sábado, 28 de setembro de 2019

Elias - Um Exemplo Vivo para os Dias Atuais




Por Leonardo Pereira



No próximo mês estudaremos no Comentário Bíblico Mensal sobre a vida e o ministério do Profeta Elias. Uma grande oportunidade de compreendermos ainda mais a mensagem do Antigo Testamento, o seu ministério profético e os apontamentos que levam ao Cristo da Glória. Com este estudo, entramos no ponto profundo de um estudo exaustivo e objetivo acerca da Palavra de Deus: "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra" (2 Tm 3.16,17). O aprofundamento nas Escrituras mostra-nos a responsabilidade que possuímos de Deus e dos homens em disseminar a sua mensagem teocêntrica focando em Deus e glorificando somente a Deus por todos os seus feitos por intermédio do profeta.

Elias o profeta da região de Tisbe, apareceu nas Escrituras Sagradas como se aparece um relâmpago a cortar-se na terra, em questões de instantes para combater as irregularidades monárquicas e antiética tanto de Acabe quanto de Jezabel. O seu ministério é voltado para combater a idolatria e a paganização com a qual os monarcas levaram a Israel por este caminho. Elias trava batalhas morais e espirituais profundas com os reis, a nação, e inclusive com ele mesmo. Ainda que fosse um poderoso homem de Deus, era homem como nós, sujeito à erros, angústias profundas na alma e em seu coração. Elias é um homem como nós, levando uma vida de altos e baixos buscando sempre ouvir a voz do Senhor. É um reflexo mais do que vivo para os tempos atuais.

Presenciamos em grande parte da nação brasileira o drama do suicídio de muitos líderes de religiões, sobretudo de líderes evangélicos no país. São homens e mulheres que veem suas vidas com grande drama moral, social e espiritual. O índice de suicídio tem aumentado, o estresse tem aumentado e as questões sobre família, educação, conceitos sociais e morais tem sido desvirtuados a semelhança de Acabe e de Jezabel nos tempos do profeta. Elias, em certos momentos enfrentou com grande garra as forças das trevas, mas temeu as ameaças que sobrevinham em sua vida. Também agimos assim no decorrer dos anos. Em tempos nos encontramos muito bem, em outros, medos e tormentos nos assombram na calada da noite, chegando-nos fazer a pensar que já não haverá saída ou solução para os que enfrentam as lutas da vida.

Elias em certo momento da sua vida se escondeu na caverna, mas o Senhor o chamou para sair da caverna. Muitos momentos o Senhor nos chama para sairmos de onde estamos e irmos acompanhá-lo aonde Ele quiser nos levar. Diante da situação de Elias em comparação com hoje, no qual muitas pessoas sofrem com a depressão profunda e desânimo, ouçamos a voz de Deus que nos levanta em tempos de angústia e nos encoraja a prosseguirmos na caminhada até o fim, conforme cita o salmista: "Inclina, SENHOR, os teus ouvidos, e ouve-me, porque estou necessitado e aflito. Guarda a minha alma, pois sou santo: ó Deus meu, salva o teu servo, que em ti confia" (Sl 86.1,2).

Humildemente convido a todos os irmãos a participarem deste precioso estudo sobre o profeta Elias comentado pelo irmão Maxwell Barbosa, com um rico ensinamento sobre a vida e obra do ministério do profeta tisbita. Deus abençoe à todos!



Referências:

Bíblia Sagrada. Almeida Revista e Corrigida. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009.

CHAVES, Gilmar Vieira. Sentimentos que Aprisionam a Alma. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2016.

Comentário Bíblico Evangelho Avivado Volume 1 - Antigo Testamento. 2ª Edição. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.

LOPES, Hernandes Dias. Suicídio - Causas, Mitos e Prevenções. São Paulo: United Press, 2007.

SWINDOLL, Charles. Elias - um homem de heroísmo e humildade. São Paulo: Mundo Cristão, 2005.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Setembro/2019 - Capítulo 5 - Frutificação - Uma Vida de Frutos para Deus




Comentarista: Eliezér Gomes



Texto Bíblico Base Semanal: João 15.1-11

1. Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.
2. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.
3. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.
4. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.
5. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
6. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.
7. Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.
8. Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.
9. Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor.
10. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor.
11. Tenho-vos dito isto, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo.

Momento Interação

A alegoria da videira no capítulo 15 do Evangelho de João é uma das páginas sagradas mais contundentes sobre o relacionamento e a intimidade de Jesus com seus discípulos. Esta pérola poética não é superada nem mesmo pela oração sacerdotal do capítulo dezessete, todavia, complementada e sumariada no versículo 23: “Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade”. Na figura da videira, o Pai é o agricultor que zela pela frutificação do ramo, mas somente na intercessão de Cristo é que entendemos o seu cuidado para conosco. O poder gerador, criador e frutífero do Todo-Poderoso é comunicado ao crente que permanece em Cristo, portanto, é inadmissível um ramo improdutivo. Pela misericórdia de Deus fomos chamados pelo Pai para produzirmos bons frutos afim de que o nome Dele seja glorificado, conforme o texto de João 15. Os dons espirituais são importantes para o crente, mas estes precisam ser acompanhados do fruto, pois o fruto está relacionado ao caráter de Cristo em nós. Que tenhamos uma vida de frutificação.

Introdução

Jesus se apresenta como a Videira verdadeira no capítulo 15 do Evangelho de João. Essa é uma das alegorias mais conhecidas da Bíblia, geralmente intitulada “A Videira e os Ramos”. O significado principal desse ensino aponta para o nosso relacionamento com Cristo, e a dependência que temos dele. Cristo é a Videira verdadeira, e nós somos os ramos. Se Jesus é a Videira verdadeira, o Pai é o viticultor. Ele é quem cuida dos ramos. Estes ramos são classificados em dois grupos: os ramos produtivos e os ramos improdutivos. Os ramos representam todos aqueles que entram com contato com Cristo e seu Evangelho. Dentre estes, o Agricultor cuida de limpar aqueles que dão frutos a fim de que possam produzir ainda mais frutos. Por outro lado, Ele também corta aqueles que não dão frutos. Os ramos improdutivos secam, são juntados e lançados no fogo.

I. Jesus: A Videira Verdadeira

Jesus utilizou a figura de uma videira devido ao seu grande significado simbólico. A nação de Israel no Antigo Testamento, por diversas vezes era representada por uma videira (Sl 80.8-16; Jr 2.21). Inclusive, no período Macabeu, as moedas traziam uma videira estampada. Por isso os discípulos poderiam facilmente entender o ensinamento de Jesus ao dizer: “Eu sou a Videira verdadeira”. Também é notável o contraste estabelecido nessa passagem. Diferentemente de Israel, um tipo de videira que falhou e foi julgada pela sua falta de fruto, Jesus cumpriu efetivamente o simbolismo que Israel simplesmente tipificava. 

O contexto dessa passagem é muito importante em sua interpretação. Muito provavelmente o Senhor Jesus contou essa alegoria na noite em que instituiu o sacramento da Ceia do Senhor. Nessa mesma noite Ele foi traído. Isso significa que aquela era a última oportunidade de Jesus advertir seus discípulos antes de ser preso. Então Jesus lhes falou sobre a diferença entre o ramo que dá fruto e o ramo que não dá fruto. Tal diferença está fundamentada claramente sobre o conceito de “permanecer nele”. O ramo que dá fruto é aquele que permanece nele, ao contrário do infrutífero que é cortado, juntado e lançado no fogo.

II. Frutos para o Senhor no poder do Senhor

Provavelmente Jesus escolheu a videira por ela ser um arbusto, na qual em seu corpo existem várias “varas” ou seja, ramos, e em cada ramo tem vários frutos denominados como uva. Aqui ele esta dizendo que ele é esse arbusto, e que cada crente é um ramo e que devemos estar ligados nele dando bons frutos (Jo 15.4).  Estar na videira é estar na vontade de Deus, é estar com a sua palavra em nossos corações. (v. 7a), é como os ramos de um arbusto “videira” para ter vida tem que estar na videira, da mesma forma o crente deve estar em Jesus, sem isso o crente morre espiritualmente e será rejeitado por Deus.

