quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Setembro/2020 - Capítulo 5 - A Ressurreição de Cristo

 


Comentarista: Carlos Alberto Junior


Texto Bíblico Base Semanal: 1 Coríntios 15.20-28


20. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.

21. Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem.

22. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.

23. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda.

24. Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força.

25. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés.

26. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte.

27. Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas.

28. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.


Momento Interação

Os defeitos de caráter de uma pessoa se manifestarão com frequência quando essa pessoa receber poder, posição e riqueza. Uma pessoa de caráter, nos dá uma perspectiva do que todos os seres humanos costumam ser e o que a maioria de nós, no fundo, deseja ser. Falar de caráter cristão é um tema delicado e exige cuidados da nossa parte. Todos nós estamos na caminhada em busca de um caráter irrepreensível, e desenvolver isso em nós exige um esforço contínuo. Porém, se não desanimarmos na caminhada, alcançaremos os resultados que Jesus Cristo espera de todos nós.

Introdução

Em referência às centenas de profecias do Antigo Testamento, Jesus completou sua missão. Poucos dias depois, ele explicou este fato para os apóstolos: “A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém. Vós sois testemunhas destas coisas” (Lc 24.44-48).

Quando se trata do papel da Lei, de mostrar para o homem o problema do pecado para abrir acesso ao perdão e à reconciliação, Jesus cumpriu seu propósito. Paulo explicou que a Lei identificou o problema do pecado mas não trouxe a justificação (Rm 3.10; Gl 3.21,22). A promessa da justificação foi cumprida em Cristo (Gl 3.22-24; Rm 3.24-26). Jesus cumpriu ou completou o que faltava na Lei: “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4). Jesus falou tudo isso quando disse: “Está consumado!”

I. O Terceiro Dia

Quando Jesus viu a data da sua morte se aproximando, ele começou a falar para os apóstolos sobre o que aconteceria em Jerusalém. Foi difícil para Pedro e os outros aceitarem a ideia da morte de Jesus, e não entenderam bem sua promessa da ressurreição. “Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia” (Mt 16.21).

Jesus foi preso, condenado em um processo ilegal e crucificado. Os apóstolos, ainda lutando para entender o significado da promessa da ressurreição, foram dispersos e confusos. Mesmo as mulheres que foram ao túmulo no domingo depois da crucificação esperavam terminar o trabalho de embalsamar o corpo, e ficaram surpresas e perplexas ao encontrar o túmulo desocupado.

As notícias começaram a se espalhar. As mulheres foram avisar os apóstolos, e alguns deles foram correndo ao túmulo para verificar os fatos. Jesus apareceu, mas inicialmente sem permitir que fosse reconhecido, a dois discípulos no caminho para Emaús. Explicou o significado das profecias do Antigo Testamento sobre o Messias. Apareceu aos apóstolos, mas Tomé não estava presente e continuou com suas dúvidas até o dia em que ele viu Jesus com seus próprios olhos. Durante seis semanas, Jesus acompanhou os apóstolos, ensinando sobre a missão importantíssima que lhes deu, e provando o fato da sua vitória sobre a morte.

II. A Aparição de Cristo à Muitos

Outras pessoas foram ressuscitadas antes de Jesus sair do túmulo em Jerusalém, mas ele levantou para nunca mais morrer. Uns 40 dias depois, ele subiu para o céu e assumiu seu devido lugar à destra do Pai. Ele venceu a morte uma vez por todas. Penetrou o céu para abrir acesso para outros, e ainda oferece para nós a esperança da ressurreição para a vida eterna.

Paulo disse que centenas de pessoas viram Jesus depois da ressurreição. Sua apresentação dessa evidência da veracidade da ressurreição ganha mais força pela observação que a maioria dessas pessoas ainda viviam quando Paulo escreveu aos coríntios (1 Co 15.4,6). Esse comentário foi um convite óbvio para qualquer pessoa verificar as evidências para tirar suas dúvidas. Quando Paulo escreveu, uns 20 anos depois da morte de Jesus, ainda seria possível encontrar testemunhas oculares para verificar os fatos.

Paulo tratou a questão da ressurreição com tanta confiança porque é a doutrina central que serve de base para a fé de todos os cristãos. Se o corpo de Jesus tivesse se decomposto no sepulcro em Jerusalém, toda a base do cristianismo teria apodrecido junto. Mas ele venceu a morte e, por isso, nós podemos esperar com confiança sua volta para cumprir suas eternas promessas!

III. O Testemunho Apostólico

É interessante observar a frequência dos períodos de quarenta dias ou anos nas Escrituras. Em artigos recentes, temos observado vários exemplos do Antigo e do Novo Testamento. Chegamos ao último exemplo dessa série, o período que Jesus passou com os apóstolos entre sua ressurreição e ascensão. Três dias depois da crucificação de Jesus, seu túmulo foi encontrado vazio. Esse fato é fundamental para a fé dos cristãos, que servem um Senhor que venceu a morte e o pecado que trouxe a morte ao mundo. A ressurreição de Jesus distingue o cristianismo de outras religiões que honram profetas ou outros líderes até com visitas aos seus túmulos. O fundamento do cristianismo não está no sepulcro, mas na exaltação de Jesus Cristo depois de ressurgir.

