Comentarista: Romulo Ataíde
Texto Bíblico Base Semanal: Romanos 10.1-13
1. Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação.
2. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.
3. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.
4. Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.
5. Ora, Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas.
6. Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo. )
7. Ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo. )
8. Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos,
9. A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
10. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.
11. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido.
12. Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam.
13. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
Momento Interação
Prezados estudantes da Palavra de Deus, chegamos ao final de mais um Comentário Bíblico Mensal do mês de abril de 2018, que tem o tema: O Cristão e a Pós Modernidade. Até aqui o Senhor tem nos ajudado. Aprendemos muito neste mês sobre a maneira de viver do cristão neste novo século, que se inciou em 2000, e estamos caminhando à um rumo de muitas mudanças e questões sociais. Por isso, neste último capítulo estudaremos à respeito do cristão e os seus relacionamentos. É de devida importância que nós nos atentemos para este estudo porque mais do que nunca, vivemos em uma era em que constantemente atacam os relacionamentos, especialmente o relacionamento do homem com o Senhor Deus. Desejamos à todos ótimos estudos neste capítulo e até o próximo Comentário Bíblico Mensal.
Introdução
Nesses últimos dias, somos testemunhas através de jornais, da TV e de nossa própria observação em relação ao mundo em que vivemos essa escuridão que escraviza a sociedade, a qual está inclinada cada vez mais ao pecado. Pessoas que a cada vez se tornam mais amantes de si mesmos, escravas ao pecado, inclinadas ao mal e opositoras a justiça de Deus. Assim sendo, como deve ser a relação do cristão com essa sociedade, essa cultura, cada vez contrária a Deus? Veremos o que Jesus ensina a nós que somos seus discípulos.
Jesus Cristo ilustra através do texto como podemos relacionar e assim influenciar essa sociedade corrompida por causa do pecado de duas formas. Na sua primeira ilustração Jesus Cristo primeiro compara o cristão como o sal. E o sal tem duas importâncias na nossa vida. A primeira importância do sal é dar sabor nos alimentos. Há certos tipos de alimentos que são muito desagradáveis ao nosso paladar se não tiver a aplicação do sal. Assim, naqueles dias como nos dias atuais, o sal era e é considerado um ingrediente de suma importância, muito essencial na cozinha. Assim sendo, como Cristo revitalizou e trouxe um gosto à vida do cristão, também cada cristão por sua vez deve fazer o mesmo pela vida de outros por meio do Evangelho de Jesus Cristo. Portanto, o seguidor de Cristo, o Cristão, deve ser um agente conservador na cultura não cristã desses dias. Não se pode deixar de imaginar o que aconteceria com a sociedade atual, com toda a podridão moral, senão fosse a presença da Igreja anunciando o Evangelho vindo assim a agir como conservante contra o pecado.
I. O Cristão e o Relacionamento com a Família
A família sempre foi o alvo principal das forças do mal. A Igreja está atenta a esses ataques, pois os tais não somente desestruturam a fé cristã, como também desintegram a sociedade de modo geral. A família é um tesouro e como tal, deve ser guardada e preservada (Mt 6.21). Segundo a Declaração Nacional dos Direitos Humanos, a família é o elemento natural, universal e fundamental da sociedade. Sem família não há sociedade. A degradação da sociedade acontece por causa da deterioração da família. A Igreja é uma família composta por famílias. Se uma família estiver edificada, a Igreja também estará. Todavia, se a família for destruída, a Igreja também será. É nosso dever cuidar das famílias. Se a sociedade se dissolve, o problema está na ausência de famílias solidificadas em Cristo.
