sábado, 29 de setembro de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Setembro/2018 - Capítulo 4 - Orientações Espirituais




Comentarista: Maxwell Barbosa



Texto Bíblico Base Semanal: 1 João 3.1-11; 4.1-5

1. Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele.
2. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos.
3. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro.
4. Qualquer que comete pecado, também comete iniquidade; porque o pecado é iniquidade.
5. E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado.
6. Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu.
7. Filhinhos, ninguém vos engane. Quem pratica justiça é justo, assim como ele é justo.
8. Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.
9. Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus.
10. Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus.
11. Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.
1 João. 4.1-5
1. Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.
2. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus;
3. E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já agora está no mundo.
4. Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo.
5. Do mundo são, por isso falam do mundo, e o mundo os ouve.

Momento Interação

Os seres humanos não têm privilégio maior que se tornarem filhos de Deus. Este ponto não é disputado por aqueles que professam afeição por Jesus como o Cristo. Aqueles que acreditam na Bíblia como a palavra inspirada por Deus concordam em relação à necessidade de serem “filhos de Deus mediante a fé”. Sabemos que os filhos de Deus são “co-herdeiros com Cristo” (Rm 8.12-17). Os filhos de Deus têm o direito de clamar “Aba, Pai” (Rm 8.15; Gl 4.6). Estes filhos devem receber a “glória a ser revelada” (Rm 8.18-19). Graças a Deus que podemos ser seus filhos!

Muitos de nós concordamos com a necessidade de sermos filhos de Deus, mas nem sempre concordamos em relação a quem são os filhos de Deus. Um estudo detalhado do nosso texto deve esclarecer um pouco este assunto. Se repararmos expressões equivalentes a “vós sois filhos de Deus mediante a fé” podemos entender melhor o que envolve ser filhos de Deus.

Introdução

Paulo também escreveu aos filhos de Deus, “também sois descendentes de Abraão”. Quem é filho de Deus hoje goza este privilégio por causa da promessa que Deus fez a Abraão há muito tempo (Gn 12.3). Os fiéis são herdeiros desta promessa. São filhos (herdeiros) por causa das suas ligações espirituais com Abraão e não por causa de ligações carnais. Aqueles ainda envolvidos na tradição judaica (que se orgulhava das suas ligações carnais com Abraão) acharam difícil aceitar isso – muitas vezes, depois de terem aceitado a Cristo. É o objetivo de Paulo em Gálatas 3 mostrar a tais pessoas que é possível alguém ser um filho de Deus, um herdeiro, e um descendente de Abraão sem fazer parte da sua descendência carnal e separado da sua lei nacional, a lei de Moisés. Ele mostra que a promessa de Deus a Abraão incluía mais do que seus herdeiros carnais – incluía “todos os povos”, os gentios (Gl 3.8-9). Cristo era a semente através da qual as nações do mundo seriam abençoadas (Gl 3.16). Assim, aqueles em Cristo são descendentes de Abraão. Esta bênção veio através de uma promessa dada muito antes da lei de Moisés (Gl 3.17-18), assim mostrando que se é filho de Deus pela fé em Cristo, de acordo com a promessa, e não de acordo com a lei. Então, qualquer pessoa, seja judeu ou grego, pode pela fé ser recipiente da bênção prometida à descendência de Abraão sem ser descendente pela carne ou estar sujeito à lei dada aos seus descendentes carnais. Esta lei desde então serviu o seu propósito (Gl 3.23-27).

I. Os Filhos de Deus

A Bíblia é bem clara que todas as pessoas são criação de Deus (Cl 1.16), mas que apenas aqueles nascidos de novo são filhos de Deus (Jo 1.12; Jo 11.52; Rm 8.16; 1 Jo 3.1-10). As Escrituras nunca chamam os que não são salvos de filhos de Deus. Efésios 2.3 nos diz o seguinte sobre nossas vidas antes de sermos salvos: “Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.” Ao invés de nascermos como filhos de Deus, nascemos em pecado, o qual nos separa de Deus e nos alinha com Satanás como inimigos de Deus (Tg 4.4; 1 Jo 3.8). Jesus disse: “Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou” (Jo 8.42). Alguns versículos depois, em João 8.44, Jesus disse ao fariseus: “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos.” O fato de que aqueles que não são salvos não são filhos de Deus também é visto em 1 João 3.10: “Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.”

Tornamo-nos filhos de Deus quando somos salvos porque somos adotados à família de Deus através do relacionamento com Jesus Cristo (Gl 4.5-6; Ef 1.5). Podemos ver isso claramente em versículos como Romanos 8.14-17: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, {Aba; no original, Pai} Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.” Aqueles que são salvos são “filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus” (Gl 3.26) porque Deus “nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1.5).

