sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Agosto/2019 - Capítulo 4 - Vivendo de Acordo com as Palavras de Jesus




Comentarista: Matheus Santos



Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 6.22-34

22. A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz;
23. Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!
24. Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.
25. Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?
26. Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
27. E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?
28. E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;
29. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.
30. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?
31. Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?
32. Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;
33. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
34. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.

Momento Interação

A grande dificuldade do ser humano em ouvir e obedecer teve início no jardim do Éden, quando Adão e Eva, mesmo tendo sido orientados por Deus, escolheram fazer a sua própria vontade. A desobediência deu origem ao pecado. Quando deixamos de cumprir os princípios da Palavra de Deus, praticamos a desobediência, e o pecado se estabelece em nossa vida. Precisamos entender a importância da obediência e desenvolver a disciplina no que se refere à vontade de Deus. Se formos obedientes, desfrutaremos do melhor desta terra.

Em 1 Samuel 15.22 (NTLH), o profeta respondeu ao rei Saul: "O que é que o SENHOR Deus prefere? Obediência ou oferta de sacrifícios? É melhor obedecer a Deus do que oferecer-lhe em sacrifício as melhores ovelhas". Quantas pessoas hoje estão sofrendo e vivendo sem direção espiritual, pois focam somente o sacrifício e não obedecem aos mandamentos de Deus?  São verdadeiros religiosos sem expectativa do céu, sem raízes no Reino de Deus. Aprendemos com o Mestre que não adianta chamá-lo nos momentos de adversidade se não somos fiéis aos Seus princípios. Pedro e os demais apóstolos também entenderam o segredo da obediência quando declararam em Atos 5.29: "Mais importa obedecer a Deus do que aos homens". 

Introdução

Nós, cristãos, sabemos que a partir do momento que nos entregamos para Jesus nossos desejos e vontade s têm que ficar em segundo plano e os nossos projetos têm que passar pela aprovação de Deus ou então não darão certo. Sabemos disso tudo, mas é fácil viver assim? Penso que não. Viver uma vida totalmente guiada por Cristo é difícil, pois todo homem tem a natureza pecaminosa (o que pode ser mudado por Deus), mas também é difícil porque o homem em si tende a viver para cumprir seus propósitos, viver seus sonhos, e se dar bem. Mas como sabemos que não somos nada e que nossa vida passará (1 Pe 1.24, Tg 4.14-17), buscamos viver uma vida para Cristo. Fácil, nunca será, mas temos de nos esforçar (Jo 16.33). 

Nada para o cristão é fácil e viver uma vida para Cristo nesse mundo é uma das tarefas mais complicadas que existe. Ainda bem que temos a bíblia, nosso manual, para nos basearmos nela e buscar todas as instruções de como viver uma vida pra Cristo (2 Tm 3.16,17). Servir a Jesus e viver a vida dEle é um desafio. Haverão dias que tomaremos decisões corretas com facilidade mas também haverão dias em que erraremos com facilidade (1 Jo 1.6,8,10), é cheio de altos e baixos, mas uma coisa é certa: Aquele que busca se santificar esse aperfeiçoar na vida de Cristo consegue mesmo nas lutas e muitas adversidades se recompor após cada queda, sacudir a poeira, pedir perdão e recolocar seus pés nos trilhos do caminho do Senhor. A vida de cristo não é pra ser vivida depois, num futuro distante, é pra ser seguida agora, e ela tem que começar a partir do momento em que O temos como salvador. 

Para as pessoas que andam longe da luz não há sentido nenhum em viver uma vida de separação. Elas não conseguem enxergar que esse é o melhor caminho. Os ímpios zombam e não entendem o porquê se santificar, o porquê se separar, o porquê ser diferente, mas isso é normal (Jo 17.14; 1 Jo 3.13), mas não temos de ficar irritados ou envergonhados de viver uma vida de cristão, devemos sim pregar e apresentar o caminho de Cristo para eles (1 Co 15.34).

