quinta-feira, 21 de março de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Março/2019 - Capítulo 3 - A Vida e a Obra de Jesus Cristo




Comentarista: Matheus Gonçalves



Texto Bíblico Base Semanal: Lucas 4.14-21

14. Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Galiléia, e a sua fama correu por todas as terras em derredor.
15. E ensinava nas suas sinagogas, e por todos era louvado.
16. E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler.
17. E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:
18. O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de coração,
19. A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do Senhor.
20. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.
21. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.

Momento Interação

O ministério terreno de Cristo Jesus é um ministério totalmente de qualquer que houve, quer seja antes ou depois. A sua aproximação com o povo, seus ensinamentos, suas atitude diante das autoridades e a sua supremacia mostra-nos que ele realmente é Jesus Nazareno, homem profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo (Lc 24.19). Por isso estudarmos acerca do ministério de Jesus Cristo é extremamente importante a todos nós.

Introdução

A profecia bíblica é a chave para se entender tanto o passado quanto o futuro. Embora aos incrédulos ela talvez pareça uma pretensão absurda, é facilmente comprovada. Porque a maior parte das profecias registradas na Bíblia já se cumpriu, fica muito simples determinar se essas profecias são ou não são confiáveis.

Dois importantes assuntos da profecia deslizam consistentemente através das Escrituras. (1) Israel; (2) O Messias que vem para Israel e através de Israel para o mundo, como Salvador de toda a humanidade. Ao redor destes dois temas centrais quase todas as demais profecias se desenrolam e encontram o seu significado, seja o Arrebatamento da Igreja, o Anticristo, seu governo e religião vindouros, o Armagedom, a Segunda Vinda de CRISTO, ou qualquer outra ocorrência profética. A Bíblia é absolutamente única na apresentação dessas profecias, as quais ela registra com detalhes específicos, começando há mais de 3.000 anos.

Cerca de 30% da Bíblia é dedicado à profecia. Esse fato torna válida a importância do que tem se tornado um assunto negligenciado. Em contraste marcante a profecia está completamente ausente no Corão, Vedas Hindu, Baghavad Gita, Ramayana, palavras de Buda e Confúcio, Livro de Mórmon, ou quaisquer outros escritos das religiões mundiais. Esse fato isolado já provê um inegável selo de aprovação divina e mesmo milhares de anos antes deles acontecerem, o DEUS da Bíblia prova ser o único DEUS verdadeiro, Criador do universo e da humanidade, o Senhor da História - e que a Bíblia é a Sua palavra infalível, dada a fim de comunicar os seus propósitos e meio de salvação a todos os que crerem. Aqui está uma prova tão simples que uma criança pode entender e tão profunda que os maiores gênios não podem refutar. A profecia desempenha, então, um papel vital ao revelar o propósito de DEUS para a humanidade. Ela também fornece uma prova simples na identificação do verdadeiro Messias de DEUS, ou CRISTO, e desmascara o impostor Satanás, o Anticristo, de maneira que ninguém que absorva a Palavra de DEUS venha a ser por eles enganados.

Entretanto, por ser a profecia única na Bíblia, ela é única para CRISTO. Profecia nenhuma narrou a vinda de Buda, Maomé, Zoroastro, Confúcio, Joseph Smith, Mary Baker Eddy, os populares gurus hindus que têm invadido o Ocidente, ou qualquer outro líder religioso, todos eles sem as credenciais que distinguem JESUS CRISTO. Também há mais de 300 profecias do Velho Testamento que identificam o Messias de Israel. Séculos antes de sua vinda os profetas hebreus estabeleceram critérios específicos que deveriam ser preenchidos pelo Messias. O cumprimento dessa profecias nos mínimos detalhes da vida, morte e ressurreição de JESUS de Nazaré demonstram indiscutivelmente ser Ele o prometido por DEUS, o verdadeiro e único Salvador.

