segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Sétimo e Oitavo Mandamento

Sétimo Mandamento - Não Adulterarás (Êxodo 20:14)

 “Eu, porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela” Mateus 5.28

Quando um membro comete o pecado de adultério contra o cônjuge geralmente é redigido no Livro da Ata da Assembleia Geral da igreja local, assim: "pecou contra o sétimo mandamento".
Adultério e sétimo mandamento tornaram-se sinônimos na maioria das igrejas. Com adultério, nos referimos ao relacionamento sexual de uma pessoa casada com outra casada ou solteira. Mas o sétimo mandamento tem uma particularidade no Antigo Testamento. Quando Deus o proferiu ao povo, a mulher tinha um papel bem diferente o da atual sociedade ocidental.
Era comum, em Israel, o homem adulterar com outra mulher, embora esta nunca fora a vontade de Deus para a humanidade. Pela dureza do coração humano, as mulheres eram preteridas por quaisquer desculpas: "Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na mão, e a despedirá da sua casa" (Dt 24.1). A expressão "achar coisa feia" foi responsável por muitas interpretações entre os sábios de Israel. O resultado: por mais absurdo dos motivos os judeus repudiavam as suas mulheres.

Na sociedade dos tempos antigos, as mulheres repudiadas tinham apenas dois destinos para sobreviverem: tornavam-se prostitutas ou mendicantes.

No Novo Testamento, Jesus retomou o ideal de Deus para a humanidade e denunciou a covardia dos homens de Israel, principalmente a dos religiosos, dizendo: "Ouviste o que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar para uma mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela" (Mt 5.27,28). Note que a expressão "achar coisa feia", de Deuteronômio 24.1, perdeu todo o sentido agora. O nosso Senhor estava falando aos homens nestes termos: vocês não têm o direito de repudiar as suas mulheres para ficar com outras mais novas. Assim Jesus asseverou: "Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem" (Mt 19.4-6).
O adultério viola por completo o princípio de Deus para com os seres humanos. Os destinatários das palavras de Jesus eram os homens da sua época. Por quê? Ora, eles determinavam a vida das mulheres. Mas hoje, também, o mandamento fala como nunca e cada vez às mulheres mais independentes: Não adulterarás!
Revista ensinador Cristão. Editora CPAD Ano 16 - N° 61


COMENTÁRIO
O sétimo mandamento diz respeito à pureza sexual e à proteção da sagrada instituição da família, assim como o mandamento anterior fala sobre a proteção à vida.

Infelizmente, vivemos em uma sociedade em que muitos já começam a ver a infidelidade conjugal como uma prática normal. Contudo, segundo a Palavra de Deus, o adultério é e continuará sendo pecado. Encontramos tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, sérias advertências contra a infidelidade conjugal (Êx 20.14; Dt 5.18; Rm 13.9; Cl 3.19). A princípio, a quebra do sétimo mandamento pode parecer doce e até prazerosa, mas o seu fim é amargoso como o absinto (Pv 5.4). Com a infidelidade vem a disfunção familiar. A disfunção é perigosa, é destrutiva para toda a família, para a igreja do Senhor e para a sociedade de um modo geral.


INTRODUÇÃO
O sétimo mandamento continua atual porque o mundo está às avessas, dizendo "não" a tudo aquilo que Deus diz "sim” na sua Palavra, e "sim" a tudo o que a Bíblia diz "não". O resultado é o caos na família e na sociedade. [1]

A atitude de Jesus em relação à mulher surpreendida em situação de adultério, como foi registrado em João 8.1-11, tem sido questionada com o argumento de que essa passagem está ausente do antigo e melhor manuscrito e, onde ela realmente aparece, suas interpretações são extremamente variadas. Entretanto, "está fora de qualquer dúvida que ela faz parte da tradição autêntica da igreja" (A. J. MacLeod, "John", NBC). O Senhor Jesus Cristo não foi conivente com o pecado da mulher, nem a condenou à morte por apedrejamento como seus acusadores haviam sugerido. "A verdade, que estava nele, repreendeu a mentira dos escribas e fariseus. A pureza que estava nele condenou a lascívia que estava nela" Mission and Message of Jesus, p. 795) e Ele disse à mulher que partisse e que não voltasse a pecar. [2]


I. O SÉTIMO MANDAMENTO
1. ABRANGÊNCIA.
O adultério é a relação sexual de um homem casado com uma mulher que não é sua esposa e vice-versa. Para muitos, tal prática pode parecer normal, mas a Palavra de Deus declara: "Não adulterarás" (Êx 20.14; Dt 5.18). Isso vai muito além da cópula extraconjugal. É a proibição de toda a forma de prostituição; é Deus dizendo "não" a todas as concupiscências desnaturais, imaginações e pensamentos impuros e lascivos (Mt 5.27, 28).

O quinto mandamento resguarda a vida familiar de ruptura interna. Mas aqui o sétimo mandamento requer um relacionamento de amor e fidelidade entre marido e mulher. É isso o que Deus espera de todos os casais. Na verdade, são ideais provenientes da criação (Gn 2.24).  [1]


poliandria
Êxo 20.14. Não adulterarás.
A Lei permitia poligamia (talvez uma instituição social necessária à proteção de mulheres solteiras), mas jamais permitiu poliandria (caso em que uma mulher tem vários maridos simultaneamente). O fato de um homem ter relações sexuais com a esposa de outro homem era considerado um pecado hediondo tanto contra Deus como contra o homem, já bem antes da lei, ao tempo dos patriarcas (Gn 39:9). Talvez este mandamento esteja relacionado ao “furto” e à “cobiça” proibidos nos dois mandamentos seguintes, já que a esposa pertencia a outrem. [3]

