Por Leonardo Pereira
Desde que a teoria da evolução se alçou à elevada posição que agora tem no mundo acadêmico, os homens têm procurado encontrar meios de conciliá-la com o ensinamento da Bíblia. Aqueles que insistem em que tal conciliação pode ser conseguida são chamados "teístas evolucionistas". Eles declaram crer tanto no relato bíblico da criação como na teoria da evolução. Mas pode uma pessoa que aceita a teoria da evolução crer realmente no relato da criação na Bíblia, como é registrado em Gênesis 1-2? Podemos realmente dizer que a Bíblia só diz quem criou este mundo, enquanto a teoria da evolução nos diz como ele o fez? Tais idéias podem parecer nobres na superfície, porém um exame cuidadoso dos dois primeiros capítulos de Gênesis porá nossas mentes girando com os obstáculos que têm que ser dominados para efetuar uma tal reconciliação. Considere, por exemplo, a seguinte lista de contradições entre as afirmações claras da Escritura e as igualmente claras exigências da teoria da evolução: A Bíblia ensina que a terra foi criada antes do sol e das estrelas (Gênesis 1:1,16). A teoria da evolução (em seu pleno contexto científico) ensina que o sol e as estrelas existiam em alguns casos bilhões de anos antes da terra.
A Bíblia ensina que as plantas estavam crescendo na terra antes que o sol fosse criado (Gn 1.11). A teoria da evolução exige que o sol brilhe antes que as plantas cresçam.
A Bíblia ensina que as plantas terrestres precederam a vida marinha (Gn 1.11,20). A teoria da evolução exige que a vida marinha preceda as plantas.
A Bíblia ensina que as aves foram criadas antes dos insetos (Gn 1.20, 24). A teoria da evolução exige que os insetos precedam as aves.
A Bíblia ensina que as baleias foram criadas antes dos répteis, ou qualquer outro animal terrestre (Gn 1.21,24). Mas a teoria da evolução não somente ensina que os répteis vieram antes das baleias, mas que as baleias são de fato animais terrestres que retornaram à água.
A Bíblia ensina que as aves foram criadas antes dos répteis (Gn 1.20, 24). Mas a evolução exige que as aves sejam descendentes diretas dos répteis.
A Bíblia ensina que o homem foi criado antes que a chuva caísse na terra (Gn 2.5-7). A teoria da evolução exige que a chuva caísse na terra durante milhões de anos antes dos homens. (Os termos para as plantas de 2.5 são aparentemente usados para plantas cultivadas, tais como as que cresceram no jardim do Éden e não para a vegetação geral de 1.11).
A Bíblia ensina que a morte e o sofrimento são o resultado do pecado, e que o pecado entrou no mundo com Adão e Eva (Gn 2.17). Mas a teoria da evolução exige que o processo da luta da vida e da morte já estava existindo durante milhões de anos antes do homem, e que os ancestrais mais imediatos do homem foram parte daquela luta.
Finalmente, a Bíblia ensina que o homem foi feito primeiro, e então a mulher foi feita de sua costela (Gn 2.18-22). Este é o golpe decisivo de qualquer tentativa de reconciliar a teoria da evolução com a Bíblia. A evolução exige que os sexos se desenvolvessem juntos. Deveria, portanto, ficar claro, mesmo para o mais distraído observador, que o relatório bíblico da criação e a teoria da evolução não podem ser melhor misturados do que óleo com água. Este fato tem sido percebido igualmente tanto pelos mais fortes crentes como descrentes durante todos os passados 150 anos.
As explicações da Bíblia e da evolução são mutuamente exclusivas porque são produzidas a partir de premissas mutuamente exclusivas. O relato bíblico está baseado na aceitação de que "No princípio Deus ..." A teoria da evolução, por outro lado, não é uma teoria que se impôs sobre a mente científica coletiva através do peso cabal da evidência, como muitos cientistas gostariam que crêssemos. Antes, é uma teoria que deve sua própria origem e vida aos homens que rejeitaram a crença em Deus e sentiram-se compelidos a prover uma explicação alternativa para a origem da vida.
E sempre que tentativas são feitas para conciliar as duas, é sempre a Bíblia que sai perdendo no final das contas. A teoria da evolução é sempre mantida intacta. E o relato bíblico é que é forçado a ceder território, como se fosse somente uma "descrição poética de verdades espirituais". Devemos ser prudentes, portanto, em respeitar a descrença destes homens e aceitar a evolução pelo que é -- uma explicação sem Deus da origem da vida. Então teremos nossas cabeças adequadamente limpas para perceber a escolha que teremos que fazer. Se Deus for Deus, então sirva-o. E se Baal for Deus, então sirva-o. Mas não vamos a lugar nenhum coxeando entre os dois (1 Rs 18.21).
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