quinta-feira, 26 de abril de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2018 - Capítulo 4 - As Aflições por Intermédio do Pecado




Comentaristas: Leonardo Pereira e Sidney Muniz


Texto Bíblico Base Semanal: Romanos 7.5-13

5. Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte.
6. Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.
7. Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.
8. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim toda a concupiscência; porquanto sem a lei estava morto o pecado.
9. E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri.
10. E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte.
11. Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou.
12. E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.
13. Logo tornou-se-me o bom em morte? De modo nenhum; mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem; a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno.

Momento Interação

O pecado nos aflige tanto de modo interno, quanto de modo externo. Muitas situações em que a nossa vida se desenvolve, em muitas etapas dela, há sempre um momento para que o pecado se manifeste em nosso meio, visando afastar-nos cada vez mais de Deus. Nesta capítulo estudaremos à respeito sobre o efeito do pecado em várias áreas da vida de uma pessoa e o que a Palavra de Deus nos fala sobre como vencê-lo e glorificarmos ao Senhor. Temos nesta semana uma grande oportunidade de reflexão e meditação para as nossas vidas. Que o Senhor Deus vos abençoe e ótimos estudos!

Introdução

O homem nasce com muitas perturbações e medos. Quando criança desenvolve medo do escuro, ou de palhaços, e torna-se apreensivo. Esse processo é natural aos homens, e estes devem aprender a enfrentar tais medos a ponto de superar qualquer dificuldade quanto a isso. Há ainda outro temor que todos os homens hão de passar: o medo de enfrentar os próprios pecados. E, nessa luta, o homem nunca estará sozinho. Ele jamais poderá superar esse mal com as próprias forças. Todavia deve aprender a se submeter àquele que poderá não só ajudá-lo a vencer este temor como também tem o poder de limpá-lo de toda sujeira do pecado.  Enquanto João ensinava a dois de seus discípulos, avistou Jesus passando e disse: “Eis aqui o Cordeiro de Deus” (Jo 1.36). Assim, todo cristão entende que o fundamento principal é saber onde estão colocados seus pecados. A lei dos judeus repousava os pecados do povo sobre sua consciência, mas Deus, em sua nova aliança, afasta de nós o peso do pecado e o coloca sobre os ombros do Cordeiro, pois, caso Deus o colocasse sobre qualquer um de nós, estaríamos fadados à perdição, uma vez que o pecado é pesado demais para, por nosso próprio vigor, carregá-lo. O peso do pecado é uma carga que nossos ombros não podem suportar. E assim o pecado só pode estar em dois lugares: ou está sobre seus ombros, pesando sobre sua vida, ou está colocado sobre Cristo, o Cordeiro enviado por Deus. Se você depositar sobre a cruz de Cristo os seus pecados, você estará livre e será salvo. Todos têm de escolher o que preferem.

Antes de qualquer escolha, recorde-se de que, segundo a Lei e a Justiça, seus pecados deveriam repousar como um grande peso sobre seus ombros. No entanto, pela graça de Deus, repousam sobre Jesus Cristo. Pense: se Deus quisesse entrar em juízo conosco estaríamos todos perdidos. Não seja tolo, abrace essa oportunidade e deixe o Cordeiro Santo levar o seu medo principal e lavar seus pecados. 

I.  O Pecado afligindo a Vida do Cristão

Desde Adão e Eva, o pecado tem corrompido nosso mundo e manchado nossas vidas. Deus ofereceu aos homens inúmeras oportunidades para serem limpos do pecado, mas as pessoas, egoístas, concupiscentes, continuam pecando. O problema é tão difundido que Paulo afirmou: "Pois todos pecaram e carecem da gloria de Deus" (Rm 3.23) e "...assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Rm 5.12). Na verdade, aqui temos um problema.