2. OBJETIVO.
O objetivo deste mandamento é conservar a sacralidade da família que foi instituída por Deus por meio do casamento no jardim do Éden (Gn 2.18-24). A santidade desse relacionamento familiar deve ser mantida. Esta lei servia também para Israel manter a pureza sexual e evitar as práticas da cultura egípcia, de onde os israelitas saíram, e da cultura cananeia, para onde o povo se dirigia. Os preceitos pertinentes estão descritos com abundância de detalhes no sistema mosaico (Lv 18.6-30; 20.10-21).  [1]

O mandamento para se abster de cometer adultério (Ex 20.14) tem, em seu cerne, a proteção do relacionamento marital e da família oriunda deste; todavia, como o relacionamento sexual humano também serve metaforicamente para descrever o relacionamento de Israel com o Senhor, o mandamento tem ramificações que ultrapassam a mera relação interpessoal. Na esfera humana, essa estipulação, como a que ordena o devido respeito aos pais, é crucial por causa do papel da família na implementação do desígnio do Reino de Deus. O homem ou a mulher que traem seu parceiro — aquele sem o qual não está completo — contribuem para a ruptura do modelo hierárquico do domínio do Reino para o qual foram criados como seres complementares (cf. Gn 2.18). Por essa razão, o adultério não é apenas um ato privado e isolado; ele causa profundo efeito na comunidade imediata e até mesmo universal dos que constituem o Reino de Deus na terra. Se um homem ou mulher não consegue viver em fidelidade marital, que esperança podem ter para os compromissos do reino em outras esferas, incluindo os compromissos com o grande Rei mesmo?
Pelo fato de a aliança de Deus com Israel, às vezes, ser descrita como um casamento (cf. Is 54.5,6; Jr 3.14,20; 31.32; Ez 16.32; Os 2.16), a infidelidade nesse relacionamento, por parte de Israel, não era nada menos que adultério (cf. Os 4.15; 7.4; Jr 3.8; 5.7; 9.2; 13-27; Ez 6.9; 16.32; 23.37-45).25 Nesse caso, o outro parceiro são os ídolos e deuses das nações com os quais Israel flertava e para os quais, vez após outra, ela sucumbiu através de sua história. Jeremias registra o triste lamento do Senhor que pergunta: “Você viu o que fez Israel, a infiel? Subiu todo monte elevado e foi para debaixo de toda árvore verdejante para prostituir-se” (Jr 3.6). Contudo, Judá não era melhor e, depois de ver o comportamento adúltero de sua irmã, “também se prostituiu, sem temor algum. E por ter feito pouco caso da imoralidade, Judá contaminou a terra, cometendo adultério com ídolos de pedra e madeira” (v. 8,9).
O mandamento para evitar o adultério foi designado não só para manter a família humana e seu papel de manifestar os princípios do Reino intatos; mas também tinha relevância direta para o papel de Israel entre as nações como a semente por intermédio da qual Deus as abençoa. Uma Israel infiel não poderia realizar sua missão como reino de sacerdotes mais que uma esposa infiel poderia cumprir a sua como o instrumento sem o qual seu marido fica incompleto. [4]


poligamia
3. CONTEXTO.
A poligamia, como uma relação legalizada entre o homem e várias esposas e concubinas a ele subordinadas, era permitida na época do AT, mas proibida no NT (por exemplo, 1 Tm 3.2,12). Ela não envolvia o pecado do adultério.
Apesar das rigorosas proibições bíblicas, o adultério foi amplamente difundido em diferentes épocas e tornou-se particularmente ofensivo como parte do culto cananeu de adoração aos Baalins, que incluía a prostituição "sagrada". Indicações de uma lassidão moral são encontradas em referências como Jó 24.15; 31.9; Provérbios 2.16-19; 7.5-22; Jeremias 23.10-14. O caso de Davi foi especialmente notório e deu aos inimigos de Deus ocasião para blasfemar (2 Sm 11.2-5; 12.14). Essa lassidão moral generalizada prevaleceu durante o NT e pode ser claramente observada em Marcos 8.38; Lucas 18.11; 1 Coríntios 6.9; Gálatas 5.19; Hebreus 13.4 e em mais de 50 referências feitas no NT ao conceito de fornicação (porneia, porneuo, porne, pomos).  [2]


Il. INFIDELIDADE
1. ADULTÉRIO.
O verbo hebraico nã’ph, "adulterar, cometer adultério", não apresenta problema lingüístico neste mandamento, diferentemente do que pensam alguns expositores bíblicos. O termo aparece trinta e quatro vezes no Antigo Testamento, nove vezes em Jeremias, sete em Ezequiel, seis em Oseias, seis no Pentateuco e quatro na literatura sapiencial. O verbo ocorre no Decálogo, em Êxodo e em Deuteronômio como lo ’ tinã ’ph,'m "Não adulterarás" (Êx 20.14; Dt 5.18). As outras quatro vezes aparece em Levítico, que traz de maneira clara e inconfundível a definição de adultério no contexto da época: "Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera" (Lv 20.10). Esse conceito é aprofundado no Novo Testamento. O cristianismo restaura a monogamia originalmente estabelecida pelo Criador, visto que a estrutura da sociedade do Antigo Testamento era polígama. A lei se aplica se o ato envolver uma mulher casada ou comprometida (Dt 22.22-26). Mas, se a mulher for solteira, o homem será obrigado a se casar com ela e nunca mais poderá se divorciar, além de pagar uma indenização ao pai da moça (Dt 22.28, 29). Na nova aliança, não há nada disso; o sétimo mandamento é adaptado à graça, e o assunto é levado à esfera espiritual e não jurídica ou legal (Jo 8.1-11). Os adúlteros contumazes e inveterados perdem o direito à vida eterna no céu (1 Co 6.10; Ef 5.5;Ap 22.15).

