sábado, 27 de março de 2021

Comentário Bíblico Mensal: Março/2021 - Capítulo 4 - Frutos para a Glória de Deus

 




Comentarista: Emanuel Barros



Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 7.16-23

16. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
17. Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.
18. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.
19. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
20. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
21. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
22. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
23. E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.

Momento Interação

Dentre tudo aquilo que nós podemos desejar na vida, nada supera o fruto do Espírito Santo! Por mais que a gente não se dê conta, aquilo que nós mais buscamos com todo nosso esforço, seja em estudo ou trabalho, é o que nós encontramos  no fruto do Espírito. E o que é o fruto do Espírito? Em Gálatas 5 diz que o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl 5.22,23).

E por mais que até seja possível alcançar algo semelhante a isso através do nosso esforço pessoal, sem o Espírito Santo o resultado será sempre limitado, temporário e totalmente dependente das circunstâncias, seja de saúde, financeira ou emocional. O segredo é que quando nós entregamos nossa vida a Jesus Cristo, o Espírito Santo passou a habitar dentro de nós (1 Co 6.19), e é somente através da ação Dele que o fruto é gerado em nossas vidas (Jo 16.13,14). O fruto do Espírito independe das circunstâncias. Uma vez gerado e desenvolvido, ele permanece por toda a vida (Gl 6.8).

Introdução

"Do mesmo modo, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus.' (Mt 7.17); "Então Jesus proferiu esta parábola: Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e, indo procurar nela fruto, não o achou. Pelo que disse ao viticultor: Há três anos venho procurar fruto nessa figueira, e não o acho. Corta-a! Por que ocupa ainda a terra inutilmente?' (Lc 13.6,7). Quando Jesus ensinava as multidões, muitas vezes fazia uso de parábolas para citar fatos e situações que aconteciam naquela época. E, naquela época, assim como hoje, existiam três classes de pessoas que encontramos dentro e fora das igrejas...

A primeira classe à qual quero me referir é comparada a uma árvore que produz bom fruto. Tais pessoas comportam-se conforme o ensino de Cristo, deixando enraizar em seus corações a semente da Palavra, produzindo frutos de amor, misericórdia, fidelidade, paz e bondade que são percebidos por todos. A segunda classe, segundo Mateus 7.17, é como uma árvore má, produzindo frutos maus. São pessoas que, às vezes, até vão às igrejas, ouvem a Palavra, se emocionam, mas continuam produzindo os mesmos tipos de frutos: ódio, contendas, intrigas, confusões, incompreensão, infidelidade... Endurecem seus corações e não permitem que a semente de Cristo penetre e cresça.

Por fim existe também a árvore que não produz nenhum fruto. Pessoas que vão aos cultos, estudam a Palavra, mas não fazem nada na obra de Deus. Estão há anos na mesma estagnação espiritual, como plantações cheias de folhas, mas sem fruto algum que se aproveite... Reflita consigo mesmo: qual árvore você está sendo? Quais frutos Jesus encontrará em seus ramos? "Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto, e assim vos tornareis meus discípulos" (Jo 15.8).

I. Pelos seus Frutos Conhecereis...

No nosso dia a dia encontramos pessoas as mais diversas, que têm enorme influência na nossa vida. Por isso, neste Evangelho, Jesus nos ensina a conhecê-las. Ele nos chama a atenção para que tenhamos cuidado, principalmente, com aquelas por quem nos sentimos atraídos (as) em vista do que aparentam, do que pregam. Ele nos orienta que, antes de cairmos na tentação de segui-las e obedecê-las, procuremos conhecê-las observando as suas ações, atitudes, gestos, comportamento. Jesus as denomina de “falsos profetas”, pois, “em nome de Deus” elas nos aconselham e nos fazem propostas as mais diversas, no entanto, muitas vezes, pretendem nos desvirtuar dos verdadeiros conceitos evangélicos. 

Às vezes nós encontramos pessoas ”iluminadas” que nos dão conselhos até para praticar o que é mal. Assim sendo, não devemos nos enganar com os falsos profetas que se apresentam a nós como pessoas de Deus. Devemos observar, as suas ações com suas consequências, para podermos optar pelo caminho de Deus. Para que tenhamos a garantia de que são pessoas de Deus ou não, Jesus nos manda observar os seus frutos comparando-as com árvores que produzem frutos bons e árvores que produzem frutos maus. E afirma: “toda árvore boa produz frutos bons e toda árvore má produz frutos maus”. 

Não nos deixemos enganar: o mau vem do maligno que tenta nos confundir, mas o fruto do Espírito é o bem, que é cheio de paz, amor, serenidade, bondade, alegria, longanimidade, paciência etc. Se, as pessoas que nos abordam, não têm atitudes coerentes com a paz, brandura, temperança, sinceridade, então já podemos perceber que elas não são árvores que dão bons frutos. No entanto, nós precisamos perceber se não estamos também enquadrados no perfil de “falsos profetas que se vestem com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes.” Nós também somos como as árvores e, na medida em que nos deixamos ser tratadas e adubadas pelo Senhor, seguindo os Seus ensinamentos, a nossa vida será profícua e fecunda e, assim poderemos contribuir para que o mundo se eleve. Do contrário, seremos como uma árvore sem serventia que será cortada e jogada no fogo, isto é, desaparecemos na nossa inoperância. 

