Comentarista: Maxwell Barbosa
Texto Bíblico Base Semanal: 2ª Coríntios 1.1-11
1. Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus, que está em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acaia.
2. Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo.
3. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação;
4. Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus.
5. Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante a nossa consolação por meio de Cristo.
6. Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação é, a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos;
7. E a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação.
8. Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos.
9. Mas já em nós mesmos tínha- mos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos;
10. O qual nos livrou de tão grande morte, e livra; em quem esperamos que também nos livrará ainda,
11. Ajudando-nos também vós com orações por nós, para que pela mercê, que por muitas pessoas nos foi feita, por muitas também sejam dadas graças a nosso respeito.
Momento Interação
Por todas as suas epístolas, Paulo frequentemente se refere à lei mosaica, comparando-a com a suprema grandeza do evangelho de Jesus Cristo e a salvação pela graça. Em 2 Coríntios 3.4-11, Paulo contrasta a lei do Antigo Testamento com a nova aliança da graça, referindo-se à lei como aquele que "mata", enquanto que o Espírito vivifica. A lei é o "ministério da morte, gravado com letras em pedras" (v. 7; Êx 24.12) porque traz apenas o conhecimento do pecado e sua condenação. A glória da lei é que ela reflete a glória de Deus, mas o ministério do Espírito é muito mais glorioso do que o Ministério da lei porque ele reflete Sua misericórdia, graça e amor em providenciar Cristo como o cumprimento da lei.
Introdução
Olhando o conjunto das Cartas Paulinas consideramos as cartas aos Coríntios como uma das grandes cartas. Encontramos nelas muitos assuntos que Paulo tratou e orientou os cristãos desta Comunidade. Lendo as introduções as Cartas aos Coríntios, encontramos autores que considerando a quantidade de assuntos tratados, afirmam que originalmente Paulo teria escrito de 4 ou até mais cartas. Depois foram agrupadas, se apresentado hoje com esta forma de duas cartas. Respondendo a pergunta podemos afirmar que Paulo escreve a segunda carta aos Coríntios para refutar as calúnias que ele estava sendo vítima e para de uma vez por todas solucionar os conflitos que existia, no relacionamento entre os membros da comunidade. O estilo da carta segue o de Paulo, estilo envolvente, discurso de um convertido, entusiasmado por Jesus Cristo. Paulo no seu discurso vai esclarecendo os mal entendido que encontramos escritos em (2 Co 1.12-2.11) e defende a autenticidade de seu ministério (2 Co 10-13).
I. A 2ª Epístola aos Coríntios
Esta carta é a mais biográfica e a menos doutrinária das epístolas de Paulo. Ela nos diz mais sobre Paulo como pessoa e como ministro do que qualquer outra. Dito isso, há algumas coisas que podemos aprender desta carta e aplicar hoje em nossas vidas. A primeira coisa é a boa administração, não só de dinheiro, mas de tempo também. Os macedônios não só deram generosamente, mas "também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus" (2 Co 8.5). Da mesma forma, não só devemos dedicar tudo o que temos para o Senhor, mas tudo o que somos. Ele realmente não precisa do nosso dinheiro. Ele é onipotente! Ele quer um coração que anseia por servir, agradar e amar. Boa administração e ofertar a Deus é mais do que apenas dar dinheiro. Sim, Deus quer que ofereçamos o dízimo da nossa renda, e Ele promete abençoar-nos quando damos a Ele. Há mais, porém. Deus quer 100%. Ele quer que nos entreguemos por completo a Ele. Tudo o que somos. Devemos viver nossas vidas para servir o nosso Pai. Devemos não só dar a Deus de nosso salário, mas as nossas próprias vidas devem ser um reflexo dEle. Devemos dar tudo de nós ao Senhor em primeiro lugar, e depois para a igreja e ao trabalho do ministério de Jesus Cristo.