Os termos hebraicos para adultério são ni’uph, que só aparece duas vezes no Antigo Testamento (Jr 13.27; Ez 23.43) e na’ãphüph, que só aparece uma vez (Os 2.2 [4]). Essas três ocorrências estão no plural. A Septuaginta traduz as duas palavras por moicheia, o mesmo termo usado no Novo Testamento grego, onde só aparece três vezes (Mt 15.19; Mc 7.22; Jo 8.3).  [1]

2. SEXO ANTES DO CASAMENTO.
Virgem no Antigo Testamento
O termo hebraico bethulah, "virgem” é cognato do ugarítico btit, um termo, com frequência, usado como um dos títulos da deusa Anate. Em outras línguas também havia cognatos, como o acádico batultu e o no assírio, batussu. Esse era o termo específico para a ideia de “virgem intacta”, da mulher que não tivesse tido seu hímen violado em um primeiro contato sexual.
A virgindade é uma virtude na ordem da criação dos seres vivos, especialmente no caso da mulher, por três razões básicas:
a. a relação matrimonial precisava ser mantida inviolável, dentro do sistema de casamentos monógamos (um homem e uma mulher) (ver Êxo. 22).

b. O casamento de um homem com uma mulher virgem garantia a pureza da herança, que era fundamentalmente importante ao oficio sacerdotal de grupos específicos dentro da nação de Israel (ver Lev. 21:14).

c. A virgindade, por si mesma, era reputada como uma condição desejável (ver Est. 2:2). Esse ponto de vista é refletido até no Novo testamento, nos escritos paulinos, onde ele diz: “E assim quem casa a sua filha virgem faz bem; quem não a casa faz melhor” (1 Cor. 7:38).

De acordo com essa atitude judaica, a perda da virgindade deveria ocorrer dentro das relações matrimoniais. Qualquer perda de virgindade, por ato de violência, era duplamente lamentada (ver, por exemplo, II Sam. 13:13,14). Em Gênesis 24:16, encontramos um detalhe interessante. Lemos ali: “A moça era mui formosa de aparência, virgem, a quem nenhum homem havia possuído..." O detalhe é que além de Rebeca ser declarada virgem, foram acrescentadas as palavras a quem nenhum homem havia possuído, como segurança para se entender que não havia qualquer dúvida quanto à virgindade dela, embora ela fosse classificada como virgem (no hebraico, bethulah).

No Antigo Testamento, por várias vezes a palavra “virgens” era usada para indicar a comunidade das “virgens”, como representante de um estado ou nação.
Geralmente, as virgens formavam o grupo humano mais protegido e recluso da nação. E, por isso mesmo, a felicidade delas (ver Ct. 6:8), o escárnio com que fossem tratadas (ver II Reis 19:21; Is. 37:22) ou a miséria delas (ver Is. 46: 11) indicavam a rigidez e a segurança do povo a que pertenciam. Assim é que a posição de virgindade, por muitas vezes, é comparada com a pureza da adoração a Yahweh, por parte do povo de Israel. Esse conceito tem o seu devido reflexo no Novo Testamento, na idéia de que a Igreja é a pura Noiva de Cristo (A Igreja como Noiva Virgem). Por outro lado, a idolatria do povo de Israel, sempre que se manifestou, é retratada no Antigo Testamento como as raias da depravação sexual.

Virgem no Novo Testamento
Conforme já demos a entender, todos os ensinamentos acerca da virgindade e da moralidade, que há no Antigo Testamento, passam intactos e até são elaborados no Novo Testamento.
Em nenhuma das quinze ocorrências do termo grego párthenos, "virgem”, há qualquer menção a outra coisa senão a virgens. [5]

Se uma donzela não comprometida fosse dessa forma tratada com violência, aquele que dela abusou deve ser multado, o pai deve receber a multa, e, se ele e a donzela realmente consentiram, ele deve ser obrigado a se casar e jamais se divorciar dela, não importa o quanto ela estivesse abaixo do nível dele, e o quão desagradável ela pudesse ser para ele posteriormente, como Tamar foi para Amom depois que ele a possuiu à força, (2 Samuel 13 28,29). Isto servia para dissuadir os homens de práticas tão cruéis, que são desonras sobre as quais é necessário que leiamos e escrevamos. [6]

"Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra."  Salmos 119:9

Em Israel, os envolvidos em tal prática, desde que a mulher não fosse casada ou comprometida, não eram condenados à morte. A pena era menos rigorosa, mas o homem tinha de se casar com a moça, pagar uma indenização por danos morais ao pai da jovem e nunca mais se divorciar dela (Dt 22.28,29). Hoje, esse tipo de pecado requer aplicação de disciplina da Igreja, mas nem sempre o casamento deles é a solução.