Deus não uniu o homem e a mulher somente para que um suprisse as necessidades e carências do outro. Seu projeto vai além de companheirismo e procriação. Deus sempre quis ser conhecido através das famílias. Adão foi o modelo original, feito á imagem e semelhança de Deus. Isto significa que toda a humanidade descendente de Adão portaria consigo a mesma essência divina (Gn 1.26). Desse modo, os atributos e a grandeza de Deus surgiriam naturalmente através dos filhos gerados pelo primeiro casal. A grande comissão sempre foi um projeto do Éden (Mt 28.18-20). O plano do inimigo é sempre sabotar essa essência, como no Éden, e assim fazer com que a humanidade seja apartada de Deus, gerando filhos assassinos, violentos e cheios de promiscuidade (Jo 10.10). A sociedade atual vive uma mutação em comparação com a família dos séculos passados. A autoridade patriarcal e a divisão de papéis ganharam novos significados nesse século. Em geral, a mulher do século XXI é uma mulher independente, que gera seus próprios recursos e que, ao lado de seu esposo, soma na renda familiar. Ela já administra empresas, leciona em faculdades, lidera, pilota aviões e preside nações. Durante muito tempo, a mulher viveu estigmatizada, censurada e vista pela sociedade somente como uma ajudadora e procriadora. Esse projeto igualitário traz a compreensão de ajuda mútua (Ec 4.9-10). Por outro lado, os filhos têm sofrido com a ausência dos pais.
II. O Cristão e o Relacionamento com as Pessoas
O que deveria um homem fazer com sua vida? Temos apenas uma vida para viver e há tantas metas que um homem pode querer atingir! Mas o que um homem deveria fazer de modo a tornar sua vida um sucesso? O sucesso na vida pode parecer certamente ser um alvo ilusório. Temos que decidir em que constitui o "sucesso" e então devemos decidir se, e quando, atingimos a meta. Ao envelhecermos, descobrimos muitas vezes que aquelas coisas que pensávamos que constituíam o sucesso, na verdade enchem nossa vida de vazio. Os jovens, que estão no início da vida, defrontam com esta questão: Que farei com o resto de minha vida? Todos nós temos que responder a essa mesma pergunta, mas este estudo se concentrará sobre a resposta que um homem tem que dar. Naturalmente, a respeito de algumas coisas, uma vida bem sucedida, tanto de homens como de mulheres, será a mesma coisa, mas há algumas responsabilidades especiais que cabem ao homem. É natural, entre os rapazes, nos anos antes da maioridade, procurar um modelo entre aqueles homens que a sociedade considera bem sucedidos. A sociedade muitas vezes glorifica o atleta que possui capacidade física excepcional, mas que demonstra caráter inferior. Muitas pessoas imaginam que o homem perfeito é aquele que tem tremenda força física e, na verdade, a sociedade o admira por isso. A sociedade também mostra o homem com poder ou riqueza como um sucesso. Muitas vezes, tais indivíduos passaram por cima de outros, em sua decidida busca de satisfação de desejos mundanos, mas a capacidade para manejar tais poderes é admirada por muitos. Como observamos anteriormente, é freqüente esses indivíduos atingirem o topo só para descobrir que ele vale menos do que tinham imaginado.
Precisamos nunca esquecer que Deus criou o homem. Ele nos conhece melhor do que a nós mesmos. Além disso, Deus sabe o que satisfará o homem; ele sabe que tipos de realizações são de valor duradouro e satisfarão o lado espiritual do homem. Que tipo de homem Deus considera um homem perfeito, um homem bem sucedido? A Bíblia é o manual de Deus para o homem piedoso, e como tal contém informação de como um homem deverá agir em cada relação que ele tiver.
