terça-feira, 25 de junho de 2019

O Deus incompreensível



Será que podemos compreender Deus em toda sua plenitude? Quando descrevemos o Deus incompreensível, não queremos dizer que não podemos ter conhecimento de Deus, mas que é impossível conhecer Deus em todo seu Ser. Apesar de não o conhecermos de forma plena, conhecemos o que Ele revela a nós. Na história da igreja, os teólogos falavam do Deus incompreensível, assim como os reformadores.

Queremos abordar de forma sucinta, como Deus mesmo sendo incompreensível em seu Ser se revela ao homem.

1. História da Igreja

Os chamados pais da igreja, falavam do Deus invisível como um ser não gerado, eterno, incompreensível e imutável. Eles acreditavam inteiramente que Deus pode ser conhecido para a salvação.

Lutero falava do Deus oculto, em distinção do Deus revelado. Mesmo se revelando como um Deus oculto, através da sua revelação especial, não se pode conhecê-lo plenamente. Para Calvino, Deus nas profundezas do seu Ser, é insondável. Assim, os reformadores criam sobre a incompreensibilidade de Deus, porém sem negar o fato que o homem possa aprender alguma coisa sobre a natureza de Deus por meio da criação. O verdadeiro conhecimento de Deus vem somente por intermédio da revelação especial de Deus, iluminado pelo Espirito Santo de Deus.

2. Como podemos conhecer a Deus?

Podemos conhecer a Deus por meio da revelação Geral e Especial. Segundo R.C Sproul, há dois tipos de revelação Geral, imediata e mediata. A revelação mediata se refere uma revelação que é transmitida por meio de alguma coisa, um exemplo disso está na criação, o meio pelo qual Deus revela sua glória, nesse sentido, o universo é mediador da revelação de Deus. A Bíblia mostra claramente que toda a terra está cheia da glória de Deus. Diante disso, entendemos que estamos em constante contato com a revelação divina, quando reconhecemos a gloria de Deus na natureza.

A revelação Geral imediata se refere que Deus manifesta seu conhecimento na mente humana. O apóstolo Paulo fala da Lei de Deus escrita no coração do homem (Rm 2.12-16). João Calvino falou sobre “um senso divino, o qual Deus implanta na mente de cada pessoa”. Para C.R Sproul “todas as culturas atestam atividades religiosas, confirmando a incurável natureza religiosa da humanidade”. Com isso, podemos entender que todo ser humano é religioso no seu âmago.

A revelação Especial é a Escrituras Sagrada. Deus falou ao seu povo no passado por meio de visões, sonhos, poesia, profetas, revelações e etc. O autor de Hebreus disse: Havendo Deus, outrora, falado, de muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nesses últimos dias, nos falou pelo Filho (Hb 1.1,2). Hoje podemos dizer que temos a revelação completa de Deus, não precisamos de novas revelações, o que queremos saber sobre Deus e como procedermos, está na Bíblia. A palavra de Deus foi escrita por homens, mas que estavam sobre a espiração divina, Paulo disse: Toda Escritura é inspirado por Deus (2Tm 3.16). A palavra inspiração quer dizer “sopro de Deus”. Isso se refere que o próprio Deus, criador dos céus e da terra, soprou a Bíblia. A palavra inspiração também nos chama a atenção para o processo pelo o qual o Espírito Santo guiou os escritores da Bíblia a escrever os textos sagrados. Todos os escritores da Bíblia foram direcionados pelo poder do Espírito Santo, a comunicar as palavras exatas de Deus.

Conclusão

Portanto, o que podemos aprender sobre a incompreensibilidade de Deus, é que jamais conheceremos Deus em toda a sua plenitude, até porque se o conhecêssemos, Ele não seria Deus. Deus é infinito e os seres humanos finitos. Como disse os teólogos medievais: “o finito não pode conter o infinito”, ou seja, não podemos conhecer Deus em todo o seu Ser. Mas por outro lado, sabemos que Deus se revela em partes ao homem, Ele se revelou por meio da revelação geral e especial.

Referências:

Louis Berkhof – Teologia Sistemática
R.C Sproul – Verdades Essenciais da Fé Cristã 

Sidney Muniz

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