3. FORNICAÇÃO.
O verbo hebraico zãnãh, "cometer fornicação, praticar prostituição", designa primariamente um relacionamento sexual fora de uma união formal. O particípio do verbo zãnãh é zonãh, e se refere à mulher que se entrega a tal prática. A isso comumente se chama "fornicação", mas se um dos envolvidos tiver já assumido união formal com outra pessoa este ato será considerado adultério. O verbo zãnãh e os substantivos derivados zenumm, zenut, e taznüt, "fornicação, prostituição", são sinônimos quase perfeitos. Zenüním aparece onze vezes (Gn 38.24; 2 Rs 9.22; Ez 23.11 [duas vezes]; 23.29; Os 1.2 [duas vezes]; 2.3[4], 4[6]; 4.12; 5.4; Na 3.4 [duas vezes]; zenüt ocorre nove vezes (Nm 14.33; Jr 3.2, 9; 13.27; Ez 23.27; 43.7, 9; Os 4.11; 6.10) e taznüt só aparece em dois capítulos de Ezequiel: no capítulo 16, nove vezes, e, no capítulo 23, onze vezes. A Septuaginta emprega o termo pornê,m "prostituta, meretriz".
O substantivo porneia e o verbo porneuõ aparecem na Bíblia para designar orgia (Nm 25.1; 1 Co 10.8), incesto (1 Co 5.1) e práticas homossexuais (Jd 7). O termo porneia, às vezes, aparece junto com adultério e, outras vezes, como sinônimo, mas é um termo genérico e indica "prostituição, incastidade, fornicação, adultério, imoralidade, práticas homossexuais", ao passo que moicheia é usado especificamente para adultério e nunca se aplica à prostituição.
O Antigo Testamento emprega todos esses termos também de forma metafórica para descrever a apostasia de Israel e sua infidelidade a Javé, seu Deus. O profeta Ezequiel, no capítulo 16, descreve a apostasia de Israel como prostituição e revela a diferença entre nã ’ph e zãnãh.
A "meretriz", zonãh, substantivo derivado do verbo zãnãh, é a mulher que recebe pagamento por favores sexuais (Ez 16.31b). Esse conceito é reiterado nos versículos 33 e 34. A "mulher adúltera", é a que recebe estranhos em vez do marido (Ez 16.32). O Antigo Testamento nunca emprega naph para designar a prostituta profissional. Essa diferença é verificada em Provérbios, quando afirma que a zonãh é a mulher que se oferece por um pedaço de pão, "prostituta" (Pv 6.26), ao passo que no ’êph, "adúltera", é a mulher que tem marido mas se entrega a outro homem (Pv 6.32-34).

O sétimo mandamento inclui também a proibição da prática homossexual. É o próprio Deus quem chama o comportamento homossexual de abominação, e a lei aplica a pena de morte contra os que cometerem tal pecado (Lv 18.22; 20.13). Era a prática do culto cananeu que envolvia a chamada "prostituição sagrada" (1 Rs 24.24; 15.12). O sodomita e a rameira são colocados na mesma categoria (Dt 23.17). A prática é proibida em toda a Bíblia (Rm 1.24-28; 1 Tm 1.10), mas a nova aliança leva o assunto para a esfera espiritual, implicando a salvação e não a pena capital (1 Co 6.10). O ensino de Jesus é: "Vai-te e não peques mais" (Jo 8.11).

O apóstolo Paulo afirma que o poder do evangelho resultou em uma mudança desse estilo de vida especificamente na cidade de Corinto (1 Co 6.11). No Brasil, o homossexual que precisar de ajuda para abandonar esse estilo de vida não poderá contar com ajuda de psicólogos. Estes são autorizados a ajudar a quem deseja ser homossexual, mas são constantemente ameaçados pelas autoridades se ajudarem quem pretende abandonar tal prática. São leis iníquas como essas que afrontam a Deus e ameaçam os fundamentos da família. Jesus e Paulo estariam hoje em dificuldades diante da justiça brasileira.

O Senhor Jesus anunciou de antemão os dias de Sodoma e Gomorra para o fim dos tempos, antes da sua vinda (Lc 17.28-30). Atualmente, é grande a pressão das autoridades civis e da mídia contra a Igreja, pois elas estão institucionalizando a iniquidade como já tem acontecido em alguns países. Devemos tomar cuidado, pois o alvo desse movimento está mais além: cercear (depreciar) a liberdade religiosa. A solução é orar a Deus para que o Estado respeite nossas crenças, princípios e tradições, razão pela qual devemos respeitar o direito dos outros. É o mínimo que se espera num estado democrático de direito, pois os direitos de César terminam onde começam os de Deus (Mt 22.21; At 5.29).

Igreja não é Estado: a Igreja é regida pelo Espírito Santo por meio da Palavra de Deus, e o Estado é regido por sua constituição. Não somos um Estado teocrático nem é papel do cristão impor a Bíblia à legislação do país. "O mundo inteiro jaz no Maligno" (1 Jo 5.19, ARA). Nosso dever é pregar o evangelho para a salvação de toda a sorte de pecadores e não nos envolver em passeatas e manifestos (Mt 28.19, 20).  [1]


III. OUTROS PECADOS SEXUAIS
1. ESTUPRO.
Dt 22.25-27 descrevem o caso de estupro de uma mulher que estava noiva, o que, sem dúvida, cobre o caso de uma mulher casada que foi estuprada, pois ambas as situações eram legalmente idênticas. Um campo era considerado um lugar onde, mais provavelmente, ocorreria um caso de estupro, pois, em uma cidade (vs.23), outras pessoas poderiam ouvir os gritos de socorro e acudir a mulher. Mas, no campo, a mulher poderia gritar à vontade, que ninguém a ouviria, e o ato de violação acabaria sendo consumado. O homem que fizesse tal coisa deveria ser executado, presumivelmente por meio de apedrejamento, tal como foi ordenado nos outros casos em foco (vss. 21 e 24). Ό estupro era considerado um crime tão sério quanto o assassinato, razão pela qual era punido com a morte” (Jack S. Deere, in loc.). Adam Clarke informa-nos que em seus dias (século XVIII), na Inglaterra, esse crime também era punido com a morte.