Aqui, Cristo deixa bem claro para nós que foi ele quem nos escolheu, nos tirou do mundo de pecado e nos nomeou para darmos bons frutos e ganharmos almas a ele. As obras dos bons frutos são as mesmas referidas em Gálatas 5.22,23, (“amor, paz, longanimidade, benignidade, fé, mansidão, temperança” e também um dos desejos de nosso Senhor é o de irmos e pregar a palavra de Deus para as pessoas. “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” – Mc 16.15), o nosso dever é também o de vestirmos roupas que não causam escândalos, falarmos palavras sabias e não torpes, nos comportarmos como Jesus e vivermos uma vida consagrada a Deus lendo a sua palavra de orar sem cessar.

A vida da videira torna-se a vida do ramo. Assim a alma morta em ofensas e pecados recebe vida, diante da ligação com Jesus. E é pela fé em nosso Salvador pessoal, que é formada esta união. E é maravilhoso estar ligado a Jesus, nosso Salvador pessoal e dEle recebermos forças para viver o dia a dia. Porém, o próprio Jesus disse: “Permanecei em Mim, e Eu permanecerei em vós: como o ramo de si mesmo, não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim” (Jo 15.4).

III. Uma Vida de Frutificação

Quando estamos na videira (Jesus), o próprio Deus é o lavrador (Jo 15.1b) e o lavrador em seu serviço tem o dever de cuidar de sua plantação e de limpá-la. E quando estamos em Cristo, estamos limpos de todos os pecados, mas quando deixamos de fazer a vontade de Deus, estamos fora da videira, e o lavrador tem o dever de lançar fora o ramo (crente) que esta sujo e sem fruto, e fora da videira o crente não tem mais vida e morre, e no dia do julgamento Deus não ira aceita-lo no céu e será lançado no fogo eterno (Jo 15.6). Separado da videira o ramo não pode sobreviver. A raiz é Jesus. A raiz por meio dos galhos, envia a nutrição aos ramos mais afastados. Dessa mesma maneira Jesus comunica a todas as pessoas que estão ligadas a Ele, a corrente do vigor espiritual. Como o ramo é nutrido pela seiva da videira, quase que sem cessar, assim deve o cristão se apegar à Videira verdadeira, e dEla receber força e poder para vencer o mal. 

O objetivo da vida cristã é a frutificação, a reprodução do caráter de Cristo no crente, para que Se possa reproduzir em outros.  O mais importante de tudo isso é reconhecer Jesus como nosso Salvador pessoal. Se deixarmos de reconhecer a Jesus como nosso Salvador, mesmo que pretendamos ser cristãos, jamais poderemos produzir bons frutos. Devemos participar da natureza de Jesus, com o poder que Ele nos dá de vencermos as tentações que enfrentamos. Devemos deixar que Jesus opere em nós o Seu querer e efetuar. Se deixarmos de participar da natureza de Jesus, não produziremos frutos. Se não produzirmos frutos, finalmente nos desligaremos de Jesus. Se por outro lado permanecermos em Jesus seremos ramos vivos e produtivos. E a união que teremos com Jesus, que é o resultado de uma contínua comunhão, nos tornará livres. E a liberdade derivada desta união nos trará a paz de que necessitamos.

Conclusão

O grande significado da alegoria da Videira e os Ramos é a verdade de que somente quem permanece em Cristo poderá dar frutos. Essa verdade também implica na condição de que é impossível um ramo estar na Videira verdadeira e ser definitivamente improdutivo, pois o Pai, como um agricultor, dispensa os cuidados necessários para que os ramos produzam. A alegoria da Videira e os Ramos demonstra tanto a responsabilidade humana quanto a soberania de Deus. A responsabilidade humana pode ser vista claramente nas palavras: “Aquele que permanece em mim”. Por outro lado, no mesmo versículo, a soberania de Deus também é claramente expressa: “Porque sem mim nada podem fazer” (Jo 15.5). Esse “nada” significa a incapacidade humana em fazer qualquer bem em relação a Deus. O homem definitivamente não pode contribuir para sua própria salvação. Isso significa que esse “nada” inclui não só a produção de frutos, mas o próprio ato de permanecer na Videira verdadeira.










Comentário Bíblico Mensal: Setembro/2019 - Capítulo 4 - O Amor que cumpre a Lei




Comentarista: Eliezér Gomes



Texto Bíblico Base Semanal: Romanos 12.9-21

9. O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.
10. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.
11. Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor;
12. Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;
13. Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade;
14. Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis.
15. Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram;
16. Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos;
17. A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens.
18. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.
19. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor.
20. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.
21. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.

Momento Interação

Em João 13.34 Jesus caracterizou o amor de uns pelos outros como um novo mandamento. Isto pode fazer com que alguns de nós perguntemos por que Ele caracterizou isso como tal. Isto ocorreu porque foi algo ordenado pela primeira vez? Obviamente que não, porque está contido no livro de Levítico que foi escrito a centenas de anos antes. Na verdade, em Levítico 19.18 nos diz: “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Assim, embora as pessoas fossem comandadas a amar umas às outras, elas não podiam na verdade manter este mandamento. Contudo, do dia de Pentecostes em diante as pessoas podem livremente receber a nova natureza confessando por suas bocas ao Senhor Jesus e acreditando em seus corações que Deus o elevou da morte, e então elas podem amar. Essa é a razão porque Jesus chamou o amor de uns pelos outros como um novo mandamento. Não era novo porque ele havia sido mandado pela primeira vez, mas porque logo (a partir do dia de Pentecostes) se tornaria possível, através da nova natureza, ser mantido.

Introdução

Em Romanos 12, Paulo começa nos ensinando sobre a vontade de Deus. Ele nos mostra que para viver o melhor de Deus nós precisamos romper com o pecado e apresentar a nossa vida como um sacrifício agradável a Deus. No cristianismo não existem estrelas, somos todos parte do corpo de Jesus Cristo. Isto significa que cada um e nós possui função especifica dentro do Reino de Deus. Os nossos dons espirituais devem ser utilizados para o crescimento da igreja e para fortalecer a comunhão entre os irmãos, e isso é muito agradável a Deus.

I. O Fundamento Basilar do Amor

Se pararmos para buscar, na bíblia, conceitos e exemplos de amor, passaria uma vida inteira e ainda seria capaz de não termos concluído a pesquisa. O amor, mais que uma simples palavra, tem o poder de transformar vidas, restaurar corações, transmitir a presença de Deus, nada o detém. Mas, mesmo assim, diante dos deslizes de nosso coração e nossas falhas, podemos sentir sua plenitude, por que: "Nisto está o amor , não que nós tenhamos amado a Deus, mas que Deus nos amou primeiro e mandou seu Filho para perdão de nossos pecados" (1 Jo 4.10). Como, então, ser perfeito em amor?  Parece que não existe uma fórmula para isso, uma vez que o nosso amor humano é um sentimento que por vezes é considerado frágil. No entanto, o amor de Deus é absoluto, consistente. 

O amor humano só pode ter êxito se não o compreendo de maneira absoluta, mas como mediação do amor divino, e quando me deixo levar pelas decepções novamente em direção a Deus. As decepções são parte essencial do amor. Elas anulam a ilusão na qual sempre caio, a ilusão de que o outro pode me dar amor absoluto e amparo absoluto. Só Deus pode oferecer o absoluto.Se alguém busca ser perfeito em amor, essa pessoa precisa trilhar um caminho interior onde aprenda e desenvolva a capacidade de amar e se aprofunde no mistério do amor de Deus por ela e, assim, se torne cada vez mais capaz de amar a si mesma, ao próximo e a Deus.

