quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Comentário Bíblico Mensal: Dezembro/2017 - Capítulo 2 - O Deus da Bíblia



Comentarista: Matheus Gonçalves

Introdução

A humanidade fez grandes progressos nos últimos anos. Podemos, hoje, viver mais tempo do que nossos ancestrais; voar mais rápido que a velocidade do som e ter acesso ao mundo inteiro a partir de um teclado de computador. Mas enquanto tivemos progressos em algumas direções, parecemos ter regredido em muitas outras. Considere que desde 1960, houve um aumento de 560% de crimes violentos. A taxa de divórcio triplicou. A taxa de suicídio entre adolescentes aumentou 200%. 6.000 pessoas em torno do globo contraem HIV todo o dia. Cerca de 750 milhões de pessoas sofrem de fome crônica.
Infelizmente, a lista poderia continuar. Por exemplo, nas décadas recentes, testemunhamos um número recorde de guerras mundiais. Se a humanidade é o próprio Deus, parece que não está fazendo um trabalho muito bom. Mesmo com uma altíssima tecnologia, ainda temos crime, divórcio, conflitos raciais e fome imposta pelos governos. Desta forma, não seria ótimo ter um Deus que é maior do que a humanidade, um Deus que tem a capacidade de nos levar além de onde podemos ir sozinhos?
O Deus descrito na Bíblia é este Deus: Ele afirma ser o Criador do universo -transcendente, onisciente, todo poderoso, que sempre existiu e é o sustentador de todas as coisas. Ele diz: “Fui eu que fiz a terra e nela criei a humanidade. Minhas próprias mãos estenderam os céus; eu dispus o seu exército de estrelas.” (Is 45.12) “Eu sou Deus, e não há nenhum outro; eu sou Deus, e não há nenhum como eu”(Is 46.9). “Eu sou … o que é, o que era e o que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1.8).

I. O Deus da Bíblia é Santo

Santo quer dizer “separado”. Deus é separado de nós em dois sentidos. Primeiro, ele é o Criador e nós somos suas criaturas. Ana louvou o Deus único, porque “É o que tira a vida e a dá” (1 Sm 22.6). Esta diferença excede nossa imaginação. Como Criador, ele está acima de todos os povos (Sl 99.1-3). Isaías fala da grandeza de Deus em relação à criação. Ele é “o eterno Deus, o SENHOR, o Criador...” (Is 40.28). No mesmo capítulo, Deus desafia suas criaturas com estas palavras: “A quem, pois, me comparareis para que eu lhe seja igual? — diz o Santo” (Is 40.25). A conclusão importante de Isaías é que as criaturas não são nada em comparação com o Criador: “Eis que as nações são consideradas por ele como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança; as ilhas são como pó fino que se levanta. Nem todo o Líbano basta para queimar, nem os seus animais, para um holocausto. Todas as nações são perante ele como coisa que não é nada; ele as considera menos do que nada, como um vácuo. Com que comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante confrontareis com ele?” (Is 40.15-18). Deus é separado de nós porque ele nos criou do nada.

O segundo sentido em que Deus é santo trata de sua relação com o pecado. Ele é puro e certo, acima de todo pecado e toda maldade. Por esse motivo, ele é separado dos homens pecadores. “Então, Josué disse ao povo: Não podereis servir ao SENHOR, porquanto é Deus santo, Deus zeloso, que não perdoará a vossa transgressão nem os vossos pecados. Se deixardes o SENHOR e servirdes a deuses estranhos, então, se voltará, e vos fará mal, e vos consumirá, depois de vos ter feito bem” (Js 24.19-20). Deus é separado de nós porque ele nos criou com livre arbítrio, e nós decidimos pecar. Deus nos convida a ser santos, livres do pecado, pela graça e pelo amor dele (1 Pe 1.15,16).

