Comentarista: Oliveira Silva
Texto Bíblico Base Semanal: Salmos 100.1-5
1. Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras.
2. Servi ao Senhor com alegria; e entrai diante dele com canto.
3. Sabei que o Senhor é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto.
4. Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome.
5. Porque o Senhor é bom, e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade dura de geração em geração.
Momento Interação
Não é possível ignorar os processos de mudanças no louvor e adoração nos cultos públicos da igreja brasileira nestes últimos anos. Muitos pontos positivos como maior participação congregacional, maior devoção, centralidade de Jesus, maior interesse em se estudar sobre o assunto, proliferação de encontros e congressos sobre o tema, contrastam com os modismos e modelos que aportam em nosso país levando os irmãos à uma adoração alienada da realidade da vida, da mente, da razão, com forte apelo emocional, e muito antropocêntrica. O estudo desta semana tratará de um tema bastante controverso, mas importante, que deve ser abordado por todo nós com o intuito de evitarmos heresias, exageros e modismos com a adoração e com louvor que devem ser dedicados somente à Deus. Bons Estudos!
Introdução
Vivemos numa sociedade fluida. Prega-se que ao invés de valores e princípios – fixos e tradicionais – deve-se optar por tendências e modas – efêmeras e midiáticas. Essa tendência que se instaurou na sociedade contemporânea tem forte repercussão no campo religioso, especialmente quanto ao desenvolvimento do louvor e da adoração. A lógica do “faça rápido”, do “quem não aparece não é lembrando”, do “falem bem ou falem mal, mas falem de mim” invadiu o território sagrado da espiritualidade, transformando nossos adoradores em pop-stars e os cultos em “agendas” comerciais. A simplicidade e discrição, própria do cristianismo, foi substituída pelo glamour e pela midiaticidade. Todos querem ser notícia, cantar a música do momento, ir ao show de um ídolo. Parece que a mesma máquina de fazer dinheiro que impera no meio artístico de um modo geral, invadiu o segmento “gospel”. Em nome de Mamom, Jesus é preterido.
I. O Perigo da Falsa Adoração
Há dois tipos de pessoas no mundo: as que adoram a Deus de forma aceitável, e as que não adoram de forma aceitável. O fato é que, à parte de Cristo – à parte da obra salvífica de Deus na vida do pecador – a adoração aceitável é impossível. Como a adoração está intrinsecamente ligada à salvação, não é surpresa que o assunto surja no meio da conversa de Cristo com a mulher samaritana junto ao poço. Estamos vendo esse diálogo como um modelo de evangelismo pessoal [...], Cristo expôs, de forma direta, e confrontou o pecado dela em João 4.16-18. A pergunta feita pela samaritana é muito simples: ela quer saber qual sistema religioso é o correto. Ela já sabe que Cristo só pode ser um profeta, considerando-se o que Ele sabe a respeito da vida dela. A culpa, que ela tentou evitar por tanto tempo, caiu com toda a força sobre sua cabeça. Jesus a desmascarou e mostrou que ela era pecadora, e ela quer se consertar com Deus. E ela que sabe que, para apaziguar sua culpa, é preciso haver adoração. Então ela se volta para a única coisa que conhece: a religião externa. A verdade é que todo pecador não arrependido vê a adoração como algo externo. Ele não pode entender nem apreciar a mudança interna que ocorre por causa da salvação, então ele se agarra a cerimônias e rituais impotentes, com o intuito de absolver a culpa dos seus pecados. O Senhor deixa claro que não é o lugar onde ela adora que importa. O que ela procura não depende de uma cerimônia ou ritual. Ao invés disso, a verdadeira adoração consiste em amar, honrar, obedecer e servir a Deus de coração.
II. O Perigo dos Louvores Antropocêntricos
Antropocentrismo é uma doutrina filosófica que coloca a figura do ser humano como o “centro do mundo”, relevando a importância da humanidade em comparação com as demais coisas que compõem o Universo. De maneira clara, a doutrina antropocêntrica consiste em colocar o ser humano no centro do universo, postulando que tudo o que existe foi concebido e desenvolvido para a satisfação humana. No caso do louvor, são endossadas letras que adotam esta linha, e tendem a valorizar de forma excessiva as características, conquistas e planos feitos pelos homens, muitas vezes não aceitando que a vontade soberana de Deus possa ir na direção contrária, não aceitando o não como resposta para suas ambições. Nem todas as canções que tem o homem como o centro são excessivas ou contrárias as escrituras, trazem verdades, valorizam as características corretas do homem, não tentam colocar o homem no mesmo patamar ou acima de Deus. A invasão de letras e melodias compostas por artistas desse segmento mercadológico começou timidamente nos anos 90, quando tais canções tinham um espaço no culto dividido com os louvores dos clássicos hinários. Aos poucos, o hinário foi ficando obsoleto e em muitas congregações só existem as músicas do gospel.
III. Para Além dos Modismos
A bíblia registra que o povo de Israel transformou uma serpente de bronze em um amuleto em oposição à fé em Deus (Nm 21.4-9); foi preciso que o rei Ezequias a destruísse para que adoração bizarra tivesse fim (2 Reis 18). Se olharmos para os dias atuais, em alguns a idolatria é praticada de maneira contínua. Ezequias fez em seu tempo, colocar abaixo todo tipo de atitude que nos afastar de conhecer e adorar a Deus em santidade.
O cristianismo mudou muitos conceitos judaizantes, ao ponto de todos os cultos os cânticos serem entoados antes da palavra final, com passar do tempo, a música cristã se tornou parte do patrimônio cultural do mundo ocidental e se tornou fonte de inspiração para músicas seculares, contudo, nos dias atuais tem ocorrido o inverso, são as músicas seculares que se tornaram inspiração para hinos de louvor a Deus. Uma das conseqüências da secularização da música cristã é a profissionalização do setor, louvar a Deus infelizmente se tornou um negócio rentável.
Conclusão
Todo cristão deve ter em mente que sempre irá surgir uma moda no meio do povo de Deus cujo sucesso será arrebatador, por algum tempo. O que devemos fazer é procurar servir a Deus de forma decente e não escandalosa, buscando o equilíbrio e a inspiração do Espírito Santo.
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