O mais completo argumento da Bíblia sobre o assunto da culpa humana é encontrado nos capítulos da abertura do livro de Romanos. Paulo principia com a mensagem do evangelho da salvação para os judeus e gentios (Rm 1.16). O fato que os homens precisam de salvação implica em que eles estão perdidos, separados de Deus pela barreira do pecado (veja Isaías 59.1-2). Paulo desenvolve sua tese muito claramente, começando pelos gentios e então voltando para os judeus.

Paulo disse que os gentios eram culpados porque tinham fechado seus olhos à evidência da existência e justiça de Deus. Eles não glorificavam a Deus, em vez disso adoravam a criatura antes que o Criador (Rm 1.25). Tal rejeição da pessoa de Deus levou rapidamente à rejeição de seus princípios: "Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames, porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo em si mesmos a merecida punição do seu erro" (Rm 1.26-27). Não somente tais pessoas começaram a practicar o homossexualismo, mas também acrescentaram malícia, avareza, homicídio, desobediência aos pais e vários outros pecados dignos de morte (Rm 1.28-32). É com tristeza que vemos este antigo cenário sendo repetido hoje em dia. Numa época em que a evolução nega a existência de Deus, religiões politeístas e místicas estão se tornando crescentemente proeminentes e homens estão defendendo como "normal" toda a perversão da lei de Deus, desde a desonestidade à homossexualismo e ao adultério.

Pessoas religiosas, freqüentemente, acham muito fácil condenar tais horríveis pecados. Mas Paulo não parou depois de definir o mal dos gentios. Ele imediatamente voltou sua atenção para aqueles que deveriam ser considerados o povo mais espiritual de sua época, os judeus. Estes descendentes de Abraão conheciam a lei e aborreciam a carnalidade dos gentios. Mas seriam eles melhores por isso? Paulo não deixou espaço para auto-justificação quando se voltou para os judeus e perguntou: "Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Pois, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa" (Rm 2.23-24).

Finalmente, Paulo mostrou que os dois grupos gentios e judeus tinham uma coisa em comum: "Pois todos pecaram e carecem da gloria de Deus" (Rm 3.23). Muitas outras passagens ilustram este ponto e, muito significativamente para nós, demonstram claramente nossa própria culpa. Se todos pecaram, então eu tenho pecado. Eu o desafio a ler as passagens do Novo Testamento que relacionam os pecados, considerando cuidadosamente sua própria vida (Dê uma olhada cuidadosa a 1 Coríntios 6.9-11; Gl 5.19-21; Efésios 5.3-7; Cl 3.5-11; 2 Tm 3.1-5 e Ap 21.8). Toda pessoa honesta e responsável perceberá, por estas passagens, que está condenada pelo pecado. Quando Deus relaciona tais pecados, está claramente pronunciando nossa culpa. Fazer o que Deus proibiu é pecado (1Jo 3.4). Não fazer o que ele exigiu é pecado (Tg 4.17). A conseqüência do pecado é a eterna separação de Deus (Rm 6.23; 2 Ts 1.8-9). Eu tenho pecado. Você tem pecado. Necessitamos do perdão misericordioso de Deus.

II. O Pecado afligindo a Vida Conjugal

O casamento é a primeira relação humana. Tem sobrevivido a milhares de anos na história da humanidade. Ao mesmo tempo, o casamento está constantemente sob ataque. Muitos procuram diminuir a santidade desta relação especial de um homem e uma mulher, apoiando casamentos de homossexuais. Outros negam a sua permanência, defendendo o divórcio por qualquer motivo. E muitas pessoas simplesmente ignoram a importância do casamento, vivendo amigadas e desrespeitando o plano divino para um compromisso especial e exclusivo entre duas pessoas.  No meio a tanta corrupção do plano de Deus, os discípulos casados precisam lutar para manter casamentos sólidos, conforme a palavra do Senhor. Neste artigo, vamos considerar este plano de Deus e alguns desafios de doutrinas erradas. No próximo (veja Andando na Verdade, Ano 7, Número 3), daremos atenção a outros desafios egoístas e morais.