Deus é Santo

Deus ama a justiça. Salmo 24 mostra que Deus aceita os puros e justos. Pela santa natureza dele, não há outra possibilidade. “Porque a palavra do SENHOR é reta, e todo o seu proceder é fiel. Ele ama a justiça e o direito; a terra está cheia da bondade do SENHOR” (Sl 33.4-5). Da mesma forma que ele ama os justos, ele rejeita a iniquidade e os malfeitores. As palavras de Salmo 5:4-5 são claras e até duras: “Pois tu não és Deus que se agrade com a iniquidade, e contigo não subsiste o mal. Os arrogantes não permanecerão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a iniquidade.” Quando Habacuque procurou entender os atos de Deus, ele baseou sua pergunta na justiça de Deus: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar...” (Hb 1.13).
Porque Deus é santo, ele usa linguagem revoltante para descrever o pecado. Ele diz que idolatria é “coisa abominável que aborreço” (Jr 44.4). Ele compara o pecado ao lamaçal no qual a porca se revolve e ao vômito que o cachorro lambe (2 Pe 2.22). Nas Escrituras, não se pode separar o pecado da morte e da corrupção de decomposição que associamos com a morte. Se tais imagens nos enjoam, é porque o pecado é nojento para Deus.

A santidade de Deus é revelada na palavra dele

O homem aprende discernir entre o bem e o mal através da revelação de Deus (Is 1.16-17; 2.3). Nas Escrituras, o Espírito Santo tem revelado para nós as coisas de Deus para que possamos desenvolver a mente de Cristo (1 Co 2.10-16). É importantíssimo entender que a desobediência a qualquer mandamento que Deus nos tem dado é ofensa contra a própria pessoa dele. Pense nesse fato na próxima ocasião que você enfrenta a tentação de deixar de lado algum mandamento do Senhor, dizendo que “Deus não se importa com isso”. Ele se importou em falar. Ele se importou em mandar seu Filho para ensinar e para morrer. Ele se importou em enviar os apóstolos ao mundo. 
O pecado é desobediência da vontade de Deus (Sl 51.4; 1 Jo 3.4). Qualquer pecado, o menor que seja nas opiniões dos homens, é traição e ingratidão em relação ao nosso Criador. Jesus disse que o amor a ele exige obediência aos seus mandamentos (Jo 14.15). O Pai havia falado a mesma coisa quase 1500 anos antes (Êx 20.6).

A santidade de Deus é revelada na ira dele

Encontramos nas Escrituras diversas ocasiões em que Deus mostrou sua ira contra pecadores. Considere alguns exemplos. “Pelo que, como a língua de fogo consome o restolho, e a erva seca se desfaz pela chama, assim será a sua raiz como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porquanto rejeitaram a lei do SENHOR dos Exércitos e desprezaram a palavra do Santo de Israel. Por isso, se acende a ira do SENHOR contra o seu povo, povo contra o qual estende a mão e o fere, de modo que tremem os montes e os seus cadáveres são como monturo no meio das ruas. Com tudo isto não se aplaca a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão” (Is 5.24-25). Na mesma época, Deus explicou o castigo do povo desobediente: “O SENHOR advertiu a Israel e a Judá por intermédio de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Voltai-vos dos vossos maus caminhos e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, segundo toda a Lei que prescrevi a vossos pais e que vos enviei por intermédio dos meus servos, os profetas.... e venderam-se para fazer o que era mau perante o SENHOR, para o provocarem à ira. Pelo que o SENHOR muito se indignou contra Israel e o afastou da sua presença; e nada mais ficou, senão a tribo de Judá” (2 Rs 17.13,17-18). Estas consequências do pecado foram previstas por Samuel no início do reino de Israel, 300 anos antes de Isaías. Samuel disse: “Se, porém, não derdes ouvidos à voz do SENHOR, mas, antes, fordes rebeldes ao seu mandado, a mão do SENHOR será contra vós outros, como o foi contra vossos pais” (1 Sm 12.15). Às vezes, pessoas descartam tais exemplos da ira de Deus, sugerindo que o Deus do Velho Testamento é diferente do que o do Novo Testamento. Enquanto a aliança realmente mudou, o Deus que nos governa é o mesmo. A santidade dele não diminuiu, e ele continua rejeitando pecado e pecadores. O Novo Testamento nos assegura que Deus ainda responde ao pecado com ira. Romanos 11.22 diz: “Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a bondade de Deus, se nela permaneceres; doutra sorte, também tu serás cortado.” O livro de Hebreus diz que Deus é até mais severo hoje do que na época da antiga aliança (Hb 2.2-3). Depois, ele reafirma este fato: “Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais severo castigo julgais vós sereis considerados digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.28-31). A ira de Deus é inseparável de sua santidade. Se Deus aceitasse o pecado, ele não seria santo.

