quinta-feira, 28 de março de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Março/2019 - Capítulo 5 - A Ressurreição de Jesus Cristo




Comentarista: Matheus Gonçalves



Texto Bíblico Base Semanal: Lucas 24.1-9; 46-53

1. E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado, e algumas outras com elas.
2. E acharam a pedra revolvida do sepulcro.
3. E, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus.
4. E aconteceu que, estando elas muito perplexas a esse respeito, eis que pararam junto delas dois homens, com vestes resplandecentes.
5. E, estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos?
6. Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia,
7. Dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite.
8. E lembraram-se das suas palavras.
9. E, voltando do sepulcro, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os demais.
46. E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos,
47. E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém.
48. E destas coisas sois vós testemunhas.
49. E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.
50. E levou-os fora, até betânia; e, levantando as suas mãos, os abençoou.
51. E aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu.
52. E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém.
53. E estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus. Amém.

Momento Interação

Pela graça do Senhor Jesus, chegamos ao final de mais um Comentário Bíblico Mensal e desta feita, estudamos o terceiro evangelho, o Evangelho de Lucas. Se no estudo passado vimos a crucificação do Mestre, no último capítulo vemos a base principal do Evangelho: A Ressurreição de Jesus Cristo. Este é o pilar fundante da nossa vida como cristãos. Este é um assunto que deve certamente estar na mente de todos os cristãos que amam e creem no seu Senhor. A Ressurreição de Jesus mostra o seu poder sobre a morte a qual ali levou todas as nossas iniquidades após si (Is 53.1-12). Por isso podemos dizer com toda força em nossos corações e almas: Jesus Ressuscitou! Ele Vive!

Introdução

O Evangelho de Lucas foi escrito com o propósito principal de apresentar um relato fiel e organizado visando estabelecer os fatos a respeito do ministério de Jesus e sua importância para a história da salvação, além de fornecer parâmetros para a igreja em sua pregação de arrependimento e perdão em nome de Jesus para todas as nações. Chegamos ao final do Evangelho de Lucas, agora veremos o capítulo 24. Lucas relatou, como já observamos, os acontecimentos dos últimos dias da vida de Jesus - quando o seu ministério chegou ao clímax. Ele se concentra no sofrimento de Jesus em favor de seu povo, salientando também a glória de Cristo após sua ressurreição, bem como o futuro da igreja após a ascensão de Cristo.

I. O Sepulcro Aberto

A traição, prisão, acusação, julgamento, condenação, sofrimento, castigo, crucificação e morte de Jesus que ocorreram dentro de um período de mais ou menos 12 horas, tudo numa sexta-feira daquela época. Mas agora, a morte que parecia vitoriosa, teve de perder sua primeira vítima dentre milhares de milhares, milhões de milhões e bilhões de bilhões daqueles por quem Jesus morreu e ressuscitou.
Jesus ressuscitou! Não, não reencarnou, nem se misturou, nem se metamorfoseou-se, nem desapareceu... RESSUSCITOU DOS MORTOS! Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago, SIM, AS MULHERES, foram as que primeiro souberam do acontecido por causa da sua busca por Jesus e anunciaram aos discípulos que acharam que elas estavam delirando. Pedro foi o primeiro a acreditar, mas mesmo assim foi investigar e admirou-se de ter encontrado somente os panos de linho. Dos versos 1 ao 49, veremos a ressurreição de Jesus Cristo, o primeiro. Cada Evangelho trata da ressurreição à sua própria maneira, embora nenhum descreva como ela ocorreu. Contudo, alguns detalhes estão bem claros nos quatro Evangelhos: o túmulo estava vazio, os discípulos demoraram a acreditar que a ressurreição havia ocorrido e as mulheres se sobressaíram nos primeiros aparecimentos de Jesus ressurreto. Porém, cada Evangelho registra algum fato ou acontecimento que não aparece nos outros. Lucas inclui o relato da caminhada a Emaús, a incredulidade de Tomé e a ascensão de Jesus aos céus.