II. Data e Autoria do Livro
Logo depois que Paulo escreveu 1 Coríntios, uma revolta eclodiu em Éfeso em oposição a seus ensinamentos (ver Atos 19:23–41), e ele partiu para a Macedônia (cf. At 20.1; 2 Co 2.13; 7.5). Parece que, enquanto ele estava na Macedônia, escreveu 2 Coríntios, provavelmente por volta de 55–57 d.C. O livro de 2 Coríntios foi escrito para os membros da Igreja em Corinto. Enquanto Paulo estava na Macedônia durante sua terceira viagem missionária, Tito trouxe-lhe notícias de Corinto dizendo-lhe que uma carta anterior que ele tinha enviado foi bem recebida pelos santos lá (2 Co 7.6–13). O Ramo de Corinto estava fazendo progressos, mas Paulo também ficou sabendo de falsos mestres lá que começaram a corromper as doutrinas puras de Cristo. Algum tempo depois da visita inicial de Paulo a Corinto e de uma provável segunda visita (2 Co 1.15,16), quando Paulo parece ter repreendido alguns dos santos (2 Co 2.1; 12.21), pregadores da região de Jerusalém entraram em Corinto e começaram a ensinar aos santos que eles precisavam adotar as práticas judaicas, ao contrário dos ensinamentos de Paulo. Boa parte de 2 Coríntios aborda os problemas causados por esses falsos mestres.
III. A Mensagem da 2ª Epístola aos Coríntios
Em sua segunda carta aos Coríntios, Paulo expressa seu alívio e alegria que a igreja tinha recebido a sua carta "severa" (hoje perdida) de uma maneira positiva. Essa carta dirigia-se a questões que estavam causando divisões na igreja, principalmente a chegada dos (falsos) apóstolos (2 Co 11.13) que estavam atacando o caráter de Paulo, semeando a discórdia entre os crentes e ensinando uma falsa doutrina. Eles parecem ter questionado a veracidade de Paulo (2 Co 1.15-17), a sua capacidade de falar (2 Co 10.10, 11.6) e sua relutância em aceitar sustento da igreja em Corinto (2 Co 11.7 - 9; 12.13). Havia também algumas pessoas que não haviam se arrependido de seu comportamento licencioso (2 Co 12.20,21). Positivamente, Paulo achou que os Coríntios tinham recebido bem sua carta "severa". Paulo ficou muito feliz ao ficar sabendo por parte de Tito que a maioria dos membros da igreja de Coríntios tinha se arrependido de sua rebelião contra Paulo (2 Co 2.12,13, 7.5-9). O apóstolo os encoraja por isso através de uma expressão de amor genuíno (2 Co 7.3-16). Paulo também buscou reivindicar seu apostolado, já que alguns membros da igreja tinham provavelmente questionado sua autoridade (2 Co 13.3).
Conclusão
Nesta Epístola, Paulo fala muito dos seus sofrimentos, especialmente nos caps. 4, 6, a 11. Quando de sua conversão, o Senhor lhe dissera: "Eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome" (At 9.16). Os sofrimentos começaram imediatamente e continuaram sem interrupção por mais de trinta anos. Tramaram tirar‑lhe a vida em Damasco (At 9.24). E em Jerusalém (At 9.29). Expulsaram‑no de Antioquia (At 13.50). Tentaram apedrejá-lo em Iconio (At 14.5). Apedrejaram‑no e deram‑no como morto em Listra (14.19). Em Filipos, açoitaram‑no com varas e puseram‑no ao tronco (At 16.23,24). Em Tessalônica, os judeus e o populacho acometeram‑no junto com o povo amotinado, At 17:5. Expulsaram‑no de Beréia (At 17.13,14). Conspiraram contra ele em Corinto (At 18.12). Em Éfeso, quase perdeu a vida nas mãos da turba enfurecida (At 19.29; 2 Co 1.8,9). Outra vez em Corinto, pouco depois de escrever esta epístola, tramaram sua morte (At 20.3). Em Jerusalém ainda, só não o liquidaram num instante por causa dos soldados romanos (At 22.22,23). Depois esteve preso dois anos em Cesáreia e mais dois em Roma. Além de tudo isto, ainda houve açoites, prisões, naufrágios e incessantes privações, de toda espécie, que não foram escritas (2 Co 11.23‑27). Finalmente, foi levado preso a Roma para ser executado como criminoso (2 Tm 2.9). Deve ter tido uma admirável paciência no sofrimento, pois cantava quando padecia. Só uma pessoa de constituição férrea podia suportar isso e, mesmo assim, não bastaria, sem a graça maravilhosa de Deus. Sempre consciente da presença do seu Senhor "sentia‑se imortal até que realizasse sua obra”.
Sugestão de Leitura da Semana: RIBEIRO, Anderson. 1ª Coríntios. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.
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