Por Leonardo Pereira
Quase 3.000 anos atrás, a nação de Israel sofria com a opressão do povo da Síria. Uma menina hebreia foi levada para ser escrava da mulher de Naamã, comandante do exército da Síria. Mesmo nessa circunstância, a menina mostrou bondade e se compadeceu de Naamã, que sofria da doença de lepra. Ela falou sobre Eliseu, um profeta em Israel, e sugeriu que este homem teria condições de curar a lepra de Naamã.
Naamã aceitou a sugestão e foi para Israel. Por meio do rei de Israel, ele conseguiu contato com Eliseu e foi até a casa do profeta. Eliseu não ficou lisonjeado com a visita desse dignitário e nem atendeu o visitante pessoalmente. O profeta mandou um mensageiro para orientar o comandante. A instrução foi simples: “Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será restaurada, e ficarás limpo” (2 Rs 5.10). Naamã ficou indignado, porque a atitude do profeta não correspondeu às suas expectativas. Ele imaginou que Eliseu faria um ritual de cura pessoalmente, não que mandaria se mergulhar em um rio sujo! Ele até citou os nomes de rios melhores na sua própria terra. Ele foi embora bravo, mas os oficiais de Naamã conversaram com ele e o comandante mudou de ideia. Foi ao rio Jordão, mergulhou sete vezes e ficou completamente curado!
Naamã voltou e insistiu que Eliseu recebesse um presente em pagamento pela cura, mas o profeta recusou. Depois da saída de Naamã, o servo de Eliseu, um rapaz chamado Geazi, correu atrás e pediu uma pequena parte dos bens que Naamã havia levado para dar ao profeta. Naamã não hesitou, e lhe deu o que pediu. Quando Geazi voltou, ele mentiu para Eliseu sobre o que havia feito. Em consequência dos seus atos, ele e seus descendentes sofreram com lepra. Vamos observar alguns pontos dessa história que nos ensinam lições importantes:
1: Devemos vencer o mal com o bem. A menina escrava mostrou bondade para as pessoas que a maltratavam. Ela mostrou exatamente a atitude que os apóstolos ensinaram no Novo Testamento (1 Pe 3.9; Rm 12.17-21).
2: As instruções de Deus não precisam fazer sentido para nós. Naamã tinha certas expectativas, mas foi decepcionado pela orientação que o profeta lhe deu. Não queria obedecer e, assim, quase perdeu a oportunidade de ser curado. Hoje, até muitos líderes religiosos passam os ensinamentos bíblicos pela peneira do raciocínio humano e recusam obedecer algumas instruções que o Senhor deixou. Consideremos um exemplo simples. Jesus e os apóstolos ensinaram a necessidade do batismo para receber a salvação, para alcançar o perdão dos pecados (Mc 16.16; At 2.38). Muitos religiosos, incapazes de conciliar essas ordens com seu entendimento da graça de Deus, descartam o batismo ou o tratam como um símbolo bonito, mas desnecessário.
3: O servo fiel ao Senhor não vê sua obra como fonte de lucro. Eliseu recusou usar seus dons para adquirir riquezas. É triste observar quantos pastores da nossa época fazem exatamente o oposto. Por seus constantes apelos financeiros, praticamente vendem as supostas bênçãos. Paulo avisou sobre homens que “não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos” (Rm 16.18).
4: A ganância leva à ruína. No caso de Geazi, a consequência foi imediata e visível. Em outros casos, pode demorar, mas virá. Paulo contrariou as doutrinas que dominam a religião atual quando disse: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição” (1 Tm 6.8,9).
Devemos aprender as lições da história de Naamã.
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