sábado, 29 de agosto de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Agosto/2020 - Capítulo 5 - O Caráter Cristão ante aos Tempos Trabalhosos

 



Comentarista: Gustavo Linhares


Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 6.25-33


25. Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?

26. Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?

27. E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?

28. E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;

29. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.

30. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?

31. Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?

32. Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;

33. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.


Momento Interação

Os defeitos de caráter de uma pessoa se manifestarão com frequência quando essa pessoa receber poder, posição e riqueza. Uma pessoa de caráter, nos dá uma perspectiva do que todos os seres humanos costumam ser e o que a maioria de nós, no fundo, deseja ser. Falar de caráter cristão é um tema delicado e exige cuidados da nossa parte. Todos nós estamos na caminhada em busca de um caráter irrepreensível, e desenvolver isso em nós exige um esforço contínuo. Porém, se não desanimarmos na caminhada, alcançaremos os resultados que Jesus Cristo espera de todos nós.

Introdução

Todas as pessoas possuem uma personalidade. A personalidade é formada por um conjunto de características essenciais que inclui, por exemplo, caráter, temperamento e hábitos. A personalidade de alguém o diferencia dos demais; isso porque ela é sua identidade pessoal, sua originalidade, aquilo que define e se expressa em seu padrão de comportamento.

O caráter cristão é o tipo de caráter que é moldado à imagem de Cristo. A formação do caráter cristão ocorre quando o homem pecador, que se encontrava completamente dominado pelo pecado, experimenta o novo nascimento, onde ele é regenerado pelo Espírito Santo. Após nascer de novo ninguém é mais o mesmo. Se porventura o for, na verdade então é porque ainda tal pessoa não nasceu de novo. 

O redimido possui uma conduta diferente, um caráter que aponta para Cristo, Aquele que o resgatou. Essa mudança é infalível, pois conforme escreveu o apóstolo Pedro, o próprio Deus é quem aperfeiçoa, firma, fortifica e fundamenta aqueles a quem Ele chamou (1 Pe 5.10). Neste estudo bíblico sobre caráter cristão, veremos como esse processo ocorre de acordo com a Bíblia Sagrada.

Se a personalidade é um conceito bem amplo do indivíduo, o caráter se refere a uma parte especifica de seu modo de ser. Isso significa que o caráter tem a ver com índole, com ética, uma vez que ele designa o aspecto da personalidade referente às características morais de alguém; algo que reflete diretamente em sua conduta, pois está diretamente ligado aos seus hábitos.

I. Sal da Terra e Luz do Mundo

Sabemos que o sal possui muitas características. Mas certamente ao dizer “vós sois o sal da terra” Jesus explora suas duas principais características. São elas: sabor e antisséptico.Uma das funções mais importantes do sal nos dias de Jesus era justamente o poder de preservar os alimentos. O sal era a melhor solução para impedir a deterioração dos alimentos. Além disso, ele também servia como tempero. Mas qual é realmente o objetivo de Jesus ao dizer que seus seguidores são o sal da terra?

Assim como o sal que possui a função de preservação, os cristãos verdadeiros devem estar constantemente combatendo a corrupção moral e espiritual da sociedade. De certa maneira o sal age secretamente, no sentido de que não podemos ver como sua ação preservativa age especificamente. Na maioria das vezes também não podemos distinguir pelo olhar um alimento que foi temperado com sal. Mas facilmente podemos senti-lo. Assim também acontece com a presença da Igreja neste mundo. Muitas vezes parece que a ação dos cidadãos do Reino de Deus no mundo é nula ou quase invisível. Porém, somente Deus é quem sabe o quão mais perverso e depravado seria este mundo ímpio sem a presença, o exemplo e as orações dos santos que são sal da terra.

A luz na Bíblia Sagrada aparece em diversas aplicações. De forma geral ela indica o genuíno conhecimento de Deus, a verdadeira felicidade, a justiça, a bondade, as bênçãos da salvação, o deleite etc. (cf. Sl 27.1; 36.9; 97.11; Is 9.1-7; 60.19; Mt 6.22,23; Lc 1.77-79; Ef 5.8,9). A Bíblia declara que Deus é luz (1 João 1:5). Cristo é a manifestação plena dessa luz (Jo 1.4,5; 8.12; 9.5; At 26.13). Por isso o próprio Jesus se apresenta dizendo: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12). Contudo, a luz de Deus manifestada em Cristo é também refletida nos redimidos, tanto coletivamente como Igreja quanto individualmente. Daí vem a declaração de Mateus 5.14: “Vós sois a luz do mundo”.

Isso significa que os cristãos não são luz em si mesmos. Na verdade eles são luz no Senhor (Ef 5.8). Eles não são a fonte da luz, mas são transmissores da luz. Quando Cristo declarou ser a luz do mundo, Ele mesmo explicou: “Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8.12). Perceba que Ele diz que seus seguidores recebem a luz. Então se Jesus Cristo é a verdadeira luz do mundo, os cristãos são também a luz do mundo por causa de sua conexão com Ele. Enquanto Cristo é a luz do mundo original, os crentes são a luz do mundo num sentido derivado. Um exemplo disso é a relação entre o sol e a lua. O sol é quem possui a luz, mas a lua brilha porque reflete a luz do sol. Os cristãos são luz porque refletem a verdadeira Luz do mundo.

II. Vivendo a Vontade de Deus

O testemunho bíblico como um todo aponta para o caráter bom, perfeito e agradável da vontade de Deus. Ainda que não entendamos, tudo ocorre de modo a trazer mais e mais glória para o nome do Senhor; seja na manifestação da sua graça, seja na manifestação da sua justiça; e isto não tem como não ser algo bom, perfeito e agradável. Também quando falamos sobre a forma como a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável, é importante entendermos que a Bíblia indica dois tipos da vontade de Deus. A Bíblia fala da vontade decretiva, e fala da vontade preceptiva.

A vontade decretiva é aquela que diz respeito à soberania de Deus no governo providencial de todas as coisas. Já a vontade preceptiva inclui tudo aquilo que Ele nos manda fazer; e que está claramente revelado nas Escrituras. Não há um único versículo na Bíblia que diga que a vontade de Deus não é essencialmente boa. Logo na narrativa da criação, podemos perceber como a vontade de Deus é boa. A Bíblia diz que depois de ter criado todas as coisas, viu Deus que era tudo muito bom (Gn 1.31). Nos textos bíblicos, sempre que alguém relaciona a vontade de Deus com algo mau, isto ocorre num contexto de punição pela impenitência do pecador. É nesse sentido que o próprio Deus diz nas Escrituras que Ele é quem forma a luz e cria as trevas, promove a paz e cria o mal (Is 45.7).

Um exemplo prático disso é o cativeiro do povo judeu na Babilônia. Foi da vontade de Deus que o povo fosse exilado; e isso aconteceu porque o próprio povo desobedeceu a vontade preceptiva de Deus revela em sua Lei. Claramente Deus advertiu o povo a não se envolver com a idolatria; Ele até enviou seus profetas para chamar o povo arrependimento. Porém, eles não escutaram, e veio o castigo divino. Então diante daquele mal temporal, muitos judeus identificaram que a vontade de Deus para eles não era boa. Mas eles estavam errados. A vontade de Deus, de fato, era purificar o povo e restaurar o remanescente fiel. Então aquilo que, naquele momento, parecia ser algo ruim aos olhos humanos, na verdade era a boa vontade de Deus se cumprindo.

A mensagem do Senhor através do profeta Jeremias no contexto do exílio explica bem essa questão: “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais” (Jr 29;11). A vontade de Deus é boa, e na aplicação da realidade humana, Ele sempre busca o bem dos seus filhos – ainda que eles não entendam.

III. Vencendo o Mal com o Bem

É muito comum em nossa sociedade termos uma maior divulgação de coisas ruins que coisas boas. Um jornalista e editor de um grande jornal disse que tragédias vendem mais jornais do que boas notícias. Desgraças, tragédias e notícias ruins chamam mais a atenção das pessoas que boas notícias. O problema não é o chamar a atenção, mas o quanto isso nos afeta. Quantos já perderam noites de sono preocupados com notícias ruins? Quantos se abateram com coisas ruins? A Bíblia diz para não nos deixarmos vencer pelo mal. 

No texto de Filipenses 4.8, o apóstolo Paulo fala sobre o que deve ocupar o nosso pensamento. Não deixe o mal te vencer e ocupar sua mente e coração. Lute contra o mal trazendo à memória as misericórdias e a bondade do Senhor, levando sua mente totalmente a Cristo. Lembre-se: por pior que pareça a situação em seu redor, se você entregou sua vida a Jesus você nunca a enfrentará sozinho, Jesus estará ao teu lado, te orientará e ajudará. 