II. O Deus da Bíblia é Perfeito

Mateus 5.48 nos diz: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.”
SEDE VÓS PERFEITOS. O padrão que Deus exige de seu povo é seu próprio caráter perfeito. A perfeição de Deus inclui o amor da graça benevolente (v.45). Mesmo que essa perfeição não seja atingida nesta vida, ela é o objetivo daqueles que se tornaram filhos do Pai (Fl. 3.12-14).  “Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco” (2 Co 13.11).
O recebimento da perfeição ou mesmo a busca por esse elevado alvo, em breve “restauraria” aos crentes coríntios, corrigindo sua falta de comunhão e seus partidos facciosos, levando-os a se tornarem um todo harmonioso: “Pelo que todos quantos já somos perfeitos sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa doutra maneira, também Deus vo-lo revelará” (Fp 3.15). Talvez haja aqui a sugestão de que a única perfeição possível, nesta esfera terrena, seja a “dedicação intensa” aqui descrita. Aqueles que demonstram essa forma de perfeição e maturidade mostram que se acham bem avançados, na estrada da obtenção da perfeição celestial: “E estais perfeitos nEle, que é a cabeça de todo principado e potestade” (Cl 2.10). Haveremos de participar da própria natureza de Deus, de sua “modalidade de vida”, conforme se aprende em João 5.25,26 e 6.57. Portanto, a diferença entre Deus e os remidos não consiste do “tipo” de natureza, mas apenas de “extensão” dessa natureza. Naturalmente, Deus é um ser infinito, e os remidos, apesar de terem sua natureza, por serem verdadeiros filhos de Deus, nunca atingirão toda a plenitude absoluta de Deus; não obstante, esse será sempre o nosso alvo.
“Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo, combatendo sempre por vós em orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda a vontade de Deus” (Cl 4.12). Os remidos deverão possuir a perfeita natureza moral de Deus; devem tornar-se a plenitude de Cristo (ver Ef.1.23); devem ter “toda a plenitude do próprio Deus” (ver Ef. 3.19). Essa é a perfeição na direção da qual nos esforçamos, e esse era o tema das orações de Epafras: “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal” (Hb 5.14).
A doutrina mais avançada é adaptada aos crentes maduros, cujos sentidos espirituais são capazes de discernir entre a doutrina íntegra e a infundada e entre a conduta perfeita e imperfeita: “Para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (2 Tm 3.17). .…Perfeito… No grego é “artios”, que significa “capaz”, “eficiente”, “completo” e, por conseguinte, capaz de satisfazer todas as exigências que lhe forem impostas como ministro de Cristo. A santidade pessoal dos ministros do evangelho, a sua eficiência no conhecimento bíblico, a sua utilidade nos dons espirituais, tudo faz parte desse aprimoramento. E isso ocorre através do ministério do Espírito Santo. O homem de Deus deve ser equipado espiritualmente, através de sua dedicação a Cristo, mediante as Sagradas Escrituras: “Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma” (Tg 1.4).
SEJAIS PERFEITOS. “Maduros” (gr. teleios) transmite a idéia bíblica de perfeição no sentido de relacionamento correto com Deus, que frutifica no empenho sincero de amá-lo de todo o coração em obediência irrestrita e uma vida inculpável (Dt.6.5; 18.13; Mt.22.37; ver 1 Ts. 2.10).

