quinta-feira, 5 de março de 2020

A Cura da Mulher Encurvada




Lucas é o único dos Evangelhos a registrar a cura de uma mulher encurvada. Apesar de passar dezoito anos com uma enfermidade causada por um espírito maligno, ela encontrou alivio para seus problemas na pessoa de Cristo. É importante observamos como ela venceu suas dificuldades e o porquê de Jesus cura-la. Em síntese, essas são as partes que serão analisadas nessa passagem.

A cura da mulher encurvada

“Numa sábado, Jesus estava ensinando numa das sinagoga. E chegou ali uma mulher possuída de um espirito de enfermidade, havia já dezoito anos; ela andava encurvada, sem poder se endireitar de modo nenhum. Ao vê-la, Jesus a chamou e lhe disse: Mulher, você está livre da sua enfermidade. E, impondo-lhe as mãos, ela imediatamente se endireitou e dava glória a Deus” (Lc 13.10-13).

Quais os fatos que ocasionaram a cura da mulher encurvada? Primeiramente, Jesus estava na sinagoga ensinando as Escrituras. Esse local era uma espécie de igreja judaica, “originou-se entre os judeus exilados da Babilônia pela necessidade que sentiam ao estar longe do Templo, de orar e se edificarem em comum”. Segundo, pela dificuldade em que encontrava-se. Lucas descreve que a mulher era “possuída de um espirito de enfermidade”, dezoito anos convivia com essa ação maligna que lhe causava dor e sem poder se endireitar. Triste era a sua situação. Terceiro, Jesus cura a sua moléstia. Cristo ao vê-la na sinagoga disse: “Mulher, você está livre da sua enfermidade. E, impondo-lhe as mãos, ela imediatamente se endireitou e dava glória a Deus” (Vv12,13). É interessante notarmos que, “a mulher não pediu para ser curada”, Jesus que tomou a iniciativa – diferente de outros milagres encontrado nos Evangelhos. Quando Cristo disse “está livre da sua enfermidade”, ele estava indicando que a “sua libertação era um fato consumado”. Assim, esses foram os fatos que desencadearam a cura daquela mulher.

A indignação do chefe da sinagoga

“O chefe da sinagoga, indignado por ver que Jesus curava no sábado, disse a multidão: Há seis dias em que se deve trabalhar. Venham nesses dias para serem curados, mas não no sábado” (Lc 13.14,15).

O chefe da sinagoga ficou completamente indignado pelo fato de Jesus curar no sábado. O chefe da sinagoga era o encarregado da organização do culto, por escolher pessoas que fariam a leitura da Escritura ou conduziria as orações. O motivo da sua indignação era que curas não poderiam ser efetuadas no sábado, mas em outros dias da semana. Dessa forma, o líder daquela sinagoga passava um pensamento extremado sobre a guarda do sábado, pensamento que a lei e os profetas nunca ensinaram, nunca proibiram uma cura no dia do descanso, isso era apenas conceitos humanos.

A resposta de Jesus ao chefe da sinagoga

Disse-lhe, porém, o Senhor: Hipócritas, cada um de vós não desprende da manjedoura, no sábado, o seu boi ou seu jumento, para leva-lo a beber? Por que motivo não se deveria livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos? (Lc 13.15,16).

Jesus refuta as ideias do líder da sinagoga. A princípio, Jesus revela a sua hipocrisia. No sábado Jesus afirma que eles desprendem os animais para beber ou lavá-lo, por que não poderia libertar aquele mulher que sofria a dezoito anos com uma enfermidade maligna? Com isso, Jesus deixa claro que ele estava mais preocupado com a tradição do que com a restauração da mulher. Além disso, Jesus demonstrava que o sábado era um dia para se fazer o bem. Entretanto, a liderança judaica estava colocando esse dia como um peso para as pessoas. Portanto, Jesus refuta o líder da sinagoga mostrando sua hipocrisia e contradições sobre o dia do descanso.

A alegria do povo

Tendo ele dito estas palavras, todos os seus adversários se envergonharam. Entretanto, o povo se alegrava por todos os gloriosos feitos que Jesus realizava (Lc 13.17).

Por que o povo se alegrava em Cristo? Primeiramente, ao ouvir as palavras de Cristo contradizendo o pensamento do chefe da sinagoga sobre o quarto mandamento e refutando sua hipocrisia. Todos os seus adversários se envergonharam, porque sabiam que estavam fundamentados nas tradições, em vez de estarem exercendo misericórdia com o próximo. Será que você leitor se encontra em semelhante situação? Obedecendo mais preceitos religiosos criados por homens e esquecendo de exercer misericórdia para com próximo? Segundo, pelos feitos que Jesus realizava. Uma das razões da alegria estava nos milagres realizado por Cristo, o povo contemplava as profecias messiânicas sendo cumpridas na íntegra, eles encontravam em Cristo esperança para os seus problemas. Logo, esses eram um dos motivos da alegria do povo.  

Conclusão

Portanto, concluiremos essa passagem bíblica com três reflexões de Charles Simeon sobre este episódio:

“Primeira, quanta cegueira e hipocrisia existem no coração humano! Segundo, como é desejável abraçar cada oportunidade de esperar em Deus! – esta mulher recebeu a cura porque participava fielmente das reuniões na sinagoga. Terceiro, com que conforto e esperança podemos confiar os nossos problemas a Jesus!”

Sidney Muniz




[i] Bíblia de Estudo de Genebra
Pequena Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer
Comentário Bíblico – Beacon

Nenhum comentário:

Postar um comentário