quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Outubro/2019 - Capítulo 2 - Elias, o Tisbita




Comentarista: Maxwell Barbosa



Texto Bíblico Base Semanal: 1 Reis 17.1-7

1. Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o SENHOR Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra.
2. Depois veio a ele a palavra do Senhor, dizendo:
3. Retira-te daqui, e vai para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão.
4. E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem.
5. Foi, pois, e fez conforme a palavra do Senhor; porque foi, e habitou junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão.
6. E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã; como também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro.
7. E sucedeu que, passados dias, o ribeiro se secou, porque não tinha havido chuva na terra. 
8. Então veio a ele a palavra do Senhor, dizendo:
9. Levanta-te, e vai para Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente.
10. Então ele se levantou, e foi a Sarepta; e, chegando à porta da cidade, eis que estava ali uma mulher viúva apanhando lenha; e ele a chamou, e lhe disse: Traze-me, peço-te, num vaso um pouco de água que beba.
11. E, indo ela a trazê-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me agora também um bocado de pão na tua mão.
12. Porém ela disse: Vive o Senhor teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui apanhei dois cavacos, e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morramos.
13. E Elias lhe disse: Não temas; vai, faze conforme à tua palavra; porém faze dele primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui; depois farás para ti e para teu filho.
14. Porque assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará até ao dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra.

Momento Interação

O profeta Elias viveu no século IX antes de Cristo, durante os reinados de Acabe e Acazias, no reino do norte. Lembrando que em sua época o povo de Israel havia se divido em dois reinos. Judá era o reino do sul com capital em Jerusalém, e Israel era o reino do norte com capital em Samaria. Saiba mais sobre os reis de Israel e os reis de Judá. A Bíblia não revela nada sobre a vida pessoal e familiar do profeta Elias. Sabemos apenas que ele era um tisbita que morava na terra de Gileade, a leste do Rio Jordão. O nome Elias significa “Jeová é Deus”.

Elias foi um dos homens mais conhecidos da Bíblia, citado tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento. A história de Elias possui um papel muito ativo na narrativa bíblica. Neste estudo, conheceremos acerca do que a Bíblia Sagrada a nos diz acerca de quem foi Elias.

Introdução

No momento em que o reino de Israel do norte atravessou um dos seus piores períodos da história, Elias é chamado por Deus para exercer o ministério profético. Este período foi marcado por uma profunda crise moral, social e espiritual, notadamente pela corrupção, assassinatos, idolatria, fome e miséria. Mas, em meio a esta crise, Deus contou com a coragem e a determinação de Elias, para ser Seu porta-voz. 

Este capítulo trará detalhes sobre a vida e a obra de um dos maiores personagens da história sagrada. Considerado como um dos mais destacados profetas de Israel, Elias é apresentado na Bíblia sem uma única palavra referente ao seu passado, nem sobre a identidade de seus pais e de sua parentela. Diz apenas que ele era tesbita (1 Rs 17.1), por ter vindo de Tesbi, um povoado das montanhas de Gileade, uma região ao leste do Jordão à beira do grande deserto da Arábia. Esse lugar não aparece em outras passagens bíblicas, mas é citado somente no contexto da história do profeta Elias.

I. A Aparição do Profeta Elias

Acabe era filho de Onri, rei de Israel, e sucedeu seu pai no trono do reino do Norte se tornando o sétimo entre os reis de Israel. Na narrativa sobre sua vida, Acabe é descrito como um rei forte e influente politicamente, porém fraco e reprovado espiritualmente. Foi nesse contexto que o rei Acabe reinou por 21 ou 22 anos, entre 874 e 853 a.C. No âmbito político, Acabe era respeitado tanto por seus aliados quando por seus adversários. Todavia, no aspecto religioso Acabe foi extremamente infeliz, deixando que o sincretismo e o próprio paganismo ganhasse força entre os israelitas. O rei Acabe encontrou no ministério do profeta Elias seu grande opositor. Elias denunciava ativamente suas práticas reprováveis. O caso da vinha de Nabote exemplifica perfeitamente o fracasso do rei Acabe em defender a Lei e a justiça. Na ocasião em que a vinha de Nabote foi tomada de forma inescrupulosa, o profeta Elias profetizou sobre o declínio e o completo extermínio da casa de Acabe (1 Rs 21.20-24; 2 Rs 9.7-26). A idolatria instalada durante o reinado do rei Acabe influenciou de alguma forma as gerações posteriores, de modo que até mesmo o profeta Oséias (Os 1.4) e o profeta Miquéias (Mq 6:16) denunciaram tal prática.

