segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Pequei! Perdi a Salvação? Por Carlos Vagner





Ao nos deparamos com os elementos doutrinários constituídos da fé de algum segmento religioso, temos em discussão o ponto de vista da confissão auricular que é um dos sete sacramentos (meio pelo qual a pessoa recebe graça), que tem por sua característica a confissão ao sacerdote e o mesmo pode perdoar os pecados em nome da Igreja e passa uma penalidade para o fiel.  Isso é um grande equivoco, pensar que o sacerdote ou a Igreja tem o poder de perdoar os pecados ou declarar perdão de pecados a alguém.  O perdão dos pecados acontece com o arrependimento e a confissão dos pecados a Deus, não é que não podemos confessar os nossos pecados a alguém, podemos sim, porém com o intuito de nos orientar, ajudar e apoiar, mas nunca para perdão dos nossos pecados. O interessante é que encontramos os mesmos ensinos dentro de algumas comunidades evangélicas, onde a liderança determina que você tem que confessar os seus pecados ao seu pastor, e há a distinção entre pecados e geralmente o pecado sexual é o mais grave nessas comunidades. Não quero tirar a gravidade dos erros cometidos, pois todos os pecados têm as suas consequências. Infelizmente, muitos têm a alma “católica”, mesmo sendo evangélico, pois a sua influencia no Brasil é muito grande.

Diante disso, surge uma pergunta hipotética: cometi um pecado, sou cristão, seguidor de Jesus e logo após morri. Fui para o inferno?

Essa é uma pergunta que no fundo é latente na alma de muitas pessoas. De fato essa duvida é de grande parte do mundo evangélico.

A Corrupção do Pecado

Precisamos entender que o homem é completamente corrompido pelo pecado, depravado totalmente, tanto que Paulo mostra a condição humana, descrevendo que todos pecaram e carecem da gloria de Deus, e que não há um justo sequer, ninguém que busque a Deus. Então a condenação eterna, é estabelecida pelo fato da culpa do homem, não simplesmente pelos seus pecados. Pelo estado que se encontra diante de Deus, por causa do pecado original (pecado transmitido de Adão e Eva a todos os homens), levando os homens a condenação eterna. O único meio para a retirada dessa culpa é o arrependimento e crença no sacrifico vicário de Jesus na cruz do calvário.

Nenhuma Condenação Há

O que as escrituras afirmam é que nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo Jesus Rm 8:1. Significa que você se arrependeu dos seus pecados, e creu Nele como seu Senhor e Salvador, então já não há mais nenhuma condenação. Sendo o caráter de Deus o padrão moral absoluto do universo, Deus manifesta a sua ira contra o pecado. Em seu sofrimento na cruz, Cristo se tornou objeto da ira plena de Deus. Cristo foi feito pecado por nós, Ele sofreu toda a fúria da ira do Deus santo contra a imundície, a rebelião e a maldade que provém do coração contaminado dos pecadores. Então, quando nos arrependemos, somos perdoados da culpa do pecado. Nesse momento ocorre a Justificação, a declaração para o pecador que agora ele está justificado diante de Deus, ou seja, pela justiça de Cristo e seu sacrifício na cruz em favor do homem, satisfazendo à ira de Deus. Então, quando Deus olha para o homem Ele vê a justiça de Cristo. Todos os nossos pecados são perdoados. A nossa culpa é retirada. Isso aconteceu com Lutero, Quando descobriu a justiça de Deus em Romanos 1.17: “o justo viverá pela sua fé”, foi ali que lançou de fora todas as suas vestiduras das obras meritórias e rendendo assim a graça salvadora mediante a fé somente em Jesus Cristo.

Pecadores Justificados

Contudo, isso não significa que deixamos de ser pecadores. Somos pecadores justificados e ainda temos no nosso corpo a natureza corrompida, pela qual somos inclinados a falhar e errar o alvo. A partir do momento da experiência da salvação, o que se estabelece é o sentimento de gratidão a Deus, procurando viver uma vida santa, justa e fiel, longe de viver na licenciosidade, nos apetites na nossa própria natureza pecaminosa, quem vive em harmonia com o pecado, nunca entendeu ou teve a consciência do evangelho, apenas brinca de religião. A experiência da salvação em Cristo, muda realidades interiores, na convicção inabalável que é de Cristo, ainda que tropece na caminhada. A roleta russa que muitos colocam a salvação, é um leso engano, pois se pequei estou no inferno, se estou me santificando estou no céu, torna a salvação meritória, com base totalmente no homem. Quando erra torna a mente escravizada ao pânico, e não liberta em descanso nas mãos do Salvador. Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós (1 Jo 1:8-10). Somos salvos com base na justificação e não nos nossos méritos. Estamos totalmente nas mãos de Deus, guiados pelo bom Pastor. Por isso, sou um pecador justificado, redimido, alcançado pela graça, sem possibilidade que os meus pecados me afastem das mãos do Salvador.  Afirmo sem sombra de duvidas que minha salvação está em Cristo e que não vivo sob a histeria religiosa, vivendo uma dubiedade existencial agonizante, mas sem cinismo e com gratidão. A descrição do salmista é maravilhosa, “Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir (salmos 139:16) ”. A minha salvação vem de Deus, pela graça somos salvos e isso não vem de vós é dom de Deus (Ef 2.8,9). 

Carlos Vagner!

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