Depois da sua ressurreição, Jesus apareceu a centenas de pessoas. Paulo resumiu os fatos principais do evangelho e o acesso dos cristãos primitivos às evidências: “Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Co 15.1-4). Paulo continua com citações de pessoas, mais de 500 ao todo, que viram Jesus depois da sua ressurreição. Quando ele escreveu, a maioria dessas testemunhas estava viva, e assim qualquer um poderia confirmar as afirmações de Paulo com testemunhas oculares.

Além de provar a sua ressurreição, Jesus agiu durante um período de quarenta dias para preparar seus apóstolos para sua missão de levar a mensagem do evangelho ao mundo. O final de cada um dos quatro registros da vida de Jesus na Bíblia (Mateus, Marcos, Lucas e João) descreve a interação de Jesus com os apóstolos depois da ressurreição. Atos dos Apóstolos, o livro que acompanha o desenvolvimento da igreja durante as primeiras três décadas, começa onde os Evangelhos terminam, comentando sobre os quarenta dias que Jesus passou com eles: “A estes [apóstolos] também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus” (At 1.3). Ele instruiu os apóstolos sobre seu trabalho, que iniciaria com a vinda do Espírito Santo sobre eles em Jerusalém. Essa promessa foi cumprida pouco tempo depois da ascensão de Jesus no dia de Pentecostes (At 2.1-4).

O trabalho deles teria uma progressão geográfica, começando em Jerusalém e se estendendo até “toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). A mensagem pregada teria dois elementos principais: a posição de Jesus como Rei e Senhor, e a resposta adequada dos homens pecadores. Eles levariam ao mundo a mensagem da soberania de Jesus, que exerce autoridade absoluta sobre o céu e a terra (Mt 28.18). Assim Pedro pregou em Jerusalém logo após a ascensão de Jesus: “Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (At 2.36).

IV. O Testemunho Bíblico

Deus dá vida. Demonstrou esse poder exclusivo na criação dos seres vivos no universo material em que vivemos (At 17.25). Jesus é a vida (Jo 14.6). Demonstrou seu poder quando ressuscitou mortos (Jo 11.25). Mas as manifestações de vida física são apenas amostras do seu poder real de dar a vida eterna. Nenhum milagre na história do mundo iguala a importância da ressurreição de Jesus Cristo no terceiro dia depois da sua crucificação em Jerusalém. Davi profetizou a respeito da ressurreição, como o apóstolo Pedro explicou. A morte não teria a vitória sobre o Santo de Deus. Ele não seria deixado no túmulo como outros homens: “porque não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção” (At 2.27).

A vitória de Jesus sobre a morte foi predita em profecias durante milhares de anos antes da sua vinda em carne. Embora seja quase impossível que Adão e Eva tenham compreendido a importância das palavras, a primeira sugestão da ressurreição veio no jardim do Éden, logo depois do pecado do primeiro casal. Quando Deus falou das consequências dos erros cometidos pela serpente e pelo casal humano, ele disse: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). O descendente da mulher dessa profecia é Jesus. Ele foi ferido pelo Inimigo, que juntou forças más para matar o Filho de Deus na cruz. Mas, no contexto maior, seu golpe foi pouco. Na ressurreição, Jesus esmagou a serpente.

Conclusão

Ele não está aqui, mas ressuscitou" (Lc 24.6).  Jesus ressuscitou!  Ressuscitou!  Essa palavra ressoa poderosamente atravessando os séculos.  Ela pode ter sido a palavra mais poderosa que jamais foi pronunciada.  Entre todas as grandes proclamações da História, nenhuma se compara, em grandeza de significação a esta simples afirmação.  Esta declaração levou o espanto e a alegria aos seguidores de Jesus.  Ela se tornou o assunto central da pregação apostólica.  De fato, cada ponto da Bíblia gira em volta desta ressurreição vitoriosa de Jesus Cristo, deixando a sepultura e o poder do diabo que essa sepultura representava.  Jesus ressuscitou!

Por causa da ressurreição de Jesus, podemos ter fé, esperança e salvação do pecado.  Porque Jesus conquistou a morte, podemos aguardar uma vitória eterna sobre a prisão da cova (cf. 1 Co 15). Com este milagre Deus oferece a maior prova da Sua existência, de Seu poder, de Sua pureza e de Seu amor.  Tudo o que é bom em Deus é resumido na força desta declaração:  Jesus ressuscitou!  Todas as nossas esperanças na eternidade estão contidas nesta simples expressão de triunfo. 

Agradeçamos a Deus pelo fato maravilhoso que é a ressurreição de Jesus.  Tomemos a resolução de viver cada dia como seguidores vitoriosos de nosso triunfante Senhor, de maneira que possamos elevar-nos para estar com Ele na Eternidade. Que estas palavras soem claramente em nossos ouvidos:  Jesus ressuscitou!


Sugestão de Leitura da Semana: GONÇALVES, Matheus. O Evangelho do Médico Amado. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019



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