 As pessoas têm limites e frequentemente são pegas de surpresa, mas com Deus não é assim. Procure ouvir a voz Dele e saber o que Ele tem a falar sobre este mal que te sobreveio. O Salmo lido foi escrito por Davi num momento de muita aflição e sofrimento, ele estava se escondendo de Saul nas cavernas de Adulão (1 Sm 22.1,2). A resposta certa e definitiva vem de Deus. Não temos muitas opções quando o mal investe contra nós, ou quando a tempestade se levanta contra nossas vidas. Ou nos submetemos a Deus, descansamos e confiamos Nele para vencer o mal e acalmar a tempestade, ou seremos destruídos pelo mal e pela tempestade. Por mais difícil que pareça confie em Deus e deixe-O acalmar a tempestade.

IV. Crendo na Esperança da Vida Eterna

Avida eterna é vida sem fim, não limitada mais pelo tempo. Jesus oferece a vida eterna a todo aquele que crê nele como seu salvador. A grande esperança de todo cristão é a ressurreição para a vida eterna. Todos nós temos um tempo limitado neste mundo. Nossos corpos envelhecem e um dia acabamos por morrer. Não existe forma da escapar da morte (Rm 3.23; 6.23). O mundo todo está debaixo da maldição do pecado, que leva à morte.

Mas a morte não é o fim! Ainda há esperança além desta vida. Deus é eterno e Ele nos oferece a vida eterna. Podemos viver para sempre junto de Deus! Deus nos criou para vivermos mas, por causa do pecado, todos morremos. Ainda assim, temos o desejo de alcançar a eternidade (Ec 3.11). Procuramos formas de viver mais tempo ou de deixar um legado mas nada dura para sempre.

Também não há nada que podemos fazer para merecer a vida eterna. Nossas boas ações não compensam nossos pecados. Por mais que tentamos, no fim, estamos sempre em dívida. A única forma de termos a vida eterna é através de Jesus. Deus sabe que sozinhos não conseguimos chegar à vida eterna, por isso Ele enviou Jesus para nos salvar da morte (Jo 3.16). Jesus nunca pecou mas ele morreu na cruz para pagar por nossos pecados. Agora a dívida está toda paga!

Todos podem ter a vida eterna! Não importa quem você é nem o que você fez, Jesus ainda lhe oferece a salvação. Basta se arrepender de seus pecados e crer que Jesus é seu salvador (Rm 10.9,10). Jesus oferece a vida eterna de graça a todos que crêem nele (Jo 6.40). Crer em Jesus significa rejeitar a vida de pecado, pedir perdão a Deus, dedicando sua vida a Ele, e acreditar que Jesus perdoou seus pecados. Quando isso acontece, Jesus lhe dá uma vida nova, indestrutível! O Espírito Santo passa a morar dentro de seu coração, lhe dando a garantia da vida eterna. Assim, você não precisa mais ter medo da morte. Um dia, todos os salvos ressuscitarão, receberão um corpo novo e viverão para sempre (1 Co 15.51,52). Na vida eterna não haverá mais morte, nem dor, nem sofrimento. Vamos todos morar na presença de Deus, com alegria por toda a eternidade!

Conclusão

É possível ter certeza da vida eterna e da nossa salvação porque o próprio Jesus nos dá esta certeza. No texto de João 3.16, Jesus, conversando com um dos principais da Sinagoga, chamado Nicodemos, afirmou isso ao dizer que todo aquele que Nele crê tem a vida eterna. Deus, na Sua Palavra o diz, e Ele não pode mentir (Nm 23.19). Se Ele o diz, então posso ter esta certeza. Ele não diz que pode chegar ter a vida eterna, mas sim, que já tem, já possui, a vida eterna. A vida eterna é o presente que recebemos no momento da conversão. Ela é automática. Uma vez que reconheço o meu estado de pecador e que Jesus Cristo é o Filho de Deus, o salvador do mundo, e o aceito como meu salvador, já tenho a salvação garantida. Como a vida eterna é um presente, uma vez que recebemos, já é nosso, ninguém o pode tirar uma vez que é dado. Em João 10.28 Jesus dá a vida eterna e ninguém a pode arrebatar das Suas mãos, nem o Diabo o pode fazer. A vida eterna é real, não é só uma esperança, ela é uma garantia.


Sugestão de Leitura da Semana: PEREIRA, Leonardo. Batalha pela Fé. São Paulo: Evangelho Avivado, 2020.



Comentário Bíblico Mensal: Agosto/2020 - Capítulo 4 - Os Tempos Trabalhosos na Pós-Modernidade




Comentarista: Gustavo Linhares



Texto Bíblico Base Semanal: Daniel 12.1-10

1. E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro.
2. E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.
3. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.
4. E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará.
5. Então eu, Daniel, olhei, e eis que estavam em pé outros dois, um deste lado, à beira do rio, e o outro do outro lado, à beira do rio.
6. E ele disse ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio: Quando será o fim destas maravilhas?
7. E ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, o qual levantou ao céu a sua mão direita e a sua mão esquerda, e jurou por aquele que vive eternamente que isso seria para um tempo, tempos e metade do tempo, e quando tiverem acabado de espalhar o poder do povo santo, todas estas coisas serão cumpridas.
8. Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso eu disse: Senhor meu, qual será o fim destas coisas?
9. E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim.
10. Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão.

Momento Interação

Estamos inseridos em um contexto em que houve uma ruptura com a cultura de valores éticos, moral e espirituais. Isso revela a face perversa do mal que afeta a sociedade como um todo, e que acaba tentando afetar também a cultura da igreja do Senhor (Rm 12.2). Ainda é possível verificar que o atual contexto histórico de sociedade é evidenciado por uma geração sem referência, sem reverência e sem limites, relativista, narcisista, hedonista, céticos e ao mesmo tempo moralistas. Outro sim, o Apostolo Paulo agora admoesta escrevendo (2 Tm 3.1-5) reforça a tese dos desvios de comportamento típico dos tempos atrelados aos últimos dias.

Introdução

A expressão “tempos trabalhosos” foi utilizada pelo apóstolo Paulo na sua segunda carta a Timóteo, que, aliás, é o texto áureo deste Comentário Bíblico Mensal (2 Tm 3.1). Esta carta foi a última escrita pelo apóstolo que, preso em Roma, vítima da primeira grande perseguição romana contra os cristãos, levada a efeito pelo imperador Nero, no ano de 64, já tinha convicção de que seria condenado à morte por causa do Evangelho. Nessa carta, o apóstolo Paulo disse que sobreviriam tempos trabalhosos para a Igreja, ou seja, tempos difíceis, duros de se tratar, violentos e perigosos. Estes dias já chegaram e nós o estamos vivendo. A cada dia que passa, maiores são as provocações sofridas pela Igreja num mundo que vai de mal a pior e que caminha para a maior expressão de rebelião contra Deus desde os dias de Babel. Assim sendo, a Igreja precisa estar ciente dos tempos trabalhosos em que vive e, assim, não só se armar convenientemente com a Palavra de Deus, a única arma de ataque da armadura divina, para enfrentá-lo, como também não permitir que seja levada com os “quase todos” que, por causa destes dias, esfriarão o seu amor.

I. O Pós-Modernismo x Conduta Cristã

Há um “sentimento exagerado de triunfo” que tem tomado conta da vida de muitos crentes, que, insuflados por pregadores de um falso evangelho, evangelho este baseado na “teologia da prosperidade”, passam a se considerar “super-crentes”, pessoas que se encontram acima das dificuldades e das adversidades da vida e que, portanto, confundem vida espiritual com prosperidade material e imunidade aos males desta vida.

Veja o absurdo que determinados falsos pregadores estão dizendo: “Satanás venceu Jesus na cruz”; “Nunca, jamais, em tempo algum, vá ao Senhor dizendo: Se for da tua vontade... Não permita que essas palavras destruidoras da fé saiam de sua boca”; “Deus precisa receber permissão para trabalhar neste reino terrestre do homem... Sim”; “Você está no controle das coisas!”. São palavras absurdas que saem da boca imunda desses falsos mestres. Infelizmente, há muitos incautos que aceitam essas blasfêmias. Que Deus nos aguarde!

Inspirados em teologias liberais (Teologia Liberal é a corrente teológica que nega, entre outras coisas, a inspiração e a inerrância das Escrituras), há crentes que não mais vêem a Bíblia como a inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus, mas apenas a contem. Mas a Bíblia diz que “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça”(2 Tm 3.16). A própria Bíblia nos adverte com toda clareza, sobre esse tempo – “Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição”(2 Ts 2.3).

II. Tempos Trabalhosos e a Tecnologia

As histórias da criação nas Escrituras destacam a criação da humanidade. De todas as criaturas ela se destaca como criada “à imagem e à semelhança de Deus” (Gênesis 1.26-28) que é outra maneira de dizer “segundo a espécie” (oito vezes em Gênesis 1.11-25), no caso, a “espécie divina”. Nos primeiros dois capítulos de Gênesis, Deus se descreve explicitamente como criador, mas ao lermos com um pouco mais de cuidado as entrelinhas, Deus também aparece como dominador criando “reinados” em cada um dos primeiros três dias, “reis e rainhas” sobre estes mesmos domínios nos próximos três dias para finalmente descansar – a postura de um rei no seu trono – no sétimo dia. Finalmente, se Deus é o criador de toda a criação, ele está presente em todo lugar.

