quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Agosto/2018 - Capítulo 5 - Alegrem-se sempre no Senhor



Comentarista: Lucas Soares



Texto Bíblico Base Semanal: Filipenses 4.1-13

1. Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai assim firmes no Senhor, amados.
2. Rogo a Evódia, e rogo a Síntique, que sintam o mesmo no Senhor.
3. E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os meus outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.
4. Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.
5. Seja a vossa eqüidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.
6. Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.
7. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.
8. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
9. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco.
10. Ora, muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11. Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.
13. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.

Momento Interação

Em filipenses 4, Paulo exorta os moradores de Filipos a alegrar-se no Senhor Jesus Cristo e a perseverar em  oração. Mais uma vez os estimula a unidade e fala sobre como aprendeu a viver todas as situações da vida, tendo muito ou pouco. Por fim, ele os agradece por sua generosidade nas ofertas e roga a Deus que os abençoe.Aos filipenses, o apóstolo Paulo dá a “receita” de uma Igreja vitoriosa: a unidade. Ele os estimula continuamente a viverem em comunhão e procura tratar de forma amorosa e espiritual cada foco de contenda. A alegria deve ser algo notável entre os cristãos, a despeito de qualquer situação. Todos que nos cercam devem perceber nosso prazer de viver a vida em Jesus.

Nossa mente deve ser ocupada, preenchida, transbordante de pensamentos do alto. Além disso, os cristãos têm o dever de não apenas aprender mais, sobretudo devem colocar em prática o que já se sabe. Bons Estudos!

Introdução

O capítulo 4 de Filipenses é repleto de orientações práticas para a vida cristã. No início, Paulo aborda o desentendimento ocorrido entre duas pessoas, algo que pode roubar a paz e a alegria (Fp 4.2). A briga deve ter sido suficientemente grave para merecer menção nesta carta pública. Paulo encoraja essas irmãs na fé a viverem em harmonia com Deus e com o próximo. Isso se encaixa com o tema do capítulo 3, no qual os filipenses são exortados a colocarem as necessidades dos outros acima das suas próprias. A transição de Paulo (portanto) encerra a seção anterior (Fp 3.17-21) e introduz as exortações subsequentes. O apóstolo considerava a vida dos amados filipenses como alegria e coroa, a recompensa que premia o trabalho que ele tem feito. Com a ordem estai assim firmes, que exige ação contínua da parte dos cristãos de Filipos, Paulo inicia uma série de dez ordenanças, que se estende até os agradecimentos a igreja em Filipos.

I. Permanecendo firmes no Senhor

Paulo exortou os filipenses a esforçar-se para obterem quatro virtudes cristãs básicas: (1) regozijar-se, sempre, no Senhor (Fp 4.4), (2) serem moderados com todas as pessoas (Fp 4.5), (3) serem constantes na oração, não ansiosos (Fp 4.6), e (4) meditarem em coisas excelentes (Fp 4.8). Em meio às dificuldades, a todas as situações, os cristãos devem regozijar-se. A alegria deles não deve ser baseada em circunstâncias favoráveis; em vez disso, deve ser fundamentada em seu relacionamento com Deus. Os cristãos enfrentarão tribulações neste mundo, mas devem regozijar-se nas provações porque sabem que o Senhor as usa para aperfeiçoar o caráter deles (Tg 1.2-4). Equidade identifica a pessoa que revela calma e clareza de espírito. O indivíduo moderado está disposto a sacrificar tudo a que tem direito para mostrar consideração aos outros. O advérbio perto sugere que a volta do Senhor poderia ocorrer a qualquer momento. Paulo usa esse fato para motivar os filipenses a honrarem a Deus com a própria vida.

II. Alegrai-vos no Senhor

Paulo aconselha a igreja a se concentrar no lado bom e belo na vida, porque isso ajuda a pessoa a ser positiva em um mundo negativo. No verso 8, o verbo utilizado é “pensar” nas virtudes; enquanto que no versículo 9 o verbo se torna “praticar” as virtudes: “Ponham em prática tudo o que vocês aprenderam, receberam, ouviram e viram em mim. E o Deus da paz estará com vocês”, NVI). Tais virtudes também devem ser o padrão para o cristão avaliar todas as suas atividades de entretenimento e lazer.