Dt 22.26,27 A mulher violentada não era considerada culpada, presumindo-se que ela tivesse feito tudo ao seu alcance para evitar o estuprador, e pelo menos tivesse gritado por socorro. Ela era uma vítima, tal como uma pessoa assassinada, não sendo culpada de crime algum. Este versículo classifica o estupro juntamente com o homicídio voluntário.
O Targum de Jonathan informa-nos que um homem podia divorciar-se de sua mulher que tivesse sido estuprada, sem a necessidade de nenhuma indagação. O noivo ou marido dela tinha esse direito.
“Privar uma mulher de sua castidade é como tirar a vida de um ser humano. Com base nessa passagem, Maimônides conclui que as impurezas sexuais, os incestos e os adultérios são idênticos ao homicídio” (John Gill, in loc.).  [7]

2. INCESTO.
Incesto. Todas as variedades de incesto requeriam a pena de morte (Lev. 20:11). Relações sexuais com a própria sogra ou com a mãe de uma concubina eram punidas com a execução na fogueira.
Irmão e irmã, sobrinho e tia, cunhado e cunhada são outros casos especificamente mencionados. Ver as referências abaixo, onde são mencionados os vários casos: Lev. 20:11,12,17; 19:21 e Dt.27:33. Entretanto, um homem podia casar-se com a viúva de um seu irmão. e até mesmo estava nessa obrigação, se seu irmão e aquela mulher não tivessem tido filhos.  [8]

I Cor 5.1 ss - A Igreja deve disciplinar o pecado flagrante entre seus membros. Tais pecados desenfreados podem polarizar e paralisar uma igreja. A correção, porém, nunca deve ser vingativa. Em vez disso, deve ser dada de modo que ajude a trazer a cura. Os crentes coríntios se recusaram a lidar com um pecado especifico naquela igreja: um homem estava tendo um relacionamento pecaminoso com sua madrasta. A igreja estava ignorando a situação; Paulo disse que ela tinha a responsabilidade de manter os padrões de moralidade encontrados nos mandamentos de Deus. O Senhor diz que não devemos julgar os outros. Mas também nos diz para não tolerarmos o pecado flagrante e voluntário, porque permiti-lo trará um efeito danoso sobre os demais crentes (5.6).

I Cor 5.5 - Entregar tal homem a Satanás significava excluí-lo da comunhão. Sem o apoio espiritual dos cristãos, esse homem seria abandonado a seu pecado e a Satanás. Talvez isso o levasse ao arrependimento. A expressão “para destruição da carne" [ou natureza pecaminosa] se refere à esperança de que a experiência o levaria a Deus que destruiria sua natureza pecaminosa pelo seu afastamento do pecado. A natureza pecaminosa poderia significar tanto seu coroo como sua carne. Essa tradução alternativa supõe que Satanás afligiria o pecador fisicamente, e isso o levaria a Deus. Expulsar alguém da igreja deve ser o último recurso de uma ação disciplinar. Não deve ser um ato de vingança, mas de amor, da mesma maneira que os pais castigam os filhos para corrigi-los e restaurá-los. O papel da igreja deve ser o de ajudar, nao magoando nem ofendendo, motivando as pessoas a se arrependerem de seus pecados e retornarem à comunhão. [9]


SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Incesto — O crime de coabitação ou relacionamento sexual com familiares ou parentes, que é proibido na lei de Moisés (Lv 18.1-18). A lista apresentada por Moisés é precedida por uma advertência de que Israel não deveria entregar-se aos pecados dos egípcios a quem eles haviam acabado de deixar, ou dos cananeus para cuja terra Deus os estava trazendo. A lista dos relacionamentos proibidos inclui: mãe, madrasta, irmã ou meia-irmã, neta, filha de uma madrasta, uma tia de ambos os lados, a esposa de um tio por parte de pai, nora, cunhada, uma mulher e sua filha, ou neta, a irmã de uma esposa viva. Uma filha e uma irmã por parte de pai e mãe não são mencionados especificamente, uma vez que já são classificadas como ‘parenta da sua carne’ (v.6)”  (PFEIFFER, Charles F. (Ed). Dicionário Bíblico Wycliffe. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.966).


3. BESTIALIDADE.
Um vocábulo que indica a prática de contato sexual entre seres humanos e outras formas de vida animal. O Antigo Testamento condena a prática, chamando-a de «abominação. (Lev. 18:23; Deu. 27:21). O épico de Gilgamés retrata Enkidu, o caçador de feras, a praticar atos sexuais com as feras. t;: possível que a expressão usada por Paulo em Rom. 1: 18-27, <>, inclua tais práticas antinaturais,
1. Práticas Modernas. O famoso relatório Kinsey, que estudou estatisticamente o comportamento sexual do povo norte-americano, afirma que entre quarenta e cinqüenta por cento dos varões daquele pais, que residem em áreas rurais, têm contatos sexuais ocasionais, não-habituaís, com animais das fazendas.
Entre as mulheres. a porcentagem é menor que dois por cento. Nas cidades, a porcentagem de varões envolvidos na prática cai para cerca de quatro por cento. Tal prática é proibida por lei em 49 dos 50 estados norte-americanos. Se fôssemos fazer um estudo semelhante no Brasil, provavelmente as taxas encontradas não seriam muito diferentes disso.
2. A Moralidade Cristã. A Igreja cristã sempre assumiu a posição do Antigo Testamento, condenando tal prática. Os psicólogos afirmam que o senso de culpa que os culpados adquirem é algo muito injurioso ao bem-estar e a tranqüilidade deles.
3. Um uso sinônimo do termo «bestialidade» indica qualquer ato cruel, degradante e vil, ,praticado por indivíduos que agem como se fossem irracionais. (H PRI WA)  [10]

