sábado, 15 de fevereiro de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2020 - Capítulo 2 - A Autêntica Batalha pela Fé




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Judas 1.3-7

3. Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.
4. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.
5. Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram;
6. E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia;
7. Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.

Momento Interação

Precisamos estar sempre alertas e vigilantes ante às astutas ciladas do inimigo (1 Pe 5.8). Judas percebeu que com o passar do tempo, pessoas estavam sendo levadas por muitas doutrinas estranhas por intermédio dos falsos mestres. Uma grande divisão de valores éticos e espirituais, estavam sendo adentradas no meio de cristãos que buscavam a respeito de Cristo, o Nazareno, e de seus ensinos. Judas começa de forma introdutória e objetiva, denunciando os falsos mestres e mostrando como o povo de Deus devesse se portar diante daqueles que se dizem mestres, mas na realidade, são instrumentos de Satanás para levá-los ao erro e ao engano.

Introdução

Se nos atentarmos para mensagem de Jesus Cristo, observaremos que a sua preocupação para com os seus discípulos, era mostrar-lhes como os irmãos estavam sendo atacados de todos os lados, e de todas as maneiras  por um aumento constante de heresias e modismos daqueles que estavam contaminando os ensinamentos sagradas da mensagem do Senhor. Nesta epístola, encontramos fundamentos bíblicos poderosos que obtemos para estarmos adequadamente equipados em todo o nosso ser, de maneira que, afim de não sermos enganados por heresias e modismos gerados e transmitidos por falsos mestres e profetas, possamos estar capacitados para combater o bom combate, pela genuína fé cristã.

I. O Alerta de Judas

O aviso de Judas sobre os perigos que os irmãos em Cristo correm é vital e importante para o estudo de toda a epístola para o nosso crescimento espiritual. Para analisarmos bem esta epístola é considerável, darmos a devida atenção as palavras do escritor inspirado. Judas começa a epístola com objetividade e sinceridade no que se refere aos que irão ser mencionados e os seus feitos. Este alerta assim como Judas o fez, todo o povo de Deus deve realizá-lo em cada canto deste mundo, aonde a mensagem de Cristo Jesus puder ser ouvida e transmitida.

1. O Rumo da Direção da Epístola. Judas informa aos seus leitores que o assunto da epístola não era o da defesa da fé cristã, mas sim da salvação comum. Contudo, devido às muitas ocorrências do que ele mais à frente da sua epístola irá abordar, ele muda o rumo da sua mensagem e se focaliza em escrever uma dissertação no que se refere sobre a defesa da fé evangélica: "Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (Jd 1.3). A mensageira naquele momento foi de extrema necessidade sobre os acontecimento entre os irmãos em Cristo. O Espírito Santo o levou a mudar a sua mensagem com o objetivo em exortar o Povo de Deus (cf 2 Pe 1.20,21). Se o tema da salvação deve ser a máxima do aprendizado cristão, defender a fé que nos foi entregue constitui-se numa dedicação esmerada para nos conservarmos em Cristo Jesus, a todos os que são "chamados, santificados em Deus Pai, e conservados por Jesus Cristo" (Jd 1.1a).

2. A Atenção à Mensagem da Epístola. Nenhum ponto da mensagem de Judas deve ser ignorado. Todos os pontos ali colocados são para nossa advertência e exortação, bem como obter para nos, instruções precisas e sublimes com o alvo magno de nos encontrarmos preparados para  combatermos os falsos mestres e as heresias que os mesmos disseminam. Se a doutrina não se encontra adequada para nossos irmãos em Cristo, muito menos o prosseguimento do ensino deva ser considerado. Por isto, quando voltamos os olhos para o penúltimo livro das Escrituras Sagradas, volta-se com a intenção de ali, buscarmos sermos combatentes da fé cristã, defendê-la custe o que custar, pois nesta epístola, é a mensagem da importância dos cristãos estarem de prontidão ante às portas do inferno (Mt 16.18), contras as heresias e os falsos ensinos contrários a Palavra do Senhor que tão exorbitantemente tentar nos levar para os caminhos estranhos, tortuosos, aonde não está o Senhor (Sl 119.106).

