sábado, 15 de agosto de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Agosto/2020 - Capítulo 2 - Os Tempos Trabalhosos nos Relacionamentos




Comentarista: Gustavo Linhares



Texto Bíblico Base Semanal:  Miquéias 7.1-7

1. Ai de mim! porque estou feito como as colheitas de frutas do verão, como os rabiscos da vindima; não há cacho de uvas para comer, nem figos temporãos que a minha alma deseja.
2. Já pereceu da terra o homem piedoso, e não há entre os homens um que seja justo; todos armam ciladas para sangue; cada um caça a seu irmão com a rede,
3. As suas mãos fazem diligentemente o mal; assim demanda o príncipe, e o juiz julga pela recompensa, e o grande fala da corrupção da sua alma, e assim todos eles tecem o mal.
4. O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que a sebe de espinhos; veio o dia dos teus vigias, veio o dia da tua punição; agora será a sua confusão.
5. Não creiais no amigo, nem confieis no vosso guia; daquela que repousa no teu seio, guarda as portas da tua boca.
6. Porque o filho despreza ao pai, a filha se levanta contra sua mãe, a nora contra sua sogra, os inimigos do homem são os da sua própria casa.
7. Eu, porém, olharei para o Senhor; esperarei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá.

Momento Interação

Todos nós, cristãos, nos tornamos a luz do mundo quando o Espírito Santo vem habitar em nosso coração (1 Co 6.11), e, ao lhe permitirmos atuar através do nosso viver (1 Co 6.19); certamente essa luz brilha (Mt 6.14-15) e iremos indicar o caminho da verdadeira vida às pessoas com as quais convivermos (Mt 28.19,20) ou que passarem por nossa existência (At 20.24). Ser a luz do mundo nos fala de total separação das trevas (1 Pe 1.15,16). O verdadeiro crente é o que deseja as coisas da luz, ou seja, as coisas de Deus (Cl 3.1-24). Jesus usou a figura da cidade edificada sobre o monte, que não pode se esconder, para falar da vida do cristão na sociedade. As pessoas precisam ver Jesus em nós. Em nossas atitudes, sonhos e relacionamentos.

Introdução

O texto bíblico é enfático: “Apostatarão alguns da fé (…) tendo cauterizada a sua própria consciência” (1 Tm 4.2b). Cauterizar, segundo o dicionário, é utilizar um meio químico, ou ferro incandescente, para destruir a sensibilidade de um tecido orgânico. Quando a consciência fica cauterizada, o homem  age como os animais, apenas instintivamente. Nesses tempos trabalhosos, precisamos orar e vigiar com mais seriedade, para que não sejamos tragados pela onda de apostasia e insensibilidade espiritual. Somente com um profundo quebrantamento espiritual, e uma vida sempre re­novada no Espírito (2 Co 4.1 6), poderemos estar em condições de aguardar a vinda de Jesus de modo santo e de conformidade com a sua Palavra.

I. Tempos Trabalhosos para as Família

A família precisa de cura. Satanás tem intensificado sua cruzada maligna contra o casamento e o equilíbrio da família. As estatísticas são de assombrar: Nos EUA, entre 100 casamentos, 60 terminam em divórcio; 35 não se separam por falta de coragem; dos 5 casamentos que se salvam, 3 são suportáveis (ruim com ele (a), pior sem ele (a), dá pra suportar! No Brasil, entre 4 casamentos, 3 terminam em separação; e nos países latinos, não deve ser diferente à realidade americana.

As causas destes distúrbios são os mais variáveis: Às vezes, as feridas das famílias não são mostradas à sociedade, aos amigos, aos filhos ou à igreja. O casal sofre sozinho, ninguém sabe, só os dois conhecem a situação; o casamento está à beira de um colapse, à margem de uma decisão: Do continuar, ou, o de quebra de aliança. O sofrimento é maior ainda, nas famílias que não seguem a Jesus Cristo; são como feridas purulentas, como gangrena que vai devorando, levando à loucura, desespero e finalmente à morte. Neste momento, o amor deve falar mais alto. O amor, é ceder mais que querer; o amor, é um eterno aprender. Ele e somente ele, dá forças pra seguir, tira da aflição e mostra o caminho onde ir.

As famílias que seguem a Cristo, tem também seus sofrimentos. No casamento em Caná de Galiléa, mesmo com a presença de Jesus aconteceu um desconforto, faltou vinho. A falta daquele líquido, trouxe um certo incômodo aos noivos, mesmo o Mestre estando presente; mas graças a Deus, Ele estava lá. Entendo, que mesmo Jesu estando na família, podem acontecer algo desconfortável: Perdas, doenças, decepções, desastre etc. Mas estas feridas, nas famílias cristãs, é como ferida limpa que dói, sangra, mas sara. E com o tempo, só restam cicatrizes. O sofrimento do crente não dura a vida toda.

II. Tempos Trabalhosos para a Igreja

É ao mesmo tempo consolador e potencialmente preocupante saber que vivemos numa era e num tempo que foi não apenas predito pelos profetas das dispensações anteriores, mas também foi claramente um foco de suas preocupações e aspirações. O Apóstolo Paulo disse: “Nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos” (2 Tm 3.1), e prosseguiu com uma lista e descrição incrivelmente precisas de muito do que vemos atualmente na mídia, nas propagandas de entretenimentos e em quase todo lugar do mundo a nosso redor. Por mais cuidadosos que sejamos e devamos ser, é muito difícil e freqüentemente quase impossível evitar completamente grande parte do perigo que parece estar nos envolvendo.

