Alguns trechos do Novo Testamento parecem sugerir que Jesus já voltaria naquela época. Paulo, por exemplo, disse: "Nós, os vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, de modo algum procederemos os que dormem" (1 Tessalonicenses 4:15). Pedro afirmou: "Ora, o fim de todas as coisas está próximo"
(1 Pedro 4:7). Quase 2.000 anos já se passaram, e Jesus ainda não
voltou. Sabemos que não devemos temer o profeta cuja palavra não se
cumpre (Deuteronômio 18:21-22). Daí vem a pergunta: os apóstolos se
tornaram falsos profetas?
Antes de descartar a autoridade da palavra apostólica, precisamos examinar bem vários fatos:
Jesus disse, e os apóstolos relataram, que o dia da volta dele pertence exclusivamente ao Pai (Mateus 24:36,42,44,50; etc.)
A
linguagem de profecia na Bíblia, às vezes, apresenta eventos futuros no
presente ou no passado para certificá-los, e não necessariamente para
mostrar o tempo de seus cumprimentos. Salmo 2:6, por exemplo, fala sobre
a coroação de Cristo como Rei em Sião como já feita, mas Davi escreveu
este salmo 1.000 anos antes do cumprimento da profecia.
Embora
Paulo tenha se colocado entre os vivos, esperando a volta de Cristo (1
Tessalonicenses 4:15), em outro lugar, ele se incluiu entre aqueles que
seriam ressuscitados (2 Coríntios 4:14). Em nenhum desses trechos,
devemos entender que o apóstolo esteja predizendo a iminência ou a
distância da vinda de Jesus, nem que esteja comentando sobre o seu
próprio estado no Dia do Senhor. Ele está confortando os fiéis ao
afirmar que Deus não esquecerá de ninguém.
O próprio Paulo corrigiu as pessoas que anunciaram a vinda imediata do Senhor (2 Tessalonicenses 2:1-6).
No
contexto em que escreveu sobre o fim de todas as coisas, Pedro falou
também do tempo que restou para seus próprios leitores (1 Pedro 4:2).
Para cada um deles, como para cada um de nós, o fim não tardaria (veja
Romanos 13:11). Alguns interpretam 1 Pedro 4:7 em relação à destruição
de Jerusalém (70 d.C.), mas não temos espaço suficiente aqui para
examinar essa possibilidade.
O
próprio Pedro disse que Deus não falhou na sua promessa, mesmo se
alguns achem demorada a volta de Jesus. Ele usou a mesma linguagem
empregada pelo Senhor (veja as citações de Mateus 24 acima) para mostrar
que ninguém seria capaz de predizer o dia. Pedro entendeu muito bem que
Deus não se limita ao cronograma dos homens (2 Pedro 3:8-13).
Tanto Paulo como Pedro esperavam pelas próprias mortes, confiando na futura vinda de Jesus (2 Timóteo 4:6-8; 2 Pedro 1:13-15).
Considerando
todos esses fatos, podemos manter a nossa confiança na veracidade da
palavra apostólica. As profecias sobre a segunda vinda de Jesus não
foram cumpridas no primeiro século, e ainda não se realizaram até o
início do século XXI. As palavras reveladas pelos apóstolos são
confiáveis (Hebreus 2:1-4), e as promessas de Deus seguras (2 Pedro
3:9).
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