3. A Objetividade da Epístola de Judas. Judas, bem mais do que escritores do Novo Testamento, é bastante objetivo na transmissão da sua mensagem. Ao escrever a carta, ele aborda de uma maneira clara e simples, ao mesmo tempo, profunda e prática. Ela não é uma carta teológica, mas a sua belíssima teologia se encontra ali presente, mostrando-nos que o Corpo de Cristo está sempre sendo cuidado com carinho, amor e dedicação pelo Bom Pastor, que é Jesus (cf. Jo 10). Os maravilhosos ensinamentos inseridos nesta epístola para a Igreja de Cristo atualmente se consiste em um desafio para o Povo de Deus. Em um delicado momento em que a Igreja está passando, com uma avalanche de ensinos desvirtuados das Escrituras Sagradas, cabe aos cristãos defender a fé que Jesus Cristo confiou à cada um. Os estudos para a Igreja atualmente devem ser com a mesma objetividade que Judas teve quando transmitiu aos irmãos da época.

II. O Perigo dos Homens Ímpios

Judas quando começa a sua mensagem de uma maneira uma maneira extremamente intensa e forte. Com grande objetividade e ousadia, ele começa a revelar quem são os propagadores dos falsos ensinamentos bem como aqueles que pervetem o Povo de Deus, se infiltrando como falsos irmãos a fim de atacar a Igreja do Senhor de dentro para fora. Judas busca combater esses ímpios alertando os irmãos em Cristo.

1. A Infiltração de Falsos Mestres na Igreja. Ao longo da Igreja Primitiva, houve um terrível combate contra as heresias e os falsos mestres. Jesus Cristo e os apóstolos pregavam esta mensagem combatendo tais hereges no seio da Igreja. Escrevendo sobre a batalha da fé, heresias começavam a crescer entre os irmãos entre elas as mais perniciosas da época, que são o antinomismo e o gnosticismo. Enquanto os falsos mestres através do antinomismo ensinava que a graça liberava o ser humano da lei moral, ensinavam através do gnosticismo que a salvação era alcançada pelo conhecimento e não pelá fé que há somente em Cristo Jesus. Com o crescimento destas heresias, tais falsos mestres encontrava locais em que pudesse proporcionar doutrinas estranhas entre os irmãos.

2. Quem são estes Falsos Mestres?  De maneira rápida e clara, podemos definí-los como os deturpadores da mensagem de Jesus Cristo, ou seja, aqueles que alteram a mensagem do Senhor ensinando doutrinas humanistas heréticas, que não se encontram nas Escrituras Sagradas, indo à margem da mensagem divina. Judas os define como "homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo" (Jd 1.4). Tais homens entram na igreja ou se encontram na igreja (At 20.29), com propósitos em manter-se com a máscara de piedade tendo eles atitudes de lobos devoradores (At 20.30), que enredam muitos com os ensinos heréticos, pervertendo os genuínos ensinamentos de Cristo.

3. As Atitudes dos Falsos Mestres. Judas no versículo 4 da epístola que leva o seu nome, deixa para nós quatro características de como são as atitudes dos falsos mestres. De modo sequencial, os falsos mestres: são ímpios (v. 4b), inimigos da graça de Deus (v. 4 c), negam a supremacia de Jesus Cristo (v.4d), e estão destinados à condenação (v. 4b). Podemos observar pela ótica de Judas que eles combatentes ferrenhos do anti-evangelho (Gl 1.6-8), com os propósitos mais vis possíveis como deturpar a mensagem cristocêntrica na Palavra Sagrada. Estes homens entram nas igrejas para mudarem a doutrina evangélica. Tentam de todas as formas descontruirem os pilares do cristianismo, e roubar a fé no coração de inúmeros irmãos fiéis. Os falsos mestres falam em nome de Deus, mas apartam as pessoas de Deus, como atores prestes a estrelarem em palcos.

III. O Exemplo que as Escrituras nos Ensina

Judas, tendo colocado como propósito em sua epístola o alvo de fortalecer a fé dos irmãos em Cristo Jesus, traz para estes irmãos alguns exemplos do Antigo Testamento como uma forma de obter atenção devida e precaução constante no que se refere a conduta e a moral dos falsos mestres para não sermos levados por doutrinas falsas e palavras vãs. Tais homens ímpios e hereges são completamente reprovados por Judas em semelhança com muitos personagens que se encontram na mensagem da Antiga Aliança. Por intermédio das Escrituras Sagradas, é-nos mostrado os exemplos e como será o triste fim de muitos destes que se assemelham à tais personagens bíblicos.