Foi bem no começo do primeiro dia da semana, alta madrugada que as mulheres se dirigiram ao túmulo. Começava ao pôr do sol do dia de sábado. As mulheres tiveram o período da noite para terminar os preparativos antes de irem ao túmulo, ao amanhecer. O sepulcro era lacrado por uma pedra que era rolada e encaixada na sua abertura; nesse caso, um selo havia sido colocado nessa pedra (Mt 27.66). As mulheres estavam preocupadas sobre como removeriam a pedra (Mc 15.46).  No entanto, encontraram a pedra removida, mas ao entrarem, não encontraram o corpo. Foi nesse momento que lhes apareceram dois anjos com vestes resplandecentes e estes lhes comunicaram que ele não estava ali, mas tinha ressuscitado.

Os anjos as lembraram das profecias de Jesus acerca de sua morte e ressurreição (18.31-34). O uso do verbo na forma passiva – vs. 7 “ressuscite” - indica a atividade do Pai, que ressuscitou Jesus pelo poder do Espírito Santo. Elas então se lembraram das palavras de Jesus e entenderam o que havia acontecido. Imediatamente saíram dali para comunicarem aos onze - Judas não era mais um dos apóstolos, mas os outros haviam permanecido – e a todos mais - essa expressão indefinida mostra que havia um grupo grande de seguidores de Jesus em Jerusalém nesse momento. Muitos eram galileus que estavam em Jerusalém para celebrar a Páscoa. As mulheres que estavam com Jesus e que foram as primeiras a anunciarem a ressurreição dos mortos. Os discípulos ao ouvirem elas parecia-lhes um delírio e não acreditaram nelas (Lc 24.11). O testemunho das mulheres não era considerado com seriedade entre os judeus do século 1, e por causa disso os onze, além de outros homens relacionados a eles, se recusaram a acreditar no que as mulheres estavam dizendo. Jesus sabia disso e mesmo assim escolheu essa forma justamente para mostrar aos homens que ele é o Senhor e aprovava o ministério das mulheres nas divulgações das coisas do reino de Deus.

II. A Aparição de Cristo aos Discípulos no Caminho de Emaús

Foi ainda naquele mesmo dia que dois discípulos estavam no caminho de Emaús. Não se sabe a localização exata dessa aldeia. Eles conversavam sobre tudo que tinha acontecido nos últimos dias quando Jesus se aproxima deles e passa a acompanhá-los. Eles nada notaram. Parece indicar que Deus os estava impedindo de reconhecerem Jesus nesse momento. Jesus lhes faz algumas perguntas do que conversavam e um deles, Cleopas - não se sabe quem era Cleopas, exceto por essa passagem – até repreende a Jesus por parecer ser o único que de nada sabia e começa a contar a ele os fatos.
Eles responsabilizaram principalmente seu próprio povo, e não os romanos, pela morte de Jesus. Então ele confessa que tinha, juntamente com os outros certas expectativas de redenção. O termo “redenção’, do verbo redimir, significa libertar mediante o pagamento de um resgate. É bastante claro que esses dois discípulos estavam esperando a libertação de sua nação. Os dois deveriam ter compreendido muito mais do que na verdade demonstraram, pois era evidente que haviam entendido o que a Escritura relatou sobre a glória do Messias; no entanto, não compreenderam o que estava escrito sobre o sofrimento do Messias.

No verso 25, agora é a vez de Jesus de censurá-los e chamar a atenção deles que estavam néscios e tardos de coração para crerem tudo o que os profetas disseram em todas as Escrituras. Uma referência ao Antigo Testamento em sua totalidade. Jesus então lhes explica que tudo o que aconteceu era necessário e que convinha que o Cristo padecesse e depois entrasse na sua glória. Foi nesse momento que Jesus começou a discorrer nesse assunto – o que contava dele em toas as Escrituras - começando por Moisés. Já estavam se aproximando da aldeia para onde iam e Jesus fez menção que iria passar adiante, mas eles o constrangeram a ficar um pouco mais alegando que já era tarde e o que o dia já ia se reclinando. Jesus entrou para ficar com eles. Quando estavam à mesa, no momento do partir do pão, tomando ele o pão, abençoou e tendo-o partido, deu a eles. Procedimentos que o anfitrião realizava durante a refeição (cf. 22.19). Nesse instante, do partir do pão, seus olhos foram abertos. Aparentemente, outra ação divina (cf. vs. 16). O engraçado é que eles não o viam e quando puderam vê-lo e o reconheceram, não mais podiam vê-lo.

