quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Outubro/2018 - Capítulo 4 - O Chamado do Senhor à Moisés




Comentarista: Walter Menezes



Texto Bíblico Base Semanal: Êxodo 3.1-14

1. E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto, e chegou ao monte de Deus, a Horebe.
2. E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia.
3. E Moisés disse: Agora me virarei para lá, e verei esta grande visão, porque a sarça não se queima.
4. E vendo o Senhor que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés. Respondeu ele: Eis-me aqui.
5. E disse: Não te chegues para cá; tira os sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa.
6. Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus.
7. E disse o Senhor: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores.
8. Portanto desci para livrá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra, a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel; ao lugar do cananeu, e do heteu, e do amorreu, e do perizeu, e do heveu, e do jebuseu.
9. E agora, eis que o clamor dos filhos de Israel é vindo a mim, e também tenho visto a opressão com que os egípcios os oprimem.
10. Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó para que tires o meu povo (os filhos de Israel) do Egito.
11. Então Moisés disse a Deus: Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?
12. E disse: Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte.
13. Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?
14. E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.

Momento Interação

Deus em Sua infinita sabedoria e conhecimento, chama diversas pessoas em diversas ocasiões e em diversas maneiras. Todos nós temos experiencias de como e quando o Senhor nos chamou. A importância do chamado do Senhor é de característica ímpar na vida daqueles que o temem e o servem. No capítulo desta semana temos a oportunidade de vermos como se deu o chamado do Senhor à Moisés, e de que forma ele foi usado poderosamente pelo Senhor. Bons Estudos!

Introdução

O chamado de Deus na vida de Moisés foi muito importante. Mas somente “chamar” não garante o sucesso, é necessário obedecer. Alguns ainda insistem em fazer a obra de Deus sem assumir um compromisso pessoal com Ele. Essa falta desqualifica o enviado. 

I. O Senhor Aparece na Sarça

O capítulo 3 do livro de Êxodo nos traz a segunda etapa de 40 anos da vida de Moisés. O treinamento para torná-lo mais humilde estava completo, vindo assim a chamada para um serviço muito especial. Moisés apascentou rebanhos no deserto durante quarenta longos anos. Essa ocupação foi exatamente o oposto do qual ele foi ensinado no Egito a ver como grandeza (Gn 46.34). Durante este tempo ele cresceu em mansidão e humildade. Ele aprendeu a não confiar em sua própria capacidade. Devemos aprender com isso a não desprezar os métodos de treinamento de Deus. As aflições têm sentido se lembrarmo-nos que elas são lições dadas por Deus na Escola Divina (Tg 1.2-4).
Moisés conduzia sob os seus cuidados o rebanho á lugares bem distantes e amplos na procura de bons pastos. Ao se aproximar do monte aonde mais tarde ele receberia a lei de Deus, ele vê uma sarça queimando, mas não se consumindo. Ao se virar para ver esta cena de perto, ele encontra o Todo Poderoso (Dt 33.16). 

Não devemos nos aproximar de Deus por mera curiosidade. Moisés teve que tirar os sapatos e manter certa distância. A verdadeira reverência é a primeira lição da piedade (Pv 1.7; Sl 89.7). Não é a espirituosidade, mas a ignorância, que cria uma familiaridade indevida para com Deus e a irreverência. Fora da pessoa de Cristo, o Senhor não pode ser visto e nem tocado (Jo 1.18, Hb 12.29). Mesmo nos aproximando de Deus, como filhos, vamos observar a devida reverência em oração e adoração. Note como os santos consagrados falaram do Todo Poderoso (Hb 2.20; Sl 93.1-5, 1 Tm 6.14-16; Rm 11.33). 

II. O Senhor Envia Moisés de volta ao Egito

Deus ouviu o clamor de Israel, no entanto, eles não sabiam disso. Ele viu o sofrimento deles e lembrou-se de Suas promessas. Que possamos aprender deste fato a não duvidar do interesse e do conhecimento que Deus tem da nossa situação. Seria mais correto dizer que nós é que nos esquecemos de Deus e não o inverso. Israel havia se esquecido do calendário de Deus (Gn 15.13-14) e de Suas promessas, mas Ele não.

Moisés, sem dúvida, havia abandonado a idéia de ser o libertador de Israel. Depois de quarenta anos ele deve ter ficado espantado quando ouviu Deus dizer que o enviaria á Faraó. Verdadeiramente, a fraqueza humana é a única caraterística humana pelo qual Deus exerce o Seu poder. A limitação do homem é a oportunidade divina.

Na medida em que Deus progressivamente revela os Seus planos, e a Si mesmo, para o homem, Ele constantemente concede mais conhecimento a respeito dEle mesmo. Moisés sabia que ao receber esta grande revelação de misericórdia, que os filhos de Israel iriam desejar saber tanta a natureza divina quanto o nome de Deus que acompanhariam esta nova revelação. É dito a ele para informar Israel que “Eu Sou” ou “Jeová” é quem o havia enviado. Apesar deste nome já ser conhecido, a profundidade de seu significado só é explicado aqui

III. Moisés e Arão perante o Faraó

Moisés e Arão eram agora as figuras-chaves numa ‘batalha de deuses’. Faraó, nas pessoas dos sacerdotes-magos, cujos chefes evidentemente se chamavam Janes e Jambres (2Tm 3.8), convocou o poder de todos os deuses do Egito contra o poder de Deus. O primeiro milagre que Arão realizou perante Faraó, sob a direção de Moisés, mostrou a supremacia de Jeová sobre os deuses do Egito, embora Faraó se tornasse ainda mais obstinado (Êx 7.8-13). Mais tarde, quando ocorreu a terceira praga, até mesmo os sacerdotes se viram obrigados a admitir: “É o dedo de Deus!” E foram tão severamente afligidos pela praga dos furúnculos, que não conseguiram comparecer perante Faraó para se opor a Moisés durante esta praga.

IV. As Pragas do Egito

Moisés e Arão tornaram-se os anunciadores de cada uma das Dez Pragas. As pragas ocorreram conforme anunciadas, comprovando a comissão de Moisés como representante de Jeová. O nome de Deus foi declarado e muito comentado no Egito, realizando tanto um abrandamento como um endurecimento para com este nome, abrandando os israelitas e alguns dos egípcios; endurecendo Faraó, e seus conselheiros e apoiadores (Êx 9.16; 11.10; 12.29-39) Em vez de os egípcios crerem que haviam ofendido os seus deuses, eles sabiam que era Jeová quem julgava os deuses deles. Depois de a nona praga ter sido executada, Moisés também já se tornara “muito grande na terra do Egito aos olhos dos servos de Faraó e aos olhos do povo” (Êx 11.3).

Houve também uma notável mudança nos homens de Israel. Primeiro haviam aceitado as credenciais de Moisés, mas, depois de sofrerem condições de trabalho mais duras, às ordens de Faraó, queixaram-se de Moisés, a ponto de que este, desanimado, apelou para o Senhor (Êx 4.29-31; 5.19-23). Naquela ocasião, o Altíssimo fortaleceu-o por lhe revelar que Ele ia agora cumprir aquilo que Abraão, Isaque e Jacó haviam aguardado, a saber, a plena revelação do significado do Seu nome, Jeová, por libertar Israel e estabelecê-lo como grande nação na Terra da Promessa (Êx 6.1-8). Mesmo assim, os homens de Israel não deram ouvidos a Moisés. Mas agora, depois da nona praga, deram-lhe sólido apoio, cooperando de modo que, depois da décima praga, ele pôde organizá-los e guiá-los para saírem de modo ordeiro, “em formação de batalha” (Êx 13.18).

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