terça-feira, 19 de junho de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Junho/2018 - Capítulo 3 - O Dia do Senhor




Comentarista: Leonardo Pereira


Texto Bíblico Base Semanal: Joel 1.11-15

11. Envergonhai-vos, lavradores, gemei, vinhateiros, sobre o trigo e a cevada; porque a colheita do campo pereceu.
12. A vide se secou, a figueira se murchou, a romeira também, e a palmeira e a macieira; todas as árvores do campo se secaram, e já não há alegria entre os filhos dos homens.
13. Cingi-vos e lamentai-vos, sacerdotes; gemei, ministros do altar; entrai e passai a noite vestidos de saco, ministros do meu Deus; porque a oferta de alimentos, e a libação, foram cortadas da casa de vosso Deus.
14. Santificai um jejum, convocai uma assembléia solene, congregai os anciãos, e todos os moradores desta terra, na casa do Senhor vosso Deus, e clamai ao Senhor.
15. Ai do dia! Porque o dia do Senhor está perto, e virá como uma assolação do Todo-Poderoso.

Momento Interação

A nação brasileira deve se conscientizar de que precisamos abandonar o pecado e o embaraço de lado e corrermos em direção à esperança, que é o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (Hb 12.1,2). No estudo desta semana, iremos conferir os propósitos do Senhor em relação ao que o povo de Judá deve fazer e que rumo deve tomar, partindo da orientação do Senhor. Bons estudos! 

Introdução

Neste capítulo estudaremos acerca do Grande Dia do Senhor. Estes estudo consiste em um estudo ao mesmo atual e com perspectivas futuras. Vamos conferir neste estudo que o Profeta Joel estava se referindo sobre este dia acerca do juízo severo que a nação enfrentaria, mas também sobre o prenúncio do fim dos tempos. Ao mesmo tempo em que o estudo do juízo divino sobre a nação de Judá chega em seu momento crucial, Joel nos mostra acerca das sombras dos tempos futuros não somente de toda Judá, como também do mundo inteiro. Isto veremos detalhadamente nos tópicos que se seguem.

I. A Invasão Militar em Judá

Joel começa o capítulo 2 do seu livro mencionando que o "Dia do Senhor" está muito próximo. Esta invasão militar em Judá consequentemente tem um papel presente e ao mesmo tempo futuro, pois como é mencionado o texto: " Dia de trevas e de escuridão; dia de nuvens e densas trevas, como a alva espalhada sobre os montes; povo grande e poderoso, qual nunca houve desde o tempo antigo, nem depois dele haverá pelos anos adiante, de geração em geração. Diante dele um fogo consome, e atrás dele uma chama abrasa; a terra diante dele é como o jardim do Éden, mas atrás dele um desolado deserto; sim, nada lhe escapará. A sua aparência é como a de cavalos; e como cavaleiros assim correm. Como o estrondo de carros, irão saltando sobre os cumes dos montes, como o ruído da chama de fogo que consome a pragana, como um povo poderoso, posto em ordem para o combate. Diante dele temerão os povos; todos os rostos se tornarão enegrecidos" (Jl 2.2-6). Este texto é um dos mais desafiadores para os estudiosos da Palavra de Deus, contudo, este texto bíblico demonstra-nos a misericórdia e a graça de Deus, pois mostra-nos a importância de nos prepararmos para este dia, mostrando já para o povo de Judá, o prelúdio do fim dos tempos. Nos tempos de Judá, o juízo veio com grande intensidade mediante a praga dos gafanhotos atacando tudo que havia sustento para a nação, deixando a nação de Judá com grande miséria e pranto. Esta invasão, ao mesmo tempo que mostrando uma grande desolação nos tempos de Judá, apresenta-nos um reflexo de como virá a ser o  grande e temível "Dia do Senhor".