A punição para quem praticasse sexo com animais era a execução capital. Ver Lev. 20.15,16 e Êx. 22.19. O método de execução mais provável era por apedrejamento, quer o culpado fosse homem, quer fosse mulher. Esse pecado repelente é chamado aqui de confusão, ou seja, uma desordem na natureza. Hilchot issure Biah, c. 1 see. 16 da Mishnah comenta sobre esse preceito bíblico. John Gill adjetivou esse ato por uma série de descrições negativas: detestável, chocante, horrível, espantoso.
A despeito da repulsa que esse ato provoca na maioria das pessoas, sempre foi uma prática popular. [7]


IV. O ENSINO DE JESUS
1. O SÉTIMO MANDAMENTO NOS EVANGELHOS.
O Senhor Jesus, no Sermão do Monte, depois de falar sobre o sexto mandamento, seguiu a mesma ordem do Decálogo, mencionando a proteção da vida e a preservação da família. Ele (JESUS) reiterou o que Deus disse no princípio da criação sobre o casamento, que se trata de uma instituição divina, uma união estabelecida pelo próprio Deus (Mt 19.4-6).
"Não adulterarás" é citado no Sermão do Monte e para o moço rico (Mt 5.27; 19.18; Mc 10.19; Lc 18.20). Jesus corrigiu com autoridade e muita propriedade o pensamento equivocado dos líderes religiosos dos seus dias. Os escribas e fariseus haviam reduzido o mandamento "Não adulterarás” ao próprio ato físico e, desconhecendo o espírito da lei, apegavam-se à letra da lei (2 Co 3.6). Assim, como é possível cometer assassinato sem o ato concreto, mas apenas com a cólera ou palavras insultuosas, da mesma forma é possível cometer adultério só no pensamento. Parece que os rabis daquela época não davam a devida atenção ao décimo mandamento que ordena não cobiçar a mulher do próximo. [1]



2. O PROBLEMA DOS ESCRIBAS E FARISEUS.
O adultério começa na mente contaminada pela cobiça e termina no corpo pela prática física (Mt 15.34; Tg 1.15). O ensino de Jesus é mais profundo e vai à raiz do problema. Ele disse que nem é preciso o homem se deitar com uma mulher para cometer adultério; basta olhar e cobiçar uma mulher que não seja sua esposa, e já cometeu adultério com ela (Mt 5.28). É o adultério da mente que é consumado no corpo; não se restringe somente à prática do ato, mas também ao pensamento. E a sanção contra o referido pecado é de caráter espiritual e se distingue do sistema mosaico. [1]

3. A CONCUPISCÊNCIA.
Não é proibido olhar para uma mulher e vice-versa, pois há diferença entre olhar e cobiçar. O pecado é o olhar concupiscente. O sexo é santo aos olhos de Deus, desde que dentro do casamento, nunca fora dele. A Palavra de Deus ressalta: "Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula" (Hb 13.4). O termo grego para "venerado" é tímios,112 "honrado". A Versão Almeida Atualizada traduz por: "Digno de honra"; e a Tradução Brasileira por: "Seja honrado". Que os votos de fidelidade do casamento sejam mantidos e da mesma maneira seja puro o relacionamento matrimonial. O livro de Cantares de Salomão mostra que o sexo não é apenas para procriação, mas também para o prazer e a felicidade dos seres humanos. Jesus não está tratando disso, não está questionando o sexo, mas combatendo a impureza sexual e o sexo ilícito, a prostituição. O ensino dele é que qualquer prática imoral no ato é igualmente condenada no olhar, no pensamento e na imaginação (Mt 5.27). Jesus disse que os adultérios procedem do coração humano (Mt 15.19).
Cabe aqui uma breve reflexão sobre o divórcio. Trata-se de um dos temas mais polêmicos da Igreja. Essas controvérsias já existiam mesmo antes do nascimento de Jesus. O divórcio na lei de Moisés previa novas núpcias, e a base para a sua legitimidade nunca ficou clara no Antigo Testamento:
Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem... (Dt 24.1,2).
O "escrito de repúdio" significa "termo de divórcio" (ARA). A mulher não era considerada adúltera se contraísse novo casamento, mesmo tendo o seu primeiro marido encontrado nela "coisa feia". Não se sabia o que a lei queria dizer com tal expressão "coisa feia" ou "indecente" (ARA). Havia muita discussão entre as principais escolas rabínicas no período de Herodes, o Grande, Hillel e Shammai. O primeiro era liberal, e o segundo, conservador. Para Hillel e seus seguidores, "coisa feia" era qualquer coisa que o marido considerasse como tal. Mas, para Shammai e seus discípulos, o termo se referia aos pecados sexuais.
Os fariseus levaram o assunto a Jesus. Eles não perguntaram sobre o divórcio, mas sobre as bases para a sua legitimidade: "É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?" (Mt 19.3). Essa era a escola de Hillel. Os fariseus queriam saber qual escola Jesus apoiava. Mas o Senhor Jesus se dirigiu à Palavra. O casamento é indissolúvel, foi a sua conclusão sobre Gênesis 2.24, "o que Deus ajuntou não separe o homem" (Mt 19.6). O que fazer com o mandamento de Moisés?, perguntaram a Jesus (Mt 19.7). Moisés não deu esse mandamento; era uma interpretação precipitada, pois uma leitura cuidadosa em Deuteronômio 24.1-4 mostra que não se trata de uma ordem. Por isso, Jesus disse que Moisés "permitiu", e isso "por causa da dureza do vosso coração" (Mt 19.8). Deus só permitiu o divórcio por causa do pecado humano; portanto, trata-se de um instituto contrário à vontade de Deus. A Bíblia não ensina, não encoraja, não aconselha nem incentiva o divórcio. É um remédio extremamente amargo para uma solução inglória.