II. O Amor na vida do Cristão

Falar de amor é uma coisa relativamente fácil. A palavra amor tem uma abrangência muito ampla, por exemplo: amo minha esposa, amo meus filhos, meus pais, meus livros, minha profissão, minha casa ou meu carro e por aí vai... Mas na verdade, o amor de que quero falar é o verdadeiro amor cristão. Quando Deus ditou a Moisés a Lei, entre centenas de instruções uma se destacou e ficou conhecida como a Lei Régia. Esta se encontra no livro de Levíticos capítulo 19, verso 18, que diz assim: "Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Lv 19.18). O próprio Jesus quando indagado por aquele jovem rico sobre o que poderia fazer de bom para alcançar a vida eterna , respondeu: "guarda os mandamentos" e enfatizou ainda "amarás a teu próximo como a ti mesmo", este episódio é narrado no Evangelho de Mateus no capítulo 19, versos de 17 a 19. Mas desde a instituição da Lei mosaica até a vinda de Jesus, parece que os homens não entenderam este mandamento, ou se entenderam fizeram-se de desentendidos. Uma ou outra coisa. Fato é que o amor que Deus esperava dos homens não foi praticado. O verdadeiro amor cristão é um amor divino. O amor procede de Deus, portanto é um dom divino. E esta é uma outra das características a que nos referimos. O amor é um dom de Deus. Na verdade o amor é o maior dos dons de Deus, que nos é ofertado graciosamente. O verdadeiro amor cristão nos conduz a refletir Jesus em nossas vidas, ao nosso próximo, e isto só é possível através do amor. Precisamos ser reconhecidos como discípulos de Jesus, precisamos refletir o amor de Jesus.

III. Vencendo o mal com o bem

Jesus é o maior exemplo de resistência ao mal e esse é o dever de todo crente. Não podemos nos deixar vencer pelo mal, e não devemos resistir o homem mau. Paulo, o apóstolo disse: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.21). Poucos crentes hoje em dia sofrem um golpe físico na face, mas o principio é dar a outra face. Isso pode ser aplicado diariamente em termos de auto-exposição aos insultos, mal entendidos, e outras ofensas, as quais somos expostos. O cristianismo realmente é diferente, é uma nova filosofia de vida. Esta é a pratica bem sucedida do evangelho. Cristianismo não é só questão de não fazer isso ou aquilo, mas é acima de tudo, sentir-se bem praticando-o. Fazer o bem aqueles que nos maltratam, orar pelos que nos perseguem, esse é o cristianismo de Jesus. O amor vence todas as coisas. “…tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”.

Conclusão

É verdade que andar a segunda milha, a entrega da capa, e o não resistir o mal, são coisas duras. Mas é neste comportamento que experimentamos o calor da presença de Jesus. Andar nessa direção é renunciar o programa próprio e aceitar o programa de Deus. Este é o caminho do amor. O amor aos amigos, mas também aos inimigos. Não é dar porque recebemos, mas é dar sem esperar nada em troca. E toda vez que damos sem a pretensão de receber, Deus nos dá muito mais. Quando vencemos o mal com o bem servimos ao próximo; somos ponte para grandes realizações no cristianismo e no mundo. É o começo de uma vida abençoada: É andar com Jesus e fazer a vontade de Deus.

Comentário Bíblico Mensal: Setembro/2019 - Capítulo 3 - O Fruto do Espírito




Comentarista: Eliezér Gomes



Texto Bíblico Base Semanal: Gálatas 5.22-26

22. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
23. Contra estas coisas não há lei.
24. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
25. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.
26. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.

Momento Interação

A Bíblia nos ensina que não são “frutos” individuais que podemos escolher qual devemos produzir em nossas vidas. Antes, o fruto do Espírito é um só “fruto” com nove partes que caracteriza todos aqueles que verdadeiramente andam no Espírito Santo. Este é o “fruto” que cada cristão deverá produzir na sua nova vida com Jesus Cristo se ele quiser realmente fazer a vontade de Deus vivendo honradamente diante de todos.  O fruto do Espírito é uma manifestação física da vida transformada de um autêntico cristão. Para amadurecermos como crentes, devemos estudar e compreender os atributos do fruto de nove partes, em cada vídeo postando vamos aprendendo um pouco mais sobre essas partes do fruto. Que Deus em Cristo abençoe a todos vocês! Amém!

Introdução

Se você é um cristão verdadeiro certamente, em algum momento da sua vida, já se perguntou: O que Deus quer de mim? Como deixar Ele satisfeito? Quanto mais conhecemos a Deus mais nos tornamos os filhos que Ele deseja, mais modificamos o nosso comportamento, a nossa mente e os nossos sentimentos sobre a nossa relação com outros, conosco e com Deus. O texto de Gálatas 5 sobre os frutos do Espírito é um texto muito famoso e serve como um tipo de “resumo” do caráter do próprio Jesus. Ele nos ajuda a lembrar como ser filhos perfeitos, como agradar o nosso Pai. Nesse capítulo, vamos nos deter em cada uma das virtudes para compreender o que elas realmente significam.

I. O que é o Fruto do Espírito

A figura que Paulo escolheu para falar da nossa transformação pessoal foi a de um “fruto”. Isso talvez signifique que assim como o fruto de uma árvore depende do tempo e da própria árvore para crescer nós também precisamos de tempo e da operação de Deus. Algumas pessoas ilustram o fruto do Espírito descrito em Gálatas 5:22 e 23 como um cacho de uvas onde cada parte seria uma “uva” do mesmo cacho. Isso talvez se dê por pensar nas palavras de Jesus ao dizer: “Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim. “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (Jo 15.4,5). Já pensou nesse fruto como o caráter de Cristo impresso na vida de quem experimenta o novo nascimento a cada dia através do batismo do Espírito Santo? O homem regenerado tem uma união vital com Cristo. Assim como o ramo extrai seu sustento do tronco principal, e por causa disto produz muito fruto, assim o verdadeiro crente está unido com Cristo, e revela em sua vida os frutos do Espírito. Os ramos se tornam um com a vinha. A tormenta não pode levá-lo para longe. Geadas não podem destruir suas propriedades vitais. Nada é capaz de separá-lo da vide. É um ramo vivo, e produz o fruto da vinha. Assim se dá com o crente. Por boas palavras e boas ações ele revela o caráter de Cristo. 

II. As Bases do Fruto do Espírito

Amor: A virtude do amor pode ser considerada o cerne do cristianismo. Jesus mesmo declarou que toda lei se resume ao amor (à Deus e ao próximo). Aquele que não ama está morto. Pode comer, andar, falar, dormir, trabalhar, mais interiormente está morto porque sufocou, pelo egoísmo,  o seu motivo de existir, amar.

Alegria: Se pararmos para pensar iremos concluir que pelo menos três situações despertam alegria em nós: Nos sentimos alegres quando estamos com pessoas que amamos, familiares ou amigos. Podemos dizer que nesse sentido a alegria é relacional, os relacionamentos podem fazer com que nossos olhos brilhem e podem nos dar esperança.

Paz: Nos tempos em que vivemos parece cada vez mais difícil encontrar paz. Os telefonemas, os compromissos, o transito e a rotina descontrolada deixam as pessoas em um estado constante de ansiedade. Paulo afirma que é possível para o cristão viver uma vida de paz, mesmo passando por uma vida tumultuada, sofrimentos e angustia.

Paciência: Ser paciente é não guardar rancor,não responder asperamente diante de uma grosseria, não revidar e não gritar diante de irritações ou frustrações. A falta de paciência pode levar a muitos outros pecados como reclamações, ira descontrolada, maledicência e gritaria.

Benignidade: Benignidade é a maneira como exercemos bondade, ela tem a ver com delicadeza, sensibilidade para com outras pessoas. Benignidade é ser atencioso e cuidar do próximo acima de si mesmo, mesmo que isso algumas vezes demande privação de conforto, prazer, tempo e disposição.

Bondade: Uma pessoa bondosa é aquela que se compromete a fazer o bem sem se preocupar se alguém a observa e reconhece. O bem que faz está acima de seu prazer pessoal e pela prática do bem está disposta a sacrificar seu tempo, seus recursos materiais e a si mesmo. Jesus, conforme afirmou o apóstolo Pedro, andou por toda parte “fazendo o bem”. Jesus se importava profundamente com cada pessoa, e não fazia o bem para ser visto e elogiado (ao contrário dos líderes religiosos de seu tempo).