I. O Cumprimento das Profecias do Antigo Testamento

Existem inúmeras referências sobre Jesus no Antigo Testamento, de modo que certamente podemos dizer que todo o Antigo Testamento testifica de Cristo. Logo nos primeiros capítulos de Gênesis, após a Queda do Homem, encontramos a promessa sobre Aquele que esmagaria a serpente (Gn 3.15). Depois, quando Deus fez um pacto com o patriarca Abraão, prometendo bênçãos sobre sua descendência, tal pacto e tais promessas estavam diretamente ligados à vinda e a obra redentora do Messias, o grande descendente de Abraão, pelo qual todas as nações seriam abençoadas (Gn 12.3; 18.18; 22.18; cf. Gl 3.18). Até quando o mesmo Abraão recebeu a ordem para sacrificar seu filho Isaque no Monte Moriá, Deus proveu um cordeiro para substituir o menino, e claro, aquele cordeiro era um símbolo de Cristo (Gn 22). Mais tarde, quando Deus enviou as dez pragas sobre o Egito para que seu povo fosse libertado, Moisés recebeu instruções da parte de Deus para a celebração da Páscoa (Êx 12), e sob a luz do Novo Testamento, entendemos que a Páscoa apontava para o próprio Cristo, nosso Cordeiro pascal, o Cordeiro que tira o pecado do mundo (Jo 1.29; 1 Co 5.7). Se Gênesis, que é o primeiro livro do Antigo Testamento, fala de Cristo, o último livro, isto é, o livro de Malaquias, igualmente aponta para o Salvador. O profeta Malaquias profetizou sobre a obra de um mensageiro que o Novo Testamento revela ser Jesus, bem como sobre a pregação do Evangelho que se espalharia pelo mundo. A profecia de Malaquias foi tão específica que contemplou até meso o arauto que prepararia o caminho para o Messias, ou seja, o profeta João Batista (Mq 1.11; 3.1,2; 4.5). Até mesmo uma expressão muito comum do Antigo Testamento, “Eu serei seu Deus”, aplicada em diversos contextos (Jr 31.33; Os 2.23; Zc 8.8), em última análise encontra seu cumprimento final na pessoa de Cristo (cf. Hb 8.8-13).

II. A Vida de Jesus Cristo

"Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares a Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação" (Rm 10.8-10). Esta é uma passagem bem conhecida que fala sobre salvação. Mas observe a confissão do eunuco etíope, feita antes de seu batismo pela água em Cristo. "Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus" (At 8.37). Frequentemente comparamos as duas passagens, sugerindo que a confissão do eunuco e a confissão que Paulo está discutindo são a mesma. Mas observe que há uma diferença. O eunuco confessou Jesus como o Cristo e como o Filho de Deus. Paulo discute confessar Jesus como Senhor. Eis aí uma diferença.

Confessar Jesus como o "Cristo" significa que proclamamos que cremos que ele é o ungido de quem os profetas do Velho Testamento tinham profetizado. A palavra "Cristo" é a tradução grega da palavra hebraica "Messias". O eunuco estava dizendo que ele cria que Jesus era o cumprimento da profecia de Isaías. Isto significa que Jesus era aquele apontado por Deus para assumir o ofício real, sacerdotal, do Messias prometido. É necessário crer e querer confessar esta crença. Mas não é a mesma coisa que confessar Jesus como Senhor. Por exemplo, quando Pedro proclamou no Dia de Pentecostes que "... este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo" (At 2.36), ele estava dizendo que Deus fez de Jesus duas coisas diferentes: Senhor e Cristo. É perfeitamente possível alguém confessar sua crença que Jesus é o Cristo sem confessar Jesus como Senhor. As pessoas o fazem a todo tempo. Confessar Jesus como Cristo é afirmar que cremos que ele é quem ele declarou ser, o Salvador, o Filho de Deus, o Redentor. Precisamos fazer isto para sermos salvos. Mas confessar Jesus como Senhor envolve não somente a boca, mas é um reconhecimento que ele é nosso Senhor e Mestre e que desejamos submetermo-nos e obedecermos a ele.