Estas três qualidades divinas (obviamente estas não esgotam os seus atributos) – dominação, criação e presença – também caracterizam a humanidade, mesmo em menor escala. O ser humano é incumbido de dominar a terra e o mundo animal (1.28) o que, por sua vez, necessita do poder criativo para a domesticação dos animais (a pecuária) e da terra (agricultura). Assim nasce a tecnologia mais antiga, característica necessária do ser humano criado à imagem e à semelhança de Deus e o que mais o distingue do resto da criação animal. Para cumprir a sua tarefa, obviamente o ser humano precisa estar presente. Por isso, a ordem de se multiplicar e ser fecundo, diferente de Deus que sem a limitação do corpo físico criado, está presente em todo lugar.

A antropologia nos ensina que a parte da cultura que chamamos de “tecnologia” se compõe de ferramentas e de técnicas. As ferramentas são os objetos que criamos para estender a capacidade do corpo, por exemplo, de se locomover, se alimentar, se proteger, comunicar e se defender. As técnicas são as maneiras que maximizamos o uso destes objetos. Com o tempo e a aprendizagem a tecnologia se desenvolve em termos de eficiência, complexidade e grau de controle. Dito desta forma, é fácil entender que a tecnologia essencialmente é neutra. Entretanto, como já aludimos, o seu propósito biblicamente intencionado, é benéfica. Ela deverá auxiliar o ser humano a cumprir a sua tarefa de cuidar e ordenar a criação de Deus.

O problema é que os relatos da criação também nos contam do fracasso humano – a queda. E assim, as características humanas que refletem a própria imagem de Deus, inclusive a tecnologia, são tingidas. A tecnologia começa a se desenvolver (Gn 4.20-22) e logo aprendemos novamente que, mesmo em meio ao crescimento da maldade, o seu propósito era de guardar e cuidar toda a criação de Deus (Gn 6.14-16). Neste contexto, Deus estabelece com a nova humanidade de Noé a mesma incumbência estabelecida anteriormente com Adão: de popular e cuidar da sua criação. E como Noé executou esta incumbência? Pela tecnologia, no caso, a agricultura (Gn 7.20). E mais adiante a tecnologia se desenvolve mais, na área da caça (Gn 10.7) e da engenharia civil (Gn 10.11-11). Vimos que a tecnologia é usada tanto para cumprir a tarefa de ocupar a terra (Gn 10.11) quanto para o auto engrandecimento (Gênesis 11). E é assim que entendemos a tecnologia hoje. Como uma extensão da capacidade humana ela pode ser aliada tanto ao seu propósito maior de cuidar da criação rumo à nova criação, ou pode ser aliada aos valores humanos mais baixos de exploração, opressão, depredação e a injustiça.

III. Tempos Trabalhosos e as Redes Sociais

As redes sociais se tornaram um fenômeno em nossos tempos. Bilhões de pessoas em todo o mundo se conectam através delas. Informações, conteúdos, ideias e conhecimentos são compartilhados diariamente.De modo geral, podemos dizer que essas ferramentas digitais trazem muitos benefícios para a humanidade. No entanto, ainda estamos aprendendo a nos conectar através delas, o que tem gerado muito prejuízo para algumas áreas.

Pesquisa desenvolvida pela Fundação Telefônica Vivo – já abordada em artigo anterior – revela que 60% dos jovens sentem que a ansiedade aumentou com o uso das redes. É um número relevante. A cada 10 jovens com idade entre 15 e 29 anos, seis deles estão sendo afetados de forma negativa por essas ferramentas. Segundo a pesquisa, 80% deles criam ou postam algum tipo de conteúdo nestas redes.Pois bem! O ambiente digital pode ser altamente produtivo, como já disse anteriormente, mas o uso inadequado das mídias têm causado muitos malefícios. Um deles é a alteração na maneira como nos comunicamos. Atualmente vivemos uma crise nas relações interpessoais. Poucos ainda cultivam os bons relacionamentos com amigos e familiares. Muitos colecionam milhões de “amigos” virtuais, mas não tem boas relações físicas.

Ter empatia é o mesmo que se compadecer pelas pessoas. É sofrer com os que sofrem. Ter uma relação de verdadeira preocupação e disposição para com as outras pessoas. No ambiente virtual isso não é plenamente possível. Agostinho disse que “no amor do próximo o pobre é rico, mas sem o amor do próximo o rico é pobre”. Portanto, é muito importante que tenhamos uma relação com as pessoas que possibilite conhecer suas mazelas.

Existe também a sua relação com essas mídias. Como cristãos, precisamos servir de bons testemunhos no ambiente virtual, mas há muitas pessoas que tem utilizado as ferramentas de forma errada. Ao invés de se resguardar, muitas pessoas se expõem de forma excessiva na Internet. Acabam revelando suas fraquezas, defeitos e servindo de escândalo. O que a Bíblia diz a respeito disso? “Ai daquele por quem vier o escândalo”, diz Mateus 18.7.

Você pode se perguntar: então devo abandonar as redes sociais? Meu conselho é que você aprenda a usar com cautela. Faça destas ferramentas uma forma de evangelização e bom testemunho sobre como Deus age em sua vida. As redes sociais devem servir para que o mundo veja o seu testemunho de fé. Sempre com toda a cautela. Acredito que bons conteúdos possam servir para edificar outras vidas. Portanto é preciso discernimento.

Conclusão

Vivemos a era da comunicação digital. Nunca foi tão fácil adquirir e transmitir conhecimento, assim como obter informações sobre os mais variados assuntos de forma rápida, prática, fácil e simples. É a era da internet, a era das Redes Sociais. Por definição, Rede Social é “Relação estabelecida entre indivíduos com interesses em comum em um mesmo ambiente. Na internet, as redes sociais são as comunidades online como Twitter , Facebook e MySpace, em que internautas se comunicam, criam comunidades e compartilham informações e interesses semelhantes”. 

Facilmente nos conectamos aos amigos, colegas de trabalho, da escola, faculdade, parentes, conhecidos, clientes, fornecedores, pessoas que não conhecíamos e passamos a conhecer via internet. Enfim, podemos nos conectar praticamente com qualquer pessoa em todo o planeta e interagir em tempo real. As Redes Sociais estão mudando a forma como as pessoas se relacionam, como elas se divertem, trocam informações, interagem, compram, pesquisam, decidem, se informam. As Redes Sociais na internet literalmente mudaram o modo de viver da maioria das pessoas do planeta.

Impressionam os números resultantes desta revolução tecnológica e digital. O Facebook, com quase 1.000.000.000 (um bilhão) de usuários, se fosse um país, seria o terceiro maior país do mundo; o Twitter, com aproximadamente 500.000.000 (quinhentos milhões) de usuários, possui uma plataforma que chega a postar 7.000 (sete mil) tweets por segundo. É! Por segundo! São 420.000 (quatrocentos e vinte mil) por minuto, ou 25.200.000 (vinte e cinco milhões e duzentos mil) por hora. Realmente, é algo impressionante e impensável há poucos anos atrás, quando nem aparelhos celulares tínhamos.

Se você possui um perfil no Facebok, Twitter, Pinterest, Linkedin, ou em qualquer outra Rede Social, tenha em mente que, se você é cristão, tem o maior exemplo que alguém poderia ter de como construir corretamente uma Rede Social: Jesus Cristo. Durante três anos, juntamente com um grupo de 12 homens totalmente despreparados e desqualificados a princípio, Jesus Cristo, Deus encarnado, nosso Senhor e Salvador, nos mostrou o que fazer através do Seu ensinamento. Por três anos, incansavelmente, dia e noite, Jesus trabalhou juntamente com aqueles doze homens pregando o Evangelho da Graça de Deus. O resultado é o que vemos hoje.



Sugestão de Leitura da Semana: SANTOS, Matheus. O Viver do Cristão. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.


quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Teólogos da Internet - O que dizer e pensar?




Por Leonardo Pereira



Recentemente, encontramos pelas mídias sociais um grupo crescente de teólogos da internet, que expõem suas questões doutrinárias e teológicas aos seus leitores e espectadores. Com o desenvolvimento das redes sociais, grande expoentes da Bíblia Sagrada ganharam seus espaços na mídia promovendo estudos, cursos, teologia e outras questões de ensino (coaching, palestras motivacionais e eventos presenciais, não cultos). Ao longo da jornada da internet, a grande massa que alcança o público é o contato direto com pessoas através de eventos ao vivo ou publicações curtas em redes sociais, que mostram o pensamento do teólogo e sua linha doutrinária, seja para agregar conhecimento as pessoas, seja para engrandecer o seu número de seguidores, inscritos ou mesmo acompanhantes vorazes das publicações dos mesmos. 