: A palavra usada por Paulo para descrever esse fruto em Gálatas 5 é “Pistis”, Significa fé em Deus ou fidelidade. Essa virtude é extremamente citada na Bíblia e possui duas principais facetas:

A fé é uma prática de vida - A fé em prática é chamada de fidelidade, é a característica daquele que é honesto, confiável e transparente em seu relacionamento pessoal com Deus e com outras pessoas.
A fé é uma mentalidade - A fé em Deus também é uma mentalidade, uma maneira de pensar e enxergar a vida.

Mansidão: Ser manso é reagir de uma maneira tranquila a críticas, agressões e a situações adversas. É tratar aos outros com paciência e amor quando estes cometem algum erro ou lhe prejudicam. Ser manso é não reivindicar o seu direito, não se defender, mas entregar-se ao Único que julga retamente.

Domínio Próprio: Domínio próprio é ter auto controle. É saber possuir e direcionar a vontade,  os sentimentos e o corpo com sabedoria.

III. Vivendo no Espírito - Andando no Espírito

Nosso "eu" é uma central que causa muitos sinais e ações, e que todos tem o destino de se poupar e proteger, ganhar honra e favorecimentos próprios e se promover com a ajuda de outros. Isso são as concupiscências da carne, que são sem fronteiras com suas exigências e expectativas. Até um certo ponto podemos dominar ele, de qualquer forma até onde compensa pro nosso "EU". Mas de outro, estamos sob essas forças, como pessoas. "Igual apenas somos pessoas", ouvimos com freqüência, quando essas propriedades que herdamos como pessoas vem a tona. Mas Paulo diz que não precisas seguir essas cobiças, ao andar em Espírito. Você pensa diferente e tuas ações são diferentes do que das outras pessoas, nas diferentes circunstâncias da vida. Paulo escreve em Gálatas: "Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne" (Gl 5.16).

Conclusão

O Espírito Santo tem todas as boas propriedades imagináveis. Ele dá força para suportar as grandes cargas e resistências. Ele também é um guia. Ele conhece o caminho que Jesus abriu quando viveu aqui na terra. É um caminho que tira você de tudo o que é maléfico e negativo, para aquilo que é bom e proveitoso para teu próximo, e te preenche de alegria e satisfação. Você fica simplesmente feliz, o que as pessoas á tua volta percebem. O espírito também gosta de nos lembrar o que Pedro escreve: "Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (1 Pe 5.7). Se andas em espírito, então essas palavras vem como força que carrega, em teu coração e mente, ao dizer "não" para todos os outros pensamentos, que aparecem e querem te deixar amedrontado. O espírito te dá a mesma força, como o motor que força dá ao guindaste que levanta o container de muitas tonelas do navio e o deposita no cais.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Trazendo a Memória os Feitos do Senhor Jeová




Por Leonardo Pereira



Com o passar do tempo nas cidades e entre as nações, nós percebemos que deixamos muitas vezes de lado, aquilo que outrora era importante para nós. Para muitos, recordam-se no momento em que perdem algo que possuíam antes o valor inestimável, seja riquezas, bens ou até mesmo uma saúde de excelência. O tempo faz uma diferença grandiosa na vida daqueles que perseveram nos caminhos de Deus e daqueles que não dão prosseguimento a caminhada cristã. Por nós sermos seres humanos fracos, decaídos no pecado e carentes da graça de Deus, é-nos mostrado um momento em que um povo estava se esquecendo de tudo aquilo que o Senhor já tinha feito pelos seus. Quando começa a ocorrer tal situação, uma nação inteira inicia um estado repleto de ruína, de quedas e de apostasia na caminhada com Deus. Por isso, é sempre importante trazer a memória de muitos as recordações das maravilhas de Deus quando atuava e ainda atua no povo e através do povo. A misericórdia e a graça de Deus é de maneira sublime e preciosa. Não fosse a misericórdia e a graça do Senhor, muitos com o tempo estariam fulminados na condenação física e espiritual.

Um Reflexo do Livro de Deuteronômio

O Livro de Deuteronômio trata sobre os momentos finais do ministério profético de Moisés em seus últimos 40 anos liderando o Povo de Israel com sabedoria e maturidade espiritual. Moisés teve um testemunho de tal maneira marcante nas Escrituras Sagradas, que mesmo após a sua morte, os seus feitos e a sua pessoa ficaram para a posteridade como exemplo de liderança e de legado para Israel e hoje para a Igreja de Jesus Cristo. O autor sagrado que finaliza o Livro de Deuteronômio escreve uma biografia curta, porém linda e fantástica a respeito do hebreu que foi tirado das águas: "E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera face a face; Nem semelhante em todos os sinais e maravilhas, que o Senhor o enviou para fazer na terra do Egito, a Faraó, e a todos os seus servos, e a toda a sua terra. E em toda a mão forte, e em todo o grande espanto, que praticou Moisés aos olhos de todo o Israel" (Dt 34.10-12). 

Sermões Exortativos

Neste livro, Moisés traz uma série de sermões exortativos para os hebreus, relembrando a eles os feitos do Senhor neles e através deles e os mostrando que o caminho que eles deveria seguir eram os caminhos de Deus que o próprio Deus preparara para eles. Sendo assim, no decorrer do livro, Moisés transmite uma mensagem de estímulo aos hebreus a evitarem a apostasia e persistirem na vontade do Senhor: "Amarás, pois, ao SENHOR teu Deus, e guardarás as suas ordenanças, e os seus estatutos, e os seus juízos, e os seus mandamentos, todos os dias. E hoje sabereis que falo, não com vossos filhos, que o não sabem, e não viram a instrução do Senhor vosso Deus, a sua grandeza, a sua mão forte, e o seu braço estendido" (Dt 11.1,2). Moisés no decorrer deste livro menciona fatores importantes para os hebreus compreenderem, preceitos estes que nos são favoráveis a seguirmos como Cristãos.

1) Amemos ao Senhor. O primeiro fator de que devemos trazer para nossas vidas é que o devemos primariamente lembrarmos do amor do Senhor e amá-lo de todo o coração. Deus resgatou e salvou o seu povo da terra do Egito por amor. Deus salvou e resgatou a todos por amor por intermédio de Cristo Jesus. O amor é o sentimento que irá sempre durar, além dos dons e da sabedoria. No fim de tudo, ainda o amor permanecerá, pois o Senhor nos amou primeiro com amor eterno: "Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí" (Jr 31.3). O amor ao Senhor é o que devemos sempre lembrarmos por tudo que Ele representa em nossas vida, e tudo o que ele faz por nós graciosamente.

2) Guardemos a sua Palavra continuamente. O segundo fator é que devemos relembrar em nossas vidas é que a sua Palavra deve ser guardada em nossas vidas. O salmista disse que para não pecarmos contra Ele, devemos guardar em nossas vidas a preciosa Palavra Divina: "Com todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti. Bendito és tu, ó Senhor; ensina-me os teus estatutos" (Sl 119.10-12). Só amaremos ao Senhor se guardarmos a sua preciosa mensagem em nossos corações. A sua Palavra é viva e eficaz (Hb 4.12), a verdade plena para todos aqueles nEle creem (Jo 17.17).

3) Deus se manifesta poderosamente na vida de seus filhos. A sua forte e poderosa mão tem nos sustentado a cada instante do nosso ser. Ele tem cuidado de cada um de nós segundo após segundo, minuto após minuto, hora após hora, dia após dia, anos após anos. Se tivéssemos que contar tudo aquilo que o Senhor fez e faz no meio do seu povo, não teríamos tempo suficiente de vida para contarmos as maravilhas que Deus nos fez. Os hebreus deveriam recordar as maravilhas do Senhor: maná e carne vindos do céu, coluna de fogo durante a noite e a coluna de nuvem durante o dia para ambos os momentos protegeram o povo do frio e do calor. Água, provisão necessária, proteção contra exércitos estrangeiros, feitiçaria e paganismo são apenas alguns dos feitos de Deus durante a peregrinação daqueles que saíram da terra do Egito.

