Neste capítulo, Paulo aplica o amor fraternal à convivência de irmãos, quando surgem diferenças.
Acolher os fracos (1-12)
Os
que se julgam fortes devem acolher os fracos, mas não para discutir
opiniões (1). As questões que Paulo trata aqui envolvem a consciência de
irmãos que ainda não reconhecem determinadas liberdades em Cristo. Não
são diver-gências sobre doutrinas reveladas por Deus. Não devemos usar
este texto para justificar a cumplicidade no pecado, mas devemos ceder
em questões de opinião para não ferir a consciência de um irmão mais
fraco na fé.
A
primeira aplicação: comer carne (2-4). Deus não proibia que o cristão
comesse carne (embora proíba comer carne oferecida aos ídolos –
Apocalipse 2:14), mas alguns tiveram dificuldade em aceitar esta
liberdade. A decisão de comer carne ou não era uma questão particular.
A
segunda aplicação: fazer distinção entre dias (5-6). É bem possível que
alguns cristãos judeus ainda acharam melhor descansarem no sábado, ou
talvez ainda comemoraram alguns dias de festas, possivelmente como
feriados nacionais. Paulo ensinou os irmãos a tolerarem tais diferenças
de consciência.
Nas instruções sobre tolerância, Paulo diz que devemos: 1.
Aceitar o débil (fraco), mas não para discutir opiniões (1). Devemos
ensinar as doutrinas bíblicas, mas não devemos insistir em defender
alguma liberdade não-essencial. 2. Em questões onde Deus não definiu uma única maneira de agir, respeitar as decisões dos outros (3).
3. Lembrar que o nosso irmão é, primeiramente, um servo de Deus e, como
tal, será julgado por Deus (4,10-12). 4.Respeitar a nossa própria
consciência e, acima de tudo, a vontade de Deus, porque pertencemos ao
Senhor na vida e na morte (5-9,12).
Devemos evitar abusos desse trecho, tais como: 1.
Irmãos teimosos recusarem estudar questões difíceis, alegando serem
fracos na fé. 2. Aplicar esses princípios (onde há diversas opções
lícitas) para tolerar doutrinas ou práticas que vão além da permissão de
Deus. 3. Não tolerar diferenças em questões de liberdade pessoal.
4.Insistir em fazer as coisas “do nosso jeito” quando existem outras
opções bíblicas. 5. Julgar os outros com base nas nossas opiniões.
Consciência e Fé (13-23)
Aqui,
Paulo leva os mesmos princípios adiante, mostrando o perigo de agir de
uma maneira que prejudique um irmão. Não devemos julgar os irmãos, nem
devemos fazer com que um deles tropece (13). Mesmo em casos de coisas
lícitas, devemos evitar ferir a consciência do irmão. Se insistir em
usar todas as nossas liberdades, o nosso bem pode ser desprezado
(14-16).
A
ênfase no reino de Deus não é a liberdade de comer ou beber alguma
coisa, e sim a de participar da justiça e alegria no Espírito Santo
(17). Quando servimos a Deus, agradamos ao Senhor e aos homens (18).
Desta maneira, promo-vemos a paz e a edificação (19). Se insistir-rmos
em usar as nossas liberdades, sem considerar a consciência do irmão,
estaría-mos destruindo a obra de Deus (20-21). É melhor abrir mão de
algum privilégio do que fazer um irmão tropeçar.
É importantíssimo mantermos a nossa consciência limpa diante de Deus, nada fazendo na dúvida (22-23).
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