Comentarista: Anderson Ribeiro
Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 22.1-10
1. Então Jesus, tomando a palavra, tornou a falar-lhes em parábolas, dizendo:
2. O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho;
3. E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas, e estes não quiseram vir.
4. Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas.
5. Eles, porém, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio;
6. E os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram.
7. E o rei, tendo notícia disto, encolerizou-se e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.
8. Então diz aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos.
9. Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para as bodas a todos os que encontrardes.
10. E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados.
Momento Interação
Pense na revolução que poderíamos fazer se, utilizando as mídias digitais, pudéssemos testemunhar com as nossas vidas, com nossos bons exemplos, o Evangelho em nós. Seria uma revolução do amor. Mas ainda é tão difícil encontrar a dose certa, não é verdade?
Da mesma forma como seus valores devem permanecer com você em qualquer lugar, com quaisquer tipos de pessoas que encontre, você não retira o cristianismo de você quando está fora da igreja. Os valores cristãos devem te acompanhar por onde andar. Você, guiado por Jesus Cristo, se encontra no centro de evangelização em todos os sentidos, quer seja falando presentemente, quer seja nas redes sociais. Evangelizemos a tempo e fora de tempo (2 Tm 4.2).
Bons Estudos!
Introdução
Evangelho é boas novas do Senhor Jesus Cristo, perfeitamente compreensível por todos. Evangelismo é na verdade, a tarefa de testemunhar do Senhor Jesus àqueles que estão perdidos. É especificamente a Grande Comissão que foi entregue pelo Senhor Jesus aos seus discípulos (Mt 28.19,20). Fazer discípulos, batizá-los e ensinar-lhes o que aprendemos do Senhor Jesus é o autêntico evangelismo, e, portanto, a responsabilidade de cada crente. Existe, até certo ponto, um abandono desta atividade tão prima, na igreja atual por parte daqueles que a compõe. Há um estado de acomodação ao ambiente das quatro paredes e raramente nos aventuramos a uma saída para o campo evangelístico.
Outrora, estávamos acostumados ver aos finais de semanas, a leitura da lista de vários nomes dos novos convertidos que foram evangelizados e ganhos pela igreja durante a semana, para que pudéssemos discipular e integrá-los. Nos dias atuais entra mês, sai mês, não vemos a menção sequer de alguém, que por ventura, tenha se decidido por Cristo. Isto é tão sério, e não obstante à seriedade do fato, não nos incomodamos com esta situação. Para alguns, tudo normal. Se não há evangelização, então, há uma falha grave que precisa ser corrigida urgentemente, pois essa pratica é uma das mais profundas características do Cristianismo. Esse é sem dúvida um trabalho primacial e da maior importância para a Igreja do Senhor Jesus.
I. A Evangelização na Atualidade
Não há tarefa mais importante destinada à Igreja do Senhor Jesus, que anunciar a salvação através de Cristo a toda humanidade. A Igreja primitiva se ocupou primacialmente desta tarefa. A evangelização foi de tal maneira desenvolvida pelos cristãos primitivos que, em aproximadamente dois anos, a Ásia Menor já havia sido alcançada. Tendo sido o Senhor Jesus assunto ao céu, o mundo de então passou a se ressentir da necessidade de uma mensagem que comunicasse paz e felicidade à alma. O poder romano, a filosofia grega e a religiosidade judaica não conseguiam atender os reclamos daquela geração. Mas com a descida do Consolador, capacitando a Igreja a realizar eficazmente o trabalho evangelístico, essas reivindicações puderam ser satisfeitas.
Pedro se dedicou à evangelização dos judeus. Filipe foi a Samaria. O apóstolo Paulo, Barnabé, Silas e Timóteo e outros cooperadores, voltaram-se aos gentios. A Igreja através do Espírito Santo se envolveu integralmente com o trabalho de evangelização dos povos. Nestes últimos dias, o Espírito Santo deseja usar todos os crentes para uma poderosa operação evangelística, porque a maior necessidade do mundo atual é ouvir a única mensagem que salva o pecador: o Evangelho de Cristo. E esta necessidade se torna mais premente se levarmos em conta que, face ao crescimento demográfico, o mundo encontra-se, hoje, menos evangelizado que nos dias de Paulo. Não queremos dizer que este ou aquele método é o correto para se realizar o trabalho evangelístico. O importante é que o Espírito Santo glorifica a Cristo quando realizamos a obra de evangelização sob sua direção. O trabalho evangelístico, efetivamente realizado pela igreja, precisa está bem definido. Além, do que, se deve entender que, em primeiro lugar, evangelizar não é uma opção; é uma obrigação (1Co 9.16).
II. A Evangelização em nossa Vida Social
A presença, inspiração e orientação do Espírito Santo tornará o trabalho realizado pelos cristãos, eficaz. Evangelizar sem a direção do Espírito Santo é trabalhar sem objetivos e incorrer em erros, além da ineficácia do trabalho. Atualmente os métodos de evangelismos têm sido aprimorados, e isso é bom, desde que não fujam aos princípios bíblicos que é sempre imutável e infalível: “Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte anunciando a Palavra” (At 8.4). “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!” (Mt 16.20). A Palavra de Deus nos mostra o principio da evangelização efetivado na igreja, que infelizmente hoje se acha estagnado em grande parte das igrejas locais. Urge, pois, retornarmos imediatamente ao trabalho efetivo da evangelização, pois, esta é nossa principal tarefa nesta vida. A igreja deve empreender todo esforço possível no trabalho evangelístico, pois como enfatizou apóstolo Paulo, somos devedores.