II. Nem todo que diz: Senhor, Senhor!

Jesus advertiu Seus discípulos sobre o caminho amplo que leva à perdição, e seguindo no versículo 15 do capítulo 7 do Evangelho de Mateus. Ele adverte sobre o perigo dos falsos profetas que conduzem as pessoas por essa estrada larga. Nos versos 16 a 20 Ele explica como distinguir um genuíno profeta de um falso profeta. Jesus diz que você simplesmente os conhecerá pelos seus frutos. Você deve examiná-los muito de perto, porque quanto melhor a falsificação, mais cuidadosamente ela deve ser examinada antes que seja possível determinar que ela é falsa. Jesus está dizendo que as doutrinas que ensinam e o caráter de suas vidas revelam se pertencem a Deus ou não. 

Então, nos versículos 21-23, Jesus reforça sua advertência dizendo que muitos dos falsos profetas farão e dirão coisas maravilhosas e impressionantes – “… Não profetizamos em teu nome, não expulsamos demônios em teu nome e não realizamos muitos milagres em teu nome?” Eles fazem algumas coisas muito impressionantes, mas eles não são de Deus. No versículo 20, Jesus novamente diz: “Portanto, pelos seus frutos vocês os reconhecerão!”  Então, o contexto dos versos 21-23 está lidando com os falsos profetas. Esses falsos profetas podem dizer: “Senhor, Senhor”, mas eles não são de Deus. 

Uma pessoa pode chamar Jesus de Senhor e não saber quem Ele é. O título “Senhor” não indica que uma pessoa tenha uma crença em Cristo. Antes de Paulo ser convertido na estrada para Damasco, ele chamou Jesus de Senhor, mas não sabia quem Ele era: “Quem és tu, Senhor?” Então o Senhor disse: “Eu sou Jesus, a quem você está perseguindo” (At 9.3-5). Como vemos, ele O chama de Senhor, mas não sabe quem Ele é. 

III. Aqueles que fazem a Vontade de Deus

Muitos também poderiam estar chamando Jesus de Senhor em um sentido hipócrita, o que significa que eles estão chamando-O de Senhor, mas eles realmente não acreditam Nele. Jesus os chamou de: “Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de vocês, dizendo: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens’” (Mt 15.7-9). Então, o fato de que eles chamam Jesus de Senhor não significa que eles acreditem em quem Ele realmente é.  

Precisamos lembrar o que Jesus disse: “mas apenas aqueles que, de fato, fazem a vontade de meu Pai, que está no céu.” Jesus está claramente dizendo que somente aqueles cuja vida é caracterizada pela obediência a tudo o que o Pai ordenou terão o privilégio de estar com Ele por toda a eternidade. Ele disse a eles: “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede. Mas, como eu lhes disse, vocês me viram, mas ainda não creem. Todo aquele que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei. Pois desci dos céus, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. Porque a vontade de meu Pai é que todo aquele que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6.35-40). 

Ser cristão é mais do que apenas acreditar nas coisas certas, você deve obedecer, o que significa ouvir a Palavra de Deus e agir de acordo. A obediência bíblica a Deus significa, simplesmente, ouvir, confiar, submeter-se e render-se a Deus e à sua Palavra. “Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos” (Jo 8.31).  O Novo Testamento ensina que a salvação é pela graça através da fé. Fé é o meio instrumental; a graça é o meio efetivo de nossa salvação. Nós somos salvos por Jesus Cristo. Somos salvos pela Sua graça através da fé. Mas precisamos entender que Jesus também disse: “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos” (Jo 14.15). Isso significa que precisamos ser obediente. 

Conclusão

Precisamos entender que devemos nos arrepender e abandonar nossos pecados e obedecer à palavra de Deus. Ao continuarmos lendo a Bíblia e obedecendo ao que lemos, a palavra nos lavará e, pela graça de Deus, mudanças incríveis ocorrerão. A graça é definida como a influência divina que opera nos seres humanos para regenerar e santificar e para dar força para suportar a prova e resistir à tentação; é uma virtude de origem divina.  1 Pedro 1.15,16 nos diz: Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: “Sejam santos, porque eu sou santo”. 

E Paulo escreve ao jovem Timóteo: “Mas o alicerce sólido de Deus permanece firme, com esta inscrição: “O Senhor conhece quem pertence a ele” e “Todos que pertencem ao Senhor devem se afastar do mal” (2 Tm 2.19).  O mundo está cheio de falsos profetas que estão falando por espíritos mentirosos. Estes falsos profetas pretendem falar em nome do Senhor. Mas a mensagem deles não é uma mensagem de arrependimento e obediência. É uma mensagem de prosperidade e bênçãos. Certamente somos abençoados pelo Senhor, mas nossa mensagem sempre deve ser uma mensagem de se afastar do mundo e voltar-se para o Senhor.

A fé salvadora se manifestará em mudança. Se nenhuma mudança ocorre na vida de uma pessoa, temos muitas escrituras para nos informar que a verdadeira conversão nunca ocorreu.  Nós não somos salvos por nossas obras, mas quando somos salvos; nossa vida certamente refletirá essa decisão por nossas boas obras. “Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta” (Tg 2.17). O reino dos céus não é para aqueles que meramente se dirigem a Jesus como Senhor com suas palavras, mas que reconhecem Jesus como seu Senhor em seu comportamento. Esse contraste é esclarecido na versão de Lucas, onde Jesus diz: “Por que você me chama de ‘Senhor, Senhor’ e não faz o que eu digo?” (Lc 6.46). Se você não faz a vontade do Pai, se você chama Jesus de Senhor, mas não faz o que Ele diz, você precisa examinar seu relacionamento com Ele. Se você suspeita que Jesus não te conhece como esta passagem descreve, você precisa falar com Ele em oração agora mesmo. Peça a Ele para salvá-lo e que você quer que Ele seja o Senhor da sua vida. 



Sugestão de Leitura da Semana: ROGÉRIO, Marcos. Defendendo o Evangelho de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019. 


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