1. Os Judeus que saíram da escravidão do Egito. O primeiro exemplo que Judas transmite aos seus leitores sobre a impiedade e a incredulidade se refere aos judeus que saíram do cativeiro egípcio. Mesmo depois das maravilhas que o Senhor realizou dentro do Egito,  por intermédio de Moisés durante o povo caminhando no deserto por 40 anos, a incredulidade permaneceu no coração de muitos deles, de maneira que se endureciam implacavelmente: "Então respondeu Arão: Não se acenda a ira do meu senhor; tu sabes que este povo é inclinado ao mal; E eles me disseram: Faze-nos um deus que vá adiante de nós; porque não sabemos o que sucedeu a este Moisés, a este homem que nos tirou da terra do Egito. Então eu lhes disse: Quem tem ouro, arranque-o; e deram-mo, e lancei-o no fogo, e saiu este bezerro" (Êx 32.22-24). O resultado foi que a primeira geração dos judeus, a geração que saiu do Egito, não entrariam na Terra Prometida, exceto por Josué e Calebe, pela fé que ambos possuíam no Deus Vivo (cf. Nm 31.11,12).

2. Os Anjos Rebeldes. Judas prossegue nos exemplos de impiedade e incredulidade e agora o alvo são os seres celestiais. Ele agora fala sobre os anjos que se rebelaram contra o Senhor e agora aguardam o juízo em prisões eternas. Pedro em sua segunda epístola trata sobre este mesmo tema (2 Pe 2.4). Lúcifer, agora como Satanás, ajuntou o orgulho no coração (Ez 28.17) e cobiçou a posição do próprio Deus: “eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono… subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14.13, 14). O orgulho moveu Satanás a se rebelar contra seu Criador. Usando sua extraordinária inteligência para o mal e empregando a mentira, Satanás seduziu a terça parte dos anjos (Ap 12.3,4). O destino dos anjos caídos e de Satanás já fora decidido pelo Senhor. Os anjos rebeldes temem este dia (Lc 8.2, 29). O evangelista Mateus chama Satanás de “maioral dos demônios” (Mt 12:24; 25.41). A Bíblia nos revela que os anjos rebeldes aguardam em prisões para o Juízo divino. Satanás também estará em condenações eternas. Aquele que atormentava constantemente será atormentado para toda a eternidade: "E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre" (Ap 20.10).

3. Sodoma e Gomorra. Sodoma e Gomorra é um relato amplamente conhecido tanto pelos cristãos, quanto pelos históriadores e amantes do cinema. Foi retratado por diversas vezes como uma sociedade pagã e imoral. Biblicamente, é um dos maiores exemplos de apostasia e imoralidade que trouxe a ira de Deus como advertência para os as localidades futuras. Toda a cidade ficou contaminada pelas presas ferozes do pecado e não havia mais escapatória para aquela população. Ló como um ser justo naquele local, pela misericórdia do Senhor, foi poupado com a sua família para que pudesse sair daquela cidade o mais rápido possível: "Então disseram aqueles homens a Ló: Tens alguém mais aqui? Teu genro, e teus filhos, e tuas filhas, e todos quantos tens nesta cidade, tira-os fora deste lugar; Porque nós vamos destruir este lugar, porque o seu clamor tem aumentado diante da face do Senhor, e o Senhor nos enviou a destruí-lo" (Gn 19.12,13). O julgamento imediato veio aquelas cidades que em uma noite não havia mais nada que ali pudesse propagar o pecado e a imoralidade. Ainda que nem toda a família de Ló veio com eles ainda permanecendo na cidade (Somente ele e suas duas filhas sobreviveram), o texto mostra que o pecado atrai a ira divina, e se não buscarmos nos voltar para Deus, corremos um perigo eminente de juízo e de condenação eterna pela impiedade e pela incredulidade.

Conclusão

Podemos observar com atenção  dos versículos 3 à 6 da Epístola de Judas, que a impiedade e a incredulidade sempre caminham juntas levando muitos à perdição. Hoje, muitos não buscam ouvir da voz de Deus através da sua Palavra nos alertando sobre os inúmeros que sobrevêm com poderoso rigor. Judas  como um arauto de Deus proclama à muitos um genuíno despertamento bíblico e espiritual através da mensagem divina nas Escrituras Sagradas como forma de estarmos devidamente prontos para entrarmos em uma batalha contra as hostes do mal, pela nossa fé devidamente firme, confiante e segura em Jesus Cristo. Batalhemos hoje pela fé que nos foi entregue por Jesus.



Sugestão de Leitura: A Obra Gloriosa da Evangelização. Anderson Ribeiro: São Paulo: Evangelho Avivado, 2019


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