terça-feira, 22 de maio de 2018

Teologia e Vida - Equilíbrio do Viver em Cristo





Por Leonardo Pereira



Existem hoje ao redor do Brasil milhares de cursos e seminários teológicos das mais diversas vertentes com objetivos diversificados. É um sinal bastante real de que a procura por um estudo bíblico e teológico no Brasil cresceu de forma impreesionante, a medida que líderes e alunos se engajaram neste propósito do ensino (líderes e professores) e do aprendizado (alunos). Este crescimento, contudo, trouxe soluções e ao mesmo tempo, problemas para nossa nação, tanto em seu modo de vida, quanto em seu modo de praticidade cristã.

Em um curto período o qual tenho o privilégio de fazer parte de um curso teológico atualmente (iniciei neste ano), aprendo eu com os meus professores e com amigos que estudam comigo neste curso, que um grande problema que solapa muitas igrejas e os crentes deste país, sem sombra de dúvidas é a falta de equilíbrio entre a teologia e a vida do cristão. Esta tem sido uma grande tristeza na igreja, nos lares e na vida de muitos que dizem professar a fé em Cristo, mas negando-o em seus corações.

Existem muitas pessoas hoje que estão com a sua engajadura doutrinária em estado excelente. Mostram genuinamente um grande domínio e uma grande perícia nas Escrituras Sagradas de forma a levar muitos para um bom conhecimento na Bíblia. Contudo, a sua praticidade cristã em seu cotidiano mostra totalmente o contrário do que aprendeu nos livros e na experiência de vida, e principalmente, no conviver com Deus. Não basta ter apenas luz na mente, precisa ter amor em seus corações. Conhecimento sem amor leva a pessoa a uma vida de luz, mas totalmente envolto em plena escuridão.

Do outro lado existem também as pessoas que estão com sua praticidade cristã em alta, mas com o conhecimento bíblico em grande falta. A prática é importante, mas juntamente com a palavra de Deus na vida da pessoa, certamente ela se tornara uma pessoa totalmente habilitada para a vida (2 Tm 3.16,17). O Senhor Jesus Cristo, Paulo e Tiago, falaram sobre este equilíbrio que deve haver em nossas vidas. 

Longe aqui de criarmos um debate sobre fé e obras que sempre trouxe diversas opiniões ao longo da história da Igreja, precisamos compreender a luz das Escrituras que não é fé mais obras, mas sim a fé que produz obras. Fato este visto nas palavras de Tiago: "Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras" (Tg 2.17,18). Observemos este equilíbrio que devemos ter:

Nas palavras de Jesus Cristo acerca da parábola do semeador, ele revela quatro tipos de lugares em cai a semente (a palavra): na beira da estrada (Mt 13.5), entre os pedregais (Mt 13.5), entre os espinhos (Mt 13.7) e em boa terra (Mt 13.8). Quando ele explica acerca da semente que caiu em boa terra ele meciona assim: "Mas, o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta" (Mt 13.23). Nos três lugares anteriores os quais é semeado a palavra de Deus, nenhum deste lugares se firma, podendo Satanás arrebatar a mensagem do Senhor de nossos corações (Mt 13.19), não resistir a mensagem e sair logo pois se ofende (Mt 13.20), e ser sufocado com as coisas deste mundo (Mt 13.22). Somente ouvindo e compreendo a palavra do Senhor é que produzimos em nossa vida uma teologia com a vida equilibrada.

Nas palavras do apóstolo dos gentios, ele exemplifica de modo categórico que o amor é fator pricipal que cumpre a lei: "Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo; E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé" (Gl 6.1,2,9,10). Não basta apenas ter uma teologia, é preciso demonstra que somos o sal da terra e a luz do mundo, a estarmos de acordo com a nossa conduta e mensagem. Paulo mostra que nossa vida deve ser regida pelo amor e pela dedicação a Deus e aos nossos.

Tiago, ao contrário de que muitos estudiosos pensam sobre ele enfatizar mais as obras que a fé, ele deixa claro em suas próprias palavras que a nossa vida, nossa teologia, tem de estar de acordo com o que nós fazemos: "Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano; E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e nào lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta" (Tg 2.14-16,26). É necessário que a nossa conduta cristã esteja de acordo com o que falamos e fazemos, se não corremos um grande risco de envergonharmos o santo evangelho do Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Predomina-se hoje na mente de muitos a filosofia do"faço o que digo, mas não faça o que eu faço". Contudo, a Bíblia Sagrada não nos mostra que esta filosofia deve habitar no ambiente cristão. Paulo, cheio do poder do Espírito Santo e inspirado, escreve aos coríntios de forma clara e específica: "Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo" (1 Co 11.1). O cristão é aquele que se assemelha Cristo, que reflete a Jesus neste mundo.

Roguemos ao Senhor que sejamos exemplos, referenciais do próprio Jesus a este mundo que precisa da luz mundo, a saber: Jesus Cristo (Jo 8.12), que nos mostra como devemos viver: com a uma vida teólogica e prática que Lhe reflita (Lc 9.23).





Livros Utilizados:


PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia - Livro por Livro. São Paulo: Editora Vida, 2011.

LOPES, Hernandes Dias. Paulo - O Maior Líder do Cristianismo. São Paulo: Hagnos, 2009.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Fé e Obras. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

RIBEIRO, Anderson. O Sermão da Montanha. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.






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