Contentar-se em qualquer situação é a base da alegria, especialmente para Paulo que se encontrava preso no momento em que escreveu esta carta (Fp 4.11). Há uma grande necessidade de encontrar contentamento no que se tem, sem buscar continuamente adquirir mais. Poderíamos nos perguntar: Estou satisfeito com o que tenho? Ou estou sempre e continuamente procurando adquirir mais e mais coisas e realizações, numa busca insaciável? Estar satisfeito com o que se tem é o caminho para a alegria em qualquer situação em que nos encontrarmos. Como alguém já observou: “a comparação mata o contentamento”. A ênfase do verso 13, “tudo posso naquele que me fortalece” está em Cristo, que nos concede forças. Esta é uma fusão da vontade humana com o poder divino. Nós somos capazes de fazer grandes coisas, não por nossa própria capacidade, mas na dependência de Deus. Podemos, portanto, enfrentar hoje o que quer que aconteça em nosso caminho, não por causa de quem somos, mas por causa da conexão que temos com o Cristo Vivo.

III. O Agradecimento da Paulo pelos Filipenses

Ao receber ajuda dos filipenses, Paulo se regozija grandemente "no Senhor" (Fp 4.10). Mesmo assim, ele explica que seu contentamento vem, não das coisas que ele tem nesta vida, mas em sua relação com o Senhor. O contentamento, nesta vida, é uma atitude aprendida (Fp 4.11). Em todas as coisas que Paulo sofreu por amor do evangelho (Fp 1.17; 3.4-11; 2 Co 11.23-30), ele aprendeu a manter sua atenção em Cristo (2 Co 12.7-10). Se aprendemos a ter Cristo como o foco de nossa vida, a nossa circunstância material perderá sua importância (Fp 4.12-13).

Ainda que Paulo não precisasse do donativo deles para ficar contente, assim mesmo ele se regozijou em recebê-lo porque eles participaram da aflição dele (Fp 4.14). Eles tinham ajudado a Paulo desde o início, quando ele saiu de Filipos para ensinar em Tessalônica (Fp 4.15-16; At 16.11-17.4; 2 Co 8.1-5). Agora que tinham oportunidade de ajudá-lo novamente, isso significaria "fruto" para crédito deles (Fp 4.17). Eles colheriam ricas recompensas do Pai (Fp 4.19). A dádiva deles era um sacrifício pessoal, "como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus" (Fp 4.18). Não é o objeto do sacrifício que dá a suave fragrância a Deus, mas o coração daquele que faz o sacrifício. Os corações dos filipenses eram suaves para Deus, em seu abundante amor para com Paulo.

Essa generosidade é o modelo para os cristãos de hoje. Eles não deram esperando receber bênçãos em retribuição. Não deram porque era algo que "a igreja" exigia. Eles deram com ânimo e de coração, sabendo que sua dádiva estava indo para a divulgação do evangelho e que "Deus ama a quem dá com alegria" (2 Co 9.7). Nosso amor genuíno de uns pelos outros e nosso cuidado com a unidade no corpo de Cristo devem compelir-nos a ver uns aos outros assim como Cristo nos vê. Podemos saudar nossos irmão "em Cristo Jesus", se há lutas entre nós? (Fp 4.2-3). Temos que humilhar-nos e abandonar nossas diferenças pessoais para ajudar uns aos outros chegar ao céu. Isso é exatamente o que Jesus fez por nós (Fp 2.5-11). Os filipenses haviam ajudado a levar o evangelho até aqueles da casa de César, que se lembravam deles com amor. Em tudo isto, a graça do Senhor é óbvia. Paulo começou sua carta desejando-lhes a graça do Senhor, e encerra-a com o mesmo desejo (Fp 4.23). Onde abunda a graça do Senhor, haverá paz, unidade, e força para superar as tentativas de Satanás a destruir os servos de Deus (2 Co 12.9-10). 

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