quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Comentário Bíblico Mensal:Dezembro/2020 - Capítulo 4 - O Legado de Eliseu

 


Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: 2 Reis 13.20-25

20. Depois morreu Eliseu, e o sepultaram. Ora, as tropas dos moabitas invadiram a terra à entrada do ano.
21. E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que viram uma tropa, e lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e, caindo nela o homem, e tocando os ossos de Eliseu, reviveu, e se levantou sobre os seus pés.
22. E Hazael, rei da Síria, oprimiu a Israel todos os dias de Jeoacaz.
23. Porém o Senhor teve misericórdia deles, e se compadeceu deles, e tornou-se para eles por amor da sua aliança com Abraão, Isaque e Jacó, e não os quis destruir, e não os lançou ainda da sua presença.
24. E morreu Hazael, rei da Síria e Ben-Hadade, seu filho, reinou em seu lugar.
25. E Jeoás, filho de Jeoacaz, tornou a tomar as cidades das mãos de Ben-Hadade, que ele tinha tomado das mãos de Jeoacaz, seu pai, na guerra; três vezes Jeoás o feriu, e recuperou as cidades de Israel.

Momento Interação

A vida do profeta do Senhor é a vida de seu ministério. A vida de Eliseu é uma belíssima biografia do seu legado para as próximas gerações; mais especificamente para o Corpo de Cristo. Suas ações, palavras, atitudes nos levam a uma compreensão mais séria e objetiva ao ministério profético constado na Palavra de Deus. Que em nossa observação na vida deste profeta, nos leve a um compromisso mais sério com o nosso Deus, em nossos ministério aonde quer que nós estejamos. Bons Estudos!

Introdução

Os desafios na vida de alguém importante e do seu legado para as próximas gerações sevem de consolo, paciência e encorajamento para enfrentar as grandes questões da vida, principalmente o fortalecimento espiritual que obtemos sobre os grandes homens de Deus nas Escrituras Sagradas. A vida de um verdadeiro profeta é o legado de fé, coragem e esperança que passam para os que ficam vivos a certeza da atuação divina enquanto eles estiveram na terra. A morte para um homem de Deus não é o fim de uma vida em túnel vazio, mas da certeza de quem em que se crê e que tem a absoluta certeza que guardará os depósitos daqueles que foram fiéis até o fim. Assim também foi a vida e o ministério de Elias. Neste capítulo, estudaremos sobre os momentos finais de Eliseu e como em seu tempo de vida e ministério, se prosseguia em atuar como profeta, inspirando-nos a acrescentarmos cada vez mais a nossa fé na presença do Senhor, de modo  a dedicar-se ainda em idade avançada, para glorificá-lo diante de toda a nação de Israel e deixar um legado de fé para as próximas gerações.

I. O Adoecimento de Eliseu

Durante o nosso tempo de vida, passamos por situações complicadas que muitas vez nos impossibilitam de realizarmos as nossas tarefas. Uma destas complicações é o adoecimento. A incapacitação do corpo, em muitos momentos deixando-nos às portas da morte, deixam os mais íntimos ao nosso redor tristes e aos adoecidos, preocupados sobre a sua condição de vida. Eliseu, ainda que realizara grandes milagres e um ministério prodigioso em Israel, ficou também adoecido e isto se acometeu ao fim do seu ministério.

1. Eliseu em hiato durante o ministério profético. Encontra-se um hiato entre um período do ministério de Eliseu. Entre os capítulos 10 à 13 do livro de 2 Reis. Encontra-se um espaço de aproximadamento 52 anos em que os eventos que acontecem em paralelo nas nações tem a sua continuidade sem a menção do profeta do Senhor. Isto não significa que Eliseu abandonou o seu ministério ou que ele esteve inerte todo este tempo. Quer em hiato ou em aparições, Eliseu indubitavelmente continuou a executar o seu ministério em confiança do Senhor. O profeta de Abel-Meolá nos ensina que o mais importante é que estejamos realizando a obra de Deus para a sua própria glória, e não para satisfazer os interesses próprios.

2. O adoecimento do profeta Eliseu. Homens de Deus ainda passam por privações e por dificuldades na terra (cf. Jo 16.33; 2 Tm 3.12), e Eliseu já em idade avançada estava agora passando por este momento. O adoecimento de Eliseu foi acometida em algum momento estando ele já idoso fazendo ele logo em seguida falecer (2 Rs 13.14a). A Bíblia Sagrada não nos informa de modo específico qual era a doença ou em que momento ele veio adqurí-la. O que sabemos é que a sua fé não o impediu de continuar até o fim o seu ministério. A vida de um homem de Deus é a vida do seu ministério. Fiel ainda em circunstâncias críticas, Eliseu possuía a convicção que aquela doença não viria a impedí-lo de prosseguir em sua caminhada de intimidade com o Senhor.