Conclusão

O Livro de Deuteronômio mostra que é necessário recordarmos tudo o que Deus fez para que caiamos no erro da ingratidão e da infidelidade ao Senhor. Um dos males do mundo pós-moderno que afeta com grande rigor a igreja, é que se tornou natural a ingratidão e a infidelidade com o passar do tempo. Contudo, com a Igreja de Cristo Jesus nunca foi e nem será assim. Jesus Cristo nos ensinou que ao orarmos, devemos sempre bendizer a Deus por tudo que És e que fazes, conforme Mateus relata: "Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; O pão nosso de cada dia nos dá hoje; E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; E não nos conduzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém" (Mt 6.9-13).

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Setembro/2019 - Capítulo 2 - A Manifestação das Obras da Carne




Comentarista: Eliezér Gomes



Texto Bíblico Base Semanal: Gálatas 5.16-21

16. Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.
17. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.
18. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
19. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia,
20. Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,
21. Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.

Momento Interação

Às vezes, quando lemos nossas Bíblias, perdemos algumas coisas por causa do nosso idioma,o português é muito diferente do aramaico, hebraico e grego. Línguas originais da Bíblia. Por isso, vamos ver cada uma das obras da carne, a partir das palavras  correspondentes nas Escrituras Sagradas, e  assim,  pegamos o sentido de cada uma delas, conforme listadas em Gálatas 5. As obras da carne são pecados graves que resultam da natureza pecaminosa do homem. Foi o apóstolo Paulo quem apresentou uma lista uma lista de praticas denominadas por ele como “obras da carne” ao escrever para os cristãos da Galácia (Gl 5.20,21). Neste estudo bíblico conheceremos quais são as obras da carne e qual o significado de cada uma delas.

Introdução

Nenhum trecho da Bíblia apresenta um mais nítido contraste entre o modo de vida do crente cheio do Espírito e aquele controlado pela natureza humana pecaminosa do que 5.16-26. Paulo não somente examina a diferença geral do modo de vida desses dois tipos de crentes, ao enfatizar que o Espírito e a carne estão em conflito entre si, mas também inclui uma lista específica tanto das obras da carne, como do fruto do Espírito. As Obras da Carne é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, a qual continua no cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo mortal (Rm 8.6-8, 13; Gl 5.17, 21). Aqueles que praticam as obras da carne não poderão herdar o reino de Deus (Gl 5.21). Por isso, essa natureza carnal pecaminosa precisa ser resistida e mortificada numa guerra espiritual contínua, que o crente trava através do poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14). 

I. A Carne contra o Espírito

O que a Bíblia chama “carne”, podemos definir como o nosso homem interior, nosso eu, nossa vontade própria. E por “espírito”, entendemos aquela parte em nós adormecida enquanto não nascemos de novo, aonde o Espírito Santo vem habitar quando cremos em Jesus e nos convertemos a Ele. Vale lembrar que quando a Bíblia refere-se ao Espírito (com letra maiúscula) está referindo-se ao Espírito Santo de Deus, e não ao nosso espírito (com letra minúscula)! Sobre “carne e espírito” há vários textos reveladores na Palavra de Deus. Tais “palavras” nos ajudam a tomar decisões e assumir posturas diante das mais variadas e diversas ofertas, propostas, tentações…“O Espírito dá vida; a carne não produz nada que se aproveite. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida” (Jo 6.63-NVI). “Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem vive de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja. A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz; a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à Lei de Deus, nem pode fazê-lo. Quem é dominado pela carne não pode agradar a Deus” (Rm 8.5-7 NVI). “Portanto, irmãos, estamos em dívida, não para com a carne, para vivermos sujeitos a ela. Pois se vocês viverem de acordo com a carne, morrerão; mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo, viverão, porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8.12-14 NVI).

II. A Concupiscência da Carne

Concupiscência é o termo utilizado para designar a cobiça ou apreço por bens materiais, assim como os prazeres sexuais. Etimologicamente, este termo se originou a partir do latim concupiscens, que significa “o que tem um forte desejo”, que deriva da palavra concupera, que quer dizer “ter forte desejo”. De acordo com a terminologia nas Escrituras Sagradas, a concupiscência é sinônimo de libertinagem ou lascividade carnal. Esta ação, consequentemente, é tida como um pecado. A concupiscência da carne, no âmbito religioso, caracteriza o uso do desejo e prazer sexual como único sentido para a vida. Este comportamento seria de desagrado para Deus, segundo os religiosos. A bíblia cristã ainda fala sobre a “concupiscência dos olhos”, que seria o desejo pecaminoso do prazer carnal praticado na imaginação das pessoas: "Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo. Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre" (1 Jo 2.16,17).

III. Guiados pelo Espírito de Deus

A declaração: “Pois todos que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Romanos 8.14) é uma afirmativa precisa, bem clara, que todos nós que fomos justificados diante de Deus pela obra de Cristo Jesus, deveríamos ter convictamente firmada em nós. Inquieta-nos, entretanto, que muitos irmãos não a tenham, de forma bem clara, efetivamente firmada, em seu coração. Muitos ainda têm dúvida quanto a sua efetiva filiação a Deus. Essa é uma situação que limita a comunhão como Pai e o viver pela fé Também, não é suficiente que uma realidade espiritual como essa não pode saber, intelectualmente, que somos filhos de Deus não é suficiente. É preciso que tenhamos uma absoluta certeza desse fato. No versículo que temos diante de nós, Paulo traz um importante esclarecimento de como podemos saber sobre nossa real filiação a Deus. Numa simples frase ele declara que se somos guiados pelo Espírito Santo somos filhos de Deus. É importante lembrarmos que em toda a vida terrena do Senhor Jesus, em todo o seu ministério, foi guiado pelo Espírito Santo. Sua própria concepção em um corpo humano foi através da ação do Espírito. O anjo afirmou a Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sobra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35). Cumpria-se a profecia de Isaías: “eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel” (Is 7.14).

Conclusão

Lembremos o que Jesus disse aos seus discípulos ao dar instruções sobre o Espírito Santo que ele enviaria após seu retorno junto ao Pai: “quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as cousas que hão de vir” (Jo 16.13). Essa é uma das grandes declarações de Jesus sobre o Espírito Santo. Ele é o Espírito da verdade. Nessa declaração temos uma das chaves para entendermos como o Espírito nos guia. Ele nos guia em termos da verdade e em conexão com a verdade.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

A Figueira sem Fruto



Jesus amaldiçoa uma figueira por não achar frutos nela. Com certeza, é o único milagre destrutivo apresentado nos Evangelhos, pois na maioria Cristo curava, ressuscitava ou expulsava demônios. Mas o que Jesus queria ensinar aos seus discípulos sobre a figueira sem frutos? Queremos deixar alguns pontos que o texto pode nos ensinar sobre isto.

Jesus teve fome após sair de Betânia

No dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome (Mc 11.12).

Jesus sente fome após sair de Betânia. Betânia era uma região que ficava uns 3 km de Jerusalém. O texto descreve que ele teve fome, certamente isso aponta para sua humanidade. Apesar de Jesus ser o Deus encarnado, ele também foi homem como nós, a diferença que Cristo não pecou. Ele como homem sentiu sede (Jo 19.28); chorou (Jo 11.35); ficou cansado (Jo 4.6). Assim, a fome de Jesus nos mostra a sua humanidade.

Jesus amaldiçoa a figueira

E, vendo de longe uma figueira com folhas, foi ver se nela, porventura, acharia alguma coisa. Aproximando-se dela, nada achou, se não folhas; porque não era tempo de figos. Então, lhe disse Jesus: Nunca mais coma alguém fruto de ti! E seus discípulos ouviram isto (Mc 11.13,14).

Jesus amaldiçoa a figueira. Na palestina, as folhas aparecem nas figueiras em Março, e são acompanhadas de uma colheita de pequenos botões comestíveis que caem antes da formação dos verdadeiros figos, que amadurecem em Junho. A ausência de frutos indica que a árvore não daria figos. Por isso, Jesus condenou a figueira ao descobrir que ela não tinha nada além de folhas.

