quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Escribas, Fariseus e Saduceus - Errando em não conhecer as Escrituras Sagradas

 


Por Leonardo Pereira

Os discípulos de Jesus o acompanharam nas suas caminhadas por todo o território de Israel e até terras próximas. Muitas vezes, usaram barcos para atravessar o mar da Galileia, um lago no norte do vale do Jordão. Naturalmente, levavam alguma coisa para comer no caminho nessas viagens. Mas, um dia, esqueceram o pão para comer no caminho. Esse fato estava na cabeça dos apóstolos quando Jesus falou: “Vede e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus” (Mt 16.6). Eles pensaram imediatamente na sua fome e na preocupação em providenciar pão. Jesus percebeu que estavam conversando sobre a falta de pão e disse: “Por que discorreis entre vós, homens de pequena fé, sobre o não terdes pão? Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens e de quantos cestos tomastes? Nem dos sete pães para os quatro mil e de quantos cestos tomastes? Como não compreendeis que não vos falei a respeito de pães? E sim: acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus” (Mt 16.8-11). Essas palavras de Jesus Cristo nos ensinam lições importantes sobre a interpretação e a aplicação dos seus ensinamentos no que concerne a religiosidade de grupos do tempo de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Os Escribas

Escriba é um termo utilizado para designar pessoas que na antiguidade exerciam funções relacionadas ao domínio da escrita. O significado mais comum de escriba na Bíblia refere-se aos intérpretes da Lei, mas a aplicação desse termo depende do contexto em que ele está empregado. Como na antiguidade poucas pessoas dominavam a arte da leitura e escrita, a profissão de escriba era muito considerada. Neste texto, conheceremos um pouco mais sobre quem eram os escribas na Bíblia.

Qual o significado de escriba?

A palavra escriba é utilizada para traduzir pelo menos quatro termos originais encontrados na Bíblia, sendo, o hebraico sopher e os gregos grammateus, nomikoi, também traduzido como “doutores da lei”, e nomodidaskaloi, também traduzido como “mestres da lei”. Para entendermos melhor o significado de escriba, bem como a função que exerciam, precisamos considerar algumas passagens do Antigo e do Novo Testamento onde essas pessoas aparecem.

Os escribas no Antigo Testamento

Originalmente, no Antigo Testamento, o escriba era a pessoa que inspecionava e cuidava de documentos. Geralmente o escriba aparece em alguns textos designado como “escrivão” (2 Cr 26.11; 2 Rs 25.19). Como dissemos, o termo empregado no Antigo Testamento é o hebraico sopher, que deriva de saphar, que significa “contar” ou “dizer”. Esse era um ofício altamente técnico. Tal pessoa poderia ser um tipo de secretário real que possuía nível de ministro, e era o responsável por registrar informações importantes para a corte. Em alguns casos, a função do escrivão estava relacionada à tesouraria do estado (2 Sm 8.17; 1 Rs 4.3; 2 Rs 12.10; 18.18). O escriba chefe, por exemplo, era um dos principais conselheiros do rei.

Ainda do Antigo Testamento, às vezes encontramos o escriba designado como um simples secretário que escreve uma carta (Ed 4.8), mas em outras vezes o escriba aparece responsável por transcrever as Escrituras, como é o caso de Baruque (Jr 36.26,32). Apesar de mesmo antes do fim do exílio o escriba, em algumas ocasiões, já poder ser alguém que copiava, estudava, interpretava e ensinava as Escrituras (Jr 8.8,9), a aplicação da função do escriba relacionada, principalmente, ao estudo, copia e guarda da Lei, pode ser vista especialmente após o período de cativeiro babilônico. Em Neemias 8.9 lemos que Esdras era ao mesmo tempo sacerdote e escriba, o que sugere que inicialmente, após o exílio, essa poderia ser uma função pertencente aos sacerdotes, apesar de que antes disto a tarefa do escrivão parece ter sido completamente separada do sacerdócio.