Realmente, por um lado a divulgação da mensagem do Evangelho do Senhor e Salvador Jesus Cristo ficou imensamente maior e bem mais rápida do que comparado à alguns anos atrás. No entanto, infelizmente, nem todos os que possuem tais status surgem para promover á Cristo. Antes possuem outros interesses no que tange aos acessos de divulgações de suas ideias pela internet. Neste artigo, não busco aqui falar desse ou aquele teólogo que traz polêmicas ou os que crescem pela internet, mas sim, expor imparcialmente a conduta de teólogos com ideais diferentes visando questões positivas ou negativas para o Povo do Senhor. Compreendemos que assim como em todo lugar, existem pessoas com boas ou más intenções, seja no ambiente eclesiástico ou fora do já citado ambiente.

Teólogos da Internet - O que Fazem?

Basicamente, os Teólogos da Internet buscam propagar teologia pela internet (redes sociais e mídias de comunicação) podendo ser teologia bíblica ou não, e usarem de seu crescimento na mídia para uma maior propagação de seus pensamentos, reflexões, ensinamentos e estudos à serem transmitidos à um maior número de pessoas. Nem sempre os teólogos da internet fazem teologia apenas pela internet. Existem teólogos que promovem o evangelho na internet e fora dela, assim como existem teólogos que somente expõem conteúdos teológicos dentro da internet para ali haver maior exposição de suas ideias, reflexões, pensamentos e conceitos acerca de Deus, de Igreja, do mundo como um todo e principalmente, da humanidade em constante mudança com o passar do tempo.

Teólogos da Internet - Quando Começaram?

Não se sabe bem ao certo quando começou a divulgação de estudos bíblicos (ou não) por estes teólogos da internet, no entanto, é possível deduzir que os teólogos da internet (quando ainda não existia tal conotação) começaram muito antes das redes sociais. Com a grande visibilidade dos blogs no começo dos anos 2000, muitos expuseram as doutrinas bíblicas e teológicas e ali, inúmeras pessoas acompanharam os blogs para conhecer o conceito doutrinário do autor dos artigos, dos estudos e de suas explanações em tais temas complexos, na maioria dos casos  bastantes polêmicos. Com o início das redes sociais e atualmente com a sua maior atividade no mundo à uma velocidade bastante impressionante, tais teólogos passaram a utilizarem os meios de comunicação destas redes sociais para divulgar suas mensagens, ideias e reflexões, ficando assim, tais teólogos ficarem mais próximos do público e com uma maior facilidade em propagar os seus ensinos pelas mídias digitais e sociais.

Teólogos da Internet - O que devemos saber sobre eles?

Como dito anteriormente, em todo o lugar existem pessoas com boas e más intenções, pessoas que usam suas mídias para divulgar o evangelho ou mesmo heresias e ideias infundadas nas Escrituras Sagradas. Com o passar dos anos, surgiram pessoas dizendo-se teólogos e difundindo ideias até mesmo contrárias as Escrituras Sagradas. Infelizmente, tais pessoas possuem hoje grande credibilidade na mídia e especialmente entre o povo evangélico brasileiro. Alguns dos ensinamentos que alguns destes teólogos propagam são: teologia do coaching, confissão positiva, teologia da prosperidade, a soberania do homem e muitas outras. Outra grande questão que devemos ter imenso cuidado é no que concerne às inúmeras brigas que surgem na mídia entre teólogos. Com o alcance em sua escala máxima por intermédio das redes sociais, muitos teólogos encontram-se em brigas para deterem o título de maior conhecedor da Bíblia, da Teologia e até mesmo de Jesus Cristo! Devemos tomar cuidado com tais teólogos também. É muito importante conhecer a vida e o ministério do teólogo que acompanhamos pelas mídias sociais para obtermos um aprendizado de excelência para a glória do Senhor.

Teólogos da Internet - O que dizer sobre eles?

Assim como nos exorta o Apóstolo Paulo, como em todo lugar em que vemos e ouvimos sobre certas questões e ocasiões, devemos examinar tudo e reter somente o que é bom (1 Ts 5.21)! Existem teólogos na internet que são bênçãos sem medidas para nossas vidas, assim como também existem aqueles que estão na internet para outros fins, que não é a glória do Senhor e à estes, devemos nós evitar. Um ponto muito importante é evitarmos confusões com certos teólogos que vem à internet para polemizar para gerar maior destaque para si. Não devemos dar créditos à estes também. O que é realmente importante á nós, é examinarmos os perfis de homens e mulheres de Deus valorosos, que utilizam a internet e suas mídias sociais e digitais para sim, abençoar muitas vidas, e engrandecer cada vez mais ao nome do Senhor, sem qualquer interesse para si ou para os acompanham. Encontramos sim, pessoas boas que promovem boa teologia pela internet, e que são teólogos reconhecidos pelos homens na Terra, e ratificados pelo Reis dos Reis (Ap 19.16) no Céu!



Referências:

UNISIMOS, Instituto Humanitas. A ascensão problemática dos teólogos de poltrona. Artigo publicado em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/588097-a-ascensao-problematica-dos-teologos-de-poltrona. Visto em: 25/08/2020.

MORI, Letícia. Como a crise do coronavírus expõe racha entre evangélicos no Brasil. Artigo publicado em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-52313890. Visto em: 25/08/2020.

CHAVES, José Reis. Teólogos atuais são mestres dos antigos. Artigo publicado em: https://www.otempo.com.br/opiniao/jose-reis-chaves/teologos-atuais-sao-mestres-dos-antigos-1.2262951. Visto em: 25/08/2020.
 


sábado, 22 de agosto de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Agosto/2020 - Capítulo 3 - Tempos Trabalhosos no Ensino Bíblico




Comentarista: Gustavo Linhares 



Texto Bíblico Base Semanal: 2 Timóteo 3.10-17

10. Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência,
11. Perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio, e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou;
12. E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.
13. Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados.
14. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido,
15. E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
16. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;
17. Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.

Momento Interação

Através do estudo da Bíblia chegamos a conhecer a verdade que nos liberta (Jo 8.32). Entretanto, muitas pessoas que acreditam que o estudo da Bíblia é importante nunca aprenderam como estudar efetivamente e entender a mensagem da revelação de Deus. Consideremos algumas sugestões práticas de coisas que nos ajudarão a ser melhores estudantes da Bíblia. Devemos estudar também com respeito pelo silêncio das Escrituras. Muitos erros podem ser evitados se temos o cuidado de não falar presunçosamente quando Deus não falou. Agir quando Deus não disse nada é mudar sua palavra (veja a ilustração em Hebreus 7.12-14, onde o escritor mostra que Jesus não foi um sacerdote de acordo com a lei do Velho Testamento, mas que ele mudou a lei ao tornar-se um sacerdote de uma tribo que não estava autorizada a servir desta maneira). O estudo da Bíblia é um trabalho que desafia e dá satisfação, oferecendo muitos benefícios nesta vida, e que ajuda a equiparmo-nos para ficar na presença de Deus eternamente. Somos grandemente abençoados pelo privilégio de nos ser permitido ler e reler a carta de amor que Deus nos deu nas Escrituras.

Introdução

Sendo a Palavra Inspirada por DEUS, através de Seu Espírito Santo, somente ela poderia proporcionar um excelente comportamento e chamasse a atenção de todos os crentes tanto de Listra como da cidade próxima, Icônio. Isso é muito significativo. Mais tarde essa boa conduta seria exigida dos diáconos e presbíteros. Tal reputação não se encontraria se Timóteo tivesse fundamentado sua fé em um livro de autoajuda ou algo semelhante. A Vida que há na Palavra, inspirada pelo Espírito, é capaz de proporcionar mudança no comportamento "doentio" do homem, como Paulo afirma das paixões da mocidade, que ele deveria fugir.

Fato é que, em toda a existência, o poder que existe nela, é capaz de asseverar ao coração do homem, a verdade que consta em suas escrituras, quando atinge o seu coração e faz com que, o arrependimento seja eminente e a transformação de vida torna-se real. Nela não existe a dúvida, como um bisturi na mão de um cirurgião, quando o paciente está em uma maca de hospital, pronto para ser operado pelas mãos precisas do médico, assim a Palavra de DEUS corta ao coração do homem, com a finalidade de lhe dar um novo coração e oportunidade em sua caminhada com fé na Palavra.

I. A Importância da Palavra de Deus neste Tempo

Vive-se tempos em que a Sã Doutrina é colocada de lado, basta ligar os meios de comunicação para que se assista ou ouça mensagens, divergentes do que o Senhor Jesus Cristo deixou para seu povo. Por outro lado, o povo não procura ler a Palavra de DEUS, estudar e refletir sobre o que se ouve, confirmando a falta de inspiração Divina e sim humana pois, estão alicerçadas nos desejos do que os olhos podem ver e nos bens materiais onde a traça e a ferrugem corroem. A essência da Palavra deve ser a salvação do homem, o resgate e regeneração, a mudança de uma vida dominada pelo pecado e o caminho para uma vida eterna ao lado do Senhor.