II. Elias confronta Acabe

A vinha de Nabote é uma história registrada em 1 Reis 21. Um estudo bíblico sobre a vinha de Nabote destaca o modo perverso com que Acabe e Jezabel se apoderaram da herança de um homem justo e temente a Deus. A Bíblia diz que um homem de Jezreel por nome de Nabote possuía uma vinha que ficava ao lado do palácio do rei Acabe. Jezreel ficava localizada a cerca de quase quarenta quilômetros ao norte de Samaria, que era a capital do reino de Israel. Então essa propriedade de Acabe era um segundo palácio, uma espécie de residência de verão.

Certo dia Acabe pediu que Nabote lhe cedesse a sua vinha, já que ela estava ao lado de sua casa em Jezreel. Inclusive o rei Acabe tentou negociar a compra da vinha, prometendo dar a Nabote outra vinha melhor, ou pagar-lhe em dinheiro o que lhe fosse justo. Nabote explicou para Acabe que não podia fazer um acordo com ele, porque sua vinha era herança de seus pais. O rei Acabe ficou muito desgosto e indignado por não ter conseguido ficar com a vinha de Nabote. Ele ficou tão abatido que nem queria se alimentar.

Tão logo Jezabel pôs em prática seu plano maligno para conseguir obter a vinha de Nabote. Ela escreveu cartas em nome de Acabe e enviou aos anciãos e aos nobres da região. A carta que havia sido selada com o sinete real convocava um jejum e ordenava que Nabote fosse trazido à frente do povo. Com isso Jezabel estava provocando grande apreensão entre os habitantes de Jezreel. Isso porque ao convocar um jejum, ela estava indicando ao povo que todos estavam diante de uma crise iminente causada por uma grande transgressão (cf. Jz 20.26; 1 Sm 7.5,6; 2 Cr 20.3; Jn 3.5-9). Então Jezabel também providenciou que dois homens maus testemunhassem falsamente contra Nabote. A Lei Mosaica determinava que uma acusação precisava ser sustentada por pelo menos duas testemunhas. Os dois homens acusaram Nabote de blasfemar contra Deus e contra o rei. A pena para quem amaldiçoasse a Deus era a morte por apedrejamento (cf. Êx 22.28; Lv 24.10-16). E foi assim que aconteceu. Após ter sido acusado falsamente, Nabote foi levado para fora da cidade e foi apedrejado até a morte (1 Rs 21.13). Além disso, os filhos de Nabote também foram mortos, garantindo que não houvesse mais nenhum herdeiro da vinha vivo (2 Rs 9.26). O escritor bíblico diz que naquele contexto veio a palavra do Senhor ao profeta Elias. Deus ordenou que o profeta fosse se encontrar com Acabe e denunciasse o seu pecado. Através do profeta, Deus anunciou que no mesmo lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, também lamberiam o sangue de Acabe; bem como Jezabel também seria devorada por cães dentro dos muros de Jezreel. Deus ainda prometeu acabar com a linhagem de Acabe. Deus falou que o mesmo que aconteceu com a casa de Jeroboão, haveria de acontecer com a casa de Acabe. Quem morresse na cidade seria comido por cães; e quem morresse no campo seria comido pelas aves do céu (1 Rs 21.22; 14.11).

III. A Proclamação do tempo de seca em Israel

O reinado de Acabe já durava uns oito anos. A apostasia era assustadora. Deus não podia suportar tal afronta. Elias então é chamado por Deus. É curioso, mas nós não temos a origem de Elias. Apenas sabemos que ele era de Gileade.