1: O plano de Deus para o casamento: Deus definiu o casamento quando criou o primeiro casal. Ele disse: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2.24). Observamos nestas palavras os elementos básicos da aliança do casamento: uma decisão de entrar num novo relacionamento (deixar pai e mãe); um compromisso assumido (unir-se a sua mulher); uma relação especial que sela a aliança (tornar-se uma só carne). Apesar dos abusos tolerados durante milhares de anos, Jesus afirmou os mesmos princípios como base da sua legislação sobre o casamento (Mt 19.4-6; Mc 10.6-8). Continuando a mesma ênfase na mensagem do Novo Testamento, Paulo frisou o caráter monógamo do casamento: “...cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido” (1 Co 7.2). A lei conjugal vigora até a morte de um dos cônjuges, deixando o viúvo livre para casar de novo (Rm 7.1-3; 1 Co 7.39; 1 Tm 5:14; Mt 22.30).  No geral, Deus proíbe o divórcio e pessoas divorciadas que casam de novo praticam adultério (Lc 16.18; Mc 10.11-12; 1 Co 7.10-11). Se alguém se divorciar, assim pecando contra Deus, deve reconciliar-se com o cônjuge ou ficar só (1 Co 7.11). Se um descrente abandonar seu cônjuge cristão, este pode deixá-lo sair, mas Deus não autoriza segundo casamento nestes casos (1 Co 7.15). A única situação em que o Senhor autoriza divórcio e segundo casamento é no caso de divórcio por causa de relações sexuais ilícitas (Mt 19.9).

2: O casamento ameaçado por falsas doutrinas: É triste observar que um dos maiores desafios que os casados enfrentam hoje vem de igrejas que ensinam falsas doutrinas sobre a santidade deste relacionamento especial. Muitos pastores e teólogos procuram amenizar as exigências do Senhor, dando abertura para pessoas entrarem ou ficarem em casamentos ilícitos. Vamos observar alguns dos argumentos usados para negar a força da palavra de Deus e enfraquecer a santidade do casamento: Alguns procuram negar a validade das núpcias contraídas antes de se converter, dizendo que o casamento abençoado é o casamento de crentes. São diversos os argumentos usados para tentar dizer que uma mensagem se aplica aos descrentes, e outra, aos cristãos. Mas, por estudo cuidadoso das Escrituras, podemos ver os problemas com tais ensinamentos. José respeitou o casamento de pessoas que não serviam a Deus (Gn 39.7-9), e nós devemos mostrar o mesmo respeito hoje. O casamento veio antes da Lei de Moisés, antes do evangelho e antes da igreja. Nunca foi subordinado a alguma instituição religiosa, e não depende de nenhuma organização religiosa para ter sua validade. No Novo Testamento, Jesus falou sobre o casamento sem limitar suas palavras a determinadas pessoas. A mensagem dele é para a salvação de todos (Rm 1.16), exige o arrependimento de todos (At 17.30) e julgará todos (Jo 12.47).  A linguagem de Paulo mostra que os casamentos de descrentes são reconhecidos por Deus. Ele disse que alguns dos coríntios eram adúlteros antes de se converterem (1 Co 6.9-11). Se cometeram adultério, é porque estavam sujeitos à lei conjugal antes de se tornarem cristãos.  Outros usam afirmações como “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5.17) para dizer que a pessoa convertida pode esquecer dos casamentos anteriores e começar outro. É uma distorção do versículo que, no contexto, claramente fala de relações espirituais em Cristo, não de relações carnais de casamentos ilícitos. Não devemos usar uma afirmação geral para negar as palavras específicas do Senhor sobre o assunto do casamento. 