3. As dificuldades dos servos do Senhor. A chamada Teologia da Prosperidade ensina que sempre seremos prósperos em todas as áreas da vida, e que se uma pessoa tiver passando por muitas dificuldades e/ou acometidos de enfermidades é porque tal pessoa não tem fé ou está em pecado. O profeta Elias em seu estado terminal mostra-nos que tal ensino não tem fundamento para se permanecer. Homens e mulheres de Deus que são idôneos e fiéis ao longo da história bíblica mostra que estas situações estão em condições de acontecer com qualquer um, rico ou pobre, alto ou baixo, brasileiro ou estrangeiro, estamos todos condicionados a passarmos por isto de acordo com Jesus Cristo (Jo 16.33). Podemos ver pelas Escrituras Sagradas que muitos passaram por dificuldes tais como a mulher Sunamita (2 Rs 4.8-37), Jó (Jó 1-2), Paulo (2 Co 11.24-28), Timóteo (1 Tm 5.23), e o próprio Eliseu. Assim, sabemos que as dificuldes nos sobrevêm, mas sabemos também que o nosso Redentor Vive (cf. Jó 19.25).

II. A Continuidade do seu Ministério Profético

Eliseu se propôs em fazer o máximo que ele podia. Utilizou toda a sua vida para Deus até o seu último instante da melhor maneira possível. Assim como seu antecessor, Elias, o profeta israelita, toda a sua vida foi voltada para a Obra de Deus e o Deus da Obra. Em Eliseu, encontramos a essência de um verdadeiro servo do Senhor, que ainda em condições de dificuldes, sabe-se que a sua vida pertence a Deus para ser utilizada da melhor maneira possível, vivendo para Ele.

1. Eliseu na companhia do rei de Israel. Eliseu se encontrava doente. A sua condição era dificultosa e em meio a esta situação, aparece-lhe o rei de Israel, Jeoás, que lhe vem ao seu encontro. Jeoás logo no momento em que chega ao local que estava Eliseu, lamenta de modo a chorar pela condição do profeta: "E Eliseu estava doente da enfermidade de que morreu, e Jeoás, rei de Israel, desceu a ele, e chorou sobre o seu rosto, e disse: Meu pai, meu pai, o carro de Israel, e seus cavaleiros!" (2 Rs 13.14). Eliseu era uma pessoa bastante respeitada por muitos e Jeoás tinha muita estima por ele. A morte de Eliseu se acometeria de um grande crise moral e espiritual na nação, carente de homens no espírito de Elias, na unção do Senhor Deus.

2. A missão de Jeóas. Eliseu passou-lhe uma missão a Jeoás que era de ferir a terra dos siros até que se consumissem. A flecha deveria ser disparada com o objetivo de acabar com aquela nação que guerreava com os israelitas: "E Eliseu lhe disse: Toma um arco e flechas. E tomou um arco e flechas. Então disse ao rei de Israel: Põe a tua mão sobre o arco. E pôs sobre ele a sua mão; e Eliseu pôs as suas mãos sobre as do rei. E disse: Abre a janela para o oriente. E abriu-a. Então disse Eliseu: Atira. E atirou; e disse: A flecha do livramento do Senhor é a flecha do livramento contra os sírios; porque ferirás os sírios; em Afeque, até os consumir" (2 Rs 13.15-17). Infelizmente, Jeoás não concluiu a tarefa por completo e com isso, não os consumiria. Os afligiriam apenas três vezes mas não os exterminariam, dando prosseguimento a guerra de um longo tempo. 

III. A Morte de Eliseu

Chega o momento da partida de um grande homem de Deus. Eliseu não encerra o seu ministério profético como um velho profeta ou como um homem à semelhança de muitos. Ele o conclui da mesma maneira que o começo, fiel ao Senhor e zeloso em obdecer o seu chamado. Ainda em sua morte, Eliseu opera maravilhas para o conhecimento de toda Israel e para memória sua para a posteridade. O grande homem de Deus parte deste como uma poderosa voz profética, com um legado poderoso de conversão de Israel por meio de palavras e obras no poder do Senhor. 

1. A morte de Eliseu. Chegou o fim de uma vida que foi aproveitada a máximo pelo profeta para o seu Senhor. Eliseu morre não como um anônimo ou como uma pessoa famosa, mas morre como um verdadeiro servo de Deus, que levou até o final de sua vida os valores que adquiriu desde a saída da sua terra natal até o seu falecimento. Eliseu morreu mas as suas obras e o seu testemunho seguirão para sempre através das páginas da Palavra de Deus. A morte de um justo não é um fim de uma vida, muito menos um vazio pois em Cristo está a nossa esperança "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Ef 2.8,9).