III. A Aparição de Cristo aos Discípulos no Cenáculo

Na mesma hora, então, foram para Jerusalém para contarem aos demais e encontrou os onze reunidos e mais alguns outros que já afirmavam que o Senhor tinha ressuscitado. Aqueles dois do caminho de Emaús aproveitaram também para contarem o que tinham visto e presenciado. Os onze não acreditaram nas mulheres (vs. 11), mas o aparecimento a Simão Pedro transmitiu convicção. Eles estavam ali falando disso e repentinamente Jesus aparece no meio deles e lhes ministra a paz que somente ele pode nos dar. O aparecimento repentino de Jesus entre eles, embora as portas estivessem trancadas (Jo 20.19), indica que o corpo ressurreto de Jesus não possui as mesmas limitações que o nosso.

Eles ficaram muito assustados e até imaginavam estarem vendo fantasmas ou algum espírito. Jesus os censura explicando que era ele mesmo. Ofereceu suas mãos e pés para o exame deles, pois traziam nelas as marcas dos pregos. Ainda assim, por causa do choque e da alegria, ainda não acreditaram e Jesus anunciou que tinha fome e eles apresentaram a ele um pedaço de peixe assado. O corpo ressurreto pode fazer uso do alimento. Foi em seguida que Jesus explica para eles as Escrituras dizendo que importava se cumprisse tudo. Observe a palavra "importava". Não é por acaso que a Escritura (a Lei de Moisés, os Profetas e os Salmos) se cumpre: há uma exigência divina para isso. Refere-se à tripla divisão da Bíblia hebraica (a única passagem em que é explicitamente mencionada no Novo Testamento). Jesus estava dizendo que toda a Escritura dá testemunho dele.

O verso 45 é a chave da interpretação bíblica, pois Jesus lhes abriu o entendimento. Jesus mostrou a seus discípulos o caminho para entender a Bíblia. A morte de Cristo e sua ressurreição haviam sido profetizadas nas Escrituras. Não foi apenas a morte e ressurreição de Jesus que foram profetizadas, mas também o chamado ao arrependimento e perdão, baseados na obra redentora de Cristo.  Os pregadores não devem produzir conceitos baseados em seus próprios entendimentos, mas sim transmitir o que tinha ouvido e visto Deus fazer. O Cristo ressurreto enviaria o que o Pai havia prometido (isto é, o dom do Espírito Santo, JI 2.28-32; At 2.1-4).

IV. A Ascensão de Jesus aos Céus

Dos vs. 50 ao 53, veremos a ascensão de Jesus. Lucas encerra o seu Evangelho com a ascensão de Cristo aos céus e a alegria dos apóstolos por tudo o que aconteceu. Lucas desejava que seus leitores tivesse a mesma atitude diante dos fatos que estava lhes relatando. Aqui Lucas não fornece uma data para esse acontecimento, mas posteriormente relatou que a ascensão ocorreu quarenta dias após a ressurreição (At 1.3). Foi Jesus que os levou para a Betânia - uma aldeia que ficava no monte das Oliveiras, distante cerca de 3 km a leste de Jerusalém (Jo 11.18) – onde erguendo as suas mãos os abençoou.

Enquanto abençoava ia-se retirando deles. O relato de Lucas sobre ascensão é breve, mas está de acordo com a conclusão da primeira obra de Lucas, cuja intenção era fazer um relato de "todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar até ao dia em que... foi elevado às alturas" (At 1.1-2). Encontramos um relato mais detalhado sobre a ascensão na segunda obra de Lucas (At 1.9-11). A ascensão marca o término da obra que Jesus veio realizar na Terra e assinala o início do que continua a fazer por meio da igreja. Nesse momento os discípulos estavam adorando-o enquanto subiam. Qualquer que tenha sido a opinião que haviam tido sobre Jesus antes da ascensão, agora os discípulos o reconheceram por sua divindade e o adoraram. A separação não trouxe tristeza, mas "grande júbilo".

Conclusão

Lucas encerra o seu Evangelho do mesmo modo que começou: em Jerusalém, louvando a Deus.Aqui fica claro que sem o Espírito Santo não podemos entender as Escrituras. Jesus falava-lhes sobre tudo que está escrito, mas somente vieram a entendê-la depois de ele mesmo lhes abrir o entendimento. O homem morto em seus delitos e pecados não pode entender, nem mesmo buscam a Deus... por isso que a salvação é incondicional.





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