao intermédio do profeta Sofonias, o Senhor haveria de julgar também estas nações pelas suas práticas e palavras contra Israel e também contra o Criador. Moabe e Amom enfrentariam um juízo divino em decorrência das suas iniquidades e atos profanos. Chegava o momento destas nações receberem do Altíssimo o que lhes era devido mediante as suas ações contra a nação santa e eleita do Senhor, Israel.
1. O Juízo Divino sobre Moabe. Os moabitas eram um povo que descendia de Moabe, filho de Ló. Eles eram parentes próximos dos israelitas, e até conseguiram conviver com eles amistosamente em alguns períodos da História. Porém em muitas outras ocasiões os moabitas aparecem na Bíblia como inimigos do povo de Deus. Moabe falou de Israel o que não era correto aos olhos do Altíssimo. Deus estava ao mesmo tempo que santificando o seu povo, dando-lhes autoridade perante as demais nações, sendo ela uma nação abençoadora para todo o planeta. No entanto, os amonitas, ainda que exerciam práticas pagãs, iníquas, estavam lietralmente zombando de Israel e Deus não permitiria que eles escarnecessem continuamente. Nas palavras do profeta Sofonias, Moabe seria reduzida às cinzas como ocorreu com Sodoma (Sf 2.9), não restando "pedra sobre pedra". Moabe durante muito tempo, fora inimigos do Povo de Deus e a partir de Sofonias, proclamava a ruína de uma nação que zombava do Povo do Senhor (cf. Is 15; 16; Jr 9.26; 25.21; 48; Ez 25.8:11; Am 2.1-3; Sf 2.8-11).
2. O Juízo Divino sobre Amom. Os amonitas eram os descendentes de Ben-Ami, filho de Ló com sua filha mais nova (Gn 19.38). O povo amonita era aparentado dos israelitas. Este parentesco se devia ao fato de Ló ser sobrinho de Abraão, o grande patriarca do povo de Israel. O Povo do Senhor recebeu ordens divinas para tratar os amonitas com misericórdia (Dt 2.19). Apesar disto, os textos bíblicos revelam que muitas vezes os amonitas foram um problema para os israelitas. Em diversas ocasiões eles aparecem associados a outros povos em oposição ao povo de Deus. Os amonitas também estavam entre os invasores estrangeiros de Judá nos dias do rei Jeoaquim (2 Rs 24.1-4). Vários profetas do Senhor profetizaram o juízo divino contra os amonitas (Jr 49.1-6; Ez 21.20; 25.1-7; Am 1.13-15; Sf 2.8-11). Partindo do profeta Sofonias a mensagem do juízo divino, à semelhança de Moabe, Amom ficaria também destruída por completo, sem qualquer vestígio de continuidade na história, pela sua falta de temor á Deus e ao Povo do Senhor.
II. O Juízo Divino sobre Assíria e Etiópia
Os assírios eram de uma região a norte de Israel, que atualmente é o norte do Iraque. Sua capital era Nínive, que se situava perto da cidade moderna de Mosul. Entre 900 e 600 a.C., Os assírios conquistaram um vasto império, de um tamanho nunca visto antes, e dominaram politicamente toda a região à volta de Israel. O império assírio se tornou uma grande ameaça para os israelitas, que sofreram muitos ataques. Já a Etiópia era um país que ficava ao sul do Egito e que incluía a Núbia, o Sudão e o norte da Etiópia dos tempos modernos. Em hebraico esse país se chamava Cuxe (RA) ou Cuse (RC), nome de um dos filhos de Cam. Israel teve em alguns momentos de sua trajetória como nação, contatos com a Etiópia (Nm 12.1; 2 Cr 12.3; 14.9-13; 2 Rs 19.9). Os profetas a mencionaram (Is 11.11; 18.1; 20.3-5; Jr 46.9; Ez 29.10; 30.4-9; Na 3.9; Sf 3.10). Estas duas nações provocaram a ira do Altíssimo e por intermédio do profeta Sofonias consequentemente, tiveram do Senhor um severo juízo divino.
1. O Juízo Divino sobre a Assíria. Os assírios eram um povo violento e cruel que conquistou vários países, incluindo o reino de Israel. O império assírio foi a maior potência de seu tempo e foi usado por Deus para castigar os israelitas. O reino de Judá sobreviveu como vassalo do império assírio. Quando o império ruiu, os assírios foram conquistados pelos babilônios. A força do império assírio estava no seu exército organizado e tecnologicamente avançado. Eles também usavam o terror para intimidar os inimigos, se tornando famosos por sua brutalidade contra quem derrotavam. Para manter os povos conquistados subjugados, os assírios criaram uma política de deportações. Eles obrigavam povos conquistados a viver em outras partes do império, perdendo sua identidade nacional e união para se revoltarem.
2. O Juízo Divino sobre a Etiópia. Conforme dito anteriormente na introdução deste tópico, a Etiópia em alguns momentos da história bíblica, encontrou-se com Israel em situações adversas (Nm 12.1; 2 Cr 12.3; 14.9-13; 2 Rs 19.9). O Profeta Sofonias promulga-lhes um juízo proveniente do Senhor no que concerne à condição futura dos etíopes: "O Senhor será terrível para eles, porque emagrecerá todos os deuses da terra; e todos virão adorá-lo, cada um desde o seu lugar, de todas as ilhas dos gentios. Também vós, ó etíopes, sereis mortos com a minha espada" (Sf 2.11,12). O profeta diz que o Senhor estará no controle da condição das nações estrangeiras. Da autoridade do Senhor, ninguém poderá fugir ou se esconder. As nações haveriam de prestar contas diretamente ao Deus Vivo.
Conclusão
Neste capítulo estudamos sobre os juízos do Altíssimo que haveriam de sobrevir às nações estrangeiras por intermédio do Profeta Sofonias. Aprendemos também que o Deus de Israel é único e exclusivo detentor dos atributos de conhecer, saber e observar tudo e todos. O Senhor jamais se encontrava inerte enquanto as nações estrangeiras zombavam de Israel e do seu santo nome. Deus estava dando-lhes o tempo necessário para que se arrependessem e criam no seu nome e no seu eterno poder. No entanto, persistindo na iniquidade, Deus jamais se deixaria escarnecer mediante ao pecado. Sobre isto, alerta-nos o apóstolo Paulo: "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna" (Gl 6.7,8).
Recomendação de Leitura da Semana: SOUZA, Éverton. O Reino de Israel. São Paulo: Evangelho Avivado, 2021.
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