É certo que os homens procuram por todos os meios deturpar a verdade contida na Bíblia de que ela é a Palavra de DEUS. Refutam com todos os argumentos que - diante da vida que há na Palavra da Bíblia - acabam por caí por terra. Diferente de outros livros, seus escritos não possuem divergências, embora as traduções possam ter afetado algumas traduções, mas nem por isso a Vida que existe nela deixou de existir. Fato é que, em toda a existência, o poder que existe nela, é capaz de asseverar ao coração do homem, a verdade que consta em suas escrituras, quando atinge o seu coração e faz com que, o arrependimento seja eminente e a transformação de vida torna-se real. Nela não existe a dúvida, como um bisturi na mão de um cirurgião, quando o paciente está em uma maca de hospital, pronto para ser operado pelas mãos precisas do médico, assim a Palavra de DEUS corta ao coração do homem, com a finalidade de lhe dar um novo coração e oportunidade em sua caminhada com fé na Palavra.

II. Devemos Estudar a Palavra de Deus

O apóstolo Pedro disse que devemos desejar ler a Bíblia como um bebê deseja beber leite: "Como crianças recém-nascidas, desejem de coração o leite espiritual puro, para que por meio dele cresçam para a salvação, agora que provaram que o Senhor é bom" (1 Pe 2.2,3). Assim como um bebê precisa de leite para sobreviver e crescer, nós devemos nos alimentar da Palavra de Deus para sobrevivermos às guerras que enfrentamos no dia a dia. Isso explica porque há tantos filhos de Deus sofrendo desnecessariamente - eles não têm se alimentado espiritualmente como deveriam (Os 4.6).

Diante disso, ficam algumas perguntas: "Precisamos realmente estudar a Bíblia ou devemos apenas lê-la?", "Será que precisamos ser ensinados por alguém?" Infelizmente, muitas igrejas e líderes não incentivam o estudo da Bíblia e até dizem que buscar muito conhecimento da Palavra é prejudicial. Sabemos que o Espírito Santo revelou o evangelho diretamente aos apóstolos, porém, eles deixaram escrito o Novo Testamento para as gerações futuras, e é nosso dever estudá-lo (Jo 20.30,31; Hb 2.1-4; 2 Pe 1.12-15). 

Se você ainda tem dúvida se precisa ou não estudar a Bíblia, faça essa reflexão: Como o Espírito Santo irá te lembrar do que Jesus disse, se você não ler a Bíblia? Lembre-se que quando Jesus foi tentado no deserto por Satanás, ele usou as Escrituras. O salmista também valorizava a importância de conhecer profundamente a Palavra. Ele disse: "Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a tua palavra. Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos. Guardei no coração a tua palavra para não pecar contra ti" (Sl 119.9-11).

III. Cumprindo o Ide de Cristo nestes Tempos Trabalhosos

Deus se nos revelou através de um livro – a Bíblia Sagrada – e é a partir deste livro que nós tiramos os referenciais a respeito de Deus, do homem e do mundo que nos cerca. Deus nos deu este livro, e ele espera que nós o leiamos e o estudemos. Sendo a autorrevelação de Deus, a Bíblia deve ser nosso objeto de estudo, meditação e análise. Quando nós  dizemos que a Bíblia é a revelação de Deus, queremos dizer que é a através dela que Deus se revelou a nós. O termo revelação de Deus não quer dizer que ele vai nos dar novas revelações, pois ele já nos revelou tudo que precisamos saber e o registrou nas páginas da Escritura (Hb1.1). A Bíblia nos impele a estudá-la. Vários textos na Escritura nos falam da necessidade do estudo bíblico.

Estudar a Bíblia é mais do que uma atividade intelectual, é também uma atividade espiritual pois envolve oração. E muita oração. Martinho Lutero (o reformador alemão do séc. XVI) costumava dizer sempre que “orar bem é a melhor parte dos estudos”. De fato, a intelectualidade e a espiritualidade não é uma via de duas mãos. Paulo em 1 Coríntios 14.14,15, diz que a mente (i.e., o intelecto) deve fazer parte da adoração e do culto. Hoje em dia, infelizmente, há uma supervalorização da espiritualidade em detrimento da intelectualidade. Boa parte dos cristãos atuais não são seres pensantes. A leitura bíblica acompanhada de oração nos leva à espiritualidade. E este é o ponto desta seção.  Iremos alistar três razões principais para o estudo da Bíblia.

1 Pedro 2.2 diz: “Desejai ardentemente, como crianças, recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado o crescimento para a salvação”. Pedro faz uma analogia entre a Palavra de Deus e o leite materno. Da mesma forma como um recém-nascido anseia pelo leite materno, sua fonte de alimento,  o cristão deve ansiar pela Escritura. Pois se o leite materno auxilia o crescimento do recém-nascido, de igual modo a Escritura auxilia o “crescimento espiritual” do cristão. Esse leite espiritual é útil para o crescimento espiritual, ou seja, para a maturidade espiritual. Pedro transmite novamente este conceito em 2 Pedro 3.18, onde ele exorta os cristãos de todos os tempos e épocas a crescerem “na graça e no conhecimento”, e esse crescimento só pode ser alcançado mediante a leitura e estudo da Palavra de Deus.

Conclusão

Em Hebreus 5.11-14 diz: “A esse respeito temos muitas coisas que dizer e difíceis de explicar, porquanto vos tendes tornado tardios em ouvir. Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atentando ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido. Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal ”.

Apesar de estarem na fé cristã a muito tempo, os cristãos hebreus não se tornaram maduros na fé. Eles deveriam ser mestres, mas não atentaram para isso. Perceba que o autor usa duas palavras com o mesmo sentido para reforçar uma ideia: “tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo”. Os destinatários da carta precisavam que alguém lhes ensinasse de novo os “princípios elementares dos oráculos de Deus”. O autor da carta lhes ensina os princípios elementares em Hebreus 6.1,2.

Então o que é maturidade espiritual? De acordo com Efésios 4.13-15, nós nos tornamos maduros à medida que nos tornamos semelhantes a Cristo. E o meio pelo qual nos tornamos semelhantes a Cristo é através da leitura da Palavra de Deus e de seu estudo. É por isso que o autor diz que seus ouvintes eram “inexperiente na palavra da justiça”.



Sugestão de Leitura da Semana: GONÇALVES, Matheus. Conhecendo o Deus da Bíblia. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Os Desafios de uma Nova Era (2 Tm 3.1-5)


Por Leonardo Pereira



A Sociedade encontra-se em constante mudança ética, social, familiar, moral e cultura muito mais do que em décadas anteriores e ainda mais do que em épocas anteriores da história humana. Diante de tantas questões que surgem, perguntas chegam em nossas mentes: aonde encontraremos as respostas para tantos desafios da vida, e como posso enfrentá-los? O apóstolo Pedro, mediante à Palavra de Deus, escreve em sua primeira epístola que devemos responder em verdade, com mansidão e biblicamente,  à aqueles que nos pedem a razão da nossa fé, à saber, de nossa fé em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (cf. 1 Pe 3.15). Vivemos tempos desafiadores e só encontraremos respostas reais e vitais para nossas vidas quando recorremos às Escrituras Sagradas (2 Tm 3.16). Devemos voltar-nos a Palavra de Deus para obtermos um viver glorioso na presença do Altíssimo e enfrentarmos estes tempos tão desafiadores para a humanidade, sobretudo para a Igreja de Cristo.

Uma Sociedade em Conflito

Em toda a história da sociedade, sempre houveram momentos em que conflitos internos e externos permeavam as vidas dos cidadãos em épocas diferentes, em localidades diferentes, em situações bastante diferentes. Atualmente, observamos uma crise de valores generalizada não antes vista no mundo no que se refere a ideologias, mídias sociais, e conceitos inovadores de pensamentos de influenciadores que possuem alta visibilidade nacional e também internacional. Com tudo isso ao redor do ser humano, surgem-se também mais perguntas do que respostas a uma sociedade em constante conflito interno e externo, social e também moral.

Um Povo Carente de Deus

Diante do caminhar da sociedade com guerras, rumores de guerras, fomes, pestes, doenças e outras diversas tribulações que afetam a humanidade (cf. Mt 24), encontramos e presenciamos uma popualção que está carente e distante de Deus. Uma população que tem ficado mais próximo do mundo e mais longe, indo a passos largos rumo a condenação eterna, longe da presença de Deus. Presenciamos hoje também uma geração não antes vista no mundo, muito mal resolvida, que busca o tempo todo, a todo custo, procurar repostas aonde não exista, para que de alguma maneira, possam acalmar suas almas, buscando soluções exatas e concretas, em um mundo que não oferece aquilo que não tem e não pode outorgar aos seres humanos. 

A Nossa Suficiência vem de Deus

Em tudo aquilo em que muitas pessoas tem buscado em suas vidas, deve-se sempre ter em foco, as reconfortantes palavras de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, quando Ele diz: "Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6.33). A resposta para uma sociedade debilitada moral, ética e socialmente, provém das próprias palavras do Mestre da Galiléia, quando o que verdadeiramente precisamos, temos em abundância em sua presença e em sua vontade. A resposta para um mundo decaído e imerso em trevas densas, somente está no encontro verdadeiro e real em Cristo Jesus!



