domingo, 5 de dezembro de 2021

Comentário Bíblico Mensal: Dezembro/2021 - Capítulo 1 - Família - Um Plano com Origem nas Mãos de Deus

 




Comentarista: Maxwell Barbosa



Texto Bíblico Base Semanal: Gênesis 1.24-31


24. E disse Deus: Produza a terra seres viventes segundo as suas espécies: animais domésticos, répteis, e animais selvagens segundo as suas espécies. E assim foi. 

25. Deus, pois, fez os animais selvagens segundo as suas espécies, e os animais domésticos segundo as suas espécies, e todos os répteis da terra segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom. 

26. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra. 

27. Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. 

28. Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra. 

29. Disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento. 

30. E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todo ser vivente que se arrasta sobre a terra, tenho dado todas as ervas verdes como mantimento. E assim foi. 

31. E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto.

Momento Interação

A família é muito importante para Deus, é uma instituição sagrada, criada por Ele. Quando o homem foi criado, Deus viu que não era bom que ele estivesse sozinho, e por isso criou a mulher para ser sua companheira. Juntos, eles receberam a ordem de se multiplicar e povoar a Terra em Gênesis 1.28. Mais tarde, foi dito que o homem que se casasse deveria sair da sua casa, deixando pai e mãe para se tornar um com a sua esposa (Gn 2.24). Após a criação do primeiro casal, a Bíblia fala sobre muitas famílias. Gênesis 12 diz que através da família de Abraão, todas as famílias da terra seriam abençoadas. Jesus também falou sobre a santidade do casamento em Mateus 19. Assim vemos a importância de cuidar e dar valor à família. Quando a família não é valorizada, existe sofrimento para o casal e os filhos. Deus também se refere ao povo de Israel como família. A família pode não necessariamente ter pessoas do mesmo sangue mas ela é (ou deveria ser) composta por pessoas com os mesmos valores e princípios, sobretudo divinos.

Introdução

Cuidar da família é um dever de todo cristão. O estudo bíblico mostra claramente que a família é uma unidade social instituída pelo próprio Deus. É absolutamente correta aquela conhecida frase que diz que a família é projeto de Deus. Muitos cristãos caem no terrível erro de negligenciar suas responsabilidades familiares; e com isso falham em perceber que Deus também os chamou para cuidarem de suas famílias. Se há um tema que merece toda atenção por parte da Igreja, esse tema é a família. 

O cuidado com a família precisa ser uma disciplina constantemente tratada nas comunidades cristãs. É preciso estudar e entender o que é a família à luz da Bíblia; é preciso que haja mais pregações sobre a família de acordo com os princípios de Deus; é preciso que os cristãos sejam ensinados e treinados sobre como ser bons mordomos de suas famílias.

Ter famílias equilibradas e bem estruturas não é apenas essencial para que se tenha uma sociedade geral mais consistente; mas também para que se tenham igrejas mais sadias e sólidas. Esse conceito é essencial diante da verdade de que a unidade familiar sempre é o principal alvo do pecado – com imoralidade, fornicação, adultério etc. Além do mais, estamos vivendo num tempo em que a família parece uma instituição antiquada e fracassada. Ideologias malignas têm, a todo custo, atacado o modelo bíblico para a família.

I. Família, Criação do Senhor

A Bíblia diz que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. O ser humano foi criado por Deus como um ser racional e moral para viver sob laços sociais. Por isso, logo após ter criado o homem, Deus também colocou em prática o seu propósito com relação à instituição da família. Depois de ter criado Adão, o texto bíblico revela que Deus declarou: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele” (Gn 2.18). Então ao criar Eva para constituir uma unidade social com Adão, Deus também estava instituindo a primeira família. Além disso, na ênfase bíblica de que a mulher seria a ajudadora do homem está também implícita a responsabilidade do homem em ser o cuidador de sua companheira. A partir do momento em que Deus apresentou a mulher ao homem, ambos foram naturalmente chamados ao comprometimento e ao zelo pela família.

Partindo do pressuposto de que a Palavra de Deus é o fundamento e o princípio regulador da família, podemos perceber as bases que o próprio Deus estabeleceu para o relacionamento familiar. Em primeiro lugar, a família é formada a partir do casamento. Ao criar Adão e Eva, Deus disse: “Portanto, deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne” (Gn 2.24). Este breve versículo expressa o modelo de Deus para o casamento. Segundo o propósito divino, o casamento deve ser: 1) heterossexual – Deus uniu homem e mulher; 2) monogâmico – Deus deu apenas uma esposa a Adão e, consequentemente, um único marido à Eva; 3) monossomático – homem e mulher devem se tornar uma só carne envolvidos numa união física e emocional; e 4) indissolúvel – segundo o propósito de Deus, o casamento deve ser para toda a vida (a palavra “apegar-se-á” sugere exatamente isso).

Em segundo lugar, a família normalmente, e naturalmente, deve se estender através da chegada dos filhos. Após instituir o casamento, Deus abençoou o primeiro casal para que eles multiplicassem por sobre a terra. Os filhos são amplamente vistos na Bíblia como dádivas e bênçãos de Deus (Gn 4.1; 33.5; Sl 113.9; 127.3; 68.6). Com raríssimas exceções, como problemas de saúde, por exemplo, é esperado que casais cristãos desejem ter filhos.

