sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Agosto/2018 - Capítulo 3 - O Amor, Santidade e Humildade



Comentarista: Lucas Soares


Texto Bíblico Base Semanal:Filipenses 2:1-11

1. Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões,
2. Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa.
3. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.
4. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.
5. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6. Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
7. Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
8. E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
9. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;
10. Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
11. E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.

Momento Interação

Como podemos experimentar a alegria de ser um cristão? A alegria nasce quando decidimos mudar de sermos centrados em nós mesmos para nos tornarmos centrados em Cristo. Alguém disse uma vez: “Aquele que escolhe a si mesmo como companhia e busca agradar a si mesmo está pronto a ser corrompido pela companhia que escolheu.” Em contraste, o cristão convida continuamente Jesus a ser seu companheiro e modelo.

Somos instados por Paulo a seguir o exemplo de amor e humildade que Cristo demonstrava em uma cultura que promove o egoísmo como modelo. A proliferação quase global de “selfies” – imagens de si mesmo – pode ser um indicativo da época em que estamos vivendo. Pode ser difícil para alguns de nós colocar as necessidades dos outros acima das nossas. Mas esta era a atitude de Cristo a qual somos exortados a possuir. Bons Estudos!

Introdução

No capítulo 2 da Epístola aos Filipenses, Paulo mostra-nos como a sua alegria podia ser completa, assim como a nossa também pode ser: através do exemplo de Cristo. A alegria de Paulo se tornava completa ao ver crentes unidos e amorosos uns para com os outros. O apóstolo Paulo exorta sobre a necessidade da unidade espiritual entre os cristãos. Mais ainda, lembra-nos que devemos ser mais como Cristo, ter o mesmo ânimo e o mesmo amor incondicional. O amor cristão deve ser recíproco, ou seja, “ame e será amado”. Jesus era divino, mas também humano. Humilhou-se a si mesmo, converteu-se em servo. Foi criado como um ser humano comum, provavelmente trabalhando como carpinteiro com seu pai terreno. Foi obediente até a cruz, sofreu morte vergonhosa e dolorosa, a morte de um escravo.

I.  Um Mesmo Sentimento em Cristo

A ambição egoísta pode arruinar a Igreja e o mundo, mas o amor genuíno pode redimi-los. Ter amor genuíno e humildade significa olharmos sob a perspectiva da verdade. Ser humildes não significa que tenhamos que depreciarmos a nós mesmos. Tenhamos presente que somos pecadores salvos somente pela graça; mas temos sido salvos e, portanto, nosso valor no Reino de Deus é grande. Por isso, deixemos de lado nosso egoísmo e tratemo-nos com respeito e com cortesia. Olhemos para Cristo, que foi o verdadeiro exemplo de humildade e de amor incondicional.

Filipos era uma cidade cosmopolita, e assim são as Bahamas e muitos outros países do mundo. A Igreja é um reflexo da comunidade, de pessoas com uma variedade de histórias pessoais. Com tanta variedade entre os membros, a unidade não é sempre fácil de ser mantida, embora não haja sinais evidentes de divisão na Igreja. Como seguidores de Cristo, devemos salvaguardar a unidade no corpo de Cristo. O apóstolo Paulo adverte-nos contra o egoísmo, a discriminação e os ciúmes que podem levar-nos à separação. Mostrar nosso interesse autêntico pelos outros é um passo positivo para manter a unidade entre os crentes e alcançar a comunidade de fora.

II. A Obediência de Cristo até o Fim

Embora Cristo seja Deus, fez-se humano para levar a cabo o plano de salvação de Deus Pai para toda a humanidade. Cristo não somente tinha a aparência de um ser humano; fez-se humano para identificar-se com nossos pecados. “Embora existisse com o mesmo ser de Deus, não presumiu igualdade com Ele”. Ele morreu na cruz por nossos pecados, para que não tivéssemos que morrer eternamente. Assim, como podemos fazer menos que louvar a Cristo como nosso Senhor e nos dedicarmos ao Seu serviço?

Muitas vezes em nossa sociedade, as pessoas se desculpam do próprio egoísmo, da injustiça ou da maldade, reclamando seus privilégios. Por exemplo, alguém pode pensar: “Nesta prova posso colar; pois mereço terminar o meu curso”. Ou “posso gastar todo este dinheiro em coisas para mim, porque trabalhei muito duro para ganhá-lo”. Nós deveríamos ter uma atitude diferente para sermos capazes de servir o próximo. Se somos verdadeiros seguidores de Cristo, devemos viver como ele viveu. Devemos desenvolver sua atitude de amor incondicional para servir o outro, sem pensar no reconhecimento de nosso esforço. 

Ser humilde como Cristo é o exemplo máximo que devemos procurar imitar (Fp 2.5-7). Cristo colocou nossas necessidades acima das Suas próprias e Se esvaziou, assumindo a forma mais baixa da humanidade, a de um escravo a morrer na cruz.

III. O Operar de Deus em Nós

Sob o prisma do no início do capítulo 2, Paulo faz algumas exortações aos filipenses, mas antes faz um reconhecimento: a obediência dos filipenses na presença e na ausência do apóstolo. Os Filipenses abraçaram o Evangelho e continuaram a perseverar na observação dos valores que o Evangelho de Cristo apresenta, mesmo Paulo estando longe. Paulo conhecia bem os filipenses, pois havia uma relação muito próxima entre o apóstolo e os membros da Igreja em Filipos. Ele sabia da intenção do coração e propósitos dos irmãos em Filipos, descritos dos versos 15 e 16:

· Ser um cristão irrepreensível 
· Ser um filho de Deus sincero
· Ser inculpável no meio de uma geração corrupta
· Conservar a Palavra da Vida
· Ser como luzeiro a brilhar

Paulo percebeu que sua prisão estava produzindo um desestímulo entre os filipenses, embora eles continuassem fiéis ao Evangelho. Alguns membros da igreja estavam com dificuldades em cumprir com os seus propósitos de servir a Deus. Paulo, como pastor, ensina que eles poderiam continuar os propósitos de Deus mesmo em meio às dificuldades e passa a ensinar aos filipenses uma grande lição. Algumas vezes isto acontece conosco também. Fazemos propósitos de sermos cristãos que cumprem com suas responsabilidades, de ler a bíblia todos os dias, de servir a Deus e à Igreja, além de outros; e percebemos que nem sempre cumprimos com os mesmos. Isto estava acontecendo com a Igreja de Filipos, pois a ausência e prisão do apóstolo estavam criando um desestimulo para a perseverança nos propósitos.

Sem a presença de Paulo os filipenses poderiam praticar os atos para o bem de toda a comunidade, pois era Deus quem efetuaria isto na vida deles. O verbo grego energeo tem o sentido de dar poder, energizar, tem também o sentido de produzir. Isto seria o resultado da graça de Deus. Em outras palavras, o que está sendo ensinado é que o cristão deve cumprir seus propósitos na dependência da Graça de Deus e fortalecido pela presença de Deus em sua vida. É Deus quem efetua o querer e o realizar. Em Romanos 7.18 o apóstolo diz que o querer o bem está nele, mas não o efetuar. O cristão que tentar viver a vida cristã confiado na sua própria capacidade, força ou formação, descobrirá muito cedo a sua incapacidade para tal. Paulo dá esta lição, pois ele mesmo havia tido esta experiência quando afirma o seguinte: "porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço" (Rm 7.19).

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