O Evangelho de Marcos registra Jesus acalmando uma tempestade. Essa passagem tem muito a nos ensinar sobre a pessoa de Cristo, nela também podemos aprender sobre como confiar em Cristo e vencer as dificuldades da vida.
Nesse texto destacaremos alguns princípios práticos que podemos aplicar para a vida cristã.
Jesus ordena que os discípulos passem para outra margem
Naquele dia, sendo já tarde, disse-lhe Jesus: Passemos para a outra margem (Mc 4.35).
Nesse trecho, Jesus assegura que os discípulos passariam a outra margem. De certa forma, Jesus faz uma promessa aos discípulos, com destino a cidade de Gadara (Mc 5.1). É nessa cidade, que Jesus expulsa um demônio de certo homem que vivia entre os sepulcros e que não era subjugado por ninguém. O lugar em que Cristo estava provavelmente era o mar da Galileia, uma região de água doce e que era considerado como um lago, tinha 11 Km de largura por 20 Km de cumprimento. Assim, os discípulos deveriam obedecer à ordem de Jesus.
Jesus despede a multidão
E eles, despedindo a multidão, o levaram assim como estava, no barco; e outros barcos o seguiam (Mc 4.36).
Depois de Jesus juntamente com os discípulos despedirem a multidão, o texto descreve que os discípulos “levaram Jesus assim como estava”. Isso nos chama atenção para o fato de eles não terem modificado Jesus, mas levar “assim como estava”. Atualmente, temos um Evangelho completamente adulterado, um Jesus completamente humanista e um Evangelho totalmente de autoajuda. Que possamos fazer como os discípulos, “levar assim como estava”, isto é, manter a pureza do Evangelho de Cristo.
Os discípulos enfrentam uma grande tempestade
Ora, levantou-se grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava a encher-se de água. E Jesus estava na poupa, dormindo sobre o travesseiro; eles o despertaram e lhe disseram: Mestre, não te importa que pereçamos? (Mc 4.37,38).
Esse trecho têm muitas coisas a nos ensinar. Primeiro, encontramos aqui um contraste entre os discípulos e Jonas. Os discípulos, ao obedecerem à ordem de Jesus de passar para outra margem, enfrentaram um grande temporal em alto mar. Já Jonas, enfrentou ao desobedecer à ordem de Deus para pregar na cidade de Nínive. Logo, ambos enfrentaram tempestades.
Segundo, as tempestades são símbolos de tribulação que enfrentamos na vida cristã. A obediência dos discípulos levou a enfrentar uma grande tempestade e a desobediência de Jonas também. Com isso, podemos aprender que Deus permite que passemos por tribulações para nos fazer voltar ao caminho correto à semelhança de Jonas, e outras vezes para testar a nossa fé, como fez com os discípulos. Portanto, as tempestades da vida sempre contribuirão para o nosso bem final das contas.
Terceiro, Jesus estava na poupa do barco. Segundo alguns historiadores, dizem que naquela época o “lema que governava o barco ficava na poupa”. Jesus na poupa do barco, “é garantia de segurança e direção pode-se aprender aqui”. Seja qualquer coisa que aconteça em nossa vida, devemos entender que Jesus está na direção e segurança do nosso barco (vida). Assim, querido leitor, creia que o Mestre está na direção e na segurança do seu barco.
Quarto, o medo dos discípulos. Os discípulos ficaram apavorados e em pânico com a tempestade em alto mar, eles chegam a despertar Jesus e o indagar se Ele não se importava com a vida deles. Existem momentos em nossas vidas, que estamos como os discípulos, pensamos que Deus não se importa com nossas vidas. Devemos entender que o tempo de Deus, não é o nosso tempo. Muita das vezes o nosso medo à semelhança dos discípulos, nos leva a não se conformar com o tempo de Deus. Portanto, devemos ser cuidadosos com o medo.
Jesus acalma a tempestade
E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande abonança. Então, lhes disse: por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé? (Mc 4.39-40).
Quando Cristo desperta e repreende toda aquela tempestade, isso nos mostra a sua soberania. O livro de Marcos vai nos mostrar que Jesus tem poder sobre os demônios, enfermidades, morte e a natureza.
Após Jesus acalmar a tempestade, o texto menciona que houve uma grande abonança. Isso revela que, sempre depois das tribulações vem à calmaria. Dessa forma, fica claro que sempre que passamos por adversidades, Deus no momento certo repreenderá as tempestades que enfrentamos.
Por fim, Jesus revela a falta de fé dos discípulos. A pergunta diante disso é: porque eles não deveriam temer a tempestade? Em primeiro lugar, por causa da promessa de Cristo. Eles deveriam confiar nas promessas de Cristo, quando ele disse: “passemos para a outra margem”. Em segundo lugar, o poder de Cristo. Eles deveriam entender que o próprio Deus encarnado estava no meio deles. Em terceiro lugar, a presença de Cristo. Jesus estava no barco com eles, por isso não deveriam temer. Portanto, isso nos ensina que em meio às tribulações da vida, devemos confiar nas promessas de Cristo que estão em sua Palavra, como Ele disse certa vez: “eis que estou convosco todos os dias e até a consumação dos séculos” (Mt 28.20), e no seu poder e na sua presença.
O temor dos discípulos
E eles possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? (Mc 4.41).
Os discípulos ficaram extremamente temerosos quando viram os ventos e o mar se acalmar. Muita das vezes Deus opera de forma tão poderosa em nossas vidas, que ficamos impressionados com a sua soberania, foi assim que os discípulos ficaram.
Diante disso eles perguntaram entre si: “quem é este que até o vento e o mar lhe obedece”? Esse texto nos prova que Jesus é tanto Deus, como homem. Enquanto ele estava dormindo na poupa do barco, percebemos sua parte humana descansando. No momento em que ele repreende a tempestade, percebemos sua Onipotência divina. Assim, o temor dos discípulos nos mostra tanto a divindade como a humanidade de Cristo, Jesus é o próprio Deus encarnado.
Conclusão
Marcos no ensina que sempre enfrentaremos tempestades na vida. Mas não devemos temer, porque Jesus estará sempre em nosso barco a nos guiar. Devemos entender que diante das dificuldades, Jesus acalma a tempestade. Lembrando, que sempre depois do temporal, vem abonança. Vimos também sobre a natureza de Jesus, que é homem, mas também o próprio Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário