Comentarista: Anderson Ribeiro
Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 6:1-5; 9-13; 16-18
1. Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus.
2. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
3. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita;
4. Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente.
5. E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
9. Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
10. Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;
11. O pão nosso de cada dia nos dá hoje;
12. E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores;
13. E não nos conduzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.
16. E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
17. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto,
18. Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.
Momento Interação
Diversos momentos da vida aparecem à nós como momentos inofensivos e seguros quando na verdade podem ser momentos de quedas e de ruínas. O Senhor Jesus ensinou preciosos valores completamente paradoxais aos doutores da Lei que ensinavam nas sinagogas. Um exemplo muito claro disso é sobre o ensino de Cristo com relação à ajuda oculta, a oração teocêntrica e sobre a prática do jejum. Temos nesta semana uma oportunidade ímpar de adentrarmos aos conhecimentos destes ensinamentos e como podemos aplicá-los em nossas vidas. Ótimos estudos!
Introdução
Jesus entra numa nova parte da mensagem, falando sobre o perigo de fazer as nossas obras para sermos vistos por homens. Ele não está dizendo que o discípulo esconderá todas as boas coisas que faz (compare 5:16), mas que nunca devemos fazer as coisas apenas para sermos vistos por homens. Devemos servir a Deus, e nos comportar de uma maneira agradável a ele. Esmolas devem ser dadas para servir a Deus e para ajudar aos necessitados, não para glorificar a pessoa que dá.
I. A Ajuda Oculta
O verbo traduzido neste sentido da ajuda sem se mostrarem para os outros, era no caso usado em sentido de recibos e significava totalmente pago. A única retribuição que os hipócritas receberiam era a glória dos homens (Mt 6.5,16). Compare tais recompensas com os galardões celestiais que Cristo dá a Seus servos (2 Co 5.10; Ap 22.12). Aqueles que oram com propósitos errados já receberam o seu galardão — assim como aqueles que praticam boas obras, mas com intenções indevidas (Mt 6.2). A partir dos propósitos de oração (Mt 6.1-6), Jesus voltou-se para os métodos de oração. O propósito da oração determina como alguém ora (Mt 26.39,42,44). Não há nada de errado em repetir uma oração. Jesus está falando aqui da repetição de palavras vazias, como veremos à seguir.
II. A Importância da Oração
Orações devem ser dirigidas a Deus, não aos homens. Aqui, ele não está condenando orações feitas em público e nem está sugerindo que a oração não terá algum benefício para os ouvintes (cf. Jo 11.41-42). Ele está criticando as orações feitas para impressionar os homens, ao invés de comunicar com Deus.
Jesus inclui nesta advertência algumas práticas comuns na época: (1) a tendência de alguns judeus de fazer orações na rua para serem vistos dos homens, e (2) a prática de alguns gentios (pagãos) de usar muitas vãs repetições nas orações.
Obs: Algumas pessoas, determinadas a fazer regras onde Jesus faz apelos aos corações, têm distorcido a mensagem do versículo 5. Inventam regras dizendo que é pecado orar em pé, mas isso não é o ponto de Jesus. Em Lucas 18.13-14, o homem justificado orou em pé.
Não é o tamanho da oração, mas, sim, o seu poder, que agrada a Deus. O próprio Jesus orou a noite inteira antes da crucificação e em outras ocasiões fez breves orações, na maioria das vezes. Ele não está criticando longas orações aqui, embora não haja nada de especialmente espiritual nelas. Ele está simplesmente dizendo que a oração deve expressar um desejo sincero do coração, não apenas um monte de palavras. Deus não se impressiona com palavras, mas com o verdadeiro clamor de um coração necessitado. A oração não é uma tentativa do homem de mudar a vontade de Deus. O método que Deus usa para mudar nossa vontade é fazer com que ela se torne semelhante à dele. Mais do que mudar alguma coisa, a oração muda as pessoas. Oração não é dirigida a Deus para que Ele nos responda, mas para nos sintonizar com a Sua vontade, para que Ele nos ajude a obedecer-lhe. A oração na vida de um verdadeiro cristão é uma atitude de total confiança e conformidade aos planos e propósitos de Deus.
III. A Importância do Jejum
Quando jejuardes é uma referência ao jejum estabelecido pela Lei mosaica no Dia da Expiação (Lv 16.29) e o jejum voluntário. Os fariseus acrescentaram dois dias de jejum, às segundas e terças-feiras de cada semana, para mostrar ao povo sua piedade. Mas o verdadeiro propósito do jejum era a contrição e a comunhão com Deus. O jejum é especialmente citado como um meio eficaz de subjugar a carne e vencer a tentação (Is 58.6). Os fariseus consideravam a prática do jejum uma maneira de demonstrar piedade e apareciam nas sinagogas vestidos de modo desleixado. A aparência abatida do rosto e as vestes maltrapilhas que usavam eram uma tentativa de mostrarem uma santidade maior diante do povo.
A frase desfiguram o rosto (gr. aphanizo) significa literalmente que cobrem o rosto. Também é uma figura de linguagem que expressa os gestos de contrição e a aparência humilde daqueles que queriam que todos vissem que eles estavam jejuando. Isso também era feito com cinzas (Is 61.3).
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