Felizmente, não estamos sem esperança ou apoio espiritual em nosso empenho como indivíduos e como famílias em cumprir os sagrados propósitos da vida mortal, para os quais viemos a esta provação terrena. A situação de cada pessoa é única e especial. Viemos literalmente dos quatro cantos da Terra, tendo diferenças imensas em relação às nossas famílias, formação, desafios, oportunidades, experiências, triunfos e desapontamentos. Por outro lado, temos muito em comum com toda a família humana, somos todos progênie de nosso amoroso Pai Celestial e compartilhamos de uma imensa congruência em nosso DNA, ou nossa composição física genética, bem como nas universalmente possíveis e prometidas bênçãos e características que identificam nosso parentesco divino e nosso potencial espiritual.

III. Tempos Trabalhosos na Sociedade

A cada dia que se passa a tecnologia avança numa modernidade extremamente sofisticada e complexa. Várias pessoas este mês foram agraciadas com o prêmio nobel de alguma ciência, literatura ou de química e, também, de medicina. São merecedores porquanto se dedicam anos após anos a atingirem metas dentro de suas áreas de pesquisa. É louvável, meus parabéns a todos os ganhadores.

Mesmo com as descobertas de inúmeros antídotos contra doenças, que hoje preocupam a humanidade, existem ainda muito a que se conquistar. É alarmante contemplar as estatísticas de pessoas enfermas com doenças que são frequentes neste século atual, tais como o câncer, o diabete, o Alzheimer e o mal de Parkinson, além de outras causadas por bactérias que tiram a vida da pessoa em poucos dias.

Os dias trabalhosos os quais Paulo se referia em sua carta a Timóteo, são os que vivemos na atualidade. Todos os dias estamos contemplando uma desmoralização da família. A libertinagem, a imoralidade, a falta de pudor, o desrespeito a criança, ao jovem e ao adulto, estão cada vez mais crescente em nosso mundo. As pessoas em nome da arte, acham que podem fazer o que quiser e apresentar seus corpos nus onde bem entender e como acharem melhor. Não é bem assim, nosso país ainda é um país cristão, que guarda tradições e que ainda existem muitas pessoas que amam a decência e a ordem e são contra essa imoralidade e falta de respeito e vergonha de muitos que, em nome da arte e da ciência exibem seus corpos sem nenhum senso de moralidade e temor a Deus.

IV. Tempos Trabalhosos para as Próximas Gerações

Ao preparar os apóstolos para pregar o Evangelho, Jesus nunca deixou de avisá-los das dificuldades e perigos que fariam parte deste trabalho (Mt 10.16-23). Assim, Paulo também advertiu a Timóteo, a fim de prepará-lo para lidar com os tempos trabalhosos (difíceis) que certamente chegariam: "SABE, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos" (2 Tm 3.1). O cristão é cidadão do céu (cf. Fp 3.20) mas vive no mundo, um território hostil governado pelo "deus deste século" (cf. Jo 17.14-18; 2 Co 4.3,4). Timóteo teria que lidar com homens que rejeitaram a verdade de Deus para seguirem os desejos deste mundo. Paulo faz uma lista de seus atributos, destacando seu egoísmo e seu "amor" para tudo aquilo que é contra a vontade de Deus.

Tais homens complicam a vida do servo fiel, pois não somente fazem o errado como também encorajam outros a rejeitarem a verdade. Até parecendo ser espirituais, eles levam sua falsidade às casas dos mais fracos e daqueles que não conseguem distinguir a verdade da mentira. As maneiras e métodos destes homens não são uma novidade: até mesmo Moisés foi desafiado por homens que agiram assim (2 Pe 2.5-8; Jd 14-16).

Em forte contraste com estes homens infiéis, há o exemplo do apóstolo Paulo. Desde o momento em que Timóteo se converteu, testemunhou a vida do apóstolo, vendo a maneira dele ensinar e viver em verdadeira piedade. Timóteo viu a firmeza de Paulo mesmo no meio de muitas tribulações. A vida de Paulo não era fácil, mas sua plena confiança no Senhor o livrou do desespero (cf. At 13.14-14.22). Paulo sabia que as aparências deste mundo freqüentemente enganam, pois o servo fiel sofrerá perseguição enquanto os ímpios parecem "prosperar" (Sl 73; 94). Porém, a confiança do servo fiel deveria ser no Senhor e não nas aparências deste mundo.

Conclusão

Mais importante ainda do que o bom exemplo de Paulo, Timóteo teve à sua disposição a coisa mais útil na luta contra a corrupção dos homens. Mesmo antes de conhecer o apóstolo, Timóteo havia aprendido a confiar nas "sagradas letras" de Deus. A palavra inspirada do Senhor foi feita justamente para preparar os seus servos. Instruindo e corrigindo, ela dá ao homem tudo que ele precisa para fazer "toda boa obra" de Deus. O servo fiel, inteirado e confiante na palavra do Senhor, terá toda a preparação necessária para lidar com qualquer dificuldade deste mundo. Tempos difíceis certamente sobrevirão. É preciso hoje homens como Paulo e Timóteo, que confiam plenamente na palavra, e que têm a coragem de ensiná-la em verdade, temendo mais a Deus do que aos homens (Mt 10.28).



Sugestão de Leitura da Semana: RIBEIRO, Anderson. O Sermão da Montanha. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

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