Referências:



ATAÍDE, Romulo. O Cristão e a Pós-Modernidade. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

Bíblia Sagrada. Almeida Revista e Corrigida. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009.

CAMPOS, Ygor; PEREIRA, Leonardo; SILVA, Oliveira. Comentário Bíblico Evangelho Avivado Volume 2 - Novo Testamento. São Paulo: Evangelho Avivado, 2020.

HOLANDA, Aurélio Buarque de. Dicionário Aurélio. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1998.

PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia - Livro por Livro. São Paulo: Editora Vida, 2006.

RIBEIRO, Anderson. A Mensagem de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2020.

RIBEIRO, Anderson. O Sermão da Montanha. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.



sábado, 15 de agosto de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Agosto/2020 - Capítulo 2 - Os Tempos Trabalhosos nos Relacionamentos




Comentarista: Gustavo Linhares



Texto Bíblico Base Semanal:  Miquéias 7.1-7

1. Ai de mim! porque estou feito como as colheitas de frutas do verão, como os rabiscos da vindima; não há cacho de uvas para comer, nem figos temporãos que a minha alma deseja.
2. Já pereceu da terra o homem piedoso, e não há entre os homens um que seja justo; todos armam ciladas para sangue; cada um caça a seu irmão com a rede,
3. As suas mãos fazem diligentemente o mal; assim demanda o príncipe, e o juiz julga pela recompensa, e o grande fala da corrupção da sua alma, e assim todos eles tecem o mal.
4. O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que a sebe de espinhos; veio o dia dos teus vigias, veio o dia da tua punição; agora será a sua confusão.
5. Não creiais no amigo, nem confieis no vosso guia; daquela que repousa no teu seio, guarda as portas da tua boca.
6. Porque o filho despreza ao pai, a filha se levanta contra sua mãe, a nora contra sua sogra, os inimigos do homem são os da sua própria casa.
7. Eu, porém, olharei para o Senhor; esperarei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá.

Momento Interação

Todos nós, cristãos, nos tornamos a luz do mundo quando o Espírito Santo vem habitar em nosso coração (1 Co 6.11), e, ao lhe permitirmos atuar através do nosso viver (1 Co 6.19); certamente essa luz brilha (Mt 6.14-15) e iremos indicar o caminho da verdadeira vida às pessoas com as quais convivermos (Mt 28.19,20) ou que passarem por nossa existência (At 20.24). Ser a luz do mundo nos fala de total separação das trevas (1 Pe 1.15,16). O verdadeiro crente é o que deseja as coisas da luz, ou seja, as coisas de Deus (Cl 3.1-24). Jesus usou a figura da cidade edificada sobre o monte, que não pode se esconder, para falar da vida do cristão na sociedade. As pessoas precisam ver Jesus em nós. Em nossas atitudes, sonhos e relacionamentos.

Introdução

O texto bíblico é enfático: “Apostatarão alguns da fé (…) tendo cauterizada a sua própria consciência” (1 Tm 4.2b). Cauterizar, segundo o dicionário, é utilizar um meio químico, ou ferro incandescente, para destruir a sensibilidade de um tecido orgânico. Quando a consciência fica cauterizada, o homem  age como os animais, apenas instintivamente. Nesses tempos trabalhosos, precisamos orar e vigiar com mais seriedade, para que não sejamos tragados pela onda de apostasia e insensibilidade espiritual. Somente com um profundo quebrantamento espiritual, e uma vida sempre re­novada no Espírito (2 Co 4.1 6), poderemos estar em condições de aguardar a vinda de Jesus de modo santo e de conformidade com a sua Palavra.

I. Tempos Trabalhosos para as Família

A família precisa de cura. Satanás tem intensificado sua cruzada maligna contra o casamento e o equilíbrio da família. As estatísticas são de assombrar: Nos EUA, entre 100 casamentos, 60 terminam em divórcio; 35 não se separam por falta de coragem; dos 5 casamentos que se salvam, 3 são suportáveis (ruim com ele (a), pior sem ele (a), dá pra suportar! No Brasil, entre 4 casamentos, 3 terminam em separação; e nos países latinos, não deve ser diferente à realidade americana.

As causas destes distúrbios são os mais variáveis: Às vezes, as feridas das famílias não são mostradas à sociedade, aos amigos, aos filhos ou à igreja. O casal sofre sozinho, ninguém sabe, só os dois conhecem a situação; o casamento está à beira de um colapse, à margem de uma decisão: Do continuar, ou, o de quebra de aliança. O sofrimento é maior ainda, nas famílias que não seguem a Jesus Cristo; são como feridas purulentas, como gangrena que vai devorando, levando à loucura, desespero e finalmente à morte. Neste momento, o amor deve falar mais alto. O amor, é ceder mais que querer; o amor, é um eterno aprender. Ele e somente ele, dá forças pra seguir, tira da aflição e mostra o caminho onde ir.

As famílias que seguem a Cristo, tem também seus sofrimentos. No casamento em Caná de Galiléa, mesmo com a presença de Jesus aconteceu um desconforto, faltou vinho. A falta daquele líquido, trouxe um certo incômodo aos noivos, mesmo o Mestre estando presente; mas graças a Deus, Ele estava lá. Entendo, que mesmo Jesu estando na família, podem acontecer algo desconfortável: Perdas, doenças, decepções, desastre etc. Mas estas feridas, nas famílias cristãs, é como ferida limpa que dói, sangra, mas sara. E com o tempo, só restam cicatrizes. O sofrimento do crente não dura a vida toda.

II. Tempos Trabalhosos para a Igreja

É ao mesmo tempo consolador e potencialmente preocupante saber que vivemos numa era e num tempo que foi não apenas predito pelos profetas das dispensações anteriores, mas também foi claramente um foco de suas preocupações e aspirações. O Apóstolo Paulo disse: “Nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos” (2 Tm 3.1), e prosseguiu com uma lista e descrição incrivelmente precisas de muito do que vemos atualmente na mídia, nas propagandas de entretenimentos e em quase todo lugar do mundo a nosso redor. Por mais cuidadosos que sejamos e devamos ser, é muito difícil e freqüentemente quase impossível evitar completamente grande parte do perigo que parece estar nos envolvendo.

Felizmente, não estamos sem esperança ou apoio espiritual em nosso empenho como indivíduos e como famílias em cumprir os sagrados propósitos da vida mortal, para os quais viemos a esta provação terrena. A situação de cada pessoa é única e especial. Viemos literalmente dos quatro cantos da Terra, tendo diferenças imensas em relação às nossas famílias, formação, desafios, oportunidades, experiências, triunfos e desapontamentos. Por outro lado, temos muito em comum com toda a família humana, somos todos progênie de nosso amoroso Pai Celestial e compartilhamos de uma imensa congruência em nosso DNA, ou nossa composição física genética, bem como nas universalmente possíveis e prometidas bênçãos e características que identificam nosso parentesco divino e nosso potencial espiritual.

III. Tempos Trabalhosos na Sociedade

A cada dia que se passa a tecnologia avança numa modernidade extremamente sofisticada e complexa. Várias pessoas este mês foram agraciadas com o prêmio nobel de alguma ciência, literatura ou de química e, também, de medicina. São merecedores porquanto se dedicam anos após anos a atingirem metas dentro de suas áreas de pesquisa. É louvável, meus parabéns a todos os ganhadores.

Mesmo com as descobertas de inúmeros antídotos contra doenças, que hoje preocupam a humanidade, existem ainda muito a que se conquistar. É alarmante contemplar as estatísticas de pessoas enfermas com doenças que são frequentes neste século atual, tais como o câncer, o diabete, o Alzheimer e o mal de Parkinson, além de outras causadas por bactérias que tiram a vida da pessoa em poucos dias.

Os dias trabalhosos os quais Paulo se referia em sua carta a Timóteo, são os que vivemos na atualidade. Todos os dias estamos contemplando uma desmoralização da família. A libertinagem, a imoralidade, a falta de pudor, o desrespeito a criança, ao jovem e ao adulto, estão cada vez mais crescente em nosso mundo. As pessoas em nome da arte, acham que podem fazer o que quiser e apresentar seus corpos nus onde bem entender e como acharem melhor. Não é bem assim, nosso país ainda é um país cristão, que guarda tradições e que ainda existem muitas pessoas que amam a decência e a ordem e são contra essa imoralidade e falta de respeito e vergonha de muitos que, em nome da arte e da ciência exibem seus corpos sem nenhum senso de moralidade e temor a Deus.

IV. Tempos Trabalhosos para as Próximas Gerações

Ao preparar os apóstolos para pregar o Evangelho, Jesus nunca deixou de avisá-los das dificuldades e perigos que fariam parte deste trabalho (Mt 10.16-23). Assim, Paulo também advertiu a Timóteo, a fim de prepará-lo para lidar com os tempos trabalhosos (difíceis) que certamente chegariam: "SABE, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos" (2 Tm 3.1). O cristão é cidadão do céu (cf. Fp 3.20) mas vive no mundo, um território hostil governado pelo "deus deste século" (cf. Jo 17.14-18; 2 Co 4.3,4). Timóteo teria que lidar com homens que rejeitaram a verdade de Deus para seguirem os desejos deste mundo. Paulo faz uma lista de seus atributos, destacando seu egoísmo e seu "amor" para tudo aquilo que é contra a vontade de Deus.