Essa ação de Jesus foi um simbolismo profético. Assim como a figueira trazia folhas, mas não estava dando frutos, os judeus, na observância dos seus inúmeros rituais, faziam uma bela apresentação de espiritualidade, porém não estavam produzindo os frutos que Deus esperava. Por causa disso, Jesus pronunciou uma sentença contra o templo de Jerusalém (Mc 13.2), no ano 70 os romanos entraram e destruíram o templo.

Portanto, isso nos ensina que não existe um cristianismo sem frutos. Tem você produzido frutos em sua caminhada cristã? Saiba que o que não produz será cortado e lançado no fogo (Mt 3.8-10).

O poder da Fé

E, passando eles pela manhã, viram que a figueira secara desde a raiz. Então, Pedro, lembrando-se, falou: Mestre, eis que a figueira que amaldiçoaste secou. Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus; porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele. Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco. E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que o vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas. [Mas, se não perdoardes, também o vosso Pai celestial não vos perdoará vossas ofensas] (Mc 11.20-26).

Primeiramente, Pedro se lembra das palavras de Jesus ao lançar maldição sobre a figueira (Vv 20). Não há duvidas que, para os discípulos esse foi um milagre poderoso, a árvore secou até as raízes. Podemos aprender com isso, a lembrar-se das obras de Deus, Davi certa vez disse: “Lembro-vos das maravilhas que fez, dos seus prodígios e dos juízos de seus lábios, vós, descendentes de Abraão, seu servo, vós, filhos de Jacó, seus escolhidos” (Sl 105.5,6). O salmista convida o povo de Deus a “lembrar-se dos feitos poderosos do Senhor”, e a palavra “lembrar” nos dar a ideia de “meditação”. A prática da meditação tem sido pouco exercida no meio cristão, o que Davi fazia era meditar nos atributos de Deus, como seus feitos e entre outros. Dessa forma, devemos sempre se lembrar das obras de Deus feita em nosso meio, meditar na sua bondade e na sua santa palavra. 

Após verem a figueira seca, Jesus fala aos discípulos sobre a fé que remove montanhas. Jesus disse: “Tende fé em Deus; porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele”. A montanha nessa passagem, não deve ser entendida no seu sentido literal, mas figurado. Jesus não estava se referindo uma montanha real no mar como se isso fosse ocorrer normalmente. Ninguém viu tal coisa acontecer por meio da oração. Na literatura judaica extra-bíblica, os rabinos que demonstraram habilidade incomum para resolver problemas muito difíceis foram por vezes referindo como removedores das montanhas. O ponto do Senhor aqui é que, a fé ajuda a pessoa vencer os problemas (montanhas) da vida. Portando, a fé que remove montanhas, não é uma fé estéril a semelhança da figueira amaldiçoada por Cristo, porém, viva, produtiva e que nos faz vencer as dificuldades da vida.

É preciso pedir com fé. Jesus ensina que não devemos duvidar ao pedir algo de Deus, porque a dúvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento (Tg 1.6). O autor de Hebreus disse: “De fato, se fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). Nossos pedidos devem ser feitos de acordo com a palavra de Deus (Jo 15.7). Como disse o apóstolo João: E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve (1Jo 5.14). Logo, o que Jesus nos ensina é que não podemos duvidar em nossos pedidos a Deus por meio da oração, mas pedir com fé.

Temos que perdoar para sermos respondidos na oração. O perdão dos outros é necessário aos crentes para que a sua oração seja aceita por Deus. O perdão em vista aqui não é o que acompanha a salvação que não se baseia em obras, mas em graça. Cristo se refere nesse trecho ao perdão relacional, pecados que fazem parte do cotidiano dos cristãos e perturba o seu prazer de comunhão com o Senhor. Por outro lado, a Bíblia nos ensina a sermos “gentil com os outros, compassivo, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo nos perdoou” (Ef 4.32). O cristão têm duas escolhas a fazer: guardar rancor ou ter suas orações respondidas. Dessa forma, a graça de Deus foi derramada sobre nós nos concedendo perdão, assim devemos liberar perdão porque um dia fomos perdoados por Cristo, fazendo isto, teremos nossas orações respondidas. 

Conclusão

Portanto, as lições que aprendemos com a figueira sem fruto são:

Primeiro, a humanidade de Cristo, Jesus é homem e Deus. Segundo, o simbolismo que a figueira apresenta. Ela era um símbolo da espiritualidade de Israel, uma religião de aparência e carente de frutos. Todos aqueles que foram alcançados pelo o sague de Cristo, produzirão frutos em sua vida cristã, com disse Charles Spurgeon: “A santificação é lado visível da salvação”. Terceiro, a fé que remove montanhas. A fé poderosa remove as montanhas das dificuldades da vida e nos leva a viver uma fé viva, frutífera e nos faz se lembrar das palavras de Cristo.

Notas:
Comentário John Macarthur – NT
Comentário Bíblico NVI – Antigo e Novo Testamento – F.F. Bruce

Sidney Muniz

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Setembro/2019 - Capítulo 1 - Batalha Espiritual: Uma Realidade na Vida do Cristão




Comentarista: Eliezér Gomes



Texto Bíblico Base Semanal: Colossenses 3.5-13

5. Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a fornicação, a impureza, o afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria;
6. Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;
7. Nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas.
8. Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca.
9. Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos,
10. E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;
11. Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo, e em todos.
12. Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;
13. Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.

Momento Interação

Neste mês de Setembro estudaremos acerca da Batalha Espiritual. Recentemente tem havido muita discussão acerca do que é a realmente a batalha espiritual mostrada nas Escrituras Sagradas e o que não é a batalha espiritual. O confronto entre a carne e o espírito é um confronto constante que somente vencemos no poder do Espirito Santo de Deus. O comentarista deste mês de Setembro é Eliezér Gomes. Ministro do Evangelho, articulista, graduado em Teologia do Antigo Testamento e Hermenêutica (IBB-RJ) e em Novo Testamento (IBP-RJ), professor de estudos bíblicos e membro da equipe de comentaristas do Ministério Evangelho Avivado.

Roguemos ao Senhor para que venhamos compreender mais sobre este assunto tão vital em nossa jornada cristã afim de vencermos os desafios da Batalha Espiritual. Bons estudos!

Introdução

A batalha espiritual é o tipo de conflito que os servos de Deus enfrentam durante suas vidas cristãs contra as forças das trevas. A expressão “batalha espiritual” não aparece na Bíblia, mas isso não significa que seu conceito esteja ausente nas Escrituras. Ao contrário disso, biblicamente a batalha espiritual é uma realidade que não pode ser subestimada. Mas é verdade que o conceito de batalha espiritual é um dos mais mal compreendidos e distorcidos pelos cristãos. Inclusive, a ideia errada de batalha espiritual tem sido amplamente utilizada com a finalidade de semear heresias no meio da Igreja. Por isso é importantíssimo que todo cristão verdadeiro saiba realmente o que é a batalha espiritual e qual a sua implicação na vida cristã. Neste capítulo entenderemos o que a Bíblia de fato diz sobre a batalha espiritual

I. A Batalha Espiritual na vida do Cristão

Apesar de o nome “batalha espiritual” não ser encontrado especificamente assim na Bíblia, há muitos versículos que tratam claramente sobre a realidade da batalha espiritual. Essas referências são tão abundantes que é correto até dizer que do começo ao fim, isto é, de Gênesis a Apocalipse, a Bíblia afirma a existência de uma guerra espiritual travada. Um exemplo disso pode ser visto já em Gênesis 3. Esse capítulo retrata a tentação e queda do homem no pecado. Isso significa que desde muito cedo o reino das trevas tem se empenhado em afastar o homem de Deus. O grande objetivo de Satanás e os demônios é fazer oposição a Deus e tentar destruir o seu povo.

