terça-feira, 7 de agosto de 2018

A Necessidade da Meditação


Muitos cristãos não praticam a meditação bíblica, porque não conhecem seu valor para a  vida cristã. Quando entendemos a importância da meditação, olhamos para as ordens de Deus sobre outros prismas. Portanto, uma das causas porque muitos cristãos não se envolvem na prática da meditação, é por falta de conhecimento sobre o assunto; outros por acharem que ela tem uma ligação com seitas orientais que a usam para fins errados e sem apoio na Palavra de Deus.

Conhecendo a necessidade da meditação, passaremos a nos mover mais para essa disciplina, que é essencial para todo cristão que quer crescer na graça e no conhecimento de Cristo Jesus. “Creio que conhecendo seis delas, nos ajudará nesse processo”.  

1. Ordenança Bíblica

É a primeira coisa que devemos ter em mente: “a meditação é uma ordenança bíblica”. Só isso, já é mais que suficiente para nos engajarmos na meditação da palavra de Deus, o Senhor nos ordenou, e por isso não podemos ser negligentes.

Moisés ensinou os israelitas a temerem somente a Deus e o adorá-lo, mas não apenas isso, ele instruiu os pais a ensinar as crianças nessa disciplina cristã “em todo tempo” quando ele diz: e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te (Dt 6:7). Diante disso, temos o exemplo de Maria, o texto declara: Maria, porém, guardava todas estas coisas, meditando-as em seu coração (Lc 2:19). Maria meditava em Cristo e sua obra messiânica. Paulo aconselha o jovem Timóteo no ministério: Medita estas coisas; ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos (1Tm 4:15). Em que exatamente Paulo recomenda Timóteo? Ele exorta o jovem meditar sobre sua conduta diante das pessoas, na leitura, na prática da palavra, dom e ensino.

Todos esses textos, mostram claramente que devemos meditar nas coisas de Deus. Ele também deixa claro a responsabilidade dos pais de ensinar seus filhos a meditarem, e como temer a Deus e guardar a palavra no coração. Aqui vai uma breve reflexão, sobre a exortação que Paulo fez ao jovem Timóteo. Será que estamos meditando na nossa conduta diante dos homens? Como estamos usando o dom que Deus nos deu, na leitura e prática das Escrituras? 

2. Meditar na Palavra como uma Carta

A palavra de Deus é como uma carta que Ele nos enviou, e nessa carta devemos meditar. Ele a enviou porque ama seu povo, para instruir na verdade, nos livrar dos caminhos maus, para conhecermos seus Atributos e nos relacionarmos melhor com Ele. Cada vez que meditarmos nessa carta que foi enviada com tanto amor, devemos está em alerta sobre aquilo que Ele espera, ou seja, que seus filhos o obedeçam. E sobre aquilo que Deus condena, seja em uma narrativa ou epístola. Esteja atento também quando estiver diante das Escrituras, pois você está diante da presença do Deus que fez os céus e a terra; considere com toda reverência que aquelas palavras pertencem ao próprio Deus. Analise as palavras de bênçãos que Deus concede aos que o obedecem, sua palavra e os castigos por causa da desobediência, assim estará crescendo a imagem de Cristo: E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens (Lc 2:52).

3. A meditação deixa o cristão fundamentado

Ninguém pode se tornar um cristão solido sem meditar, um cristão que não medita é como o homem insensato que edificou sua casa na areia, desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda (Mt 7:26,27). Veja as palavras de Thomas Watson sobre isto: “Um cristão sem meditação é como um soldado sem armas, ou um operário sem ferramentas. Sem meditação, as verdades de Deus não permaneceriam conosco; o coração é duro e a memória, efêmera; e sem meditação tudo está perdido.”

Todo aquele que professa sua fé na pessoa de Jesus, deve fundamentar seu cristianismo na meditação. Assim como não existe soldados sem armas para guerra, também não há cristão consistente sem a prática da meditação. Se você não medita nas verdades da palavra de Deus quando ler, há uma grande probabilidade de sua vida cristã ser superficial, será que é isso que Deus quer para seus filhos? esse cristianismo fraco? Torne sua fé sólida através da meditação!