Antes de Elias outros profetas foram enviados para levar Israel de volta a Deus. Tentaram mostrar ao povo que montes e vales, rios e fontes, todos estavam nas mãos do Deus vivo; que Ele controlava o sol, as nuvens do céu e todos os poderes da natureza. Tudo, porém, foi em vão. Entre a voz de um profeta e os ensinamentos do palácio de Acabe, a maioria preferiu ficar com a novidade que fora introduzida pela rainha Jezabel. Elias viajou dia e noite até chegar a Samaria, capital do reino do Norte, e sem ser anunciado comunicou ao rei que a guerra com Baal tivera início. Nos próximos anos não haveria chuva. Note que Baal era o deus da fertilidade e só poderia haver fertilidade se chovesse. Chegara então a hora da verdade. A hora de saber quem era quem. Quem era de fato o Deus da fertilidade. Deus estava usando a seca, um método duro de ensino, na tentativa de levar Seu povo a entender que quem fazia a semente germinar, o grão se desenvolver, não era Baal, mas Ele, Jeová, o Deus vivo. E a profecia começou a ter seu cumprimento imediatamente. Sem o orvalho da noite a terra começou a ficar ressequida. Deus, então, manda Elias para bem longe de Samaria. Os poços, rios, regatos e lagos acabam secando. A fome e o desespero alcançam a todos. Quanta dor e sofrimento porque um povo trocou o Deus do céu por um ídolo sem vida!

IV. O Sustento de Elias

O rei Acabe fez o que era mau diante dos olhos do Senhor, ele tomou a Jezabel como esposa e ela era filha do rei dos sidônios, adoradores de um deus estranho chamado Baal. Acabe não só casou com Jezabel, como adorou Baal e achando pouco, erigiu um altar para Baal. Deus estava muito bravo mesmo com Acabe. Então, Deus mandou o profeta Elias dizer a Acabe que nos anos que se seguiriam, não cairia orvalho e nem chuva sobre a face da terra, até que Elias desse uma palavra extinguindo a seca. E a Elias Deus deu a seguinte ordem: “Retira-te daqui, e vai para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem.” (1 Rs 17.3,4). Elias obedeceu e desta forma, ficou habitando junto ao ribeiro de Querite, bebendo da água e os corvos traziam pão e carne para Elias de manhã e a noite. Deus mandou que aves carnívoras levassem carne para o profeta.
Depois de muitos dias e a seca assolando a terra, Deus mandou Elias sair de Querite, porque as águas do ribeiro também secaram e fez outra coisa incrível, veja: “Levanta-te, e vai para Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente.” (1 Rs 17.9). Neste ponto é preciso lembrar que naquela época não havia previdência social, uma mulher viúva ficava completamente desamparada, não havia pensão, mas Deus disse que uma mulher viúva iria sustentar Elias. 

O profeta obedeceu e quando chegou a Sarepta, viu uma viúva que juntava lenha e pediu água a ela. A mulher foi buscar a água e quando chegou, Elias pediu um bocado de pão. A viúva ficou assustada e disse: “Vive o SENHOR teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui apanhei dois cavacos, e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morramos.” (1 Rs 17.12). Elias disse: “Não temas; vai, faze conforme à tua palavra; porém faze dele primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui; depois farás para ti e para teu filho.” (1 Rs 17.13) e completou: “Porque assim diz o SENHOR Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará até ao dia em que o SENHOR dê chuva sobre a terra.” (1 Rs 17.14). Assim foi feito, nem a farinha e nem azeite acabaram e a viúva, sua casa e Elias comeram por muitos dias.

Deus é tremendo, poderoso e criativo. Primeiro mandou corvos levarem carne para Elias e depois mandou que uma pobre viúva desamparada, sustentasse Seu servo durante a seca. Coisas completamente inusitadas. Nunca tinha acontecido antes e nem tornou a acontecer.

Conclusão

Muitas outras coisas surpreendentes são narradas na Bíblia. São milagres, maravilhas e portentos e tudo para reconhecermos que o nosso Deus é o Senhor do céu, da terra, do mar e de tudo o quanto neles há. Mas nas nossas vidas não é diferente. Todos os dias recebemos vários milagre inusitados e únicos, é um acidente que não aconteceu conosco, porque nos atrasamos; é o nosso emprego que foi poupado do corte da empresa; é nossa casa que não foi atingida pelo fogo na casa ao lado, ou, simplesmente, acordamos pela manhã, sem nem imaginar os perigos que nos rodearam  durante a noite. É a sombra do Onipotente nos guardando de todo mal, de todos os perigos. É o cajado do Pastor nos levando para pastos verdejantes. É o anjo do Senhor se acampando ao redor dos temem a Deus. 

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