II. A Convocação dos Sacerdotes para Liderar o Jejum

O profeta Joel em um estado de grande miserabilidade e tristeza moral, ética e social na nação, convoca aos sacerdotes que liderem este grande jejum de clamor ao Senhor (Jl 2.17), mas primeiramente o próprio profeta se prontifica a nação como um arauto de Deus: " E o Senhor levantará a sua voz diante do seu exército; porque muitíssimo grande é o seu arraial; porque poderoso é, executando a sua palavra; porque o dia do Senhor é grande e mui terrível, e quem o poderá suportar? Ainda assim, agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal. Quem sabe se não se voltará e se arrependerá, e deixará após si uma bênção, em oferta de alimentos e libação para o Senhor vosso Deus? (Jl 2.11-14). É o profeta que primeiramente se coloca na posição de intercessor da nação. Joel não somente fala ao povo, mas se prontifica com o povo. Joel não fala somente para os sacerdotes liderarem o jejum. O próprio profeta se prontifica a participar com eles. Joel menciona que chegou o tempo de clamar ao Senhor continuamente. Que as crianças também participem (Jl 2.16a), e que os noivos deixem as festas e que também se prontifiquem a se encontrar com o Senhor (Jl 2.16b). O profeta Joel informa da responsabilidade dos sacerdotes mediante ao clamor a Deus. Que eles chorem em sinceridade e retidão de coração (Jl 2.17a), e em seguida ele clama ao Senhor também.

Percebemos em Joel a importância de não só falarmos ao povo para clamar, como também de nos ajuntarmos ao povo para clamar ao Senhor por piedade, misericórdia a nossa nação. Devemos como o profeta levar todo o nosso ser ao Senhor com lágrimas, com jejum, com arrpedimento, para que, quem sabe, o Senhor possa se compadecer de nossas vidas e de nossas almas (Jl 2.14). A necessidade extrema do povo brasileiro em voltar-se para o Senhor é para agora e já, não para o amanhã ou para o depois.

III. Uma Ponte Escatológica

De Isaías ao livro do Apocalipse, a frase "Dia do Senhor" aparece em 25 versículos, e expressões semelhantes surgem em vários outros. A linguagem bíblica, freqüentemente citando " O Dia do Senhor", é facilmente interpretada como se falasse de um só dia, talvez o dia final quando o Senhor voltará para julgar todas as pessoas. Mas o assunto não é tão simples assim. Esta pergunta serve para ilustrar bem uma regra fundamental de estudo bíblico: é necessário examinar palavras e frases em seus contextos. Considerando as citações bíblicas sobre o "dia do Senhor", podemos ver que a mesma frase têm, pelo menos, quatro significados diferentes. Em cada caso, discernimos o sentido no contexto. Vamos examinar exemplos destes significados.

Um dia de julgamento de pessoas, cidades, povos ou nações. Este é o sentido mais comum, especialmente nas profecias do Velho Testamento. Isaías falou desta maneira do castigo da Babilônia (Is 13.6,9). Jeremias descreveu o castigo do Egito como "o Dia do Senhor. . . dia de vingança contra os seus adversários" (Jr 46.10). Seu contemporâneo, Ezequiel, também usou a mesma linguagem ao falar sobre o castigo do Egito (Ez 30.3) e o de Jerusalém (Ez 13.5; cf. Sf 1.7,14). Joel usa esta frase para falar do castigo do povo judeu (Jl 1.15; 2.1) e do julgamento de várias nações (Jl 3.14; cf. Ob 15). Uma referência ao cumprimento do plano de Deus por meio de Jesus Cristo em sua primeira vinda (Jl 2.31; Ml 4.5; At 2.20). O dia final, quando Jesus voltará e chamará todos ao julgamento (1 Ts 5.2; 2 Pe 3.10). O dia do Senhor representa duas opções e dois destinos. É dia de destruição e de salvação. O mesmo dia que trouxe castigo aos opressores livrou os oprimidos. O mesmo dia que trouxe salvação aos que receberam a palavra condenou os desobedientes. O mesmo dia que marcará a entrada no céu para alguns será o começo do castigo eterno para outros (Mt 25.46). E o mesmo dia em que os cristãos comemoram o sofrimento de Jesus na cruz é ocasião de escândalo e loucura para outros (1 Co 1.23-25). O Dia do Senhor: salvação ou condenação? A decisão é nossa!

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