quinta-feira, 12 de abril de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2018 - Capítulo 2 - As Aflições na Família




Comentaristas: Leonardo Pereira e Sidney Muniz


Texto Bíblico Base Semanal: Marcos 9.17-27

17. E um da multidão, respondendo, disse: Mestre, trouxe-te o meu filho, que tem um espírito mudo;
18. E este, onde quer que o apanhe, despedaça-o, e ele espuma, e range os dentes, e vai definhando; e eu disse aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam.
19. E ele, respondendo-lhes, disse: Ó geração incrédula! até quando estarei convosco? até quando vos sofrerei ainda? Trazei-mo.
20. E trouxeram-lho; e quando ele o viu, logo o espírito o agitou com violência, e, caindo o endemoninhado por terra, revolvia-se, escumando.
21. E perguntou ao pai dele: Quanto tempo há que lhe sucede isto? E ele disse-lhe: Desde a infância.
22. E muitas vezes o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós, e ajuda-nos.
23. E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê.
24. E logo o pai do menino, clamando, com lágrimas, disse: Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade.
25. E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele.
26. E ele, clamando, e agitando-o com violência, saiu; e ficou o menino como morto, de tal maneira que muitos diziam que estava morto.
27. Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou.

Momento Interação

O pecado afetou à todos os seres-humanos de uma maneira tão terrível que se alastrou através das famílias também. Depois do primeiro casal serem lançados para fora do Edén, o primeiro problema familiar já ocorreu no meio deles. Caim se levantou contra o seu irmão Abel e o matou (Gn 4.8), dando alí mesmo a origem dos problemas familiares. Vivemos em um mundo pós-moderno aonde muitas situações e muitas atuações malignas querem destruir as famílias de maneira muito cruel, visando aniquilar a fé de muitos e também acabar com a unidade familiar. Roguemos ao Senhor que possamos manter as nossas famílias em Sua presença assim como Josué se prontificou à ser um sacerdote de Deus em sua casas e afirmando: "Eu e minha casa serviremos ao Senhor" (Js 24.15).
Introdução

I. Dificuldades Financeiras 

O dinheiro pode ser um dos assuntos mais difíceis para um casal conversar calmamente. Não é de admirar que muitas vezes esteja no topo da lista dos motivos das discussões dos casais. Casais que não têm um ponto de vista equilibrado sobre dinheiro talvez fiquem estressados, entrem em conflito e sofram danos emocionais e até espirituais (1 Tm 6.9,10) Os pais que não administram bem o dinheiro talvez tenham de trabalhar mais, privando seus filhos e um ao outro do apoio emocional e espiritual que precisam. Os filhos acabam aprendendo a não ser equilibrados com o dinheiro. “O dinheiro é para proteção”, reconhece a Bíblia  (Ec 7.12) Mas ele só protegerá seu casamento e sua família se você aprender não apenas a controlá-lo, mas também a falar sobre ele com seu cônjuge. * De fato, as conversas sobre dinheiro, em vez de ser motivo de briga, podem na verdade fortalecer os laços maritais. A Bíblia não é um manual de finanças. Mas contém conselhos práticos que podem ajudar um casal a evitar problemas com dinheiro. Que tal considerar seus conselhos e tentar aplicar as seguintes sugestões?

1. Aprender a falar com calma sobre dinheiro: “Há sabedoria com os que se consultam mutuamente.” (Pv 13.10) Dependendo de como foi criado, talvez você ache constrangedor consultar outros, especialmente seu cônjuge, a respeito de dinheiro. Mesmo assim é bom aprender a conversar sobre esse assunto importante. Por exemplo, o que acha de falar com seu cônjuge sobre como você foi afetado pela atitude de seus pais com relação ao dinheiro? Tente também entender como a criação de seu cônjuge influenciou a atitude dele.
Vocês não precisam esperar que surja um problema para falar sobre dinheiro. Um escritor da Bíblia perguntou: “Acaso andarão dois juntos a menos que se encontraram por combinação?” (Amós 3:3) Como esse princípio se aplica? Se combinarem uma hora específica para falar sobre assuntos financeiros, diminuirão a probabilidade de conflitos por causa de mal-entendidos.