Quando o Senhor Jesus fez menção do divórcio no Sermão do Monte, referia-se ao mencionado em Moisés (Dt 24.1-4) e deixou claro que a única base que pode legitimar o divórcio é a infidelidade conjugal: "Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério" (Mt 5.32) e fraseologia similar (Mt 19.9). A prostituição é a "coisa feia" que ninguém sabia, talvez porque tal pecado podia implicar na pena capital. Mas agora tudo se esclarece e a "coisa feia" vale também para o homem.

O apóstolo Paulo acrescentou mais um elemento que pode legitimar o abandono: "Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz" (1 Co 7.15). A NTLH emprega "quiser o divórcio" no lugar de "se apartar". A voz do verbo grego mostra que a iniciativa é da parte incrédula que se aparta. Assim, a deserção deve ser considerada se for por causa da fé cristã e por iniciativa do cônjuge descrente.

Entendemos, portanto, como divórcio a dissolução do vínculo matrimonial por infidelidade conjugal, que viola a instrução divina de "uma só carne" (Gn 2.24; Mt 19.5) ou, por deserção, que viola a instrução de "apegar-se" (Gn 2.24). Em qualquer dessas duas situações, o cônjuge inocente tem direito a novas núpcias.
Deus é sábio e perfeito. Ele conhece todas as coisas, pois é onisciente. "Deus é amor" (1 Jo 4.8) e deseja o bem-estar de todas as pessoas. Somente ele sabe o que é bom e salutar para a vida humana. É insensatez confiar o destino eterno à lógica e à razão, pois a Bíblia é a Palavra de Deus, o manual divino do fabricante para todos os seres humanos. A vontade de Deus resumida no sétimo mandamento diz respeito à castidade do corpo e da mente, visando a preservação do casamento de um só homem com uma só mulher (1 Ts 4.3-7). A felicidade humana está em se deleitar em Deus. [1]

CONCUPISCÊNCIA
Precisamos levar em conta três palavras hebraicas e quatro palavras gregas, a saber:
1. Nephesh, «alma», «respiração», «desejo». Essa palavra hebraica é de ocorrência comum, mas com o sentido de «concupiscência» aparece somente por duas vezes: Ex. 15:9; Sl. 78:18.

2. Sheriruth, «teimosia», «inimizade», «imaginação». Palavra hebraica usada por dez vezes, embora apenas por uma vez com o sentido de «concupiscência»: Sl. 81:12.

3. Taavah, «objeto de desejo». Palavra hebraica usada por quinze vezes. Por exemplo: Sl. 78:29,30; 112:10; Pv. 10:24; 21:15; Is. 26:8.

4. Epithumía, «desejo forte», «concupiscência». Palavra grega usada por trinta e sete vezes. Alguns exemplos são: Marcos 4:19; Lucas 22:15; João 8:44; Rm. 1:24; Gl. 5:16,24; Ef. 2:3; Fil. 1:23; Col.3:5.

5. Hedoné, «prazer», «doçura». Palavra grega usada por cinco vezes: Lucas 8:14; Tito 3:3; Tiago 4:1,3; II Pedro 2:13. E desse termo que nos vem o vocábulo português «hedonismo»

6. Óreksis, «desejo ansioso». Palavra grega usada por somente uma vez: Rm. 1:27.

7. Páthos, «sofrimento», «afeto». Palavra grega usada por três vezes: Rm. 1:26; Col. 3:5; I Ts. 4:5.
O pecado da concupiscência é combatido no Decálogo de várias maneiras. Os pecados sexuais são proibidos pelo sétimo mandamento (Ex. 20:14), e a cobiça de todas as formas é proibida em Êxodo 20:17. Porém, nenhuma outra atitude e ação é mais comum entre os homens do que a concupiscência e a cobiça. Isso harmoniza-se bem com a natureza basicamente egoísta do homem. Todavia, há palavras hebraicas e gregas que podem ser usadas em sentido negativo ou em sentido positivo. Quanto ao termo grego epithumía, tão importante no Novo Testamento, ele é usado em sentido positivo em Lc. 22:15 e I Ts. 2:17. Assim, Jesus desejou comer a páscoa com os seus discípulos; e Paulo tinha o grande desejo de visitar os crentes de Tessalônica. Mas o sentido negativo é muito mais freqüente no Novo Testamento. Os pagãos tinham desejos impuros, que os corrompiam (Rm. 1:24). Os jovens mostram a tendência de experimentar os desejos pecaminosos. Por esse motivo, Timóteo foi aconselhado a evitar as paixões da juventude (II Tm. 2:22). Paixões e maus desejos precisam ser mortificados pelos crentes (Cl. 3:5). As concupiscências carnais precisam ser evitadas (I Pedro 2:11). Esses desejos distorcidos produzem toda a espécie de males e corrupções neste mundo (II Pedro 1:4; 2:10) que impedem o desenvolvimento da alma.

Os estóicos* procuravam anular os desejos, mostrando que o indivíduo cai em um ciclo louco por causa dos mesmos. Primeiramente, a pessoa deseja; então obtém aquilo que quer; tendo obtido o que quer, deseja algo mais e quanto mais deseja, mais obtém, e mais deseja, ad infinitum. O resultado final desse ciclo vicioso é a frustração, porquanto tal ciclo não pode ser interrompido, e nem satisfaz, realmente. O estoicismo recomendava a apatia, a fim de substituir os desejos. Mas o cristianismo recomenda o cultivo de desejos espirituais, em substituição aos desejos carnais. [10]

*Ao contrário dos Hedonistas, estóicos não são filósofos, metafísicos, mas pragmatistas, moralistas, inteiramente absorvidos na prática, na ética.

