As
palavras “herege”, “heresia” e “seita” vêm de palavras gregas usadas no
Novo Testamento, derivadas da mesma raiz. A idéia fundamental atrás
destas palavras é “escolher” ou “escolha”. Assim a forma de verbo é
usada quando Deus diz que escolheu seu servo (Mateus 12:18).
Outras
vezes na Bíblia e no uso atual destas palavras, ainda podemos ver um
elemento de escolha. Quando homens decidem seguir suas próprias
opiniões, criando novas doutrinas e facções religiosas, estas palavras
se aplicam. É neste sentido que lemos no Novo Testamento sobre seitas
como dos saduceus (Atos 5:17) e fariseus (Atos 15:5), grupos que
escolheram defender falsas doutrinas e tradições humanas.
Os apóstolos condenaram o espírito faccioso (Gálatas 5:20), alertaram sobre heresias destruidoras (2 Pedro 2:1) e ensinaram os cristãos a admoestarem e depois rejeitarem os hereges, ou homens facciosos (Tito 3:10). Escolher seguir qualquer doutrina que não vem de Deus é uma infração gravíssima da vontade do Senhor.
Às
vezes, estas palavras são corretamente usadas para identificar
doutrinas erradas e seus defensores, e é assim que devem ser empregadas.
Mas as palavras certas usadas pelas pessoas erradas podem se tornar armas maliciosas. Já no primeiro século, estas mesmas palavras foram usadas pelos adversários do Senhor para difamar seus servos fiéis. Tértulo, o orador que representou os judeus no processo contra Paulo, descreveu o apóstolo como “o principal agitador da seita dos nazarenos” (Atos 24:5). Paulo respondeu a esta distorção da palavra: “Porém confesso-te que, segundo o Caminho, a que chamam seita, assim eu sirvo ao Deus de nossos pais, acreditando em todas as coisas que estejam de acordo com a lei e nos escritos dos profetas” (Atos 24:14). Mais de dois anos depois, quando Paulo chegou a Roma, os judeus queriam ouvir “a respeito desta seita que, por toda parte, é ela impugnada” (Atos 28:22).
Desde
aquela época, os poderes religiosos têm usado estas palavras para
identificar ideias ou pessoas que discordam da posição oficial de uma
igreja ou das correntes principais de movimentos populares. Homens bons
podem ser chamados de hereges, e homens maus podem ser vistos como
servos “ungidos por Deus”.
O
critério de avaliação não deve ser a posição oficial de líderes
eclesiásticos, e sim a palavra de Deus. No final das contas, não importa
o que os homens dizem, pois são as palavras de Cristo que nos julgarão
(João 12:48; Gálatas 1:10). Nunca devemos escolher uma direção que
contrarie a vontade de Deus!
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