Os detalhes dessa batalha espiritual vão sendo revelados conforme a história bíblica vai sendo registrada. Então é no Novo Testamento que encontramos os textos que tratam com maior profundidade e de forma prática a realidade da batalha espiritual. Por exemplo: em diversas ocasiões, o próprio Jesus alertou seus seguidores a estarem sempre despertados espiritualmente para não cederem à tentação. Nesse sentido, a vigilância e a oração tem uma relação fundamental. Por isso Jesus diz: “Vigiai e orai“ (Mt 36.41; cf. Mc 13.33). O apóstolo Pedro aconselha seus leitores a serem sensatos e vigilantes, e que resistam firmes na fé. Isso porque Satanás é um inimigo perigoso que anda ao derredor bramando como leão, buscando a quem possa tragar (1 Pe 5.8,9). Mas sem dúvida é o apóstolo Paulo quem mais escreve sobre a batalha espiritual na Bíblia. Inclusive, é uma característica dele usar termos militares para se referir aos embates que os crentes enfrentam nesta terra.

II. A Realidade das Obras da Carne

As obras da carne são pecados graves que resultam da natureza pecaminosa do homem. Foi o apóstolo Paulo quem apresentou uma lista uma lista de praticas denominadas por ele como “obras da carne” ao escrever para os cristãos da Galácia (Gl 5.20,21). as obras da carne são vícios originados da própria natureza humana caída. Antes de falarmos sobre quais são as obras da carne, precisamos entender que a lista apresentada na Carta aos Gálatas possui semelhanças com outras listas também elaboradas por Paulo em outras ocasiões (Rm 1.18-32; 13.13; 1 Co 5.9-11; 6.9; 2 Co 12.20,21; Ef 4.19; 5.3-5; Cl 3.5-9; 1 Ts 2.3; 4.2-7; 1 Tm 1.9,10; 6.4,5; 2 Tm 3.2-5; Tt 3.3,9,10). O apóstolo Paulo faz uma grave exortação quanto ao perigo das obras da carne. Sobre isso, ele escreve que “não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam” (Gl 5.21). Com isto o apóstolo está dizendo que quem não vive segundo o Espírito, ou seja, quem se entrega às práticas da natureza pecaminosa, não participará da consumação do reino de Deus quando Cristo voltar. Essas pessoas não serão excluídas do reino porque suas obras foram más, visto que a salvação não é por obras, mas serão excluídas porque suas obras demonstraram que na verdade elas nunca foram regeneradas verdadeiramente.

III. O Propósito do Fruto do Espírito 

O fruto do Espírito reflete a bondade, fidelidade e auto-restrição inerente à natureza de Deus. Se o Espírito de Deus está em nós, estas características que são fruto do Espírito também se tornarão características fundamentais da nossa natureza. O fruto do Espírito é uma seleção de virtudes produzidas pelo Espírito Santo na vida daqueles que foram feitos novas criaturas. Esse fruto resulta em uma conduta de vida integra e de acordo com a vontade de Deus. O fruto do Espírito Santo é descrito pelo apóstolo Paulo em Gálatas 5.22,23. Dentre tudo aquilo que nós podemos desejar na vida, nada supera o fruto do Espírito Santo! Por mais que a gente não se dê conta, aquilo que nós mais buscamos com todo nosso esforço, seja em estudo ou trabalho, é o que nós encontramos  no fruto do Espírito. E o que é o fruto do Espírito? Em Gálatas 5 diz que o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl 5.22-23). E por mais que até seja possível alcançar algo semelhante a isso através do nosso esforço pessoal, sem o Espírito Santo o resultado será sempre limitado, temporário e totalmente dependente das circunstâncias, seja de saúde, financeira ou emocional. O segredo é que quando nós entregamos nossa vida a Jesus Cristo, o Espírito Santo passou a habitar dentro de nós (1 Co 6.19), e é somente através da ação Dele que o fruto é gerado em nossas vidas (Jo 16.13-14). O fruto do Espírito independe das circunstâncias. Uma vez gerado e desenvolvido, ele permanece por toda a vida (Gl 6.8).

Conclusão

Uma das primeiras coisas que acontecem logo após a conversão é descobrirmos que agora, nosso maior propósito de vida é fazer a vontade de Deus (1 Co 6.20), descobrir o que Ele espera de nós (Ef 5.15-17). E na verdade não se trata de nenhum segredo. Jesus deixou isso bem claro em João 15.16, onde Ele diz: “Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, e fruto que permaneça, a fim de que o Pai vos conceda tudo o que pedirem em meu nome” .Jesus nos escolheu para darmos fruto e fruto que permaneça! Essa é a vontade de Deus pra nossas vidas! Mas do que se trata esse fruto? Talvez possa se pensar que sejam vidas que conhecerão a Jesus através de nós, mas na verdade não, fruto aqui está no singular, trata-se de apenas um fruto, o fruto do Espírito.

terça-feira, 3 de setembro de 2019

O que o Senhor pede de Nós?




Por Leonardo Pereira




Vivemos dias em uma intensa correria, aonde tudo se passa em instantes, informações que chegam à nós já se tornam antigas e  quando nos damos conta do ocorrido, mudanças na sociedade ocorreram se mesmo nós percebermos. A Igreja como corpo constituído por Cristo Jesus deve-se estar sempre de prontidão a combater as potestades aonde as portas do inferno buscam estar sempre abertas com Satanás disposto sempre a nos tragar como um leão feroz sempre bramando (1 Pe 5.8). Em tempos de grandes desafios e dificuldades, sejam eles morais e até mesmo espirituais, é necessários regressarmos a Palavra do Deus Altíssimo.

Houve uma ocasião nas Sagradas Escrituras em que ocorreu mudanças na população e o Senhor inspirando um profeta, transmite uma poderosa mensagem a toda a Israel. Nos tempos de Miquéias a nação passava-se por uma forte crise, sobretudo crise espiritual. Muitos estava deixando de trafegar pelos caminhos de Deus para irem em direção a caminhos tortuosos e escuros. O profeta na época condenava os governantes, sacerdotes e profetas de Israel que exploram e enganam o povo. É por causa de suas obras que Jerusalém será destruída. 

Contudo, ainda que estivessem em infidelidade diante de Deus, o profeta Miquéias proclama a libertação das pessoas que vão de Jerusalém para Babilônia, e conclui com uma exortação para Jerusalém destruir as nações que se juntaram contra ela. Antes destes eventos o profeta Miquéias envia uma mensagem a nação de maneira clara sobre o rumo que eles deveriam fazer e o que Deus espera deles: "Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus" (Mq 6.8). Aqui entra a pergunta que o Senhor ainda nos faz em nossos dias: O que é que o Senhor pede de nós?

O que o Senhor pede de Nós?

Primeiramente é importante destacar que o profeta Miquéias deixa bastante explícito sobre o modo como Deus agiu para os israelitas: "Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus" (Mq 6.8). Miquéias deixa claro aos seus patrícios que o Senhor mostrou-lhes o que é bom para eles  e o que ele pede dos mesmos: a prática de justiça, o amor à misericórdia e o caminhar honesto com Deus. Vamos ver resumidamente cada um deles.

A Prática de Justiça

Justiça é efeito de ser justo, correto e fiel.  A impiedade reinava em Israel e a injustiça se tornara uma prática comum. A falta de justiça era momento evidente ali e com esta situação, o profeta em sua mensagem afirma que o Senhor pede de seu povo a prática da justiça, ato este que provém daqueles que buscam viver uma vida corretamente conforme a mensagem de Cristo que diz: "Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça" (Jo 7.24).

O Amor à Misericórdia

A falta de misericórdia leva muitos a viverem uma vida de maldade e crueldade. Sem a misericórdia, o perdão não encontra guarida nos corações das pessoas. Sem a misericórdia, vidas a cada dia se tornam amargas, sem algo bom para prover à todos que precisam de conteúdos que edificam suas vidas. Humildade é ter um conceito equilibrado de si mesmo, sem buscar honra para si. 

