sábado, 24 de julho de 2021

Comentário Bíblico Mensal: Julho/2021 - Capítulo 4 - Exortações na Caminhada Cristã

 




Comentarista: Walter Menezes



Texto Bíblico Base Semanal: 2ª Tessalonicenses 3.1-10


1. No demais, irmãos, rogai por nós, para que a palavra do Senhor tenha livre curso e seja glorificada, como também o é entre vós;

2. E para que sejamos livres de homens dissolutos e maus; porque a fé não é de todos.

3. Mas fiel é o Senhor, que vos confirmará, e guardará do maligno.

4. E confiamos quanto a vós no Senhor, que não só fazeis como fareis o que vos mandamos.

5. Ora o Senhor encaminhe os vossos corações no amor de Deus, e na paciência de Cristo.

6. Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu.

7. Porque vós mesmos sabeis como convém imitar-nos, pois que não nos houvemos desordenadamente entre vós,

8. Nem de graça comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós.

9. Não porque não tivéssemos autoridade, mas para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes.

10. Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também.


Momento Interação

O encorajamento de Paulo aos tessalonicenses o levou a pedir o encorajamento que vem da oração para ele mesmo e para os demais pregadores do evangelho. Em 1 Tessalonicenses 5.25, encontraremos também um versículo no qual Paulo pede orações. Durante os seus anos de ministério, o apóstolo Paulo enfrentou constantes ameaças de perigos físicos. Paulo está finalizando a Segunda Epístola aos Tessalonicenses pedindo a eles oração para que a Palavra do Senhor seja propagada como estava sendo propagada entre eles. Também fez questão de pedir para que fossem livres de homens perversos e maus, sabem porquê? Por que a fé não é de todos! Ora, quem primeiro nos disse que a fé não é de todos foi o próprio Senhor quando nos contou e nos ensinou a parábola do joio e do trigo. Não há dúvida, enquanto estivermos aqui, conviveremos com o joio e ele nos dará certo trabalho, mas não é para desanimarmos como ensinou um pai a seu filho querido em 1 Crônicas 28.20.

Introdução

Paulo está finalizando a Segunda Epístola aos Tessalonicenses pedindo a eles oração para que a Palavra do Senhor seja propagada como estava sendo propagada entre eles. Também fez questão de pedir para que fossem livres de homens perversos e maus, sabem porquê? Por que a fé não é de todos! Ora, quem primeiro nos disse que a fé não é de todos foi o próprio Senhor quando nos contou e nos ensinou a parábola do joio e do trigo. Não há dúvida, enquanto estivermos aqui, conviveremos com o joio e ele nos dará certo trabalho, mas não é para desanimarmos como ensinou um pai a seu filho querido em 1 Crônicas 28.20.

O encorajamento de Paulo aos tessalonicenses o levou a pedir o encorajamento que vem da oração para ele mesmo e para os demais pregadores do evangelho. Em 1 Tessalonicenses 5.25, encontraremos também um versículo no qual Paulo pede orações. Durante os seus anos de ministério, o apóstolo Paulo enfrentou constantes ameaças de perigos físicos. Essa passagem (juntamente com Rm 15.30-31; 2Co 1.11; Fp 1.19) deixa claro o quanto ele contava com as orações do povo de Deus para a continuação do seu ministério e para a sua própria sobrevivência. Três pedidos se destacam em seu pedido de oração:

(1)   Que a palavra do Senhor se propague rapidamente.
(2)   Que o Senhor receba a hora merecida.
(3)   Que sejam libertos dos homens perversos e maus, pois a fé não é de todos.

Nota-se a preocupação com a palavra, com a glória devida ao nome do Senhor e o cuidado com as perseguições. Em contraste com a infidelidade dos homens mencionados no versículo anterior está a inabalável fidelidade do Deus imutável (2 Ts 3.3). Sendo o Senhor fiel, ele tem certeza de que Deus os fortalecerá e os guardará do Maligno. Também confiam no Senhor que eles fariam e continuariam a fazer as coisas que eles tinham ordenado e que era para o bem deles.

