Comentarista: Anderson Ribeiro
Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 5:17,18, 27-30,34-39
17. Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir.
18. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido.
27.Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
28. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.
29. Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
30. E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
34. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus;
35. Nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei;
36. Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.
37.Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.
38. Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente.
39. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;
Momento Interação
Estudantes da Palavra do Senhor, Graça e Paz à todos! Como tem sido a experiência com o novo currículo do Comentário Bíblico Mensal? Estão gostando das novidades? Estamos nos esforçando para passar à vocês excelentes conteúdos bíblicos de qualidade com toda dedicação e respeito que todo aluno, estudante da Palavra de Deus deve ter. Nesta semana estudaremos à respeito sobre características muito difíceis de serem encaradas no dia de hoje que é: o adultério, o juramento e a vingança. Vivemos em uma sociedade totalmente individualista, rancorosa e egoísta, aonde estes assuntos sempre são colocados de lado, visando ódio, mágoa e rancor. Não é fácil lidar com traições, falsidades e sentimentos vingativos. Temos neste capítulo uma excelente oportunidade de estudarmos e ter em nossas vidas unidas com o Senhor Jesus , imensos valores morais e espirituais provenientes dos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo. Deus vos abençoe!
Introdução
Jesus já havia se tornado uma figura polêmica, e faz questão de esclarecer alguns pontos importantes antes de entrar numa série de contrastes. Muitas pessoas da época respeitavam os fariseus como fiéis defensores da lei do Velho Testamento (dada por Deus através de Moisés). Jesus já tinha discutido diferenças com os fariseus em várias ocasiões, principalmente sobre o sábado. Antes de desafiar diretamente os ensinamentos deles, ele quer deixar bem claro que ele respeita totalmente a vontade do Pai, o qual revelou a lei do Velho Testamento. Ele veio para cumprir, não revogar. A lei de Moisés preparou o povo para a vinda de Jesus. Estava cheia de sombras, tipos e profecias sobre o Messias. Jesus não ia negar nem jogar fora aquelas palavras significantes. Ele veio para cumprir o propósito da lei, e trazer a solução para o problema que a lei revelou nitidamente: o pecado.
Jesus não estava contradizendo a lei, nem incentivando outros a rejeitá-la. Ele mesmo guardou os mandamentos.
Mas, ele chamou seus discípulos a praticar uma justiça maior que a dos fariseus e escribas. A série de contrastes que segue mostra a diferença entre os ensinamentos de Cristo (nos quais ele vai ao coração do servo) e os dos fariseus e escribas (os quais inventaram muitas regras externas sem respeitar os princípios maiores da lei).
I. Jesus fala sobre o Adultério
O exemplo que Jesus apresentou em seguida envolve os mandamentos sobre o adultério. Primeiro, ele citou o sétimo mandamento: ‘Não adulterarás’. No contexto da lei de Moisés, o adultério ocorria quando uma pessoa casada se envolvia sexualmente com alguém que não fosse seu cônjuge. A lei era muito clara em que ambas as partes culpadas de adultério deviam ser condenadas à morte. Assim como acontece com o sexto mandamento, Jesus mostrou as implicações mais profundas desse mandamento específico. O adultério muitas vezes começa muito antes da concretização do ato. Da mesma forma que o assassinato começa com a intenção de causar dano permanente a alguém, o adultério começa no exato momento em que o indivíduo deseja sensualmente outra pessoa, casada ou solteira, com quem ele não é casado.
Jesus foi bem claro e objetivo, os nossos sentidos, instrumentalizados através dos olhos, das mãos e de outros membros do corpo, pode nos levar a cometer pecado. No entanto, vale salientar que o pecado antecede qualquer ação para pratica-lo efetivamente. Só a graça de Deus é capaz de nos tornar capazes de superar o grande desafio de vencer o pecado.
Nossos olhos e nossas mãos podem nos levar ao pecado. Acabamos realizando aquilo que nutrimos com nossos sentidos e nossa mente. Na realidade, o pecado já começa nas intenções impuras. Somente a graça de Jesus pode nos livrar dessa morte espiritual.
Jesus ofereceu uma solução instantânea para aqueles pecados que foram expostos. A solução não é seguir com o pecado, mas fazer uma autocirurgia radical. Com metáforas fortes, Jesus aconselhou a pessoa que tem o problema a fazer o que é necessário se ela deseja entrar no reino. Isso pode significar tomar um caminho diferente para ir ao trabalho ou terminar uma amizade querida, mas o ganho eterno supera em grande medida as paixões do momento.