Andando Humildemente nos Caminhos do Senhor

Muitos buscam andar nos caminhos de Deus sem ter humildade no coração. A humildade é o contrário do orgulho. A pessoa humilde agrada a Deus (Rm 12.3). A Bíblia ensina que os humildes serão honrados por Deus. Jesus foi um grande exemplo de humildade, fazendo sempre a vontade de Deus (Fp 2.5-8). Para seguirmos na caminhada cristã de maneira íntegra, não basta buscarmos andar nos caminhos do Senhor. É necessário antes buscarmos os seus caminhos com humildade e mansidão. É assim que o profeta Miquéias exorta o povo para buscar de modo sincero e reto ao Criador.



Referências:



ATAÍDE, Romulo. Panorama Bíblico Volume 4 - Livros Proféticos. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

BAKER, David W; ALEXANDER, T. Desmond; STURZ, Richard J. Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias - introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2001.

Bíblia Sagrada. Almeida Revista e Corrigida. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

LOPES, Hernandes Dias. Miqueias - A Justiça e a Misericórdia De Deus. São Paulo: Hagnos, 2008.


domingo, 1 de setembro de 2019

A Segunda Multiplicação de Pães e Peixes



O evangelho de Mateus e Marcos são os únicos que registram a segunda multiplicação de pães e peixes. Mateus ao escrever esse Evangelho tinha em vista um público judeu, por isso, ele usa muitas passagens do Antigo testamento para provar que Jesus é o Rei e o Messias prometido de Israel. Há alguns estudiosos da Bíblia que consideram esse relato apenas como um único acontecimento, por outro lado, muitos consideram essa passagem como eventos separados. Apesar das opiniões, vemos que esse milagre aponta claramente para a provisão de Cristo.

Iremos analisar de forma sucinta seus aspectos práticos para vida cristã e sobre a pessoa de Cristo.

Jesus cura muitos enfermos

Partindo Jesus dali, foi para junto do mar da Galileia; e, subindo ao monte, assentou-se ali. E vieram a ele muitas multidões trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos e outros muitos e os largaram junto aos pés de Jesus; e ele os curou. De modo que o povo se maravilhou ao ver que os mudos galavam, os aleijados recobravam saúde, os coxos andavam e os cegos viam. Então, glorificavam ao Deus de Israel (Mt 15.29-31).

Nesse trecho Jesus estava mostrando a sua providência sobre as enfermidades. Mateus escrevendo que Jesus curava os enfermos estava provando que Jesus estava cumprindo as profecias de Isaías (Is 35.1-7; 61.1-3). Quando João Batista estava com duvidas sobre Jesus ser ou não ser o Messias, mandou seus discípulos a Cristo, aos quais respondeu: “Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho” (Mt 11.5). Com isto, João entendeu que Jesus era o Messias prometido.

As pessoas ao levarem os enfermos a Jesus demonstravam a esperança que elas tinham nEle. Diante disso, aprendemos que a única pessoa que pode solucionar nossos problemas é Cristo, nele deve estar toda a nossa esperança.

O texto descreve que o povo se maravilhava com os milagres. Com certeza pelo fato de verem os coxos andando, cegos enxergando, mudos falando e etc. Os milagres de Jesus sempre causavam boas reações e não dúvidas, como se têm atualmente.

As multidões glorificavam a Deus diante dos milagres de Jesus. Porém hoje, os milagres estão engradecendo mais as denominações e os pregadores. Assim, vemos que o objetivo dos milagres é glorificar a Deus e não o homem.

Jesus tem compaixão da multidão

E, chamando Jesus os seus discípulos, disse: Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que permanece comigo e não tem o que comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça pelo caminho (Mt 15.32).

Jesus tem compaixão daquela multidão. A palavra compaixão significa: Ter piedade, um sentimento de aflição pelas adversidades dos outros e se sensibilizar. E o motivo da compaixão de Cristo, foi justamente por aquelas pessoas estarem três dias com ele e não terem o que comer. Jesus nessa passagem nos ensina duas verdades:

Primeiro, Cristo se compadece de nossas necessidades básicas. Segundo, devemos ter compaixão pelo o próximo. Paulo disse: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram” (Rm 12,15). João ainda nos deixa mais claro sobre o assunto: “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1Jo 3.17).

Vale ressaltar que aquelas pessoas passaram três dias com Jesus. Podemos deduzir que elas passaram esses dias ouvindo a palavra de Deus, nos relatos dos Evangelhos Jesus estava sempre curando, expulsando demônios e ensinando. Desse modo, podemos aprender que aquelas pessoas tinham desejo de ouvir Jesus. Será que temos o mesmo desejo para com a pregação da palavra de Deus? Ou achamos os sermões cansativos? Se houver essa negligência da nossa parte, isso só irá revelar que não temos vontade de ouvir Jesus falar por meio da sua palavra.

A resposta dos discípulos

Mas os discípulos lhe disseram: Onde haverá neste deserto tantos pães para fartar tão grande multidão? (Mt 15.33).

Depois de Jesus revelar aos discípulos a compaixão pela multidão e por elas não terem o que comer, eles respondem “onde haverá neste deserto tantos pães para alimentar uma tão grande multidão?”. Essa resposta soa como incredulidade, pois os mesmos já haviam visto Cristo alimentar cinco mil pessoas e sobrar doze cestos. Os seus olhos estavam fechados para a provisão de Cristo e não entendiam que o próprio de Deus encarnado estava com eles. Portanto, muitas vezes nos encontramos assim, com os olhos vendados para a soberania de Cristo.

A pergunta de Jesus

Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães tendem? Responderam: Sete e alguns peixinhos (Mt 15.34).
Jesus pergunta quanto pães eles tinham, isso revelava claramente a sua providência diante das coisas básicas da vida. Todas as nossas reais necessidades, jamais passam despercebidas diante dos olhos de Cristo, cada uma delas é contemplada por ele.

 Aqui encontramos outra diferença entre a primeira e a segunda multiplicação, na primeira eram cinco pães, enquanto na segunda sete pães. Assim, Cristo contempla e sabe daquilo que precisamos, podemos confiar inteiramente na sua providência.

Jesus alimenta uma multidão pela segunda vez

Então, tendo mandado o povo assentar-se no chão, tomou os sete pães e os peixes, e, dando graças, partiu, e deu aos discípulos, e estes, ao povo. Todos comeram e se fartaram; e, do que sobejou, recolheram sete cestos cheios. Ora, os que comeram eram quatro mil homens, além de mulheres e crianças (Mt 15.35-38).

Jesus alimenta outra vez uma multidão. Ele começa primeiramente, ordenando que sentassem no chão, na primeira multiplicação ele ordenou que assentasse na relva, provavelmente estavam na primavera. Segundo, ele pega os pães e peixes, e deu graças a Deus. Cristo sempre agradecia quando estava diante de um alimento, assim também devemos agradecer a Deus pelo pão de cada dia. Terceiro, Jesus deu os pães e peixes aos discípulos, e estes, ao povo. Jesus deixou um princípio importante para eles, que o Evangelho não é apenas alimentar o povo com a palavra de Deus, mas sua parte material também. Quarto, todos comeram e fartaram-se. A passagem aponta para o Antigo Testamento quando Deus alimentou os israelitas no deserto, provando que Cristo é o Deus que supre as necessidades do seu povo. Quinto, sobrou sete cestos cheios. Na primeira multiplicação sobraram doze cestos, na segunda, sete. Sexto, os que comeram foram quatro mil pessoas, tirando as criança e mulheres. Os números nesse relato, nos mostram a dimensão do milagre de Cristo, nenhum profeta do Antigo Concerto fez um milagre desta proporção, Elias alimentou uma viúva assim como Eliseu, cem homens foram alimentados por Eliseu, porém, nenhum desses pode ser comparado com o sangue de Jesus.

Conclusão

Portanto, a segunda multiplicação dos pães e peixes, nos ensina que o primeiro e o segundo não são os mesmos, contudo diferente. Além do mais, Cristo tem compaixão das necessidades do seu povo e supre nossas necessidades por meio da sua poderosa providência. Que possamos sempre confiar nos cuidados de nosso Senhor Jesus Cristo.

Sidney Muniz