2. A ressureição de um homem morto. As Escrituras nos informa que ainda mesmo que morto, Eliseu foi capaz de realizar milagres sobrenaturais. Foi jogado um morto dentro do tumulo de Eliseu, e fugiram. Olhando o fato acontecido, a ressurreição de um morto a partir do túmulo do profeta mostra a sua importância de que o Senhor é o Deus de vivos, e não de mortos. Segue-em Eliseu as palavras de Jesus que prefiguram o seu ministério futuro: "Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá" (cf. Jo 11.25). 

3. A ação divina por intermédio de Eliseu. O milagre da ressureição de um morto no túmulo de Eliseu mostra o pleno controle do Senhor sobre todas as coisas. Eliseu sabia que não era ele quem realizava tais sinais, mas o Senhor através nele. Eliseu sabia que era um poderoso instrumento usado nas mãos de Deus. Em seu ministério, o Senhor lhe usou para dar vidas às águas, ao filho da Sunamita e ainda mesmo que morto, deste vida a um morto que caiu em seu túmulo. Na vida de Eliseu compreendemos o falar do apóstolo Paulo ao expressa a grandiosidade do Senhor: "Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera" (Ef 3.20).

IV. O Legado de Eliseu

A vida do profeta Eliseu é uma vida de aprendizado, a biografia de um autêntico servo do Senhor, é o ministério de um santo homem de Deus, é um referência daqueles que se espelham em serem íntimos para com o Deus Verdadeiro. Eliseu deixa-nos um belíssimo legado em todos os aspectos de sua vida. Um modelo de como podemos relacionarmos com o Senhor e prosseguir na caminhada cristã. No profeta de Abel-Meolá observamos e encontramos uma visão da perspectiva cristã que devemos adquirir à fim de enfrentarmos os tempos trabalhosos e sermos fiéis até o fim (Mt 24.15).

1. O Legado Ético. A ética em todos os momentos se encontrava na vida e no ministério de Eliseu. A ciência define a ética como: “um grupo de princípios morais, no mais, o estudo da moralidade”. Portanto, Ética Cristã pode ser definida como os princípios que são derivados da fé Cristã e pelos quais agimos. Eliseu tinha princípios seguindo-os restritamente em sua vida como alvo principal de vida. Eliseu vivia para Deus e com Deus. Devemos hoje buscarmos a ética cristã como tendo regendo nossas vidas, princípios bíblicos a seguirmos, com o fez Eliseu enquanto em vida.

2. O Legado Moral. A moral deve fazer parte da vida de todo cristão. Moral é a condição de irrepreensibilidade e de integridade que se encontra em um pessoa exemplar, responsável e ética. A moral sempre fez parte da vida de Eliseu, seja entre o povo, entre uma família, ou entre os reis. Podemos perceber a sua moral na forma quando se refere à todos eles ou quando realiza uma determinada função pelo Senhor. A falta de moral e de exemplos na nação tem causado inúmeros problemas para a igreja, principalmente o aumento da incredulidade entre muitos e o esfriamento do amor. Uma vida e ministério com moral é uma vida e ministério com extrema confiança para com os homens e principalmente, para com o Senhor.

3. O Legado Espiritual. O maior legado que Eliseu deixou para os que hoje acompanham o seu ministério pela Palavra de Deus, seja o seu legado espiritual. Eliseu presenciou e realizou sinais e maravilhas em Israel através da manifestação poderosa do poder de Deus. Mortos ressuscitaram, águas ficaram sãs, saciou a fome de muitos e restaurou a vida de uma viúva, entre muitos outros sinais e maravilhas. O que Eliseu nos deixa não é somente o seu ministério de milagres e de sinais, mas principalmente, um ministério de intimidade com o Senhor. Não fora sua fidelidade e seu compromisso com Deus, Eliseu não seria o homem que ele foi. Por isso, tinha plena consciência ele que se achegando mais ao seu Senhor, o próprio Deus se achegaria cada vez mais á ele. 

Conclusão

Eliseu foi um dos grandes heróis da fé. Em seu ministério de porção dobrada do espírito de Elias, realizou milagres sublimes através de Israel. Todos estes sinais eram em prol da nação para que cresse no Deus Vivo e assim, se voltariam para Ele. Percebemos que infelizmente não foi isto o que aconteceu. Contudo, o seu ministério é um exemplo de fé, de coragem e de esperança para as próximas gerações estivessem compromissados com o Deus Vivo, para realizar e cumprir a sua vontade, para a sua honra e sua glória. Uma vida vivida ao máximo para o Senhor é uma vida que realmente se vale a pena desfrutar. Ainda que Israel não se convertesse aos caminhos do Senhor, a manifestação poderosa do Senhor foi realizada ali por intermédio do profeta da cidade de Abel-Meolá para entenderem que o Deus de Eliseu é verdadeiramente o Deus de Israel.



Sugestão de Leitura da Semana: SILVA, Oliveira. Arautos de Deus. São Paulo: Evangelho Avivado, 2020.


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