Os primeiros discípulos jamais perturbariam as autoridades romanas confessando Jesus como o Cristo. Eles não se preocupariam com isso. Mas confessar Jesus como Senhor e rei era outro assunto. Dizer que a primeira lealdade deles era com o Senhor Jesus como oposto a César fez com que muitos deles fossem postos na prisão e mortos. Quando os judeus incrédulos queriam pôr Roma atrás dos cristãos, eles o acusavam de aceitar Jesus como Senhor e rei (Mt 22.15-22; At 17.6,7). Então, falando praticamente, o que afinal é envolvido em confessar Jesus como Senhor? Bem, obviamente a primeira coisa envolvida é falar de nossa aceitação de seu senhorio. Nosso texto de Romanos diz, "Se, com tua boca, confessares Jesus como Senhor..." (10.9). Mas isso não termina aqui. Somente começa aqui. Jesus, de fato, nem mesmo quer que façamos tal confissão se não estivermos querendo agir sobre ela. Ele não quer que o chamemos "Senhor" e "Mestre" se não queremos comprometer-nos a fazer as coisas que ele diz. Ele disse, "Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?" (Lc 6.46). Em vez disso, nossos atos precisam condizer com nossas palavras: "E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai" (Cl 3.17). Confessar o senhorio de Jesus com nossas bocas enquanto não submetemos nossas vidas a ele é inútil. Se ele é verdadeiramente nosso Senhor, então ele domina tanto nossas palavras como nossos atos.

III. A Obra de Jesus Cristo

O ponto central e o assunto mais importante de todos os fundamentos é a vida e a Obra de Jesus. Tudo na vida de um discípulo deriva do relacionamento e do conhecimento que tem da pessoa de Jesus. O objetivo de Deus para nós, como Igreja, é que cheguemos ao "pleno conhecimento do Filho de Deus" (Ef 4.13). Essa é uma jornada para toda a vida, que não pode se limitar apenas à compreensão do estudo abaixo, mas deve prosseguir mediante o estudo da Palavra e da iluminação do Espírito Santo.

1) Jesus Existia Antes de Todas as Coisas: Muitos pensam que Jesus é um ser que nasceu em Belém da Judéia. Mas isso não é verdade. Todos nós começamos a nossa vida quando somos gerados no ventre de nossas mães, antes não existíamos. Mas não foi assim com Jesus. Ele existia muito antes de nascer em Belém. Não como homem, mas como o Verbo de Deus. O Verbo nunca foi criado, Ele era Deus e sempre existiu. Foi ele quem criou todas as coisas.

2) Tornou-se Homem: Que tremenda é esta verdade! O Verbo Eterno, criador de todas as coisas, se esvaziou de sua glória e assumiu a forma de homem. Nunca é demais salientar que nossa fé é no Deus-homem Jesus Cristo, .Quando o Verbo se fez carne Ele se esvaziou de sua glória de Deus; isto é, Ele se esvaziou dos atributos (qualidades e capacidades) de Deus, mas nunca deixou de ser a Pessoa do Verbo. Ele continuou sendo o Verbo, mas agora em carne humana esvaziado de sua glória, mas não totalmente. Ele tinha em sua humanidade toda glória possível da verdade e da graça de Deus. Isto é um mistério.

3) Teve uma Vida Perfeita e Irrepreensível: Primeiro Jesus se esvaziou tornando-se homem. Depois, como homem, continuou se esvaziando. De que forma? Não fazendo nunca a sua própria vontade. O diabo tentou Jesus desde o princípio para que Ele fizesse a sua própria vontade, mas Jesus sempre permaneceu obediente ao Pai até a morte e morte de cruz. Santo é Jesus! 

4) Fez uma Obra Tremenda e Grandiosa: Na vida de Jesus não admiramos somente a sua santidade, mas também o poder que se manifestou no seu ministério. Ele fez muitos milagres prodígios e sinais (At 2.22). Ele curou enfermos, deu a vista aos cegos, ressuscitou mortos, andou sobre as águas, multiplicou alimentos, pregou às multidões, fez discípulos e ensinou-lhes a agradar o pai. Com que poder Ele fez isto? Ele não fez nada como Deus, pois havia se esvaziado da forma de Deus e vivia como homem. Portanto ele precisava do poder do Espírito Santo para fazer a obra de Deus. Por isso o Pai se alegrou tanto no seu batismo, porque naquele momento veio sobre Ele o Espírito Santo.

Conclusão

Quando o Espírito Santo nos convence do pecado, da justiça e do juízo, então entendemos como estamos mal diante de Deus e como é grande a nossa dívida para com Ele. Conhecemos a nossa culpa e perdemos a paz. Só então começamos a compreender porque Jesus morreu. Ele morreu para satisfazer a justiça de Deus e aplacar a sua ira. Nós merecemos ser castigados pelos nossos pecados, mas Jesus aceitou ser castigado em nosso lugar. Assim Deus satisfez sua justiça. Por isso Isaías diz que ". . . O Senhor agradou moê-lo" (Is 53.10).

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