Os escribas no período intertestamentário

Foi após o período dos grandes profetas, depois do exílio, no período interbíblico, que os escribas passaram a exercer uma influência maior sobre o povo, visto que a Lei Mosaica assumiu uma condição ainda mais proeminente. Assim, durante esse período os escribas já eram reconhecidos como alguém que executava uma função honorária relacionada ao estudo da Lei. Por volta do século 2 a.C., boa parte dos escribas eram também sacerdotes. Foi nesse período que começaram a surgir os escribas da forma com que aparecem no Novo Testamento.

Os Escribas no Novo Testamento

No Novo Testamento, devemos entender os escribas como sendo aqueles que eram especialistas na interpretação da Lei. Foram eles os principais originadores do culto na sinagoga. Conforme já foi citado, os termos gregos aplicados no Novo Testamento para se referir aos escribas também podem ser traduzidos como “doutores da lei” e “mestres da lei”, de modo que tais traduções são sinônimas da palavra “escribas” nos livros do Novo Testamento. Assim, nunca encontraremos as expressões “escribas” e “mestres da lei” juntas na mesma sentença. Alguns escribas também pertenciam ao Sinédrio (Mt 16.21; 26.3), de modo que tais expressões, doutores da lei e mestres da lei, se referem ao fato de que eles eram responsáveis pela administração da Lei nos julgamentos do Sinédrio.

Os escribas que aparecerem no Novo Testamento tinham a função de preservar a Lei. Eles eram profundos estudiosos da Lei, e também guardiões dela, principalmente quando o sacerdócio se corrompeu no período helenístico. Eles instruíam muitos alunos na Lei, e exigiam que tais alunos fossem capazes de transmitir o que havia sido ensinado sem qualquer variação. Eles também faziam algumas atividades no Templo (Lc 2.46; Jo 18.20). Os escribas deveriam ministrar seu ensino de forma gratuita, porém em muitos casos provavelmente tais ensinos eram transmitidos mediante pagamento, e inclusive eles tiravam vantagem da posição de honra que ocupavam diante do povo (Mt 10.10; Mc 12.40; Lc 20.47; cf. 1 Co 9.3-18).

Os escribas aparecem nos Evangelhos geralmente acompanhados dos fariseus, ou seja, pertenciam principalmente ao partido deles, mas constituíam um grupo distinto. Por diversas vezes eles entraram em conflito com Jesus, pois o Senhor condenava a hipocrisia e o formalismo exterior que estimulavam (Mt 7.28,29). A maioria deles fazia oposição aberta ao ministério de Cristo (Mt 21.15), mas alguns deles vieram a crer (Mt 8.19). Os escribas também tinham uma preocupação muito grande em aplicar e transmitir no cotidiano a lei oral, isto é, as diversas normas legais não escritas. Eles priorizavam tanto a tradição oral que a elevaram acima da Lei escrita, e por esta razão foram duramente repreendidos pelo Senhor (Mc 7.1-13).

Os Fariseus

Os fariseus eram um grupo religioso que se originou dois séculos antes de Cristo. Eles eram líderes de um movimento para trazer o povo de volta a uma submissão estrita à palavra de Deus e eram considerados geralmente como os servos mais espirituais e devotos de Deus. A oposição vigorosa de Jesus contra eles deixava muitos perplexos. A maioria das pessoas daquele tempo pensava que se alguém fosse fiel ao Senhor, certamente seriam os fariseus. O Senhor decididamente inverteu os valores do mundo (Lc 16.15). 

Seguiam a tradição

Os fariseus seguiam não somente a lei escrita de Deus, mas também as tradições orais que lhes tinham sido passadas. Eles acreditavam que ambas eram a vontade de Deus. Jesus não seguiu as tradições deles; da¡, eles atacaram-no (Mt 15.1-14; Mc 7.1-13). Ele respondeu às críticas deles distinguindo claramente entre a lei de Deus e os mandamentos dos homens. Jesus guardou todas as leis de Deus, mas sempre ignorou as regras do homem. Ele lhes mostrou que, guardando a tradição, os fariseus na realidade quebravam a palavra de Deus (Mt 15.3-6). Muitas igrejas modernas imitam os fariseus. Elas se agarram a suas tradições acima da palavra de Deus. Muitas delas têm credos ou catecismos junto com a Bíblia aos quais eles dão sua fidelidade. Outros colocam os ensinamentos do pastor, pregador ou papa no mesmo nível com as Escrituras. Jesus advertiu: "Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens" (Mt 15.9).