I. Uma Vida se Apartando do Mal

Estamos vivendo em dias de muita inversão de valores, dias em que fazer o mal parece ser, muitas vezes, mais correto do que fazer o bem. Mas a fiel palavra de Deus nos exorta a procurarmos a paz e a segui-la, nos exorta a nos apegarmos somente ao bem e a rejeitarmos sempre ao mal: “Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem” (Rm 12.9). Se quisermos transigir com o mal não poderemos ser servos do Senhor, pois ele é luz e não há nele treva alguma: “Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz o bem é de Deus; mas quem faz o mal não tem visto a Deus” (3 Jo 1.11). Por mais que os injustos pareçam sair impunes, a verdade é que o Senhor, no seu devido tempo, recompensa a cada um segundo as suas obras. Ele faz com que cada um colha exatamente o resultado daquilo que semeou. “Porque o SENHOR conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá” (Sl 1.6). O salmista certa vez chegou a ficar confuso com esta questão de praticar o bem e o mal, e até imaginou, por um momento, que os ímpios fossem menos castigados que os justos: “Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios. Porque... Não se acham em trabalhos como outros homens, nem são afligidos como outros homens” (Sl 73.3-5), dizia ele. E por causa disto, ele chegou a achar que não valia a pena ser justo: “Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração; e lavei as minhas mãos na inocência. Pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã” (Sl 73.13,14). Mas Deus o velou a entender que a diferença entre o fiel e o infiel muitas vezes não pode ser percebida no presente, mas inevitavelmente o será no final: “Quando pensava em entender isto, foi para mim muito doloroso; até que entrei no santuário de Deus; então entendi eu o fim deles” (Sl 73.16,17). O justo sofre aflições, mas o Senhor o consola. Quando o castelo dos ímpios desmorona não existe ninguém para socorrê-los. Por isto Pedro também diz: “Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados... Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal” (1 Pe 3.14,17). Agora então sabemos que, por mais que o mal busque nos seduzir, devemos nos agarrar sempre ao bem. “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos... Mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal.”. Está muito próximo o dia em que o Senhor fará que seja totalmente manifesta a diferença entre os que lhe servem e os que o rejeitam: “E eles serão meus, diz o SENHOR dos Exércitos; naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve” (Ml 3.17,18). Ainda que sofrendo, mas escolhendo antes o bem do que o mal, para estar sempre debaixo da mão do meu Senhor.

II. Uma Vida de Fidelidade

Fidelidade significa basicamente “lealdade”, e é a atitude característica de quem é fiel e confiável. O significado da palavra fidelidade na Bíblia apresenta algumas dificuldades pelo fato de que ela traduz a raiz grega que geralmente é traduzida pela palavra “fé”. Com base nessa dificuldade, se faz necessário o exame do contexto em que tal termo aparece para que seja possível definir qual a melhor tradução. A seguir, entenderemos um pouco melhor esse conceito.
No Antigo Testamento a palavra fidelidade pode ser uma tradução possível para o termo hebraico ‘emunah, que significa “certeza” ou “fidelidade”, como por exemplo, conforme foi utilizado pelo profeta Habacuque em seu livro (Hc 2.4). No Novo Testamento a palavra fidelidade traduz o termo grego pistis, “fidelidade”, “lealdade” ou “confiabilidade”, em Tito 2.10. Essa palavra grega é amplamente utilizada pelos escritores neotestamentários, e na maioria das vezes é traduzida corretamente como “fé”, e o adjetivo pistos geralmente é traduzido como “fiel”.
Na Epístola aos Gálatas, o apóstolo Paulo utilizou esse mesmo termo grego para se referir a uma das virtudes do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22). Nesse caso, a palavra “fidelidade”, ao invés de “fé”, é a melhor tradução para o termo grego, principalmente pela forma com que é apresentada em conexão com as palavras “benignidade” e “bondade”. Também vale ressaltar que o contexto da epístola demonstra a queixa do apóstolo pela falta de fidelidade que alguns dos gálatas tinham demonstrado (cf. Gl 4.16). Então, como um aspecto do fruto do Espírito, a palavra fidelidade se refere, principalmente, a fidelidade a Deus e ao Evangelho, e, consequentemente, a lealdade de uns para com os outros. Devemos ser fiéis a Cristo e ao seu Evangelho, bem como demonstrarmos lealdade e confiabilidade no trato com o próximo.