3: O problema de igrejas que seguem a sociedade: Estes e outros problemas doutrinários vêm de uma tendência maior de adaptar a mensagem da igreja para se adequar aos padrões da sociedade. O divórcio se tornou muito mais comum nas últimas duas gerações, e igrejas, em geral, têm modificado sua mensagem para não condenar o que a sociedade aprova.  Mas o Novo Testamento foi escrito num ambiente semelhante. O império romano se tornou conhecido por sua libertinagem e devassidão, mas os apóstolos chamaram os discípulos de Cristo a uma vida santificada. Paulo falou para deixar as obras da carne e desenvolver o fruto do Espírito (Gl 5.16-25). Pedro disse: “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.14-16).  Apesar das tendências erradas da sociedade, nós podemos e devemos manter a pureza e a santidade do casamento, respeitando os princípios revelados por Deus durante a vida toda. “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).

III. Lançando as Ansiedades sobre o Senhor Jesus

Você já se viu como alguém ansioso? O apóstolo Pedro, sim… ele foi do tipo ansioso. Temeu afundar quando estava caminhando sobre as águas, mesmo estando Jesus ao seu lado (Mt 14.29-31). Também teve medo do que aconteceria com Jesus no Jardim do Getsêmani, o que o fez puxar sua espada e tentar enfrentar um batalhão de soldados romanos (Jo 18.2-3,10) (o medo pode ser muitas coisas, mas nunca é esperto!). Como você, Pedro foi ansioso. Mas aprendeu a lidar com sua ansiedade segundo Deus. As lições que ele aprendeu foram ensinadas a nós em uma das cartas que escreveu. Observaremos que ele mudou, e isso enche de esperança até o mais ansioso dos corações.

Precisamos considerar aqui o exemplo de humildade de nosso Senhor Jesus Cristo. As Escrituras afirmam que Jesus, ao assumir nossa natureza, se humilhou obedientemente, indo até a morte para nos servir com a redenção por ele propiciada (Fp 2.5-10). É um desafio considerar outra pessoa mais importante do que nós mesmos.O primeiro passo para desfrutar das bênçãos da humildade, seguindo o exemplo de Cristo, é curvar-se para servir até mesmo o considerado indigno.

O apóstolo Pedro, com o propósito de dar peso ao seu argumento, lembra-nos do texto de Provérbios 3.34, que diz: “Certamente, ele escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes”. Tiago, como Pedro, também se lembra desse texto de Provérbios em sua carta: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tg 4.6); Pedro chega à mesma conclusão: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus” (1Pe 5.5- 6). A falta de humildade é, em primeira instância, um problema diante de Deus, pois acima de todos, devemos nos humilhar diante dele. A recusa em se humilhar é uma recusa diante de Deus. Deus reserva sua graça aos humildes, e diz, por meio do profeta Isaías, que faz sua habitação com o “abatido de espírito” (Is 57.15), que olha para “o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra” (Is 66.2). Por intermédio de Miqueias, O Senhor nos informa o que requer de nós: “andes humildemente com o teu Deus” (Mq 6.8).

Quando Pedro nos orienta na direção da humildade, diz que o façamos “sob a poderosa mão” de Deus. Essa expressão, no Antigo Testamento, simbolizava o poder controlador de Deus. A pessoa humilde constata que Deus está no comando, sempre cumprindo seus propósitos soberanos, operando sabiamente todas as coisas para o bem daqueles a quem ele ama (Rm 8.28).A chave é nunca contestar a sabedoria de Deus, ao contrário, aceitar humildemente qualquer coisa que Deus trouxer à sua vida como vinda de sua poderosa mão.

Essa humildade foi exemplificada na vida de Jó. Muitas coisas foram questionadas por Jó, mas ele nunca fez isso para questionar a sabedoria soberana de Deus em escolhê-lo para manifestar sua glória. Pelo contrário, no lugar de contestar a sabedoria de Deus, ele a louvou (Jó 1.20-21), reconheceu que tudo provinha das mãos do Senhor (Jó 2.10). As Escrituras atestam que “Em tudo isto não pecou Jó com seus lábios”.

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