I. A Importância da Oração pelos Ministros da Palavra de Deus

Havendo falado muito sobre o reto juízo de Deus contra os rebeldes (2 Ts 1.6-10; 2.7-12), Paulo agora mostra como os irmãos podem ajudá-los antes que seja tarde demais. Para escapar do juízo, é necessário conhecer a Deus e obedecer ao evangelho (2 Ts 1.8). Consciente disso, Paulo pede que os tessalonicenses orem a favor de seu trabalho. Antes ele elogiou o exemplo deles em propagar a palavra (1 Ts 1.6-10). Agora pede as suas orações para que possa pregar com a mesma coragem e fé (2 Ts 3.1). Antes ele ensinou que Deus julgará os que perturbam os servos fiéis (2 Ts 1.6). Agora pede orações para que os "homens perversos e maus" que rejeitam a fé não impeçam que ele pregue livremente (2 Ts 3.2; At 17.1-5, 10-13). Mesmo que alguns desprezem o evangelho, o Senhor se mantém fiel. Assim, os que aceitam e continuam na palavra serão espiritualmente confirmados e protegidos contra o diabo, a fim de conseguirem maior amor e firmeza no Senhor (2 Ts 3.3-5; Fp 4.4-9).

Enquanto alguns são rebeldes contra Deus por ainda não haverem ouvido e reconhecido a palavra da verdade, há outros que se rebelam mesmo depois de se converter ao Senhor. No caso destes, é preciso mais do que apenas oração. Paulo ensina que é necessário se separar de "todo irmão que ande desordenadamente" (2 Ts 3.6). A palavra "desordenadamente" é uma palavra militar que descreve um soldado que não segue as instruções do seu comandante, ou que marcha fora da ordem dos outros da sua companhia. As instruções que dão ordem são "a tradição que de nós recebestes", ou seja, a palavra do evangelho que Paulo pregou, junto com o próprio exemplo dele (2 Ts 3.6-9; 2.15).

Na sua primeira carta, Paulo falou da necessidade de "admoestar os insubmissos" (1 Ts 5.14), algo que ele mesmo fez enquanto estava junto deles (2 Ts 3.10). Na segunda carta o assunto em questão é de irmãos que, em vez de trabalhar para o seu sustento e para ajudar outros, "andam desordenadamente" e "se intrometem na vida alheia" (2 Ts 3.10-13; Ef 4.28). Paulo diz que qualquer irmão que "não preste obediência à nossa palavra" deve ser "notado", que a associação com o grupo deve ser cortada, e que os irmãos devem adverti-lo (2 Ts 3.14,15). O ensino de Paulo de se apartar destes insubmissos talvez pareça radical, mas visa a correção e a salvação deles. Notando-os publicamente e afastando-os do grupo fará com que sintam vergonha dos seus pecados. Assim, com as advertências contínuas dos irmãos em amor, a esperança é que eles se arrependam e voltem a servir a Cristo (1 Co 5.1-5,9-11; 2 Co 2.5-7). Confiante que os tessalonicenses continuarão servindo a Deus de acordo com a palavra, Paulo deseja paz e a presença do Senhor com eles (2 Ts 3.16-18). Se nós desejarmos estas coisas, temos que aplicar plenamente o ensino do evangelho em nossas vidas.

II. A Confiança no Zelo do Senhor pelo seu Povo

No coração do último capítulo de 2 Tessalonicenses está a preocupação de Paulo com os “desordeiros” ou pessoas “ociosas” na congregação. Mas a palavra grega aqui (ataktos, vs. 6, 11) não é sinônimo de preguiça. Tem mais a ver com atitude irresponsável. Os membros desordeiros de Tessalônica não estavam apenas ociosos, eles estavam indo de um lugar a outro para criar perturbação. Eles passavam o tempo discutindo teologia ou criticando o comportamento dos outros, em vez de ganhar o seu sustento: “não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia” (v. 11, NVI). Eles estavam se metendo na vida de todo mundo em vez de cuidar da própria! O fato de Paulo ter abordado este assunto outras vezes (1 Ts 4.9-12) indica que era um grande problema na igreja em Tessalônica.

