quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Setembro/2019 - Capítulo 4 - O Amor que cumpre a Lei




Comentarista: Eliezér Gomes



Texto Bíblico Base Semanal: Romanos 12.9-21

9. O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.
10. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.
11. Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor;
12. Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;
13. Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade;
14. Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis.
15. Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram;
16. Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos;
17. A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens.
18. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.
19. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor.
20. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.
21. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.

Momento Interação

Em João 13.34 Jesus caracterizou o amor de uns pelos outros como um novo mandamento. Isto pode fazer com que alguns de nós perguntemos por que Ele caracterizou isso como tal. Isto ocorreu porque foi algo ordenado pela primeira vez? Obviamente que não, porque está contido no livro de Levítico que foi escrito a centenas de anos antes. Na verdade, em Levítico 19.18 nos diz: “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Assim, embora as pessoas fossem comandadas a amar umas às outras, elas não podiam na verdade manter este mandamento. Contudo, do dia de Pentecostes em diante as pessoas podem livremente receber a nova natureza confessando por suas bocas ao Senhor Jesus e acreditando em seus corações que Deus o elevou da morte, e então elas podem amar. Essa é a razão porque Jesus chamou o amor de uns pelos outros como um novo mandamento. Não era novo porque ele havia sido mandado pela primeira vez, mas porque logo (a partir do dia de Pentecostes) se tornaria possível, através da nova natureza, ser mantido.

Introdução

Em Romanos 12, Paulo começa nos ensinando sobre a vontade de Deus. Ele nos mostra que para viver o melhor de Deus nós precisamos romper com o pecado e apresentar a nossa vida como um sacrifício agradável a Deus. No cristianismo não existem estrelas, somos todos parte do corpo de Jesus Cristo. Isto significa que cada um e nós possui função especifica dentro do Reino de Deus. Os nossos dons espirituais devem ser utilizados para o crescimento da igreja e para fortalecer a comunhão entre os irmãos, e isso é muito agradável a Deus.

I. O Fundamento Basilar do Amor

Se pararmos para buscar, na bíblia, conceitos e exemplos de amor, passaria uma vida inteira e ainda seria capaz de não termos concluído a pesquisa. O amor, mais que uma simples palavra, tem o poder de transformar vidas, restaurar corações, transmitir a presença de Deus, nada o detém. Mas, mesmo assim, diante dos deslizes de nosso coração e nossas falhas, podemos sentir sua plenitude, por que: "Nisto está o amor , não que nós tenhamos amado a Deus, mas que Deus nos amou primeiro e mandou seu Filho para perdão de nossos pecados" (1 Jo 4.10). Como, então, ser perfeito em amor?  Parece que não existe uma fórmula para isso, uma vez que o nosso amor humano é um sentimento que por vezes é considerado frágil. No entanto, o amor de Deus é absoluto, consistente. 

O amor humano só pode ter êxito se não o compreendo de maneira absoluta, mas como mediação do amor divino, e quando me deixo levar pelas decepções novamente em direção a Deus. As decepções são parte essencial do amor. Elas anulam a ilusão na qual sempre caio, a ilusão de que o outro pode me dar amor absoluto e amparo absoluto. Só Deus pode oferecer o absoluto.Se alguém busca ser perfeito em amor, essa pessoa precisa trilhar um caminho interior onde aprenda e desenvolva a capacidade de amar e se aprofunde no mistério do amor de Deus por ela e, assim, se torne cada vez mais capaz de amar a si mesma, ao próximo e a Deus.

II. O Amor na vida do Cristão

Falar de amor é uma coisa relativamente fácil. A palavra amor tem uma abrangência muito ampla, por exemplo: amo minha esposa, amo meus filhos, meus pais, meus livros, minha profissão, minha casa ou meu carro e por aí vai... Mas na verdade, o amor de que quero falar é o verdadeiro amor cristão. Quando Deus ditou a Moisés a Lei, entre centenas de instruções uma se destacou e ficou conhecida como a Lei Régia. Esta se encontra no livro de Levíticos capítulo 19, verso 18, que diz assim: "Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Lv 19.18). O próprio Jesus quando indagado por aquele jovem rico sobre o que poderia fazer de bom para alcançar a vida eterna , respondeu: "guarda os mandamentos" e enfatizou ainda "amarás a teu próximo como a ti mesmo", este episódio é narrado no Evangelho de Mateus no capítulo 19, versos de 17 a 19. Mas desde a instituição da Lei mosaica até a vinda de Jesus, parece que os homens não entenderam este mandamento, ou se entenderam fizeram-se de desentendidos. Uma ou outra coisa. Fato é que o amor que Deus esperava dos homens não foi praticado. O verdadeiro amor cristão é um amor divino. O amor procede de Deus, portanto é um dom divino. E esta é uma outra das características a que nos referimos. O amor é um dom de Deus. Na verdade o amor é o maior dos dons de Deus, que nos é ofertado graciosamente. O verdadeiro amor cristão nos conduz a refletir Jesus em nossas vidas, ao nosso próximo, e isto só é possível através do amor. Precisamos ser reconhecidos como discípulos de Jesus, precisamos refletir o amor de Jesus.

III. Vencendo o mal com o bem

Jesus é o maior exemplo de resistência ao mal e esse é o dever de todo crente. Não podemos nos deixar vencer pelo mal, e não devemos resistir o homem mau. Paulo, o apóstolo disse: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.21). Poucos crentes hoje em dia sofrem um golpe físico na face, mas o principio é dar a outra face. Isso pode ser aplicado diariamente em termos de auto-exposição aos insultos, mal entendidos, e outras ofensas, as quais somos expostos. O cristianismo realmente é diferente, é uma nova filosofia de vida. Esta é a pratica bem sucedida do evangelho. Cristianismo não é só questão de não fazer isso ou aquilo, mas é acima de tudo, sentir-se bem praticando-o. Fazer o bem aqueles que nos maltratam, orar pelos que nos perseguem, esse é o cristianismo de Jesus. O amor vence todas as coisas. “…tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”.

Conclusão

É verdade que andar a segunda milha, a entrega da capa, e o não resistir o mal, são coisas duras. Mas é neste comportamento que experimentamos o calor da presença de Jesus. Andar nessa direção é renunciar o programa próprio e aceitar o programa de Deus. Este é o caminho do amor. O amor aos amigos, mas também aos inimigos. Não é dar porque recebemos, mas é dar sem esperar nada em troca. E toda vez que damos sem a pretensão de receber, Deus nos dá muito mais. Quando vencemos o mal com o bem servimos ao próximo; somos ponte para grandes realizações no cristianismo e no mundo. É o começo de uma vida abençoada: É andar com Jesus e fazer a vontade de Deus.

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