Proprietários da Lei de Deus

A ideias dos fariseus era colocar uma cerca em volta da lei de Deus. Desde que a lei de Deus proibia o trabalho no sábado, por exemplo, eles proibiam as mulheres de olharem num espelho no sábado. O raciocínio deles: se uma mulher olhasse num espelho poderia ver um cabelo branco e ser tentada a arrancá-lo, e arrancar poderia ser trabalho. Eles Estamos procurando impressionar os homens ou servir a Deus humildemente? estavam procurando fazer uma cerca mais restritiva que a palavra de Deus. O motivo deles era louvável; eles queriam estar certos de que ninguém jamais quebrasse a lei de Deus. Eles pensavam que não rompendo-se a cerca, não se chegaria nem perto de quebrar a lei. Havia apenas um problema com a abordagem deles: se Deus quisesse uma cerca em volta de sua lei, ele mesmo teria construído uma. Ele não o fez; portanto, nós também não deveríamos fazê-lo (Mt 23.4; Lc 11.46).
Buscavam ser honrados

Jesus condenou os fariseus pelo interesse deles em impressionar os outros (Mt 23.5-12; Mc 12.38-40; Lc 16.15; 20.46,47). Eles tinham aperfeiçoado diversas técnicas de chamar atenção, como usar roupas especiais para fazê-los parecer mais religiosos, orar e jejuar de modos muito visíveis (Mt 6.1-18), e disputar pelas posições mais elevadas tanto na sinagoga como no mercado. Eles insistiam em que os outros lhes dessem títulos especiais de respeito, quando os saudassem, porque queriam ser notados e admirados.

Amavam o dinheiro

Os fariseus eram cobiçosos (Lc 16.14). Jesus os acusou de roubalheira (Mt 23.25) e de devorar as casas das viúvas (Mc 12.40; Lc 20.47). É difícil saber exatamente como eles "devoravam" as casas das viúvas; talvez persuadindo-as a fazer grandes doações. Certamente, pessoas de má fé no meio religioso hoje em dia têm explorado os pobres e velhos forçando-os a fazerem doações além de suas condições. Alguns até ridicularizam as doações pequenas (chocante, à vista de Lc 21.1-4; Mc 12.41-44) e garantem bênçãos financeiras do Senhor em troca de enormes ofertas. Claramente, assim como seus mentores antigos, eles cobrem sua exploração com um verniz de fervor religioso (observe as longas orações de Mc 12.40; Lc 20.47). Não é de admirar que Jesus advertisse: "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno Os hipócritas religiosos de nossos dias cumprem seus deveres religiosos externos perfeitamente, mas permitem que pecados como orgulho, inveja e ódio floresçam por dentro.duas vezes mais do que vós" (Mt 23.15).

Viviam hipocritamente

Os fariseus eram falsos, pretendendo ser algo que não eram. Eles limpavam minuciosamente o exterior (a parte que as pessoas podiam ver), mas negligenciavam a justiça interior (Mateus 23:23-33). Eles invertiam o que era racional. Uma vez que o pecado começa no coração, a operação de limpeza tem que começar aí também. Jesus comparou a maneira farisaica com alguém que limpasse cuidadosamente o exterior de uma taça ou prato, mas deixasse comida apodrecendo por dentro sem se importar com isso. Conquanto não se queira beber numa taça que esteja suja por fora, a primeira preocupação é com a limpeza interior. Os hipócritas religiosos de nossos dias cumprem seus deveres religiosos externos perfeitamente, mas permitem que pecados como orgulho, inveja e ódio floresçam por dentro.

Os fariseus demonstravam hipocrisia de um segundo modo. Eles desequilibravam-se, dando o dízimo de cada pequena erva enquanto ignoravam totalmente os princípios mais importantes da vida espiritual. Jesus comparou-os com alguém que se certificasse de ter coado cada mosquito de sua bebida; após, porém, engolisse um camelo inteiro! Ele não estava criticando a insistência farisaica por um dízimo rigoroso, mas dizendo que a ênfase precisava ser posta na fidelidade, no amor e na justiça. Infelizmente, os escrúpulos dos fariseus em atender às minúcias deixavam que eles se sentissem justificados por negligenciar princípios elementares da lei. 