II. A Instituição da Família

O texto bíblico mais lembrado quando o assunto é o cuidado com a família, é aquele escrito pelo apóstolo Paulo aos crentes da cidade de Éfeso (Ef 5.21-6.4). Nesse texto o apóstolo aponta quais são os princípios gerais que devem regulamentar os relacionamentos familiares. Ele fala sobre como os cônjuges devem cuidar um do outro e como ambos devem cuidar dos filhos. O texto é bastante claro. Embora homens e mulheres sejam iguais perante Deus, a liderança dentro da unidade familiar foi confiada por Deus ao marido. O apóstolo constrói sua exposição sobre esse aspecto do governo e cuidado da família com base na ordem da criação; bem como considera as consequências da Queda do Homem (1 Co 11.8,9; 1 Tm 2.13-15).

Paulo escreve que as mulheres devem ser submissas ao seu próprio marido. Contudo, a liderança do homem sempre deve ser em amor, ou seja, o mandamento é para que os maridos amem suas esposas. Além disso, tanto a submissão da mulher quanto a liderança do marido devem ser fundamentadas no amor de Cristo. A esposa deve ser submissa ao marido como “ao Senhor”. Paulo ainda explica que a sujeição da Igreja a Cristo serve de modelo para a sujeição da esposa ao marido. Da mesma forma, o marido deve amar a esposa “como também Cristo amou a Igreja” (Ef 5.23-25). Esse amor deve ser tão profundo e dedicado, que Paulo diz que “quem ama a esposa a si mesmo se ama” (Ef 5.28).

Na família em que a esposa é adjutora do marido, e que o marido cuida e conduz a esposa em amor, os pais também devem liderar e guiar os filhos. Assim, os filhos desempenham seu papel no comprometimento com a família obedecendo aos seus pais; isto é, honrando pai e mãe. Porém, os pais não devem ser tiranos; ao contrário, eles não devem provocar seus filhos à ira, mas devem criá-los na disciplina e na admoestação do Senhor (Ef 6.1-4).

III. Deus os Criou Homem e Mulher

A Bíblia não se cala quanto à importância do zelo pela família (Ef 5.22-6.4; Cl 3.18-21). Mas o cuidado com a família deve ser visto pelos cristãos como uma forma de ministério (cf. 1 Pe 3.1-7). O verdadeiro cristão deve entender que ser o mordomo fiel de sua família é uma prioridade no serviço de Deus. É realmente um grave erro dissociar vida familiar e vida espiritual. Na verdade é impossível cumprirmos os propósitos de Deus para a família se desconsiderarmos a aplicação dos princípios bíblicos sobre o assunto de modo a nutrir um ambiente familiar profundamente espiritual.

No texto da Epístola aos Efésios, Paulo enfatiza exatamente essa questão. Embora muita gente não perceba, as recomendações do apóstolo quanto à mordomia da família fazem parte da mesma seção em que ele exorta os crentes a encher-se do Espírito e sujeitar-se uns aos outros no temor de Cristo (Ef 5.18-21). Isso quer dizer que sujeitar-se uns aos outros nas diversas áreas de suas vidas – incluindo as relações familiares – é algo essencial para que os crentes possam, de fato, encher-se do Espírito.

Em outras palavras, uma pessoa negligente com sua família e que despreza os princípios bíblicos que devem nortear suas relações interpessoais, não consegue experimentar uma vida de plenitude do Espírito. Por esse motivo a Bíblia diz que os candidatos a oficiais na Igreja devem, antes de tudo, liderar de modo exemplar a própria família (1 Tm 3.4-12; Tt 1.6).

Conclusão

Antes de exercer qualquer oficio ministerial, um cristão genuíno é chamado primeiramente a ser filho, marido e pai fiel. Antes de ser mordomo das coisas de Deus numa comunidade cristã local, o cristão é chamado a ser mordomo da própria família. Da mesma forma, uma pessoa jamais será capaz de cuidar de sua família conforme a doutrina bíblica, se não for pela capacitação do Espírito Santo. Por exemplo: uma esposa jamais conseguirá ser submissa ao seu marido como a Igreja é submissa a Cristo; ou o marido jamais será capaz de amar sua esposa como Cristo ama sua Igreja; se ambos dependerem de suas próprias habilidades para isso.

A recomendação bíblica é para que andemos no Espírito; para que sejamos guiados pelo Espírito; para que as virtudes do fruto do Espírito sejam manifestadas em nossas vidas. Obviamente tal recomendação abrange nossa vida por completo, e isso inclui nossa vida familiar. Devemos cuidar de nossas famílias sendo imitadores do amor de Cristo, e aplicando os princípios da Palavra de Deus através de uma vida completamente controlada pelo Espírito Santo e comprometida com o serviço ao Senhor.


Sugestão de Leitura da Semana: ROGÉRIO, Marcos. Família Cristã. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.



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