4. Sem meditação a palavra pregada falhará

Muitos cristãos possuem o costume de ir ao culto ouvir a palavra de Deus, mas poucos praticam o hábito de meditar no sermão pregado aos domingos. Precisamos criar esse hábito após os cultos, assim os puritanos instruíam suas famílias depois do culto; eles se preparavam antes do culto fazendo orações para que Deus o abençoasse ao ouvir a palavra de Deus e pelo pregador para que Deus usasse na ministração. Saindo do culto, a família se reunia para jantar e lembrar dos pontos pregado na mensagem pelo o pastor da congregação. Assim, toda a família meditava na palavra de Deus. Thomas White disse: Os sermões são, particularmente, férteis campos para meditação. “É melhor ouvir apenas um sermão e meditar sobre seu conteúdo, do que ouvir dois sermões e não meditar sobre nenhum deles.”

Não devemos usar somente a leitura da palavra de Deus para meditar, os sermões não podem ficar fora disso tudo. É necessário nos disciplinarmos a cada domingo depois do culto, para meditar no sermão pregado, porque ele é um campo fértil para a meditação. (Isso quando a palavra de Deus é explanada e aplicada de forma correta).

5. Sem meditação nossas orações serão menos efetivas

A vida de oração de todo crente, depende da forma como ele pratica a meditação. Com sua ausência, nossas orações serão menos efetivas, ou seja, seremos homens fracos de oração. Para termos uma vida de oração sólida, é preciso fazer da meditação um dever e uma necessidade a vida cristã. Sobre isso os puritanos declaravam: “A meditação é uma sorte de dever central entre palavra e oração, e se relaciona com ambas. A palavra alimenta a meditação e a meditação alimenta a oração; devemos ouvir para que não erremos e meditar para que não sejamos estéreis. Esses deveres devem sempre ir de mãos dadas; a meditação deve seguir a audição e preceder a oração.”

É impossível meditar nas verdades divinas e não levar uma vida de oração. Porque o fruto da meditação junto com a palavra, é a oração. Homens de Deus como Davi, era forte na oração porque meditava na palavra de Deus, Salmos nos mostra como Davi fala da meditação na lei do Senhor e na forma de orar a Deus. Diante disso, temos um exemplo maior, que é Cristo, nos evangelhos encontramos Ele se retirando para buscar a Deus em oração.

6. Sem meditação somos incapazes de defender a verdade

Muitos cristãos são fracos na área de apologética, justamente porque não empregam tempo na meditação. Enquanto não voltarmos para essa prática, seremos incapazes de defender a verdade divina. Como Pedro disse: Antes santificai a Cristo, como SENHOR, em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós (1Pe 3:15). Como vamos responder com mansidão e termos sobre a razão da esperança que há em nós, se não estamos dispostos a empregar tempo em meditar na palavra de Deus? Esse texto jamais será cumprido desassociado da meditação. 

Não sabemos defender o nosso cristianismo porque falhamos na disciplina da meditação, não amamos a verdade, estamos mais interessados nas coisas desse mundo do que nas coisas de Deus e por último; é porque não amamos os seus mandamentos. “Jesus quando foi tentando pelo diabo no deserto, defendeu de forma perfeita sua crença em Deus e venceu satanás no deserto”. Portanto, se queremos demonstrar nosso amor a Deus, devemos defender suas verdades, e como fazer isso? Por meio da meditação.  

Conclusão

Assim como uma árvore é conhecida pelos frutos, assim conhecemos um cristão pela prática da meditação. Não podemos ter uma fé firme sem esse hábito, por meio dele teremos um cristianismo mais sólido. Sem a mesma, não seremos produtivos na oração, ouvindo o sermão pregado aos domingos e na leitura das Escritura Sagrada.

Portanto, para que haja essa prática, é necessário conhecer a ordem divina sobre isso e a sua necessidade. Desenvolva esse hábito, não se conforme com uma vida superficial, mas queira crescer na graça de Deus; e uma das formas de conseguir isso é utilizando a meditação.  

Sidney Muniz
Notas:
Prática da Piedade – Lewis Bayly
Espiritualidade Reformada – Joel Beeke  


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