Eram cegos

Jesus expôs a cegueira de sua geração (cf. Mt 13.13-15). Apesar de examinarem as Escrituras diligentemente, os fariseus deixavam de ver o que elas estavam indicando (Jo 5.39,40). Sua pesquisa exaustiva e horas incansáveis de estudo não produziam para eles discernimento da verdadeira mensagem da Bíblia. Eram preconceituosos, permitindo que seus desejos velassem o que as Escrituras ensinavam. Seu orgulho impedia-os de se humilharem o suficiente para permitirem que o Senhor abrisse seus olhos (Jo 7.45-52; 9.24-34). Eles deturpavam as palavras que Jesus dizia e negavam seus milagres (Mt 12.22-24). Eles recorriam a desonestidade absoluta (Mt 28.11-15). A questão penetrante é: somos cegos também? Ler a Bíblia não nos imuniza. Somente um coração terno e um amor pelo Senhor nos capacitarão a entender as Escrituras que lemos.

Os Saduceus

Os saduceus eram um partido religioso e aristocrático que emergiu no período entre o Antigo e o Novo Testamento. O partido dos saduceus era formado principalmente por famílias sacerdotais. Por isto geralmente o sumo sacerdote pertencia a este grupo. Os saduceus são mencionados diversas vezes no Novo Testamento, sobretudo em oposição a Jesus Cristo (Mt 3.7; 16.1-12; 22.23,24; Mc 12.18-27; Lc 20.27-38; At 4.1,2; 5.17; 23.6-8). Além do texto bíblico, os saduceus são também mencionados em fontes históricas do período em que estiveram em atuação. Durante o ministério de Jesus e depois no período apostólico, os saduceus estavam intimamente relacionados ao sacerdócio e as questões do Templo. Politicamente, eles apoiavam o estado atual. Eles não formavam um grupo tão numeroso e popular como os fariseus, mas tinham entre seus membros e apoiadores as pessoas mais poderosas. Por causa de sua ênfase materialista e seu comodismo, para os saduceus as coisas deveriam permanecer como estavam. Eles desfrutavam de prestigio e influência, e não queria que nada disto mudasse.

Apesar das diferenças, em muitas ocasiões do ministério de Jesus os saduceus se aliaram aos fariseus em oposição a Ele. No entanto, a motivação para tal oposição era essencialmente diferente entre esses dois grupos. Os fariseus basicamente viram em Jesus uma ameaça a sua religiosidade hipócrita e ao seu sistema de salvação por obras. Os saduceus, por sua vez, viram em Jesus uma ameaça a sua posição de influência e as suas fontes de lucro e posses materiais. Por isto em determinadas ocasiões Jesus condenava os ensinos de ambos os grupos de uma só vez (Mt 16.6-11). O mesmo também o fez João Batista, ao dizer a fariseus e saduceus: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?” (Mateus 3:7). Ao discutir com os saduceus, Jesus utilizou passagens do Pentateuco para apontar os erros da doutrina daquele grupo (Mc 12.26,27; Lc 20.37; cf. Êx 3.6). Por fim, saduceus e fariseus cooperaram entre si no plano para matar o Senhor Jesus (Mt 16.1-11; 22.15-23; 26; 27.20). Depois, saduceus e fariseus mais uma vez se reuniram diante de Pôncio Pilatos para tentar garantir que qualquer crença na ressurreição de Jesus fosse reprimida (Mt 27.62-66).

A origem dos saduceus

Não é possível determinar com exatidão como o partido dos saduceus se originou. Por conta disto, também não se conhece a raiz e o significado exato de seu nome. Muitas teorias já foram levantadas na tentativa de responder a estes questionamentos. O problema é que a maioria dos registros sobre quem eram os saduceus, não traz um relato detalhado e imparcial sobre o eles. Flávio Josefo, por exemplo, foi um dos que mais escreveu sobre os saduceus em suas obras. Porém, de certa forma ele assim o fez com um tom hostil, visto que ele próprio era um fariseu, um partido oposto aos saduceus em muitos aspectos.