A verdade é que o homem é bem sucedido nesta vida somente quando serve seu Criador. O profeta Miquéias escreveu: "Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus" (Mq 6.8). O homem que deseja andar com Deus humilhar-se-á e obedecerá aos mandamentos do evangelho para crer em Jesus, arrepender-se de seus pecados, confessar sua fé em Cristo e ser batizado (Mc 16.16; At 2.38; Rm 10.9-10). Quando um homem se torna um cristão, ele tem responsabilidade para com outros cristãos, por causa da relação que ele tem com Cristo. Ele buscará outros cristãos com quem adorar e trabalhar (Hb 10.24-25). Ele precisa crescer em seu conhecimento da palavra de Deus, de modo que seja capaz de partilhar a mensagem da reconciliação com outras pessoas (2 Pe 3.18; Hb 5.11-14). Cada parte do corpo de Cristo, a igreja, deverá contribuir para o bem do todo, usando todas as habilidades que cada um possui (Ef 4.11-16). Os homens precisam tentar qualificar-se para servir como diáconos ou presbíteros na congregação local. Desenvolver o caráter espiritual que o Senhor exige de diáconos e presbíteros exige tempo e persistência no estudo (cf. 1 Tm 3; Tt 1.5-9).
O homem bem sucedido de Deus pode não ser um homem rico ou influente, mas é um bom cidadão. Ele mostra respeito a Deus obedecendo às leis da terra até onde elas não conflitem com a lei de Deus. Ele sabe que Deus ordenou ao governo que providencie a ordem na sociedade e, assim, ele obedece à lei como se estivesse obedecendo ao próprio Deus. O Espírito Santo ordena: "Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus, e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. . . . É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência" (Rm 13.1-2, 5). Assim, o homem que agrada a Deus anda correto diante dos outros, pagando seus impostos e mostrando respeito pelas leis que existem na terra (1 Pe 2.11-17). O homem bem sucedido é um bom trabalhador. Como empregado, ele trabalha pelo salário que recebe, sabendo que esse trabalho é, na realidade, um contrato entre o empregador e o empregado. Ele trabalha de tal modo que possa manter uma boa consciência, tanto diante do seu empregador como de Deus. Paulo escreveu: "Servos, obedecei em tudo ao vosso senhor segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão somente agradar homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor. Tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como para o Senhor, e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa de herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo" (Cl 3.22-24). O homem de Deus é honesto e operoso, trabalhando de modo que possa ser capaz de ajudar outros (cf. 1 Ts 4.9-12; 1 Pe 4.15; 2 Ts 3.6-12; Ef 4.28).
III. O Cristão e o Relacionamento com Deus
Embora Deus não seja visível para nós, Ele pode se tornar uma realidade segura, confiável e amorosa em sua vida!
De forma poética, o rei Davi descreveu sua experiência sobre a grandeza de Deus e sua intimidade com Ele: "Para onde me ausentarei do Teu Espírito? Para onde fugirei da Tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a Tua mão, e a Tua destra me susterá. Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite, até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma coisa Pois Tu formaste o meu interior, Tu me teceste no seio de minha mãe. Graças Te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso Me formaste; as Tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem" (Sl 139.7-14, ARA).
Davi foi inspirado pela onipresença de Deus (ou seja, Ele está presente em toda parte) e Sua onisciência (significa que Ele tudo sabe e tudo conhece). Quando as pessoas não estão perto de Deus, elas podem acusá-Lo por esse sentimento de separação. Mas a culpa não é de Deus. As pessoas se esquecem dEle, mas Deus nunca se esquece de nós. Ele está sempre disponível para você, se você O "buscar de todo o coração" (Dt 4.29).
O autor de Salmos 73.28, escreveu: "Mas, para mim, bom é aproximar-me de Deus", e espero que você esteja aprendendo que isso também é bom para você. Nosso relacionamento com Deus começa quando Ele nos chama ou nos atrai. Jesus disse: “Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, o não trouxer; e eu O ressuscitarei no último Dia” (Jo 6.44). Depois que Deus nos chama, Ele espera que, a partir daí, tomemos a iniciativa de nos aproximarmos dEle. Se fizermos isso, então recebemos essa encorajadora promessa: “Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós” (Tg 4.8). Então, a promessa de uma ressurreição para a vida após a morte torna-se o principal fator motivador. E essa é “uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus” (Hb 7.19).