CONCLUSÃO
Cremos que Deus sabe o que é certo e o que é errado para a vida humana. A Bíblia é o manual divino do fabricante e é loucura querer ir contra Ele. A sanção contra os que violarem o sétimo mandamento, na fé cristã, não vai além da disciplina da Igreja e, em alguns casos, o caos na família. Mas o julgamento divino é tão certo quanto a sucessão dos dias e das noites, e a única salvação é Jesus (At 16.31; 17.31).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O Senhor Jesus estendeu a culpa pelo adultério da mesma forma como fez para outros mandamentos, incluindo o propósito ou o desejo de cometê-lo ao próprio ato em si (Mt 5.28). Tecnicamente, o adultério se distingue da fornicação, que é a relação sexual entre pessoas que não são casadas. Entretanto, a palavra grega porneia, uniformemente traduzida como ‘fornicação’, inclui toda lascívia e irregularidade sexual” (PFEIFFER, Charles F. (Ed). Dicionário Bíblico Wycliffe. 7ª Edição. RJ. CPAD, 2010, p.35).



Oitavo Mandamento - Não Furtarás (Êxodo 20:15)
O Oitavo Mandamento não nos proíbe apenas de retirar algo de outra pessoa; ele exige também uma justa administração e divisão dos bens da terra, isto é, a regulação da propriedade privada e da distribuição dos rendimentos do trabalho humano. Também é denunciada, nesse mandamento, a injusta repartição das matérias-primas.

A Igreja encontra fundamentada neste mandamento também a sua doutrina social, que compreende o reto agir na atividade econômica e na vida social e política, o direito e o dever do trabalho humano, a justiça e a solidariedade entre as nações, o amor aos pobres.

Desta forma, o Catecismo da Igreja Católica afirma que esse mandamento prescreve o respeito aos bens alheios com a prática da justiça e da caridade, da temperança e da solidariedade. Em particular, exige o respeito das promessas e dos contratos estipulados; a reparação da injustiça cometida e a restituição do mal feito; bem como o respeito pela integridade da criação com o uso prudente e moderado dos recursos minerais, vegetais e animais existentes no universo, com especial atenção para com as espécies ameaçadas de extinção.

O Oitavo Mandamento, antes de mais, proíbe o furto, que é a usurpação do bem alheio contra a razoável vontade do seu proprietário. É o que também sucede no pagamento de salários injustos; na especulação sobre o valor dos bens para obter vantagens com prejuízo para os outros; na falsificação de cheques ou faturas. Proíbe, além disso, cometer fraudes fiscais ou comerciais, causar um dano às propriedades privadas ou públicas. Proíbe também a usura, a corrupção, o abuso privado dos bens sociais, os trabalhos culpavelmente mal feitos e o esbanjamento.
 furto também diz respeito aos bens imateriais. Esse tipo de pecado começa, por exemplo, quando copiamos alguém na escola, baixamos ilegalmente conteúdos da internet, fazemos fotocópias ilegais ou cópias piratas dos mais diversos tipos. O vandalismo e a danificação intencional do equipamento ou patrimônio público são formas de roubo e também devem ser reparados, afirma o Youcat – Catecismo Jovem (429).

A Igreja afirma que, tendo em vista que as pessoas são filhas de Deus, detentoras de uma dignidade única, é dever da doutrina social da Igreja interferir-se nas relações humanas, dando diretrizes a respeito da política, economia, ciências, entre outros, quando a dignidade delas é ameaçada. Assim, a Igreja emite um juízo moral em matéria econômica e social quando isso é exigido pelos direitos fundamentais da pessoa, do bem comum ou da salvação das almas. Pois todas estas relações sociais devem ter o homem como seu autor, centro e fim.

Portanto, todo homem tem o dever e o direito a um trabalho, por meio do qual ele colabora com Deus criador, pois, ao trabalhar com empenho e competência, a pessoa põe em ação capacidades inscritas na sua natureza, exalta os dons do Criador e os talentos recebidos, sustenta-se a si e aos seus familiares, serve a comunidade humana. Além disso, com a graça de Deus, o trabalho pode ser meio de santificação e de colaboração com Cristo para a salvação dos outros.

Os trabalhadores devem realizar o seu trabalho, com consciência, competência e dedicação, procurando resolver, com o diálogo, eventuais controvérsias. O recurso à greve, quando esta não é violenta, é moralmente legítimo ao se apresentar como instrumento necessário em vista dum benefício proporcionado e tendo em conta o bem comum. Compete ao Estado fornecer a segurança das garantias das liberdades individuais e da propriedade, para além duma moeda estável e de serviços públicos eficientes; compete-lhe ainda zelar e orientar o exercício dos direitos humanos no setor econômico. A sociedade deve ajudar os cidadãos a encontrar trabalho, conforme as circunstâncias.

No plano internacional, todas as nações e instituições devem atuar na solidariedade e na subsidiariedade, com vista a eliminar, ou pelo menos reduzir, a miséria, a desigualdade dos recursos e dos meios econômicos, as injustiças econômicas e sociais, a exploração das pessoas, a acumulação da dívida dos países pobres, os mecanismos perversos que criam obstáculos ao progresso dos países menos desenvolvidos.

O homem é autor, centro e fim de toda a vida econômica e social, sendo assim, o ponto central das questões sociais, tratadas no Sétimo Mandamento, para que os bens criados por Deus para todos, de fato, cheguem a todos, conforme a justiça e com a ajuda da caridade.

FONTES: http://aquieuaprendi.blogspot.com.br/2015/02/7-mandamento-nao-adulteraras.html
http://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/o-setimo-mandamento-nao-roubar/
PFEIFFER, Charles F. (Ed). Dicionário Bíblico Wycliffe. 7ª Edição. RJ. CPAD, 2010, p.35

Revista ensinador Cristão. Editora CPAD Ano 16 - N° 61


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