Tais homens complicam a vida do servo fiel, pois não somente fazem o errado como também encorajam outros a rejeitarem a verdade. Até parecendo ser espirituais, eles levam sua falsidade às casas dos mais fracos e daqueles que não conseguem distinguir a verdade da mentira. As maneiras e métodos destes homens não são uma novidade: até mesmo Moisés foi desafiado por homens que agiram assim (2 Pe 2.5-8; Jd 14-16).

Em forte contraste com estes homens infiéis, há o exemplo do apóstolo Paulo. Desde o momento em que Timóteo se converteu, testemunhou a vida do apóstolo, vendo a maneira dele ensinar e viver em verdadeira piedade. Timóteo viu a firmeza de Paulo mesmo no meio de muitas tribulações. A vida de Paulo não era fácil, mas sua plena confiança no Senhor o livrou do desespero (cf. At 13.14-14.22). Paulo sabia que as aparências deste mundo freqüentemente enganam, pois o servo fiel sofrerá perseguição enquanto os ímpios parecem "prosperar" (Sl 73; 94). Porém, a confiança do servo fiel deveria ser no Senhor e não nas aparências deste mundo.

Conclusão

Mais importante ainda do que o bom exemplo de Paulo, Timóteo teve à sua disposição a coisa mais útil na luta contra a corrupção dos homens. Mesmo antes de conhecer o apóstolo, Timóteo havia aprendido a confiar nas "sagradas letras" de Deus. A palavra inspirada do Senhor foi feita justamente para preparar os seus servos. Instruindo e corrigindo, ela dá ao homem tudo que ele precisa para fazer "toda boa obra" de Deus. O servo fiel, inteirado e confiante na palavra do Senhor, terá toda a preparação necessária para lidar com qualquer dificuldade deste mundo. Tempos difíceis certamente sobrevirão. É preciso hoje homens como Paulo e Timóteo, que confiam plenamente na palavra, e que têm a coragem de ensiná-la em verdade, temendo mais a Deus do que aos homens (Mt 10.28).



Sugestão de Leitura da Semana: RIBEIRO, Anderson. O Sermão da Montanha. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

A Lei do Antigo Testamento é Boa?

 




Por Leonardo Pereira



É fácil se confundir lendo as epístolas de Paulo. O apóstolo Pedro comentou sobre esse fato, mas ainda recomendou os escritos de Paulo como escrituras (2 Pe 3.15,16). Como ele avisou, supostas contradições bíblicas têm sido a desculpa para muitas pessoas rejeitarem a fé em Jesus e na palavra revelada na Bíblia. Consideremos um exemplo: o ensinamento de Paulo sobre a lei do Antigo Testamento. Por um lado, Paulo descreve a lei dada aos israelitas no Antigo Testamento como “ministério da morte” e “ministério da condenação” e diz que é a letra que mata (2 Co 3.6-9). Ele falou desta lei como “escrito de dívida que era contra nós..., o qual nos era prejudicial” (Cl 2.14). Em outra carta, ele afirmou: “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição” (Gl 3.10).

Por outro lado, o mesmo apóstolo disse: “a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom.... Porque bem sabemos que a lei é espiritual” (Rm 7.12,14). Um dos trechos que mais ajuda na busca de um entendimento desse assunto é 1 Timóteo 1.8-10, onde Paulo escreveu: “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo, tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina”.

Observamos alguns fatos importantes:

A lei é para transgressores. A lei trouxe conhecimento do pecado (Rm 3.20; Gl 3.22). O homem se condenou por sua falta de amor (o princípio que apoia qualquer lei divina - Mt 22.37-40), e a lei mostrou sua condição. Este foi um serviço necessário (ministério da morte e da condenação), porque sem o diagnóstico do problema, o homem não aceitaria a cura em Jesus (Gl 3.23-24).

Os justos (justificados em Cristo) não vivem sob a lei. Não “permanecem subordinados” (Gl 3.25) porque foram “libertados da lei” (Rm 7.6).

A lei ainda serve e deve ser usada de modo legítimo. Não serve para nos governar nem para guiar a igreja no seu trabalho, louvor, etc., mas serve para nos ajudar a entender o perigo do pecado (1 Co 10.6-11; Hb 2.1-3), a importância da fé obediente (Hb 11) e a confiabilidade absoluta de Deus, que cumpre suas promessas (Rm 15.4). Por tais motivos, estudamos e aprendemos de toda a Escritura (2 Tm 3.16,17), e erramos se negligenciar o estudo do Antigo Testamento.

sábado, 8 de agosto de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Agosto//2020 - Capítulo 1 - Tempos Trabalhosos - Uma Realidade em nosso Tempo




Comentarista: Gustavo Linhares



Texto Bíblico Base Semanal: 2 Timóteo 3.1-5

1. Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
2. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
3. Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
4. Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
5. Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.

Momento Interação

Prezados irmãos, neste mês estamos iniciando mais um Comentário Bíblico Mensal. Nesta oportunidade, nos atentaremos sobre a temática da praticidade cristã. Vivemos atualmente em um período de divergências evangélicas muito fortes, resultando em negatividade bíblica e teológica para o Povo de Deus. Por isso, neste mês estamos estudando o tema: Tempos Trabalhoso. O comentarista deste mês é Gustavo Linhares. Ministro do Evangelho, escritor, professor de estudos bíblicos e professor da EBD da Igreja Bíblica Vida de São Paulo. Que neste mês pela Palavra de Deus possamos nós compreendermos a profundidade e a preciosidade do Santo Evangelho de Jesus Cristo.

Introdução

“Sabe, também, que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.” (2 Tim 3.1). Estas palavras contêm uma advertência de perigos iminentes. E há quatro coisas nas mesmas: – Primeiro, a maneira do aviso: “Sabe.” Em segundo lugar, o próprio mal do qual são avisados: “tempos trabalhosos”. Em terceiro lugar, a forma de sua introdução: “sobrevirão”. Em quarto lugar, o tempo e a época dos mesmos: “nos últimos dias”. É dever dos ministros do evangelho prever e tomar conhecimento dos perigos nos quais as igrejas estão caindo. E o Senhor nos ajude, e todos os outros ministros, para sermos despertados para esta parte do nosso dever! Você sabe como Deus o define (Ez 33) na parábola da vigilância, para advertir os homens da aproximação de perigos.

O apóstolo Paulo na sua previsão escatológica previu por uma visão do Espírito que os últimos dias seriam pontilhados pela multiplicação de ações contrarias a Lei de Deus, e que os últimos dias seriam tempos trabalhosos ou terríveis, visto que, o sistema mundano se manifesta cada vez mais anarquista, desorganizado, sem ética, liberal e contrário a palavra de Deus. O período histórico, chamado pelos escritores bíblicos de "últimos dias", corresponde a era messiânica, e iniciou-se com a primeira vinda de Jesus Cristo, e se encerrará com a segunda e gloriosa volta do Senhor. 

I. Um Período Difícil para o Povo de Deus

O ser humano desde a queda (Gn 3), vem incorporando características diabólicas em seu comportamento como indivíduo e sociedade. O apóstolo Paulo enumera esses tipos de comportamentos em número de dezenove, e faz menção sobre este tipo de pessoas como aqueles que tem as suas mentes corrompidas, são reprovados na fé e são opositores à Verdade. Esses estão se multiplicando e causando desconforto e insegurança a sociedade. Na verdade nós já estamos vivendo esses dias, dias de grande decadência moral e extrema corrupção, chamados biblicamente de tempos trabalhosos.

Paulo inicia falando dos tempos trabalhosos que sobreviriam nos últimos dias (v.1). Essa é uma nítida evidência de que estamos diante de uma profecia. Muitos alegarão que ele está a predizer um futuro distante, o que é verdade. Mas, especificamente, ele escreveu a Timóteo, o seu “verdadeiro filho na fé” (1Tm 2), ou simplesmente “meu amado filho” (2 Tm 1.2); com o objetivo de instruí-lo e exortá-lo a permanecer na “fé não fingida que em ti há” (2 Tm 1.5). Portanto, Timóteo estava sendo alertado quanto aos filhos de satanás que se infiltrariam na Igreja a fim de perverter o Evangelho, causando estragos à fé. Como dupla profecia, ela serviu de alerta para Timóteo e os irmãos da Igreja Primitiva, quanto para todos os crentes em todos os tempos. Logo, é um aviso para nós também, o qual não pode ser negligenciado nem desprezado.