2. Entrar num acordo sobre como encarar os rendimentos: “Tomai a dianteira em dar honra uns aos outros” (Rm 12.10) Se só você recebe um salário, pode dar honra a seu cônjuge por encarar seu rendimento não como seu dinheiro, mas sim como dinheiro da família (1 Tm 5.8). Se os dois recebem salário, podem dar honra um ao outro por dizer quanto ganham e quanto gastam. Se você esconder essas informações pode minar a confiança de seu cônjuge e prejudicar o relacionamento. Não precisa consultar seu cônjuge para cada centavo que vai gastar. Mas se falar com ele antes de fazer compras grandes, mostrará que dá valor à opinião dele.

3. Fazer um orçamento por escrito: “Os planos de quem é diligente produzem abundância” (Pv 21.5) Uma maneira de fazer planos para o futuro e evitar desperdiçar o salário de um trabalho diligente é criar um orçamento familiar. Márcia, casada há cinco anos, diz: “Ver no papel o que você ganha e o que você gasta pode ser bem revelador. Contra fatos não há argumentos.”
O orçamento não precisa ser uma coisa complicada. Gustavo, casado há 26 anos e pai de dois rapazes, diz: “No começo, usávamos envelopes. Colocávamos o dinheiro de cada semana em envelopes diferentes. Por exemplo, tínhamos envelopes para comida, lazer e até para corte de cabelo. Se ficássemos sem dinheiro para uma dessas coisas, fazíamos um ‘empréstimo’ de outro envelope, mas nos certificávamos de repor o valor assim que fosse possível.” Se  vocês raramente pagam suas contas em dinheiro, optando por pagamento eletrônico ou cartão de crédito, é ainda mais importante fazer um orçamento e acompanhar os gastos.

4. Entrar num acordo sobre quem fará o quê: “Valem mais dois juntos do que um sozinho, pois o esforço de dois consegue melhores resultados” (Ec 4.9,10) Em algumas famílias, o marido é quem cuida das finanças. Em outras, essa responsabilidade é da esposa (Pv 31.10-28) Mas muitos casais optam por dividir essa tarefa. “Minha esposa cuida das contas e das despesas menores”, diz Mário, casado há 21 anos. “Eu cuido dos impostos, contratos e aluguel. Um mantém o outro a par da situação e trabalhamos como sócios.” Não importa o método usado, a chave é trabalharem juntos, como equipe.

II. Dificuldades Relacionais

Muitos dos problemas de lares inseguros, hoje em dia, resultam da desobediência deste princípio fundamental. Vamos ver alguns exemplos desses abusos e suas conseqüências:

Deixa o homem pai e mãe. O ato de casar-se cria uma nova família, independente das famílias dos pais. O ponto deste aspecto do mandamento não é distância física, pois encontramos exemplos de pessoas fiéis que moraram perto dos pais (Gênesis 24:67). É possível morar perto dos pais e ainda desenvolver uma família independente, mas não é fácil. Há duas tendências erradas que freqüentemente atrapalham famílias: 1. Pais que interferem nos assuntos dos filhos casados, e 2. Filhos casados que não assumem a responsabilidade na própria família.

Se unir à sua mulher. Nestas palavras encontramos dois aspectos importantíssimos de um bom casamento: 1. Se une à sua mulher. O ato de unir-se sugere o compromisso do casamento. Os costumes e as leis mudam de uma época para outra e de um país para outro, mas a ideia de assumir um compromisso de casamento com uma pessoa é essencial. No Brasil, atualmente, essa união exige um casamento lícito, devidamente registrado no cartório. Pessoas que vivem amigadas estão evitando o compromisso do casamento, deixando aberta uma porta de saída. O relacionamento de tais pessoas não se trata de casamento, mas sim de fornicação, um pecado contra o par e contra Deus (Hebreus 13:4; 1 Coríntios 7:9). Relações sexuais antes ou fora do casamento do casamento são pecaminosas. 2. Se une à sua mulher. Em três palavras, Deus já excluiu muitos dos motivos de lares instáveis. Deus, na Bíblia, autoriza cada homem a casar-se com uma mulher. A prática comum de divorciar e casar com outra não é da vontade de Deus. Deus não criou Adão e Eva e Ana e Sara. Ele criou um homem e uma mulher. O casamento hoje é um relacionamento fechado e exclusivo entre duas pessoas. Eu não tenho direito nem de pensar em me separar da minha esposa para achar outra. Devemos observar outra coisa importante nessas palavras. Deus criou um homem e uma mulher. Deus não autorizou que o homem tivesse relações sexuais com animais, nem com outros homens. Ele já tinha criado diversos animais, mas nenhum deles foi feito para ser companheiro íntimo do homem (Gn 2.20). Também, é óbvio que Deus não criou Adão e João. Não importa quantas teorias que os homens inventam, ou quantas leis que os políticos fazem, as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo sempre serão condenadas pela palavra de Deus (Rm 1.24-27; 1 Co 6.9-11). Os homossexuais precisam parar de cometer esse pecado e voltar para Deus.

