Por Leonardo Pereira
Jesus comparou alguns mestres com cegos: “Pode, porventura, um cego guiar a outro cego? Não cairão ambos no barranco?” (Lc 6.39). Deus mandou seu Filho para dar vida aos pecadores, mas os construtores (os líderes religiosos) rejeitaram a principal pedra (1 Pe 2.7,8). Jesus bem identificou o problema de cegueira dos líderes. Em João 7, encontramos um exemplo de pastores com os olhos fechados à verdade. Eles mandaram guardas para prender Jesus. Os guardas ficaram maravilhados com o ensinamento do Cristo que não o prenderam.
Quando voltaram aos chefes, estes os rebaixaram: “Será que também vós fostes enganados?” (7.47). Com toda a arrogância de homens que se julgavam sábios na palavra de Deus, eles recorreram à sua suposta superioridade espiritual: “Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?” (7.48). O ponto deles é óbvio: somente as pessoas formadas em teologia teriam capacidade para julgar a palavra de Cristo. O mesmo erro arrogante reprimiu o povo comum durante séculos na história católica. Hoje, muitos pastores protestantes, também, se exaltam por causa de diplomas de seminários e de cursos de teologia.
Confiando em sua própria sabedoria, os líderes desprezam o povo comum. Os líderes judeus olharam para a multidão e disseram: “Quanto a este plebe que nada sabe da lei, é maldita” (7.49). Mas, o contexto bem mostra que os próprios líderes não estavam examinando as evidências. Recusaram considerar os milagres de Jesus (Jo 5.36). Não interpretaram as Escrituras de modo correto (Jo 5.39-40,45-47). Eram líderes religiosos, mas espiritualmente cegos como morcegos. Hoje, muitas pessoas têm medo de contrariar os seus líderes religiosos. Confiam tanto em pastores e padres que não estudam a palavra por si. Embora outros homens podem nos ajudar a entender algumas coisas da palavra de Deus, jamais devemos confiar em homens acima da palavra de Deus. Cada um será julgado por Cristo (2 Co 5.10). Por isso, cada um deve se preocupar com a palavra que nos julgará (Jo 12.48).
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