O resultado final é uma atmosfera tóxica de espírito de críticas e culpa que soa muito parecido com o que estava acontecendo na igreja em Tessalônica. O conselho de Paulo? Cuide da sua própria vida. Mantenha seu foco no Senhor. Não se canse de fazer o bem aos outros. Faça o seu trabalho de maneira discreta (1Ts 4.11; 2 Ts 3.12), gerenciando seus próprios problemas. Determine-se a exercer uma diferença positiva em vez de negativa. Siga o exemplo amoroso, perdoador e misericordioso de Jesus e dos apóstolos.

III. Valorizemos a Missão do Trabalho

Do vs. 6 ao 15, veremos a importância do trabalho, pois havia entre eles ociosos que viviam à custa dos outros irmãos. Paulo tomou medidas firmes contra o persistente problema de andar desordenadamente e suas consequências (vs. 10; cf. 1 Ts 4.11). Embora considerasse séria essa ofensa deles, ainda assim ele tratou os ofensores como irmãos. Um dos modos de compreender essa frase é que Paulo deve ter tido em mente as instruções de nosso Senhor sobre a disciplina eclesiástica registrada em Mt 18.15-17 (o apóstolo deu ordens semelhantes em 3.14-15; Rm 16.17; 1Co 5.9-13; 2Tm 3.1-5; Tt 3 10-11).

Alternativamente, a intenção de sua instrução pode ter sido simplesmente evitar associação com essas pessoas durante o tempo em que elas estivessem andando desordenadamente, a fim de impedir uma aparência de tolerância ao pecado. O apóstolo Paulo ensinou de modo coerente que aqueles que trabalham para o evangelho são dignos de receber remuneração (1 Tm 5.17-18). Normalmente, o apóstolo aceitava ajuda financeira para o seu ministério, mas quando ele temia que seus motivos fossem postos em dúvida ou quando, como em Tessalônica, um exemplo forte precisava ser dado para aqueles que eram avessos ao trabalho, ele renunciava ao seu direito e recusava qualquer remuneração (veja 1Co 9.3-18). Esse versículo 10 pode indicar que o problema de andar desordenadamente havia começado a aparecer antes que Paulo e seus companheiros tivessem deixado a cidade.

Ainda nessa ocasião eles sentiram que era necessário estimular os desordenados a se ocuparem de maneira proveitosa. Sem trabalhar, as pessoas que andam desordenadamente ficam ociosas e passam a se ocupar da vida alheia. O vs. 12 é muito claro e a ordem de Paulo era no nome do Senhor Jesus Cristo que trabalhassem tranquilamente e comessem o seu próprio pão. Já a recomendação de fazer o bem sem nunca se cansar disso era para todos e alcança todos. No entanto, se alguém não fizesse caso dessas palavras e desprezassem esse ensino, Paulo chega a dizer que nem com eles deveríamos mais nos associar para que assim ficassem envergonhados e fossem curados. A atitude de despertar sentimento de vergonha não tinha a intenção de punir, mas sim de provocar arrependimento e, por fim, restauração da comunhão da igreja. Afinal, não são inimigos, antes precisavam de correções.

Conclusão

Paulo finalizou a carta com uma bênção e a assinou. Paulo concluiu com uma bênção e acrescentou uma mensagem de próprio punho para validar a sua epístola. Esse título “Senhor da paz” era particularmente importante para os tessalonicenses, visto que eles enfrentavam perseguição. Enquanto eles estivessem vivendo neste mundo, Jesus era a fonte de paz dentro de seus corações (Fp 4.7; Cl 3.15). Além disso, ele era a esperança deles para um mundo futuro no qual a paz substituiria todas as tribulações, tanto as interiores como as exteriores (Rm 14.17). 

Embora o apóstolo Paulo tenha feito uso de amanuenses para redigir suas epístolas, ele muitas vezes escrevia uma saudação final ou uma bênção de próprio punho. Ele chamou a atenção para essa prática como um sinal adicional de autenticidade, para contra-atacar os falsificadores que já tinham aparecido em Tessalônica ou que poderiam vir a aparecer ali no futuro (1 Co 16.21; GI 6.11; Cl 4.18; Fm 19). Ao fazer isso, Paulo lembrou seus leitores de sua autoridade apostólica, a qual nunca deveria ser contestada na igreja (1Co 14.37).



Sugestão de Leitura da Semana: GONÇALVES, Matheus. Vida com o Senhor. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.


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