Tornando-se os dois uma só carne. No meio da libertinagem do nosso mundo, a ideia de fidelidade matrimonial parece antiquada. Filmes, novelas, revistas e jornais sugerem que a paixão é incontrolável e a traição inevitável. O mesmo antigo mentiroso que enganou Eva no jardim do Éden continua enganando milhões com essas mentiras. O privilégio de ter relações sexuais é uma das melhores coisas que Deus deu para o prazer do homem e da mulher, mas pessoas pecaminosas procuram estragar esse dom de Deus. A intenção de Deus é que, logo depois de assumir o compromisso de casamento, o homem e sua mulher começarão uma vida de relações íntimas que trarão prazer para os dois. O bom marido vai se preocupar com a satisfação sexual de sua esposa, e ela, por sua vez, vai responder aos desejos naturais dele. Pessoas que respeitam a vontade de Deus não admitem a possibilidade de se envolver sexualmente com outras pessoas (1 Co 7.3-5; Pv 5.1-23; Mt 5.27-28; Hb 13.4; 1 Co 6.9-11; Rm 7.1-3). As pessoas que encontram mais prazer sexual na vida são as pessoas que se dedicam ao desenvolvimento do relacionamento íntimo com seu legítimo parceiro. Essas pessoas não sofrem da culpa que vem com lembranças de pecados cometidos no passado, nem da insegurança que a infidelidade traz para a vida de muitos. No casamento lícito, o sexo se torna uma parte especial do amor verdadeiro e completo entre duas pessoas.

O cristão que respeita a Deus vai contrariar as tendências pecaminosas de uma sociedade que defende a libertinagem. Um artigo recente na revista Época acertou quando descreveu uma grande parte do problema de jovens terem relações sexuais: "Quem é adolescente, hoje, tem nos pais o exemplo de uma geração que derrubou barreiras para tornar o sexo antes do casamento algo moral e socialmente aceitável" (12/04/99, página 50). Temos que mudar este quadro. A fornicação pode ser socialmente aceitável, mas nunca será moralmente aceitável. Mesmo se não conseguirmos mudar o pensamento de todos, podemos e devemos começar nos nossos próprios lares e igrejas. Pais, assumam compromissos com seus filhos para ajudá-los a manter sua pureza, assim se preparando para felicidade verdadeira no casamento e no céu.

III. Famílias Seguras

Abandono e divórcio são fontes de muito sofrimento. A vida de muitas crianças e jovens se torna um pesadelo, devido às promessas quebradas dos pais. Muitos adultos sofrem feridas incuráveis de rejeição por alguém que, alguns anos antes, prometeu amor e fidelidade até a morte. Deus autorizou o casamento, mas a destruição de lares é obra do diabo. Muitas coisas mudam depois de casar, mas o compromisso é irrevogável. Geralmente, o homem de 50 anos não é tão bonito, fisicamente, como era quando tinha 20 anos. A mulher de 80 anos pode ter alguns problemas de saúde que não tinha aos 30 anos. Problemas mais difíceis, incluindo doenças mentais, podem se desenvolver depois do casamento, mas o compromisso não muda. Uma doença ou acidente pode deixar a pessoa incapaz de cumprir seu papel normal, mas o compromisso continua o mesmo. A sua esposa ou o seu marido merece a segurança de saber que vocês vão ficar juntos até a morte.