III. O Único Deus Verdadeiro

Há muitos deuses criados pelos homens ou pelo maligno, mas o Deus da Bíblia é o único Deus verdadeiro, soberano, criador dos céus, da Terra, dos homens e de todas as coisas. As pessoas ímpias têm dificuldade em aceitar a indispensável ideia da existência real do Ser Supremo, que existe antes do tempo e fora do tempo. O ser humano com a mente prejudicada pelo pecado, prefere acreditar que Deus não existe e que se trata de uma invenção das pessoas religiosas, com o objetivo de manter as pessoas sob seu controle, com normas e regras, estabelecidas pelas religiões. Infelizmente, muitos estão enganando e sendo enganados pelos ensinos materialistas e ateístas, como bem disse o apóstolo Paulo: “Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados” (2Tm 3.13).

Os cientistas, em geral, sentem-se obrigados a crer no que é estabelecido nas teorias sobre as origens da vida, do homem e de todos os demais seres e coisas que existem no universo. Para eles, há mais lógica em aceitar a não provada e falaciosa Teoria da Evolução do que aceitar o que a Bíblia diz sobre as origens de tudo. É mais fácil um cientista aceitar e propalar o absurdo de que o homem veio de um macaco, que, por sua vez, surgiu de um réptil, que surgiu de um anfíbio, que se originou de um peixe ou vertebrado, que, por sua vez, surgiu de um invertebrado, que teve origem em um animal unicelular ou protozoário, do que aceitar o que a Bíblia diz que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança.  No entanto, após todos os séculos de pesquisa, de teoria em teoria, até hoje, não foi encontrado um único elo entre os estágios da chamada evolução das espécies. Somente a Bíblia tem a resposta mais consistente, segura e compatível com a origem da vida e dos seres criados: "No princípio, criou Deus os céus e a terra. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra" (Gn 1.1,26). Deus, o Deus da Bíblia, é o Criador, o Preservador, o Senhor e o Salvador do Homem. É o Deus que é Juiz do Universo, e chamará os homens à prestação de contas no tempo do fim. A crença ou não no Deus da Bíblia é fator marcante, decisivo e determinante, não só do comportamento do homem na Terra, como do seu destino, na eternidade. 

1. O Shemá. “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6.4). Esta simples declaração de Moisés iniciou o que hoje é comumente referido como o Shemá (palavra hebraico para “ouvir”). Foi citado por Jesus Cristo como parte do primeiro e grande mandamento da lei (cf. Mc 12.29,30). Há aqui um significado teológico importante, porque a mensagem não se restringe apenas ao monoteísmo, mas a ideia de existir um só Deus, e de Deus ser um só; diz respeito tanto à "singularidade" quanto à "unidade" de Deus (Zc 14.9; Sl 86.10). Essa é a confissão de fé do judaísmo e, ainda hoje, os judeus religiosos recitam-na três vezes ao dia. No Shemá, Moisés pode ter simplesmente dito aos israelitas que o verdadeiro Deus, seu Deus, era para estar em primeiro - em mais alta prioridade - em seus corações e mentes. A jovem nação tinha saído da escravidão de uma cultura egípcia na qual se acreditava em muitos deuses, e eles estavam prestes a entrar numa terra cujos habitantes estavam mergulhados na adoração de vários supostos deuses e deusas da fertilidade, da chuva, da guerra, das jornadas, etc. Através de Moisés, Deus advertiu severamente os israelitas sobre os perigos de abandoná-lo para seguir os falsos deuses.