III. Uma Vida longe da Ansiedade

Salmo 56.3 diz: “Em me vindo o temor, hei de confiar em ti”. Observe que ele não diz: “Eu nunca luto contra o medo”. O medo ataca e a batalha começa. Logo, a Bíblia não afirma que os verdadeiros crentes não terão nenhuma ansiedade. Em vez disso, a Bíblia nos diz como lutar quando a ansiedade atacar. Por exemplo, 1 Pedro 5.7 diz: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”. Não é dito que nunca sentiremos ansiedade. É dito que quando você sentir ansiedade, ela deve ser lançada sobre Deus. Quando a lama suja o seu para-brisa e você perde temporariamente a visão da estrada e começa a mudar de direção em ansiedade, ligue os limpadores e acione a água para lavar o para-brisa. Nós lutamos contra as ansiedades lutando contra a incredulidade e lutando pela fé na graça futura. E a maneira de lutar esse “bom combate” (1 Tm 6.12; 2 Tm 4.7) é meditando sobre as promessas divinas de graça futura e pedindo a ajuda do seu Espírito. Os limpadores de para-brisa são as promessas de Deus que limpam a lama da incredulidade, e a água para lavagem do para-brisa é o auxílio do Espírito Santo. A batalha para ser libertado do pecado — incluindo o pecado da ansiedade — é combatida “pela santificação do Espírito e fé na verdade” (2 Ts 2.13). A obra do Espírito e a Palavra da verdade: esses são os grandes edificadores da fé. Sem a obra suavizadora do Espírito Santo, o limpador de para-brisa da Palavra apenas arranha a ofuscante sujeira da incredulidade no para-brisa. Ambos são necessários: o Espírito e a Palavra. Nós lemos as promessas de Deus e oramos pela ajuda do seu Espírito. E, à medida que o para-brisa é limpo, de forma que conseguimos ver o bem que Deus planeja para nós (Jr 29.11), nossa fé é fortalecida e a angústia da ansiedade é retificada.

IV. Uma Vida entregue ao Senhor

“Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória” (Cl 3.4). A expressão maravilhosamente rica de Paulo indica que Cristo é a fonte da nossa vida. “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados”, (Ef 2.1). Essa mesma voz que trouxe Lázaro do túmulo nos criou em novidade de vida. Ele agora é a substância de nossa vida espiritual. É pela sua vida que vivemos; ele está em nós, a esperança da glória, a fonte de nossas ações, o pensamento central que move todos os outros pensamentos. Cristo é o sustento da nossa vida. Do que pode o cristão se alimentar, senão da carne e do sangue de Jesus? “Este é o pão que desceu do céu, para que aquele que dele comer não morra.” 

Os cansados peregrinos neste deserto de pecado, nunca terão um bocado para satisfazer a fome de seus espíritos, exceto se o acharem nele! Cristo é o consolo da nossa vida. Todas as nossas verdadeiras alegrias vêm dele, e em momentos de dificuldade, a sua presença é a nossa consolação. Não há nada que valha a pena viver, mas ele e sua benignidade é melhor do que a vida! Cristo é o objeto de nossa vida. Como o navio busca o porto, assim o crente corre para o refúgio do seio do seu Salvador. Como a flecha voa para o alvo, assim voa o cristão para o aperfeiçoamento de sua comunhão com Cristo Jesus.

Como o soldado luta por seu capitão, e é coroado com a vitória de seu capitão, o crente defende a Cristo, e recebe o seu triunfo, dos triunfos de seu Mestre. “Para ele, o viver é Cristo.” Cristo é o exemplo da nossa vida. Onde há a vida interior, deve haver, em grande medida, operações exteriores, e se vivemos em comunhão íntima com o Senhor Jesus devemos crescer com ele. Vamos colocá-lo diante de nós como nossa cópia divina, e vamos buscar trilhar seus passos, até quando ele se tornará a coroa da nossa vida em glória. Oh! quão seguro, quão honrado, quão feliz é o cristão, uma vez que Cristo é a nossa vida!

Conclusão

A vida do Filho de Deus nos ensina que o sofrimento faz parte do aprendizado, conhecemos mais a Deus por meio dele. É possível imaginar que quando criança, Jesus sentiu vontade de ficar em casa e não ir à escola em dia de chuva (Hb 5.7-10). Possivelmente, houve segunda-feira em que ele não quis ir trabalhar, é possível supor isso porque ele passou por “todo tipo de tentação, porém, sem pecado.” (Hb 4.15). Jesus conhece sua dor.

Jesus nos conta uma história de amor que nem Shakespeare em seus dias mais inspirados conseguia esboçar. É uma expressão de amor que não pode ser quantificada: “Porque Deus tanto amou…” (Jo 3.16). Ele amou e continua amando. Embora vivesse à sombra da cruz, Cristo não permitiu que sua alma ‘azedasse”, Pelo contrário ele é “cheio de graça e verdade” (Jo 1.14).

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