Dentre todas as teorias que falam da origem dos saduceus, a mais plausível conecta o nome desse partido a Zadoque, o sumo sacerdote. Zadoque compartilhou o sumo sacerdócio com Abiatar enquanto Davi foi rei de Israel (2 Sm 8.17; 15.24; 1 Rs 1.35). Depois, durante o reinado do rei Salomão, Zadoque foi escolhido como o único sumo sacerdote (1 Rs 2.35). Então os descendentes de Zadoque mantiveram o oficio de sumo sacerdote durante muito tempo. Acredita-se que no período interbíblico, quando os saduceus surgiram, o sumo sacerdócio ainda pertencia à casa de Zadoque.

Ainda dentro desta linha de pensamento, existe muita discussão acerca da forma original que o partido dos saduceus surgiu. Alguns acreditam que eles surgiram originalmente como um partido político. Outros pensam que o grupo dos saduceus nasceu com um propósito especialmente religioso. Há ainda aqueles que defendem que em sua origem, os saduceus eram um partido puramente aristocrático. Seja como for, entre os saduceus dos dias do Novo Testamento estavam os sacerdotes e a elite de Jerusalém. Isto significa que muitas das pessoas mais ricas e influentes do eixo político-religioso dos judeus, pertenciam a este grupo.

A doutrina dos saduceus

De forma geral, os saduceus reconheciam apenas o Pentateuco como Escritura com autoridade suprema. Para eles, a Lei escrita por Moisés era superior aos escritos dos profetas e as demais obras. Diferentemente dos fariseus, eles rejeitavam terminantemente as tradições orais. Pode-se dizer que o centro da doutrina dos saduceus era marcado por uma ênfase humanista. Isto obviamente afetava sua visão acerca do próprio Deus e suas obras. Eles negavam a providência divina, e rejeitavam qualquer ensino acerca dos decretos de Deus. Os saduceus acreditavam que Deus nunca interferia na história de modo a afetar a vida dos homens. Então os saduceus acreditavam que o homem tinha total livre arbítrio, e que tudo o que acontecia, bem ou mal, era resultante do próprio curso da ação e autodeterminação humana. Ao contrário dos fariseus, os saduceus negavam a imortalidade da alma e consequentemente não acreditavam na ressurreição e no juízo final (Mt 22.23-32). Além disso, eles não aceitavam a existência de anjos e espíritos (At 23.6-8).

Conclusão

A declaração “errais por não conhecer as Escrituras nem o poder de Deus” revelou exatamente o estado em que viviam os saduceus. Curiosamente os saduceus eram justamente os homens que naquele tempo deveriam ser os maiores conhecedores das coisas de Deus. Mas eles viviam no engano porque não conheciam as Escrituras e nem o poder de Deus. Ainda hoje essa é a realidade de muita gente. Multidões repetem o erro dos saduceus. Muitos vivem uma religiosidade vazia e desprovida da verdade. Essas pessoas distorcem as Escrituras que tanto dizem conhecer, aplicando-as ao seu bel prazer para satisfazer seus conceitos humanos. Consequentemente, essas pessoas falam de um deus que definitivamente não é o verdadeiro Deus revelado na Bíblia. A essas pessoas Jesus continua a dizer: “Errais por não conhecer as Escrituras e nem o poder de Deus”.



Referências:

ATAÍDE, Romulo; MUNIZ, Sidney; PEREIRA, Leonardo; ROGÉRIO, Marcos. Comentário Bíblico Evangelho Avivado Volume 1 - Antigo Testamento. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.

CAMPOS, Ygor; PEREIRA, Leonardo; SILVA, Oliveira. Comentário Bíblico Evangelho Avivado Volume 2 - Novo Testamento. São Paulo: Evangelho Avivado, 2020.

GONÇALVES, Matheus. O Evangelho do Médico Amado. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.

PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia - Livro por Livro. São Paulo: Vida, 1984.

RIBEIRO, Anderson. A Mensagem de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2020.

SILVA, Oliveira. A Missão dos Discípulos de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.


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