2. O monoteísmo. É a crença em um só Deus; se distingue do politeísmo, a crença em vários deuses. O primeiro mandamento do Decálogo é: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Deus é enfático: Israel não devia adorar, nem invocar nenhum dos deuses doutras nações. Deus lhe ordenou a temer e a servir somente a Ele (Js 24.14,15). Aqui está a essência do monoteísmo judaico. É o fundamento da vida em Israel, a base de toda a lei e de toda a Bíblia. Jesus ratificou o monoteísmo judaico, e também afirmou que o Deus Javé de Israel, mencionado em Deuteronômio 6.4-6, é o mesmo Deus que Ele revelou à humanidade (Jo 1.18), a quem todos os cristãos servem e amam acima de todas as coisas (Mc 12.29,30). Assim, o Deus de Israel é o mesmo Deus do cristianismo, é o nosso Deus. O apóstolo Paulo pregava para os judeus e gentios o mesmo Deus revelado por Jesus - "O Deus de nossos pais de antemão te designou para que conheças a sua vontade, e vejas aquele Justo, e ouças a voz da sua boca" (At 22.14).

"Não terás outros deuses diante de mim" atinge diretamente a idolatria. Quando Deus fez essa proibição, Seu povo estava envolvido com o bezerro de ouro (Êxodo 32). Os ídolos são artifícios em forma de imagens, eles nada são, não têm nenhum préstimo, nada entendem, confundem-se, têm olhos e não veem, têm ouvidos e não escutam, têm lábios e não falam, têm cabeça e não pensam, têm braços que não se movimentam e pés que não andam; são deuses inúteis e sem vida, condenados ao ridículo. Repetidas vezes encontramos a loucura da idolatria em termos sarcásticos e enfáticos (Jr 2.26-28; 10.1-16; Is.40.18-20; 41.4-7; 44.9-20; Sl.115; 135.15-18). Quando esquecemos a aliança do Senhor nosso Deus e negligenciamos a devoção diária, podemos ser levados a substituí-lo por alguma imagem esculpida ou por algo de que o Senhor nos proibiu (Dt 4.23). Apostasia, esquecimento ou mornidão espiritual são as doenças preponderantes deste século. Quando o Deus vivo e verdadeiro é olvidado, volta-se para a superstição, misticismo e os cultos esotéricos, que têm prosperado muito em nossos dias.

Repetidas vezes os profetas se levantaram contra a idolatria do povo de Deus (cf. Is 57.5-8; Jr 2.20,24; 3.6; Ez 6.1-14), condenando de forma específica a prostituição espiritual nos "lugares altos", em Israel e Judá. As trágicas consequências da desobediência ao Primeiro Mandamento foram: pestilência, morte, fome, rejeição, deportação, pragas e, pior, separação da comunhão com o Senhor.
Conforme Deuteronômio 11.16, existem quatro quedas consecutivas no caminho da idolatria: o engano do coração, o desviar-se, o servir a outros deuses e, finalmente, o prostrar-se diante deles. O dinheiro e o poder estão entre os "deuses" deste século. Mamom foi o único "deus" que o nosso Senhor chamou pelo nome. Muitos são os elementos produzidos por Mamom: o "deus" dinheiro, a competição, o "deus" televisão, o "deus" internet, o “deus” smartphone, o consumismo, etc. O convite de Deus para o seu povo é o de amá-lo de todo coração, com toda a força do pensamento e de toda a alma. Ele é o único, verdadeiro e eterno Deus das nossas vidas. Feliz o homem que guarda seu coração no caminho do Senhor. “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Para nós cristãos, este mandamento importa pelo menos três princípios:

A nossa adoração deve ser dirigida exclusivamente a Deus. Não deve haver jamais adoração ou oração a quaisquer “outros deuses”, espíritos ou pessoas falecidas, nem se permite buscar orientação e ajuda da parte deles (cf. Lv.17.7; Dt.6.4; 1Co 10.19,20).

Devemos plenamente nos consagrar a Deus. Somente Deus, mediante sua vontade revelada e Palavra inspirada, pode guiar a nossa vida (Mt 4.4).

Nós cristãos devemos ter como propósito na vida: amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todas as nossas forças, confiando nEle para nos conceder aquilo que é bom para a nossa vida (cf. Mt 6.33; Fp 3.8; Cl 3.5).

Nenhum comentário:

Postar um comentário