III. A Evangelização nas Mídias Sociais
Nunca o mundo esteve tão conectado com as mídias virtuais e eletrônicas. É importante ressaltar que a explosão da tecnologia digital trouxe uma série de benefícios ainda incalculável para a sociedade. Hoje em dia, muitos não se veem mais sem o uso de uma determinada mídia digital. Esta se engendrou na rotina diária das pessoas. Muitos hoje ganham a vida por intermédio do mundo virtual. Não batem mais o ponto ou cartão numa empresa física, mas por intermédio de um computador e de uma internet, abrem as suas empresas virtuais e fazem sua jornada de trabalho em casa ou em qualquer outro lugar do mundo. É bem verdade que o mundo da mídia digital não é somente “luz”, mas “trevas” também. Há um submundo das coisas mais torpes que o ser humano poderia pensar um dia em fazer. As palavras do consagrado romancista italiano, Umberto Eco, já falecido, sintetizam bem esse estado de coisas negativas no mundo virtual: “as redes sociais deram voz a legião de imbecis”. Para além do mundo virtual, mais especificamente as redes sociais são o reflexo do que está presente na natureza humana. Uma natureza decaída, esfacelada pela prepotência humana que não dá qualquer sinal de arrependimento e humildade. Pessoas não têm o pudor de expor e ridicularizar outras pessoas. É o predomínio do ódio, da ignomínia e da sabotagem de outras pessoas. Entretanto, é neste mundo que a Igreja de Cristo deve atuar. No lugar da imbecilidade das redes sociais, a Igreja deve levar uma mensagem e uma atitude diferenciadas. Mansidão, equilíbrio e domínio próprio são características que precisam ser notadas no uso dessa riqueza de mídia que a Igreja tem à disposição. A potência das redes sociais é algo absurdo! Grandes movimentos sociais no mundo foram combinados por intermédio delas. Se há mentira na mídia oficial, as redes sociais são as vozes de cada pessoa para desmentir o ocorrido. É de fato uma mídia poderosa à disposição da Igreja de Cristo e sem pagar caro por isso.
IV. A Evangelização em Tempo e Fora de Tempo
Uma exposição exegética de 2 Timóteo 4.2, segundo a qual Paulo não estaria sugerindo que deveríamos ser inconvenientes na pregação da palavra. Uma interpretação bem diferente do que tenho ouvido já há algum tempo. A mensagem é imperativa: prega a palavra! E segundo a gramática, o imperativo é usado para indicar uma ordem, pedido ou exortação. Não há dúvida alguma de que essa é uma ordem de Paulo, e pesquisar o significado de “pregar a palavra” no contexto bíblico deveria ser nossa primeira preocupação para saber como responder à sua ordem. Será que “pregar a palavra” teria o mesmo significado de hoje, ou estaríamos agindo de uma maneira completamente diferente do que foi ordenado?
Paulo estaria referindo-se ao sermão estritamente evangelístico quando urge a Timóteo para pregar a palavra, insta em tempo oportuno ou não. Timóteo, o pastor aprendiz, recebia as últimas instruções de seu mestre: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.” O que ele quis dizer com “prega a palavra”? Seria o mesmo que “Evangeliza, insta...”?
Observe o final do versículo. Corrigir, repreender, exortar com longanimidade e doutrina são palavras associadas ao cuidado pastoral com suas ovelhas, seria coerente amarrar o início do versículo com o seu contexto final. Levando em consideração o contexto pastoral da epístola, ousaria parafrasear o versículo da seguinte maneira: “Prega a palavra para corrigir, repreender, exortar e doutrinar as suas ovelhas com toda a longanimidade”. Lembre-se que a palavra pregar [kérussó] também é utilizada em outros textos com o sentido de doutrinar. Ademais, os versículos anteriores (2Tm 3.16,17) também estão dentro do contexto de conselhos pastorais sem qualquer associação à prática de evangelização: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. De acordo com o contexto, toda a Escritura é útil para quê? Evangelizar ou doutrinar? Ensinar, repreender, corrigir e educar na justiça é próprio do trato pastoral com seu rebanho.
Conclusão
Precisamos nos agarrar ao contexto mais uma vez para entender o que Paulo chamava de tempo oportuno e inoportuno. No primeiro versículo do capítulo 3, ele diz que Timóteo enfrentaria tempos difíceis nos últimos dias. Comenta sobre a variedade de perseguições que sofreu em Antioquia, Icônio e Listra (2 Tm 3.11) e garante que todos quantos desejassem viver piedosamente em Cristo Jesus seriam perseguidos também (2 Tm 3.12). Por esses motivos (tempos difíceis e perseguições), Paulo aconselha: Prega a palavra, prepara-te, quer seja oportuno, quer não... encarando tempos difíceis, ou não... sofrendo perseguição, ou não... porque haverá tempo em que o seu rebanho não suportará a sã doutrina (4:3). Ou seja, não deixe para fazer amanhã o que você pode fazer hoje pelo seu rebanho, mesmo que isso seja inconveniente para você. Portanto, esteja pronto!
Pregar a palavra em tempo oportuno ou inoportuno era uma preocupação do pregador pelo seu próprio bem-estar, não dos ouvintes! Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo” (2Tm 4.2). Esse também é o apelo de Paulo para cada um de nós. Devemos estar prontos para pregar a palavra, quer seja oportuno, ou não.
Hoje, gozamos de certa liberdade, mas, amanhã, poderemos enfrentar perseguições e muitas outras dificuldades para pregar a tão preciosa Palavra. Estaremos prontos! Isso é o que importa. Preparar-nos-emos, porque entendemos corretamente a mensagem de 2 Timóteo 4.2. E não pregaremos de maneira inconveniente, importunando os ouvintes, uma vez que conhecemos a maneira mais apropriada de anunciar as boas novas de Cristo!
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