II. Os Nascidos de Deus

João pelo Espírito Santo, fala de três características daquele que é nascido de Deus. Sobre elas, porém, discorreremos nas próximas postagens, conforme a permissão do bom Deus. No entanto, a partir de agora, quero comentar, pela Palavra, sobre como se tornar um legitimo filho de Deus. Segundo as escrituras sagradas, para que nós possamos bater no peito e proclamarmos aos quatro ventos que somos filhos de Deus, existem algumas coisas básicas que precisamos observar. A primeira delas é crer em Jesus e recebê-lo como o nosso Senhor.

Logo no inicio de seu evangelho, João diz que o Senhor Jesus veio para o seu povo, ou seja, para os israelitas, porém, estes o rejeitaram e não creram nele. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome” (Jo 1.12). A incredulidade dos que dantes eram eleitos, não impediu que Deus fizesse seus filhos àqueles que agora creem naquele que ele enviou para salvar este mundo.

Em sua primeira epístola universal João ratifica o mesmo ensino: “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido” (1 Jo 5.1). O Apostolo ratifica o seu primeiro ensino, porém, acrescenta aqui outro detalhe de suma importância. Além de crer no Jesus ressurreto, que nossos olhos humanos não podem ver, também precisamos amar os irmãos com quem nós convivemos.

A ideia de simplesmente professar fé em Jesus poderia tornar algo muito fácil o ser filho de Deus, já que, pelo menos nos países considerados cristãos, a maioria esmagadora da população afirma crer Nele. No entanto, um exame um pouco mais cuidadoso das escrituras revelará que esta fé precisa absolutamente estar acompanhada de atitudes que agradem a Deus. Paulo foi outro instrumento usado pelo Espírito Santo para nos ensinar que não é o fato de ter sido criado por Deus que faz do homem seu filho. Mas a verdade é que: “... todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus” (Rm 8.14). Mais uma vez João diz: “Se sabeis que ele é justo, sabeis que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele” (1 Jo 2.29). Existe uma tendência muito grande para que o filho imite o caráter do pai. No caso dos filhos de Deus, é inevitável que eles não apresentem as características do caráter extremamente justo do Pai celestial. Esta influência neles é tão forte por que alguém da parte do Pai mora dentro deles, e trabalha para forjar neles o mesmo caráter daquele que o enviou.

III. Os Anticristos

A volta de Cristo para a Sua igreja tem sido sempre considerada como um acontecimento iminente, mesmo quando esta epístola foi escrita (1 Jo 2.28). A expressão "já é a última hora" é, portanto, válida sempre que é lida, e os ensinamentos dados aqui se aplicam à atualidade até que Ele venha. Estamos vivendo na última hora aqui na terra, e tem sido assim através de quase dois milênios. Durante todo este tempo Deus tem estado chamando um povo ao Seu nome, e ainda podemos dizer que "hoje é o dia em que não devemos endurecer o nosso coração se ouvirmos a Sua voz" (Hb 4.7). Existe urgência na palavra "hoje": amanhã poderá ser muito tarde, pois não sabemos se estaremos mais aqui.

A Bíblia nos ensina que, ao fim deste período em que a igreja está se completando, um líder político se levantará definitivamente contra Cristo, e esse é o anticristo que recebe vários nomes na Bíblia, incluindo o de besta (Dn 7.24,25; 8.23-25, 9.26,27; Mt 24.15, 2 Ts 2.3, 1 Jo 2.18,22; 4.3; 2 Jo 1.7, Ap 13.1-10). Ele será acompanhado por um líder religioso, um lobo disfarçado de cordeiro em imitação de Cristo, chamado de falso profeta (Ap 13.11-18). Mas havia na antiguidade, e através dos tempos até hoje, os anticristos que saíram do meio da própria igreja de Deus: foram batizados em resultado à sua falsa profissão de fé em Cristo, tomaram sobre si o nome de Cristo e se identificaram com alguma igreja local, ali participando da Ceia do Senhor. Mas depois deixaram a comunhão dos crentes, provando que não eram filhos de Deus. O seu novo estado se tornou pior do que se nunca tivessem conhecido o Evangelho (Hb 10.26,27, 2 Pe 2.21). Existem muitos descrentes que se dizem cristãos mas não podem suportar a comunhão com os que seguem fielmente a Cristo. Na realidade não creem na divindade do Senhor Jesus. São anticristos.

Não nos deixemos enlevar por ensinadores que vêm com novidades plausíveis mas falsas, mas perseveremos naquilo que foi ensinado desde o princípio, a fundação que foi colocada pelos apóstolos quando eles começaram a pregar o Evangelho. O Evangelho de João prova a divindade do Senhor Jesus com muita clareza. É essencial ter uma fé viva depositada sobre Aquele que veio a este mundo e viveu entre nós (Jo 1.14), para que possamos vir a conhecer a Deus.

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