quinta-feira, 13 de agosto de 2020

A Lei do Antigo Testamento é Boa?

 




Por Leonardo Pereira



É fácil se confundir lendo as epístolas de Paulo. O apóstolo Pedro comentou sobre esse fato, mas ainda recomendou os escritos de Paulo como escrituras (2 Pe 3.15,16). Como ele avisou, supostas contradições bíblicas têm sido a desculpa para muitas pessoas rejeitarem a fé em Jesus e na palavra revelada na Bíblia. Consideremos um exemplo: o ensinamento de Paulo sobre a lei do Antigo Testamento. Por um lado, Paulo descreve a lei dada aos israelitas no Antigo Testamento como “ministério da morte” e “ministério da condenação” e diz que é a letra que mata (2 Co 3.6-9). Ele falou desta lei como “escrito de dívida que era contra nós..., o qual nos era prejudicial” (Cl 2.14). Em outra carta, ele afirmou: “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição” (Gl 3.10).

Por outro lado, o mesmo apóstolo disse: “a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom.... Porque bem sabemos que a lei é espiritual” (Rm 7.12,14). Um dos trechos que mais ajuda na busca de um entendimento desse assunto é 1 Timóteo 1.8-10, onde Paulo escreveu: “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo, tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina”.

Observamos alguns fatos importantes:

A lei é para transgressores. A lei trouxe conhecimento do pecado (Rm 3.20; Gl 3.22). O homem se condenou por sua falta de amor (o princípio que apoia qualquer lei divina - Mt 22.37-40), e a lei mostrou sua condição. Este foi um serviço necessário (ministério da morte e da condenação), porque sem o diagnóstico do problema, o homem não aceitaria a cura em Jesus (Gl 3.23-24).

Os justos (justificados em Cristo) não vivem sob a lei. Não “permanecem subordinados” (Gl 3.25) porque foram “libertados da lei” (Rm 7.6).

A lei ainda serve e deve ser usada de modo legítimo. Não serve para nos governar nem para guiar a igreja no seu trabalho, louvor, etc., mas serve para nos ajudar a entender o perigo do pecado (1 Co 10.6-11; Hb 2.1-3), a importância da fé obediente (Hb 11) e a confiabilidade absoluta de Deus, que cumpre suas promessas (Rm 15.4). Por tais motivos, estudamos e aprendemos de toda a Escritura (2 Tm 3.16,17), e erramos se negligenciar o estudo do Antigo Testamento.

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