II. Jesus fala sobre o Juramento
O povo judeu possuía uma formação muito rigorosa com respeito ao juramento. Isto vinha dos tempos de Moisés, quando instituía a Lei para os judeus citando por diversas vezes as restrições com respeito ao jurar usando o nome de Deus.
É interessante verificar que esses cuidados eram de tal ordem que, em cada um dos livros do Pentateuco, exceto o Gênesis, onde ele funcionou apenas como escriba, isto é, em Êxodo 20.7, em Levítico 19.12, em Números 30.2 e em Deuteronômio, duas vezes, 5.11 e 23.23, ele faz menção ao juramento como algo que podia ser feito em nome de Deus, desde que fosse depois cumprido na íntegra.
Davi dá outro realce ao cuidado com o juramento quando em um de seus salmos, aquele que alude ao "verdadeiro cidadão dos céus", chega a mencionar que o perfil desse cidadão é de alguém que, "mesmo que jure com dano seu, não muda" (Sl 15.4b). Vem Cristo agora e vai mudar tudo isto. É o terceiro antagonismo que ele traz entre a sua Graça e a Lei de Moisés:
"Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás para com o Senhor os teus juramentos. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis..." (Mt 5.33,34).
Sim, à guisa de mostrar-se zeloso, o judeu passou a banalizar o juramento. Jurava por qualquer coisa, especialmente pelas mínimas, o que não lhe exigiria sacrifício algum em cumpri-las, fazendo-o apenas para mostrar-se como um cidadão respeitável e temente a Deus. Vem o Senhor Jesus e diz: Nada disto! Nenhum compromisso terreno é digno de ser garantido pelos valores espirituais e eternos. O cristão tenha sua palavra garantida e dignificada por seu caráter e integridade. Ele não precisa de artifícios outros para demonstrar que, em seu viver, o seu falar é "sim, sim; não, não", sem a necessidade de juramentos, pois aquilo que ele fala ele cumpre! Como crente, você está vivendo assim?
III. Jesus fala sobre a Vingança
O famoso "lex talionis" ou lei de retaliação estabelecia o conceito da reciprocidade do crime e da punição. A perda de um olho seria punido com a perda do olho do culpado. Na verdade, esta lei (Lv 24.19-20) visava coibir a retribuição e inibir a vingança. Não era que o culpado seria sempre obrigado a pagar com perda igual. A punição podia ser menor. Mas, a vítima não podia exceder o que ela havia originalmente sofrido ou perdido. Como Gandhi observou, se a lei fosse realmente aplicada em pouco tempo todo mundo estaria cego e sem dentes. Nos dias de Jesus a recompensa monetária havia substituído em boa parte a aplicação da "lex talionis". No entanto, Jesus mostrou uma justiça superior, que visa não a reparação de danos ou a restauração de bens matérias, mas, a restauração de almas perdidas e a reparação de relacionamentos quebrados. Quando somos injustiçados, quando alguém tira vantagem, como é que nos sentimos? Impotentes, indefesos, sem controle. E, quando nós nos vingamos, quando conseguimos "dar o troco", uma das coisas que tentamos ter de volta é a sensação de que temos alguma força, que temos controle, que nós também podemos mandar na situação. Quanto vale um objeto quebrado ou um bem danificado em comparação a uma alma perdida? Jesus não está mandando que seus discípulos se submetam cegamente a agressões, mas ele está nos proibindo de revidar, de nos vingar. Veja as atitudes de Pedro (At 5.29) e Paulo (At 16.37; 22.25; 25.8-12), que nem sempre se submetiam passivamente a ameaças ou agressões. Entretanto, há situações em que será melhor perder ou sofrer do que buscar nossos "direitos". Jesus está nos apontando para um reação alternativa que pode surpreender e começar a mudar quem nos ofendeu ou nos machucou. Quem sabe a mudança alcance não só os que nos ofenderam, mas, a nós também. Talvez seja nós que mais precisamos.
Conclusão
Grande tem sido a misericórdia do Senhor para conosco. Não há como medir o que o Senhor já perdoou das minhas ofensas. Dai a todos nós, ó Pai, uma medida igual do seu amor, para todos que precisam, especialmente aqueles que nos ofendem. Que nós possamos ser embaixadores do seu perdão para com todos.
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