II. Os Desafios da Igreja nestes Tempos Trabalhosos

Os tempos difíceis referem-se não ao ataque externo, daqueles que odeiam a fé cristã, e estão dispostos a persegui-la, destruí-la se possível; mas ao ataque sutil, malévolo, engenhoso, daqueles que se dizem crentes, têm um comportamento parecido com o de um crente, muitos se comprometem com a Igreja, até mesmo professam algumas verdades, mas, em seu íntimo, têm a mesma aversão e ódio que os de fora, e o intuito é o de igualmente destruir a fé cristã.

São traidores, ardilosos; lançam discórdias, plantam dúvidas, suspeitam de quase tudo, espalham uma crença vacilante com o propósito de implantar na Igreja a perplexidade, a ambiguidade; fazer a fé cristã parecer menos a revelação divina e mais um amontoado de pontos indistintos; claramente dispostos a engendrar a confusão, o ceticismo, a rejeição à Palavra. Ao dar ouvidos a espíritos enganadores e a doutrina de demônios, têm a consciência cauterizada, e se entregam a proclamar a mentira (1 Tm 4.1). Eles trabalham como se fossem “missionários” satânicos, a espalhar o anti-evangelho, convocando nas fileiras de bancos das igrejas uma nova tropa de apóstatas que se unirão a eles e batalharão pela guerra perdida do seu general, contudo, sem deixar de fazer sérios e grandes estragos.

III. O Cristão em meio aos Tempos Trabalhosos

Hoje, para escândalo do Evangelho, muitos ditos “irmãos” sequer se preocupam em manter as aparências. Eles não agem sutilmente, nem dissimuladamente. São explícitos e diretos em sua pecaminosidade. Fazem questão de mostrá-la em alto e bom som para que todos vejam o quanto a sua alma é degradada; e batem no peito, garantindo que não mudarão, que terão de ser “engolidos” assim como são. Demonstram claramente a que vieram, e porque estão ali: a arrogância e o desprezo a Deus. São verdadeiros “caras-de-pau”, mas ao menos conhecemo-los o suficiente, pois não deixam nenhuma dúvida quanto aos seus caracteres ímpios. “Destes afasta-te” (2 Tm 3.5). Mas, e quanto aos educados, tolerantes, encantadores, agradáveis, e revestidos de uma áurea inocente, com suas frases cheias de citações bíblicas, aparentando-se espirituais? Não são os mais difíceis de serem detectados? Aparentemente, sim. Contudo, Paulo os descreve precisamente: “estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé” (2 Tm 3.8).

Quanto mais nos afastarmos da Bíblia, como a revelação divinamente inspirada de Deus; quanto mais nos envolvermos com os conceitos anticristãos; quanto mais dermos ouvidos às sandices do mundo, tendo a necessidade de nos justificar perante ele e de mantermos uma “aliança” perigosamente mortal; enquanto considerarmos que o homem do presente século é muito diferente do homem de dois mil anos atrás; enquanto nos enganarmos com as promessas de que os tempos são outros, e de que a verdade pode ser relativizada e contextualizada ao ponto de não se crer na infalível palavra de Deus; enquanto não resistirmos a todas as tendências imorais, antiéticas e voltadas unicamente para os deleites do homem, como o objetivo premente, à revelia dos princípios bíblicos; enquanto a fé for subjetiva em detrimento da objetividade do Evangelho; enquanto estivermos mais preocupados com as aparências do que com os fundamentos; enquanto estivermos adormecidos, e os agentes do mal labutando; enquanto... Seremos facilmente enganados até ao ponto em que não reconheceremos mais a verdade, e seduzidos pelo engano, teremos a mentira por fé. Portanto, a Escritura, e somente ela, é a única capaz de revelar o inimigo, suas táticas, e a maneira segura de pô-lo em retirada.

Conclusão

A Igreja tem testemunhado muitos casos de apostasia entre os san­tos. À medida que se aproxima a vin­da de Jesus, o número de apóstatas aumenta preocupantemente. O Evangelino da cruz, com o desafio de sofrer por Cristo (Fp 1 .29), de renunciar ao pecado (Rm 8.1 3), de sacrificar-se pelo Reino de Deus e de renunciar a si mesmo, vem sofrendo constantes e impiedosos ataques (Mt 24.12; 2 Tm 3.1-5; 4.3). A Bíblia afirma que, nos dias que antecedem a manifestação do Anticristo, ocorrerá uma grande onda de apostasias (2 Ts 2.3,4). É hora de redobrar a vigilância. Infelizmente, há muitos incautos dispostos a aceitar semelhantes blasfêmias. Não nos enganemos: Deus está no controle de tudo e não precisa de permissão humana para atuar, quer na história das nações, quer na vida de cada um de nós. Ele é soberano e tudo tem de ser feito de acordo com a sua vontade. Quanto ao Diabo, foi este vencido para sempre na cruz. Aleluia!



Sugestão de Leitura da Semana: SANTOS, Matheus. O Viver do Cristão. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Recomendação de Leitura do Mês: História da Igreja Cristã - Jesse Lyman Hulburt




Por Leonardo Pereira



A História da Igreja é marcada por um poderoso legado de fé, esperança e amor, muito amor por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Em toda a sua trajetória, a história foi contada por intermédio de lutas, suor, lágrimas, sangue e muitos martírios. Não fosse os grandes homens e mulheres de Deus, firmados na presença do Senhor Jesus, a Igreja não chegaria tão longe quanto se encontra. Existem muitos livros contando a história da igreja, mas com certeza, um dos livros mais impactantes sobre a igreja que já foram escritos, certamente é o livro História da Igreja Cristo, de Jesse Lyman Hulburt. Remetendo a história desde os seus primórdios até o período em que o autor encontrava-se ainda acompanhando a história eclesiástica, Hulburt magistralmente transforma o complexo em simples, o exaustivo em objetivo e o extenso em resumido de maneira clara e perfeita para os que amam e meditam na Palavra de Deus a na história da instituição cristã santa, pura e agradável.

Jesse Lyman Hurlbut (1843–1930) foi um clérigo americano da Igreja Episcopal Metodista . Ele nasceu na cidade de Nova York , formou-se na Universidade Wesleyan em 1864 e foi pastoreado em Newark, Montclair, Paterson, Plainfield , Hoboken, Morristown, Orange e Bloomfield, todos em Nova Jersey. Depois do ano de 1879, ele foi conectado à escola dominical e ao tratado trabalho de sua denominação. Ele foi secretário da Liga Epworth em 1889-1892 e por algum tempo esteve associado a JH Vincent na direção do Círculo Literário e Científico de Chautauqua. De 1909 até sua aposentadoria em 1914, ele foi superintendente distrital do distrito de Newark. Ele foi autor de mais de 30 obras relacionados á vida cristã e uma de suas queridas obras acerca da igreja de Cristo, a História da Igreja Cristã, é a recomendação de leitura do mês de Agosto no Blog Evangelho Avivado.

Com 312 páginas, a obra do reverendo Hulburt possui peculiaridades no que concerne ao estudo da igreja cristã. O autor não se propõe em estender os temas dos períodos eclesiásticos, mas se concentra no eventos mais importantes do período e os explica detalhadamente. Ele utiliza os capítulos para uma assimilação maior de entendimento sobre os eventos ocorridos desde a ascensão de Cristo, passando pelo período primitivo e os seus precedentes. Contudo, ainda que o autor não se propõe a estender os temas do período da igreja, não significa que o livro seja repleto de lacunas. Ele concentra nas partes principais de modo que o leitor não perca o foco entre um período e o próximo, o que é geralmente comum em livros extensos sobre a História da Igreja. O objetivo do reverendo Hulburt é que a sua obra não seja um exaustivo material de pesquisas, mas sim, um livro didático de cabeceira, para se ler com calma, podendo a mesma ser objeto de pesquisa ou apenas um livro de leitura metódica. Ambos os objetivos são muito bem representados pelo autor nesta obra.

A obra História da Igreja Cristã vem acompanhada também de um pequeno questionário em cada um de seus capítulos. Ao estudar cada parte do livro, o autor preparou uma pequena série de questões de maneira a preparar o leitor para a próxima etapa da História da Igreja. Hulburt anseia que os seus leitores tenham conhecimento sobre a Igreja e que tal conhecimento inspire muitos a passarem isto para a frente. O objetivo do reverendo é ainda mais além de uma pesquisa ou de uma leitura: é o conhecimento à disposição do povo de Deus de modo simples, prático e objetivo.

História da Igreja Cristã de Jesse Lyman Hulburt é um livro com múltiplas formas de utilização. Desde seminários, estudos acadêmicos até leituras metódicas, esta magnífica obra clássica atravessa gerações impactando vidas, transformando educadores cristãos em historiadores de excelência da Igreja. É uma obra curta, porém bastante prática e interativa. O autor almeja transmitir aos leitores tudo o que pesquisou sobre a Igreja do Senhor Jesus Cristo, de modo que jamais venhamos perder a essência de uma história tão bela e tão marcante e que todos nós fazemos parte. Mais do merecida, é a nossa recomendação de leitura para o Povo de Deus neste mês de agosto, aqui no Evangelho Avivado

Que Deus vos abençoe!