Seus filhos precisam da mesma segurança. Lares tumultuados e quebrados por divórcio deixam muitas vítimas. Pesquisa publicada na revista Veja prediz uma grande mudança na família brasileira: "Em apenas duas décadas, o número de famílias nucleares, compostas por pai, mãe e filhos de um primeiro casamento, será menor do que o de novas uniões resultantes de separações e divórcios." O mesmo artigo observa o fato óbvio: "Mas é ilusão achar que exista separação sem dor e sofrimento. O fim de um casamento é uma das situações mais estressantes que um ser humano pode enfrentar....Para as crianças, significa lidar com emoções desconhecidas, na maioria das vezes traumáticas...." (17/03/99, páginas 110-111). Existem muitas outras coisas que contribuem à segurança no lar. Homens responsáveis devem trabalhar e sustentar a família (1 Ts 4.11; 2 Ts 3.10; 1 Tm 5.8). Mulheres piedosas serão boas donas de casa, contentes com as necessidades da vida e livres da avareza (Tt 2.3-5; 1 Tm 6.7-10). Pais que temem ao Senhor vão instruir seus filhos por palavra e exemplo, os corrigindo em amor (Ef 6.4). Violência, bebidas, drogas, imoralidade e diversas outras más influências serão eliminadas das nossas famílias, deixando um ambiente saudável para o desenvolvimento de pessoas aptas para o reino de Deus. Vivendo bem no lar exige sacrifício e determinação. Mas, lembre-se de dois fatos importantes: 1. O amor de Deus exigiu um sacrifício maior (Jo 3.16; Ef 5.25), e 2. Estamos tratando de seres humanos, feitos à imagem de Deus, que têm espíritos eternos. Você terá uma grande influência na eternidade de seu companheiro e de seus filhos. Vale a pena ser fiel!

IV. Jesus Conhece as Aflições dos seus Servos

Onde Deus faz mais milagres? Nos hospitais, nas igrejas, nos centros de recuperação, nos campos de batalha? Não! É no ambiente familiar que os milagres são mais necessários, e é ali que eles acontecem com maior frequência. Não por acaso, o primeiro milagre de Cristo foi realizado em uma casa, em um casamento. É no cais da família que vão quebrar as ondas da vida: doenças, acidentes, vícios, dívidas, separações, etc. O que preciso fazer para que haja milagres em minha família?

1) Mantenha-se junto de Jesus: Cristo estava naquela casa porque havia sido convidado pelos noivos. Quando eles precisaram de ajuda, o Filho de Deus já estava lá. Não foi uma questão de sorte, mas de sabedoria.
Conta-se que certa vez Abraham Lincoln visitou uma casa humilde durante uma parada de trem. Quando lhe perguntaram por que havia honrado aquela família, ele lhes mostrou um convite escrito que recebera. E quanto a você? Já convidou Jesus para estar em sua casa? Já se dispôs a servi-lo em seu lar?

2) Vigie o nível da felicidade: O grande problema ocorrido naquele casamento foi devido ao fato de que ninguém acompanhou o nível do vinho. Só perceberam que ele estava acabando quando acabou. Abra os seus olhos. Como anda o nível de satisfação das pessoas que estão ao seu lado? O que você pode fazer para melhorar isso?
Uma jovem esposa ganhou de seu pai uma linda flor que, por falta de cuidados, acabou morrendo. Seu pai lhe disse que se ela não tratasse a família de um modo diferente o mesmo ocorreria com o amor em sua casa. A jovem aprendeu a lição. Fiquemos atentos ao nível de felicidade! Prestemos atenção nas pequenas falhas e busquemos corrigi-las!

3) Consulte sempre ao Senhor: Maria buscou a pessoa certa, na hora certa, da maneira certa. Ela disse a Jesus que havia um problema, mas não lhe disse de que maneira queria que o problema fosse resolvido. Ela deixou Deus ser Deus.
Jesus é o Médico dos médicos, mas muitos o tratam como se fosse um farmacêutico. Pedro, Nicodemos e Marta foram orientados por Cristo, ainda que fossem pessoas instruídas na sua área de atuação. Imite o seu exemplo. Devemos apresentar as nossas preocupações, e não necessariamente as nossas sugestões…

4) Obedeça sempre ao Senhor: O milagre só aconteceu quando as pessoas fizeram o que Jesus ordenara. Nas palavras de Stênio Marcius, “mandou encher as talhas de água, e ao servir as taças a água mudara no vinho mais raro que alguém já provara”. Fé é confiar a ponto de obedecer. Milagres são filhos da obediência.
Nos tempos do Velho Oeste, os carroções que paravam aos domingos para descansar e cultuar a Deus acabavam chegando primeiro a seus destinos. Aqueles pioneiros mostravam levar sua fé a sério, e o Senhor os honrou.

Conclusão

Jesus pode fazer milagres na sua família. Não desanime, não desista. Em Caná, o milagre fez com que o nome de Jesus fosse glorificado e com que os seus discípulos cressem nele. Jesus é assim: deixa o melhor para o final!

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